Absence escrita por Thalita Moraes


Capítulo 35
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

NÃO ME MATEM, PFVR!
Eu sei que demorei um século para postar, mas perdoem-me, onegai. ;.; Eu fiquei sem internet.
Sério, vocês não sabem o meu desespero. Já ficaram sem internet por 12 dias? DOZE DIAS! Uma semana e meia! Cheguei em casa com meu notebook novinho, passa um dia, puff. Nada de internet.
Eu quase surtei.


Espero que possam me perdoar.



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Depois de passar duas horas sentada no trem, após uma corrida exaustiva da guilda até a sua casa e então a estação de trem, é claro que as pernas de Lucy ficariam doloridas. Ou ao menos, deveriam ficar.

Ao contrário, ela não sentia as pernas. Ela sentia o toque de suas mãos para cima e para baixo em seus joelhos, sentia a fria brisa da chuva iminente arrepiar sua pele, mas não sentira o beliscão que dera propositalmente. Ela descobriu uma marca roxa em sua canela e deduziu ter batido em algum canto. Era recente. Tocou o roxo com a ponta do dedo e não sentiu dor. Sentiu uma pressão no local, mas dor, que era o que esperava sentir, não sentia. Então, beliscou-lhe a coxa. Também não sentiu.

Mas podia sentir muito bem o toque da mão quente de Gajeel no seu joelho.

Depois de tudo isso, ela pôde deduzir duas coisas: a primeira seria, seja lá o que Polyuska fez, funcionou. A outra opção era muito assustadora. A perda do senso de dor poderia indicar que suas pernas estavam a ponto de parar.

Mas deixou de pensar nisso, acreditando que o motivo que não sentia mais dor era a magia que Polyuska colocou nela.

Quando se pôs de pé para sair do trem, para seu próprio medo, mal conseguiu mover suas pernas. Tinham petrificado, podia sentir suas panturrilhas duras. Lucy teve de usar uma força maior que o normal só para o simples ato de colocar um pé na frente do outro.

—E agora, onde vamos? — Perguntou Gajeel, depois que descera da estação de trem e começaram a andar randomicamente pela cidade. A essa altura, eles já estavam longe do trem, no centro da cidade.

Lucy parou por um segundo, enquanto abria a boca tentando deixar as palavras fluírem, mas nada saiu. Foi então que ela, e Gajeel, percebeu.

—Não vai me dizer que você não tem um plano. — Gajeel disse. Lucy não prestou atenção nele, mas podia jurar que ele tinha colocado as mãos no quadril, por causa do tom que ele tinha usado.

—Não é como se eu lembrasse de muita coisa... — Lucy disse, coçando a bochecha de leve, constrangido.

—Do que você se lembra? — E assim, por impulso, Gajeel pergunta aquilo pela primeira vez à Lucy. Ele tinha medo de fazer a pergunta muito cedo e acabar trazendo memórias horríveis no caminho. Então, seria melhor, na cabeça dele, deixar aquilo de lado.

—Da voz... — Ela disse, num tom afirmativo que acabou se tornando uma pergunta.

—A voz? Só da voz? Como vamos encontrar uma única voz numa cidade inteira? Isso é, assumindo que ele ainda esteja aqui.

—Eu não tinha pensado nisso... – Disse Lucy, passando a mão na cabeça.

—Então, o que exatamente estamos fazendo aqui? — Gajeel disse puxando suas bochechas, provocando-a amigavelmente.

—Você está me machucando. — Lucy disse, levantando as mãos para apertar o pulso dele para ao menos tentar fazê-lo soltar. Mas a força dele era simplesmente insana. Mesmo tentando regular a força de seus dedos, Gajeel acabou realmente machucando-a, deixando as bochechas de Lucy mais rosadas ainda. Ele parou de puxar as bochechas e então as apertou, provocando, brincando, então as puxou novamente. Lucy não aguentou e riu dele, finalmente largando o pulso dele.

Gajeel só parou com a brincadeira, quando de repente, um esquisito de sobretudo os assustou. A aparição repentina fez Gajeel soltar as bochechas rosadas de Lucy e, no susto, abraçá-la com o instinto de proteger. Então, Gajeel deu uma boa olhada naquele que os assustou.

O esquisito usava um sobretudo preto, de longas mangas que pareciam pesadas, as mãos juntas na frente de seu corpo. O chapéu pontudo de longas abas impedia de ver seus olhos. O único resquício de pele que ele mostrava era o queixo quadrado e a boca fina sorrindo de uma maneira que Gajeel assumiu que fosse maquiavelicamente. Ele parecia estar se divertindo.

— Procurando por alguma coisa? — Ele disse com uma voz estranhamente fina, como se não fosse seu tom normal.

Então, e só então, Lucy percebeu estar nos braços de Gajeel, ele abraçado nela. O calor dele emanando para ela, arrepiando-se por completo. Ela corou e suas pernas falharam mais uma vez, dessa vez por causa dele. Afinal, o que havia acontecido entre os dois que a fazia se arrepiar com um simples toque dele?

Lucy soltou-se violentamente dos braços de Gajeel, virando-se de costas ao tal esquisito, empurrando o peito de Gajeel com as duas mãos. Suas pernas amoleceram e seus joelhos desistiram. Ela caiu nos braços do homem misterioso de sobretudo. Ele a segurou pelos ombros e a puxou levemente para trás, ficando terrivelmente perto de Lucy. Ele a aproximou para que pudesse sussurrar no seu ouvido com uma voz um pouco mais normal.

— Oiya... Parece que o que Yoshi-chan me contou era verdade. — Ele deu uma risadinha que arrepiou Lucy de uma maneira completamente diferente de antes — Realmente aconteceu algo com suas pernas.

Imediatamente, pelo gatilho de algo que ele falou, imagens vieram atrás dos olhos de Lucy numa velocidade rápida. Memórias rápidas demais para ter reconhecido alguma coisa.

Mas Lucy não se lembrava daquela voz.

No mesmo impulso de antes, empurrando-o da mesma forma que fez com Gajeel, Lucy recobrou o equilíbrio e tomou a força necessária para levantar-se e ficar de pé novamente.

— Quem é você? — Lucy disse, arrepiada, sentindo-se inexplicavelmente enojada. Sua cabeça começou a latejar de repente, numa força que a fazia se sentir balançar-se.

— Meu nome é Haruta. — Ele disse erguendo a ponta dos lábios para cima. — Um amigo do seu cavaleiro de armadura.

Lucy e Gajeel se entreolharam espantados. Por um instante, acharam que sabiam de quem ele estava falando. Aquilo significava que ele sabia de alguma coisa. E os sorrisos... Aquela era uma prova definitiva. Ou ele era apenas muito sinistro.

— Vamos para minha casa. Temos muito sobre o que conversar.


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Notas finais do capítulo

E agora, depois de 12 dias de hiato, voltamos ao nosso horário normal. Dessa vez, um capítulo a cada quatro dias. Só para judiar mesmo. XP