Ficamos lendo até quase cairmos de sono,mas antes disso tive que mandar Jared embora antes que ele dormisse no meu chão.

        “Estava na beirada de uma ponte aparentemente, por baixo um rio corria bravo, encarava os meus pés sob madeira podre.Mas que droga, o que eu estava fazendo ali?Ouvi meu nome, e quando olhei para trás, barulho de madeira se quebrando e logo um frio na barriga devido minha queda.Mergulhei na água verde e escura.Tentava me levantar para respirar, mas a correnteza me puxava para baixo.Faltava ar em meus pulmões, e o desespero tomava conta de mim.Meus ouvidos pareciam que iam explodir, assim como meus pulmões.Abri a boca num desespero e ato inútil de conseguir respirar, mas a água entrava sem parar, e eu não conseguia mais pensar com clareza.Tudo ia ficando turvo, não escuro.Minha cabeça doía,sentia os batimentos lentos do meu coração em meu ouvido, fechei os olhos e tudo ficou escuro.Senti-me sendo puxada pelo pulso.

        Abri os olhos lentamente, tudo embaçado, meus olhos ardiam, o céu estava laranja, e no meio dele um borrão branco.Joguei-me de lado e comecei a cuspir água”
       Cai da cama dando um beijo no chão.Droga.Levantei-me para voltar á  minha confortável cama, mas alguém bateu  na porta.

              - Bom dia Kate do dia. – falou Jenna

              - Kate do dia?

              - Não posso falar flor pois flor é a Fleur. – sorriu – Levante-se, vamos recolher algumas amigas. – falou

              - O quê?

              - Flores. Venha e vista esse vestido, que está na sua cômoda, era de sua mãe.– falou e saiu do quarto.

      Levantei da cama e avaliei o vestido longo, marfim com detalhes rendados no decote toda lateral do vestido, que acentuava, dando forma ao meu corpo.Encarei-me no espelho dentro do meu armário.Aquele vestido deveria ficar lindo em minha mãe, ela tinha um corpo definido, sarado, o que eu gostaria de saber como, se ela não tinha tempo para academia. Mas ela era linda de todas as formas.

     Escovei os dentes, tomei uma xícara de café e fui atrás de Jenna.

     Elas estavam no rosário, Fleur me olhou e sorriu, trazendo consigo algo na minha mão.Uma tiara, coroa não sei, de flores brancas e pequenas, pondo em minha cabeça, na dela,em meio á secos, desgrenhados e loiros cabelos, eram de pequenas flores azuis.

     Jenna e Fleur me ensinaram como recolher rosas, primeiro eu tinha que pedir permissão e desculpa por corta-lhes, depois simplesmente cortar e por no cesto com muita delicadeza.

     Quando estávamos saindo, após recolher tudo, peguei uma rosa para cheira-lhe.Ótima fragrância.

              - Oh não, negatividade para minhas flores não.Saia daqui. – ouvi Jenna longe

     Abri os olhos, ela gritava com Jared que estava escorado na madeira observando Fleur com cobiça, enquanto ela o ignorava.Fui até ele dando-lhe um tapa no braço.

              - Menos cara de pau por favor. – falei

              - Não se sinta mal, mas sua prima é ...muito gosti...bonita. – falou

              - Arg idiota! O que você quer?

              - Achei aquela casa da sua mãe, pensei que fosse querer dar uma olhada e começarmos o treinamento hoje. – falou ainda olhando para Fleur, mas depois para mim, olhando-me de cima a baixo – Treinamento não é opção.Resumindo, pegue o que acha necessário e vamos.

             - Ok. Vou colocar essas rosas no carro e já vou.Saia daqui antes que Jenna lhe dê uma vassourada.

     Peguei tênis, um short jeans, uma regata e um casaco, coloquei na bolsa e encontrei Jared já montado na moto, apoiado de bruços na frente dela enquanto me encarava.

