Híbrido escrita por Musa, Moon and Stars


Capítulo 44
Demons


Notas iniciais do capítulo

When you feel my heat, look into my eyes. Its where my demons hide. Its where my demons hide (8' - Imagine Dragons



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/369857/chapter/44

"Nascemos na Idade Média, as primeiras de nós não eram como nós somos hoje. Elas eram apenas mulheres de vilas simples, já adoradoras de Luna. Naquela época a igreja era o poder maior, todos tinham de ser católicos. Sofremos muito naquela época, sempre tivemos o dom abençoado por Luna da manipulação das plantas, então fazíamos remédios, cosméticos e se alguém precisasse, ajudaríamos, mas a igreja não gostava da ideia de mulheres solteiras que não seguiam a bíblia, vendessem a cura para os plebeus. Então nos nomearam bruxas, fomos queimadas e jogadas no rio com pedras presas aos pés. Numa noite de lua cheia, noite de Mari, a Mãe Luna abençoou as últimas de nós, enchendo-lhes o ventre com magia, e daí surgimos, os bebês que nasceram eram Veneficas Originais, feitas de pura magia, movidas á magia. Cada um dos oito bebês nasceram em cada fase da lua. Numa noite de eclipse lunar nasceu Betha, sua tatara multiplicada por ah...mil vezes? Daí surgimos Kate, dai vem aquele símbolo, somos a família Leclunpr'e."

  "E o que significa?"

  "Lunaris Eclipsis, apenas embaralhadas"

  "Só há eu,você e Fleur da família?"

  "Oh não querida, até onde eu sei meus pais, seus avós e minha avó e tias estão vivas..."

  "Somos imortais?!"

  "Originais sim. Bruxa com bruxo, o que não é o caso de Fleur, seu pai era um mestiço."

   "Mestiço?"

  "Sim, Shannon era filho de um bruxo com uma mera...mortal."

  "Então Fleur pode..."

  "Todas deveríamos, o ciclo da vida é, nascer, crescer, morrer. Eternidade, uma das coisas qual eu e sua mãe odiávamos."

  "Minha mãe era imortal?"

  "Sim, mas ela morreu numa explosão, fogo demais nos queima querida, nossa vulnerabilidade... oh Lily..." falou angustiada apertando passando a mão na pedra do colar que pendia em seu pescoço. Era como o da caixa, só que mais simples e a pedra era vermelha sangue, que parecia ser líquida por dentro.

  Jared apareceu na cozinha, descalço, os jeans pendidos, os cabelos desgrenhados, ele passava a mão no próprio rosto. Jenna pego em meu queixo, levantando-o.

  "Sem babar querida." sorriu "ah, a adolescência." falou levantando-se indo até o lado de fora.

  Aproximei-me de Jared, que verificava a geladeira, enfiei meus dedos entre seus cabelos e os puxei, puxando a cabeça de Jared para mim, que encarava-me irritado e talvez excitado.

  "Está muito grande, melhor cortar."

  "Não, vou deixá-lo assim, recentemente descobri que gosto quando são puxados." deu um sorriso preguiçoso e tirou minha mão de seus cabelos.

  O agarrei, simplesmente avancei em sua boca, fazendo-o bater na pia, e se escorar ali enquanto eu o beijava. Seus braços envolviam minha cintura com força, e sua língua se enrolava na minha, eu puxava seus cabelos pela nuca. Parei o beijo por falta de ar. Colei minha testa na sua, e ficamos olho no olho. Seus olhos rolaram até meus lábios, e roçou os próprios nos meus, fechando os olhos, mas logo ficou tenso e se afastou.

  "Você estraga tudo Katherine." murmurou e se afastou bruto da cadeira. O avaliei se afastar, indo para o lado de fora. Precisava ouvir música, fazia tempo que eu não fazia isso, fazia tempo que não lia um romance, ou via um filme. Naquela casa não havia um rádio sequer, eu estava sem celular, ótimo! Jared fincava as estacas no chão, Jenna esta de quatro no chão raspando a terra, estava fazendo de novo o heptagrama.

  "Querem ajuda?" perguntei.

  "Oh não querida, já estamos terminando." falou Jenna.

