Mas as velas se apagam aonde eles estavam e os deixam completamente no escuro, só os relâmpagos os iluminavam agora. Draco pega a sua varinha e murmura um Lumus, para facilitar a visão. Mas escutam um barulho atrás deles e de repente o Malfoy é jogado com força na parede e depois é lançado pela janela.

    Hermione, assustada, vai até a janela e chama por ele. 

    

    A sorte de Draco é que eles estavam a poucos metros do chão e quando fora lançado pela janela em meio a tempestade, ele caiu no gramado e rolou até perto de uma árvore. Podia ouvir fracamente alguém chamá-lo, deveria ser a Granger, mas o vento fazia questão de abafar o som da voz dela. Quem o lançara e por quê, eram duas perguntas das quais não sabia a resposta, mas parecia que o destino esse ano estava a fim de maltratá-lo. Começa com aquele rapto, depois vem o beijo com a Granger e agora isso. Merlin deveria ter um plano para tudo isso ou foi o escolhido para ser seu boneco de matar tempo.

--- Tsk.  

    Ele se levanta com dificuldade, pois o gramado cada vez mais está encharcado e a probabilidade para escorregões é de cem por cento. Tenta olhar para o castelo, mas a chuva dificultava a sua visão. Sabia que estava perto das estufas e por isso vai para lá, para poder pensar no que fazer e se esconder um pouco da chuva. Sentia um embrulho em seu estômago. Hermione estava lá em cima sozinha e torcia para que logo ele pudesse ajudá-la.

   ~.~

    Hermione gritava o nome do loiro, mas não conseguia ouvir se era respondido ou muito menos ver o que estava acontecendo lá fora. Desesperada, ela olha para os lados, mas não consegue ver ninguém. Estava tudo escuro, porém podia sentir que tinha algo nas espreitas, apenas esperando. Ela engole seco e pega a sua varinha, pronta para qualquer coisa. Murmura um Lumus e a ponta da varinha emite um brilho que ilumina um pouco o local onde estava. Dá um passo para trás e sente um vento na sua nuca, então ela se vira e dá um berro.  A pessoa que estava atrás dela lhe dá um tapa forte na cara, fazendo com que a morena seja jogada na parede.

--- Por que está fazendo isso?

    A pessoa olha para ela.

--- Por que fui mandada e é divertido.  --- sorri maléficamente e pega a Mione pelos cabelos.

   ~.~

    

    No salão comunal da Grifinória, um ruivo andava sem parar de um lado ao outro.

--- Quer parar?! Daqui a pouco você vai fazer um buraco no chão.  --- diz Harry indignado.

--- Desculpe.  --- Ron senta em uma poltrona --- Mas é que estou preocupado.

--- Com o que?

--- Hermione.

--- Ainda gosta dela?

--- Que? Não!  --- se ajeita na poltrona  --- Mas é que estou esquisito e sei lá. 

--- Mas mudando de assunto, como está você e a Anna?

--- Está um saco. Estávamos bem  e agora não paramos de brigar. Após o natal ela mudou muito. Está muito no mundo da Lua, não quer se encontrar muito comigo...   --- suspira.

--- Talvez se vocês sentarem com calma e conversarem. 

--- Tem razão. Vou fazer isso mesmo! Mas por agora eu vou visitar a Mione, ver se ela está bem. --- se levanta e vai em direção ao buraco do retrato, mas o Potter o puxa pela camiseta.

--- Hey! Se for agora, será pego.

--- Vou escondido, além do mais a escola está meio escura. Não terei problemas.

    Rony sai da sala comunal da Grifinória e anda alerta pelos corredores. Estava no maior completo silêncio e quando ia virar em um corredor, ele vê alguém parado na janela olhando para a chuva. O ruivo fica bem quietinho para a pessoa não ve-lo e nem ouvi-lo.

--- O que faz a essa hora fora da cama, sr. Weasley?

    A pessoa se vira e revela ser o professor de DCAT, Nicolay Vertinsk.

--- Ah! Professor, é que... é que.

--- Sim. Sr. Weasley?

    Ele respira fundo e vai de encontro ao professor.

--- É que preciso visitar a Hermione.

--- A essa hora da noite? --- pergunta levantando as sobrancelhas.

    O ruivo fica da cor do cabelo.

--- Não é nada de mais! Preciso falar com ela-

--- Receio que a estas horas não será possível, sr. Weasley. Se não é nada de mais, então melhor deixar para amanhã. Se o senhor for direto para o seu salão, não irei dar-lhe uma detenção. Caso contrário-

--- Não. Tudo bem, eu falo com ela amanhã.

    Nicolay afirma com um aceno e sorri enquanto o ruivo volta para o seu dormitório.

