Mais uma semana vai se passando e tudo estava tranquilo. As ideias para o baile estão todas aceitas e daqui a alguns dias seriam “mãos a obra” e provável que muito estresse. Depois daquele domingo à noite, Draco havia ficado quieto, não falava comigo, muito menos prestava atenção em mim. Estávamos como dois estrangeiros que não sabiam falar um mesmo idioma e ainda por cima, morando no mesmo lugar. Está certo que está uma paz com essa atitude dele, mas estava me incomodando a ponto de quase perguntar qual era o problema. Mas sabia qual era o problema e era ela. Tudo isso por causa do beijo no domingo em seu quarto, um beijo, digamos, perturbador. Foi completamente surreal e bom, o pior de tudo é que foi muito bom. Mas deveria ser esquecido, a não é claro que esse tipo de coisa a gente nunca esquece.

   A escola toda estava animada, faltavam 15 dias para o baile e a curiosidade era grande. Ela estava muito animada, mas sabia que isso significava ser par do loiro e, consequentemente, seria obrigada a ficar perto dele. O bom é que a lista de deveres estava cada vez maior e assim poderia se distrair por algumas horas. Essa seria a sua diversão esse fim de semana, passar horas na biblioteca até os olhos não aguentarem mais, mas nem tudo que se planeja da certo, não é? Resumindo, lá estava ela, indo para o Três Vassouras indo se encontrar com os meninos e a Gina.

--- Olá! --- senta ao lado da Gina e retira o cachecol.

--- Olá! --- dizem juntos.

--- Sabe, hoje irei experimentar aquele Firewisky.

--- Larga de bobagem, Ron.

--- Bobagem nada Mione. Irá ter no baile, então quero me precaver.

   O garçom chega e eles pedem três cervejas amanteigadas, uma com gengibre, e mais o firewisky.

--- Eu não aguento mais fazer tanto dever! --- fala um Harry indignado.

--- O que eu não aguento mais é o Bins! --- Rony bate a mão na mesa --- Fala sério. Irei morrer de tédio e de ver aulas chatas dele até o fim das aulas. Por que será que Merlin não o leva logo?!

--- Meu Deus Ron! --- fala Ginny --- Cuidado, se não vai ter um treco aos 17 anos.

   As bebidas chegam e Ron prova o Firewisky e dá uma tremida à lá Jack Sparrow.

--- Muito bom. E aquece rápido.

--- É, cuidado pra não ficar bêbado. Não quero ter de cuidar de ninguém depois. --- diz Harry --- Já basto você falar sozinho no meio da noite.

   Todos riem. Nisso o professor de DCAT os avista e pergunta se pode se juntar a eles, então pega uma cadeira e senta na ponta da mesa já pedindo um hidromel.

--- Sr. Weasley, isso é um firewisky?

   O ruivo confirma.

--- Vá devagar. Se não estiver acostumado ele embebede rápido.

   Logo uma conversa veio isso sem falar novamente nos protestos contra o professor Bins, ao qual o Nicolay teve de dar uma leve concordada. Ouviram-se os comentários otimistas do professor com relação à escola e aos alunos dizendo que nunca vira nada igual e explicou que viveu a maior parte na Rússia. Conversa vai, conversa vem, no fim quem ficou levemente alcoolizado foi o professor e ele ria atoa. Gina falou no ouvido da Hermione que era melhor tomar conta dele, pois as garotas o virem assim, nada de bom poderá sair. A morena concorda.

--- Professor, --- interrompe a menina quando ele contava uma piada sobre galinhas --- melhor irmos. Está ficando tarde.

--- Oh! Tem toda razão, Srtª Granger. --- fala o homem com as bochechas vermelhas.

   Os meninos falam que vão ficar mais um pouco, então a morena e a ruiva acompanham o professor até o castelo. No meio do caminho ele coloca os braços por cima dos ombros das duas e começa a rir sozinho, com as bochechas vermelhas. Ao chegar ao castelo, alguém chama a Gina e ela pede desculpas para Hermione, a garota diz um “sem problemas” e continua a levar o professor para a sua sala.

--- Sabe Srtª Granger, --- fala enquanto senta em uma poltrona perto da lareira --- após tantos anos vivendo, algumas coisas das quais sentimos prazer acaba se perdendo com o tempo. --- dá um sorrisinho.

--- Não entendo senhor.

--- É como você falar uma palavra, um exemplo, a palavra biscoito. --- comenta olhando para a lareira --- Se você repeti-la várias vezes acaba perdendo o sentido em seus ouvidos. Para quem vive muitos anos, algumas coisas acabam perdendo o gosto. --- suspira.

--- Mas isso quer dizer que o senhor...

   Ela para no meio da frase quando ele a olha. Seus olhos eram de um vermelho sangue tão convidativo que sequer fez um movimento enquanto os olhava, nem percebeu quando ele estava de frente a ela sem desgrudar os olhos. Então ele sorriu e a cor desapareceu.

--- Melhor ir senhorita, senão se atrasará para o jantar.

   Ela concorda.

--- Agradeço muito por ter me acompanhado. Mas é melhor ir.

   Ela sai da sala de seu professor ainda pensando naqueles olhos. Poderia ter sido apenas o reflexo do fogo, afinal, ninguém tinha olhos daquela cor, no máximo violeta, mas não vermelho sangue. E com esse pensamento vai jantar.

   Lá com os amigos nem comenta sobre o professor, apenas disse que ele estava bem e ela o tinha levado até a sala dele. Após um jantar calmo, vai para o seu dormitório tomar um banho e deitar. Mas seus sonhos não são nada tranquilos, pois aqueles olhos cor de sangue não paravam de aparecer para assustá-la.