  Olhei para Jared que, ele deve ter achado que não havia percebido, mas evitou contato visual comigo. Uma hora, estávamos quentes nos beijando, na outra evitando um ao outro? Bufei irritada e voltei para casa. Tranquei-me no quarto e me joguei na cama procurando alguma coisa para fazer. No tédio, acabei dormindo e acordei com pedrinhas batendo em minha janela. As árvores se debatiam com força. Peguei um casaco e fui para fora.

  As velas estavam acesas, um grande heptagrama, as estacas no círculo, as velas as pontas do heptagrama. As bordas se preenchiam com o líquido preto, o Baalihan estava no centro, com a adaga ainda na nuca, adormecido. Jared estava de um lado encarando aquilo de braços cruzados, Jenna entoava com os olhos flamejantes. Quando todo o desenho completo, o fogo subiu o suficiente para que caísse, eu não conseguisse enxergar Jenna e Jared. Estava muito próxima do fogo, senti-me sufocada, como se o fogo estivesse em minhas veias, afastei-me. Andei até Jared que estava com os olhos negros e o corpo visivelmente tenso. O fogo subiu de novo e ele deu um riso, como quem acaba de ganhar na loteria. Estava todo vestido de preto, com seus coturnos e cabelos dançando ao vento.

  Ouve uma breve trovoada e da lama da vela surgiu Astaroth, ele era mais feio do que me lembrava.

  "Vejo que fizeram um recanto maior para mim" deu um sorriso que me causou náuseas.

  "Também trouxe um Baalihan pra você – "

  "Comê-lo?" ele pareceu gostar da ideia.

  "Possuí-lo." Jared concluiu impaciente.

  "Então que seja feito" Passou a língua preta e pontuda nos próprios lábios, e levantou os braços, suas asas ossudas e pontiagudas também se levantaram.

  O vento passava e ele de desintegrava, em besouros, uma nuvem negra com reflexos esverdeados escuros se formava a cima dele. Jared entrou no heptagrama levantando o Baalihan, colocando-o de joelhos, segurando-o pela cabeça. Não havia mais Astaroth, e sim uma nuvem negra com um zumbido irritante de besouros. Começaram a se mover como um redemoinho e mergulharam na direção da boca do Baalihan, que abriu os olhos. Era visível seu desespero, os insetos pareciam não acabar, entravam mais e mais em sua boca, seus olhos aos poucos foram revirando, ficando brancos, mas coisas pretas finas entravam em seus olhos, como veias, veias negras, e ao redor de seus olhos as artérias foram realçadas, num tom verde escuro. Os besouros, enfim, haviam acabado, e as íris dos olhos haviam voltado, mas as veias ainda estavam destacadas em seu globo ocular.

  Jared se afastou aos poucos, o Baalihan, agora Astaroth, se levantou arrancando a adaga de sua nuca. Jared já havia saído do heptagrama, para meu alívio. Astaroth moveu-se, os dedos, o pescoço e deu uma risada maligna.

  "Corpo fraco, corpo horroroso." Falou.

   Ah claro, como se o antigo corpo dele fosse lindo. Ele se virou para Jared que o encarava com seus olhos inteiramente negros.

  "Então Tomás, o que quer aprender?"

  "Tudo que sabe e muito mais."

  "Por que almejas tanto poder assim?"

  "Só preciso que me ensine. O resto não é da sua conta." Astaroth caminhava na direção de Jared.

  "Achas que é meu mestre?" perguntou com a voz afiada como mil lâminas.

  "Não há mestres. Há professores e alunos. Ensina-me e só."

  "E só? Garoto... Achas que farei as coisas a troco de nada?"

  "O que quer?"

  "Carne, e jovens mulheres para procriar." virou-se para me olhar.

  "Posso começar por aquela." apontou para mim.

  "Essa é minha fêmea, vou arranjar as tuas. Agora, a carne..."

  "Animais. Animais grandes.”

  Fiquei nauseada e senti um gosto estranho na boca.

  "Só?" perguntou Jared.

  "Por enquanto." Disse andando por todo o heptagrama. As chamas aos poucos desciam, ficando apenas. Dançantes na bordas, como um pequeno rio de lava. Jenna passou por mim entrando na casa, eu a segui. Jared ficou lá fora falando com Astaroth. Aquele monstro era carnívoro, e Jared ainda o ajudaria a se procriar, mais Baalihans. Ele havia me nomeado de sua ‘fêmea'. Tudo aquilo era muito asqueroso.

