Era mais um dia ensolarado na cidade de Tomoeda. Sakura estava em sua casa estudando com Tomoyo, sua melhor amiga. Agora elas cursavam o primeiro ano do ensino médio e tinham 16 anos. Tudo estava na completa paz desde que Sakura tinha conseguido sua última carta: a Esperança. Nunca mais tinha visto Yue, sempre Yukito. E kero... Bem, este continuava o mesmo. Sakura não entendia como seu querido guardião, sempre em sua forma tão pequena, continuava comendo feito um louco. Toya já sabia de sua existência, mas seu pai não. E às vezes era muito complicado escondê-lo. Nunca mais tinha usado nenhuma Carta e nem magia. Desde aquele dia em que tinha confessado seu sentimento para Shaoran...

Shaoran e Meilin ainda tinham ficado na cidade por mais dois dias. Muito pouco para que ficassem juntos. Haviam passeado um pouco, sempre abraçados ou de mãos dadas. Mas sempre estavam acompanhados por alguém. Sakura e Tomoyo os levaram ao aeroporto na época. Na hora da despedida, foi muito difícil para os dois. Sakura havia dado um pequeno beijo, um simples selinho em Shoran no último minuto. Ele apenas sorriu e disse adeus. Ela nunca mais esqueceu este momento. Ele estava vivo em seus pensamentos há quatro anos.

Mas seu querido Shaoran não dava notícias havia meses. Depois daquele dia, há quatro anos atrás, eles haviam prometido que assim que pudessem, ficariam juntos. Pouco se falavam ao telefone, porque Shaoran estava sempre ocupado. Trocavam muitas cartas. No início chegavam pelo menos três cartas por semana, mas com o passar do tempo, elas foram ficando cada vez mais raras e agora, havia sete meses, ele não havia respondido nenhuma carta sua. Sakura estava achando que aquela promessa talvez já não existisse mais. 

Tomoyo: Sakura, já terminou seu dever de matemática?

Sakura olha para sua amiga assustada.

Sakura: Como?

Tomoyo: Perguntei se você já fez seu dever. Quero conferir as respostas com você. Mas pelo que posso perceber, seu pensamento está passeando lá por Hong Kong...

Sakura deixa a cabeça em seu caderno.

Sakura: Ai, Tomoyo. Acho que o Li me esqueceu...

Tomoyo: Claro que não Sakura. Ele ama muito você. Deve ter acontecido alguma coisa para esta falta de notícia. Se ele não te quisesse mais, pode ter certeza que ele já teria vindo aqui e dito isto na sua cara.

Sakura: Nisto você tem razão.

Kero se aproxima das duas.

Kero: Mas ainda este moleque? Ele já deve estar casado a esta altura.

Tomoyo e Sakura: KERO!

Tomoyo: Não vê que a pobrezinha está sofrendo? 

Sakura: Não tem algo de bom para falar, por favor fique quieto!

Neste momento Toya entra no quarto de Sakura.

Toya: Quem aqui está sofrendo?

Sakura: Aqui existe uma porta, onde você deve bater toda vez antes de entrar.

Toya: Olá Tomoyo, como vai?

Sakura: Você me ouviu?

Tomoyo: Tudo bem Toya. Vou muito bem.

Tomoyo fica envergonhada com a presença de Toya e se cala.

Toya estava no seu último ano da faculdade. Sakura não entendia porque ele não tinha arranjado uma namorada ainda. Talvez fosse por isso que enchia tanto a sua paciência. Ele era bonito, tinha emprego... Não era possível que ninguém queria namorar com ele. Talvez fosse chato demais. Mas o fato era que nem ele e nem Yukito haviam se interessado por ninguém neste tempo todo.

Toya: Só vim chamá-las para tomar um lanche, e o bichinho de pelúcia aí pode descer porque o papai saiu para trabalhar e só volta mais tarde.

Kero: Quem é bicho de pelúcia aqui?

Sakura: Está bem. Já vamos descer.

Toya sai do quarto e Kero vai logo atrás dele.

Sakura: Este meu irmão me tira do sério. Vamos conferir as respostas logo.

Sakura olha para sua amiga que está olhando fixamente para os cadernos no chão.

Sakura: O que foi Tomoyo?

Tomoyo: O quê? Nada não.

Sakura dá um risinho.

Sakura: Talvez seus pensamentos estejam lá em baixo, passeando na minha cozinha....

Tomoyo: Não seja ridícula Sakura! Vamos conferir logo esses exercícios.