~.~

     Hermione é arrastada pelos cabelos. Ela grita, mas isso só faz a pessoa que a arrastar rir. A morena segura firme a varinha, lança um estupefaça e consegue se soltar, mas a loira consegue bloquear e vai para cima da Hermione lançando um sectussempra. A morena desvia mais acaba recebendo outro feitiço e é lançada também pela janela. Ela cai na grama e rola até quase bater em uma árvore, se levanta meio atordoada e escorregando. A chuva não ajudava em nada, mas era desvantagem tanto para ela quanto para a loira. Hermione consegue ver uma silhueta pular da janela e vir em sua direção e então a morena fica totalmente esperta, segura com mais força a varinha e sai correndo meio desajeitadamente enquanto a outra a segue. 

    Percebe estar perto das estufas de Herbologia e segue em direção a elas para ver se consegue se esconder ou distraí-la, mas ao dobrar uma estufa acaba batendo em uma pessoa e as duas caem no chão.

--- Granger? Mas o que-

--- Malfoy, corre.

     Os dois se levantam.

--- Como você-

     Mas antes mesmo que podesse terminar a frase, ouve-se uma explosão perto deles e os dois se assutam e se jogam no chão para evitar os destroços. Ouve-se uma risada e a tempestade para colaborar, lança mais trovões.

--- Vamos!

    Ele levanta a morena e segura no braço dela para correrem, mas a garota loira não parava de segui-los e lançava feitiços para assustá-los. Eles escorregam na grama e por pouco escapam de um feitiço que passa por cima deles e acerta uma árvore a fazendo cair. Mas uma hora a perna de Hermione é acertada e ela cai no chão.

--- Ai!!

    Draco olha rapidamente e ve um corte feio ali.

--- Vamos Granger. Não podemos parar!

--- Se esconda, eu irei distrai-la.

--- Nunca! Não vou deixá-la aqui!

--- Oras, mas que cena emocionante.

    Ao ouvirem uma terceira a voz, eles olham e veem a garota que os perseguia.

--- Anna Abbott? Mas como? --- pergunta Draco não acreditando.

    Ela sorri com gosto para ele.

--- Oras bobinho, sendo eu.

--- Mas por que? --- pergunta Hermione.

--- Já não respondi isso a você?  --- ela diz mal humorada  --- Fui ordenada e é divertido.

--- Ordenada por quem? Por que obedece? --- pergunta a morena.

--- Por aquele que me "fez".  --- ela dá uma risada vazia  --- Na verdade, eu morri na guerra. Mas hoje estou viva, porém com mais uma pessoa junto. Meu corpo não estava inteiro e por isso foi necessário outro. Mas chega de conversa.

    Ela lança um feitiço na morena, mas Draco se joga na frente. As costas dele é acertada e faz um enorme corte. Logo, cordas o cerca e ele é jogado contra uma árvore levando Hermione junto. Anna já se preparava para um outro ataque:

--- Já chega.

    Anna olha para uma pessoa atrás dela. Emburrada, ela para de atacá-los e segue a pessoa que a chamou.

    Hermione pega a varinha e corda as cordas do Malfoy.

--- Você está bem?

    Ele concorda, mas faz uma cara de dor ao se sentar.

--- Consegue se levantar, Granger?

    Ela confirma e ele a ajuda a se levantar. A tempestade havia diminuido um pouco e somente agora uma leve chuva caía, mas não fazia muita diferença para os dois que estavam encharcados e cheios de lama e sangue. Draco por um segundo se permite um sorriso de felicidade e olha para a morena parada a sua frente e a beija.

     Ela se assusta no começo mais logo relaxa, afinal ela ansiava tanto por aquele beijo. Apesar das consequencias, ainda sim aquele beijo lhe causava aquela mesma sensação de estar em queda em uma montanha-russa. Aquele gosto de mente em seus lábios a deixava alucinada assim como o gosto de cereja o deixava louco. O beijo era de uma certa forma, calmo. Mas conseguia demonstrar todo o sentimento que sentiam através das línguas que se enrolavam e das mordidas nos lábios. Eles acalmam o beijo dando um selinho e Draco encosta a testa dele na da Mione.

--- Eu te amo.

    Ao ouvir aquelas palavras, ela pode finalmente respirar tranquilo novamente.

--- Também amo você.

    Ele a olha direto em seus olhos como se podesse entrar dentro dela e ficar ali para a sempre. Então lhe dá mais um beijo e suspira.

--- Ainda bem que estamos vivos.  --- dá uma risadinha.

--- Tem razão. Mas você está pior que eu.  --- ela o olha preocupada.

--- Mas quem será que era aquele que a chamou?

     A garota sabia exatamente quem era a pessoa. Pois nunca iria se esquecer daqueles olhos.

--- Nicolay. Nicolay Vertinsk.