2 meses depois

          Olhava pro relógio que se movia lentamente em pura implicância comigo.Faltavam 5 minutos para a aula de química da Sra.Insuportável Moutella acabar.A sala estava abafada, um cheiro desagradável de suor.Sentia uma gota branda e nojenta deslizar por minhas costas, sentia-me grudenta, estava louca por um banho.

           Assoprava meu próprio decote na esperança de frescor, meus cabelos grudavam na minha nuca e os zumbidos de mosquitos me amolavam.

           Em meu caderno havia algumas anotações sobre química, alguns jogos da velhas e trechos de músicas.

            O sinal enfim tocou para o alívio de meus ouvidos, guardei meu material com calma em minha bolsa, e esperei que todos saíssem, naquele calor não queria ficar lutando por uma passagem para chegar á saída em meio á corpos suados e fedidos.

            Pelos corredores as meninas cochichavam mais do que o normal e corriam para a saída se debatendo.Arg, devia ser mais um dos garotos do futebol exibindo seus músculos, quais eu não via nada demais, afinal, quando se vê o ótimo, o bom já não presta.

            Quando coloquei o pé na linha da saída ouvi uma cochichar bem alto.

                “Aquele na moto, com os cabelos brancos.”, então a ninfeta acenou, segui seu olhar encontrando Jared escorado em sua moto, camisa jeans azul, calças jeans pretas e suas botas de motoqueiro.Os cabelos sempre desgrenhados e no rosto um óculos aviador.

           Algumas meninas á sua volta tomavam coragem para se aproximar, até que uma se aproximou, jogando o cabelo e charme.Ridícula.

            Desci as escadas indo ao seu encontro, ele tirou os óculos e me encarou enquanto a menina o alisava, ouvi uma perguntar para a outra “porque é que ele está olhando pra essa garota?”, vulgo eu.

            Aproximei-me então ele deu um sorriso preguiçoso.

                   - Kate. – falou pondo a garota de cabelos loiros e assanhada um pouco de lado.

                   - Quando voltou de viagem? – perguntei parando á poucos metros dele.

                   - Hoje mesmo...daí decidi vir buscar minha... querida irmã na escola – olhou-me divertido, no mínimo por que meu queixo havia acabado de cair no chão e ficado lá.

            Irmão? Como ele podia ser tão falso? Antes de ele viajar, á um mês e meio atrás, ficávamos de beijos quase todos os dias.Cerrei os punhos com vontade de esmurrar a cara do Jared.

                   - Isso mesmo meninas, Jared pra todo mundo! – gritou

            E todas começaram á fazer caras e bocas, dar risinhos e cochicharem.

            Olhou-me nos olhos semicerrando os próprios, a lateral da sua boca se dobrava.

                   - Você é muito falso. – falei

                   - Kate, sempre falamos sobre manter nossas opções abertas.

                   - O que?! – exaltei – Você nunca falou isso.

             Ele deu um riso sem som esticando-se para pegar em minha bolsa, pela qual me puxou tão forte contra si que dei um grito imaginando a cena do tombo triplo,a moto, Jared em cima da moto e eu em cima dele.

             Cruzou seus braços em minha cintura,senti todos os olhares da escola sob mim, deviam estar pensando, “que nojentos, praticam incesto”.

              Ele me encarava bastante divertido, tão divertido que se não fosse pelo fato de eu estar irritada com ele, riria também.Olhou por cima do meu ombro e gritou:

                     - Mentira meninas, sou só dessa daqui! – olhou-me – Mas apenas de segunda á sexta!

              Dei-lhe um leve soco na barriga então ele atacou minha boca, e eu apenas cedi-me ao seu beijo, o qual estava me fazendo um pouco de falta.

                     - Você está toda suada. – falou entre o beijo – Vamos pra casa, não vejo a hora de te dar um banho.

              Ri então montamos na moto, mas antes de ele arrancar com ela, como sempre fazia, fez sinal de “me liga” para uma menina, não olhei para ter certeza, mas tive a sensação de que ele piscou.Fiquei nauseada.

               Abri a porta da casa de Jenna, que se encontrava vazia já que ela estava em um evento para hippies e Fleur passava a tarde na casa da namorada Samanta desde então.

                Joguei minha bolsa na mesa e fui jogada contra a parede de surpresa.

                 Ergueu-me em seu colo enquanto tomava minha boca na sua, eu agarrava-lhe o cabelo e mordia seus lábios.Andou comigo em seu colo até encontrarmos o grande puf, onde caiu sobre mim sob os próprios cotovelos para que não me esmagasse.Sua mão estava na minha coxa nua, deslizando e apertando-a, enquanto eu, descontrolada, abria os botões de sua blusa, logo ele estava sem a mesma e puxou-me para seu colo, pondo cada perna minha, em cada lateral de seu corpo, á medida que puxava o nó da amarração do decote da minha blusa.Puxei sua cabeça para trás hesitante, precisávamos parar por ali.

                     - Calma. – falei ofegante.

               Ele sorriu e mordeu meu decote com um sorriso impossível na boca.

                     - Ando tendo muita calma com você Katherine. – falou e sua voz vacilou parecendo um tanto aborrecido.

                Sai de seu colo pondo-me ao seu lado, para que pudéssemos...relaxar.

                     - E então, encontrou alguma coisa? – perguntei

                     - Não, fui em todo lugar conhecido como Salem, até no principal, em Massachussets, mas só encontrei mestiças que desconhecem ou diziam desconhecer suas originais.Não sei mais por onde procurar.

                     - Por que voltou tão cedo?

                     - Para pesquisar mais.Por que a pergunta? Me quer longe? – olhou-me sob o músculo rígido de seu braço.Seus cotovelos estavam nas coxas.

                     - Vou sentir falta da paz de não ter que sair da escola e ir treinar até anoitecer...isso todo santo dia.

                     - Posso lhe dizer que... – se aproximou de meu rosto – Todo esse treinamento está te fazendo um baita bem – falou batendo e apertando minha coxa já um tanto musculosa.

              Sorri sínica.

                     - Agora tenho mais força pra te chutar ao ponto de te machucar. – falei

                    - E porque me chutaria?

                    - Por que você invade muito meu espaço, como está fazendo agora... – o afastei e levantei-me, quero dizer, tentei me levantar do puf, mas puxou-me para seu colo.

                    - Vamos tomar banho. – sussurrou e mordiscou minha orelha

             Ri.

                    - Vamos, eu primeiro, numa ducha solitária, sem ninguém me acompanhando, e quando eu sair, você entra.Agora me solta – dei-lhe uma cotovelada em sua barriga o que o fez grunhir em meio á uma rouca risada.

            Despi-me e entrei no chuveiro saboreando o frescor da água e da limpeza do meu corpo.

            Ouvi o ranger da porta se abrindo, eu havia esquecido de trancar a porcaria da porta.Vi turvamente pela cortina do Box,Jared entrar pela porta, a boa notícia era que a cortina tinha era de plástico, o que não lhe dava a nítida visão do meu corpo, a má notícia, era que ele havia pego minha toalha e roupas.