  Jenna entrou em seu quarto com a exaustão dominando seu semblante. As árvores haviam voltado ao seu normal. Fechei as janelas e quando estava para fechar a porta Jared entrou dando-me um susto, seus olhos já estavam normais, mas havia algo estranho com ele. Fechei a porta e ele se jogou no pufe, não exausto, mas extasiado. O encarei ali, seus olhos brilhavam e sua perna não parava de se movimentar. Jared parecia estar sob o efeito de cocaína. Caminhei até meu quarto, entrei fechando a porta, mas Jared entrou logo em seguida.

  "O que quer?" perguntei.

  "Dormir aqui."

  "Mas não vai."

  "Eu não pedi." falou sentando na cama tirando os próprios coturnos, e a blusa. Desviei o olhar.

  "Sai, preciso me trocar." Falei.

  "Pode se trocar aqui na minha frente."

  "Desde quando sou sua fêmea?" perguntei e ele sorriu.

  "Desde que eu decidi...mas se quiser ficar com Astaroth..."

  "Nem me fale o nome dele...." Suspirei sentindo a bile subir.

  "Por que seus olhos ficam negros?" perguntei encarando a janela. Vi pelo canto do olho Jared se levantar da cama e vir em minha direção. Sua mão colocou meu pescoço de maneira lenta, mas bruta, para o lado. Meus cabelos foram tirados dali, sendo substituídos por beijos quentes que fizeram meu corpo se aquecer. Ele estava se desviando do assunto, assumo que estava gostando do novo caminho, mas o afastei.

  "Me diz." falei virando-me pra ele.

  "A força de Astaroth me faz ficar daquele jeito."

  "Seus olhos ficam como os de um demônio."

  Ele sorriu e se aproximou da minha orelha.

  "Olhe dentro dos meus olhos, é onde meus demônios se escondem" sussurrou com a voz rouca.

  Eu ri baixinho do que ele havia dito e disse com os lábios próximos dos dele: “Citando Demons? Não sabia que gostava de Imagine Dragons.”

  Ele escondeu o sorriso, mas não me respondeu. Seus lábios se arrastaram por toda minha mandíbula, olhou-me nos olhos e beijou-me. O agarrei pelos cabelos e o beijei com vontade. Elevou-me em seu colo, levando-me para a cama. Ficou entre minhas pernas, pegando-me pela coxa e envolvendo minha perna em sua cintura enquanto seus beijos desciam por meu pescoço, eu sentia sua excitação, eu também estava. Voltou a beijar-me a medida que subia minha blusa, até tirá-la. Seu corpo musculoso roçava no meu, suas mãos se ocupavam com o fecho do meu short, os beijos desceram de novo, passando por meu decote, o que me fez arfar. Passou por minha barriga, à medida que descia meu short, beijou meu ventre o que me fez soltar um leve gemido, senti seu sorriso ali. Beijou-me outra vez, acariciando e apertando todo meu corpo conforme roçava em mim. Seus dedos foram para o zíper da própria calça, mas alguém abriu a porta do quarto.

"Mãe Luna!" exaltou Fleur. Cobri-me constrangida, Jared bufou aparentemente irritado e Fleur segurava o riso.

  "Desculpem-me." riu

  "Ah...quer me falar alguma coisa?" perguntei. Seu riso foi substituído por um choro.

  "Oh Fleur." Levantei-me e vesti a blusa do Jared que me cobria bem. Fui até minha prima abraçando-a.

  "Não quero atrapalhar sua transa." choramingou.

  "Tarde demais." murmurou Jared. O olhei e estava com a cabeça encostada na parede, com os olhos fechados. Saí do quarto com Fleur e ouvi Jared gritar algo como ‘Quero minha camisa de volta!’. Ignorei-o e fomos para a sala.

  Chorou pelo fato de Samanta não ser gay e ter feito Fleur de experimento, diversão e no final ter decido que preferia homens. Fleur chorou até dormir, cobri-a ali mesmo na sala e fui para meu quarto. Jared ocupava toda minha cama de solteira, ótimo. Fui para o quarto de Fleur onde tentei dormir, mas só conseguia ficar pensando o que eu estaria fazendo naquele momento se Fleur não tivesse aberto a porta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

REVIEWS PARA MUSA! õ/ (Monique postando aqui) Beijared para todos ;*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Híbrido" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.