             - O que foi? – perguntei

             - Esse vestido te deixou...bem.

             - Ah... Obrigada, eu acho – falei subindo na moto.

    O agarrei pela cintura, pareceu ficar tenso.

     Passamos por Mason, depois 10 minutos, em seguida entramos no meio do mato.Jared ligou os faróis e no pico das árvores adiantes,coisas brilharam, pareciam corujas ao se aproximar, mas não se moviam.Mais 20 minutos então avistei uma pequena casa amarela.

     Simples, com varanda.Parecia estar abandonada,mas não tanto.

      Jared estacionou a moto ao lado dela, então desci.Nos dirigimos até a casa, ele tirou uma chave do bolso e abriu a casa.Por ainda ser 9 horas da manhã havia bastante iluminação, mas me perguntava se havia eletricidade ali, e como?

     Alguns móveis estavam cobertos, no corredor haviam 2 portas, um quarto, uma janela,uma cama e uma cômoda com gavetas, no canto haviam sacolas.No outra porta um banheiro intacto.Mais á frente a cozinha, fugão, microondas, geladeira, uma pequena mesa redonda com cadeiras.Uma casa confortável.Abri a porta de saída, que levava á mais mato, árvores e mato.

            - Havia alimentos nessas caixas nesses moveis de baixo, alimentos não perecíveis, parecem em bom estado.Ah, a folha que mostrava essa casa, mostrava mais que isso, mostrava a localização exata. – falou pegando a folha no bolso e indo lá para fora erguendo no céu. – Localização da casa e da chave.

      Olhei para a folha, haviam coisas escritas, invisivelmente escritas.

            - Fico me perguntando, por quê? – falei

            - Parecia que estava tudo programado para caso alguém fugisse, sua mãe talvez, ou você.

            - Mas por quê?

            - Precaução.Não me pergunta por quê de novo, não sei.Ainda tem um porão.

            - Passou a noite aqui?

            - Sim.Hoje fui á cidade comprar lençóis. – se virou para mim – Vá se trocar Mãe Natureza, temos que treinar.

            - Ok.

        Entrei e troquei de roupa.Encontrei Jared nos “fundos” da casa se alongando, me coloquei ao seu lado.

            - Se alongue. - mandou

            - E depois?

            - Flexões, abdominais, polichinelos e quando já estiver cansada, vou te ensinar alguns golpes.

            - Se eu sobreviver até lá. – murmurei alongando-me

        Nos deitamos no chão cheio de folhas e começamos as abdominais, duas e eu já estava morta, e observando Jared fazendo.Sua barriga era definida, entradas á mostra, entradas lindas.Uma coisa que eu admirava em rapazes era além de caráter, corpo, e se tinha entradinhas, bom, era a perdição.

            - Por que parou Katherine? – perguntou Jared

            - Cansei.

            - Continua. – mandou

            - Nem rola.

          - Não teste a minha paciência.

          - O que você vai fazer? – perguntei encarando-o

          - Te pendurar no topo da árvore, ou você se sustenta ou cai com risco de quebrar as pernas.

          - Duvido.

     Ele me olhou divertido e um tanto amedrontador.

          - Arg.Um, dois.... – continuei tentando

          - Faça 10, descanse, depois mais 10.

     Depois de meia hora, enfim consegui fazer 10 seguidas sem pausa, mas já estava exausta.

          - Mais 10. – falou Jared na sua qüinquagésima abdominal.

          - Dói.

          - Agora depois, mas depois quando alguém for te dar um soco nela, e sua barriga estando dura, vai doer muito menos.Mais 10 Katherine.

    Forcei e cai exausta no chão, com pescoço e abdômen doendo.

          - Agora flexão. – falou virando-se e fazendo flexão.

    Me coloquei na posição e desci um pouco o braço, mas não suportei caindo de bochecha no chão cheio de folha seca.

          - Agora sobe. – falou

    Subi, desci, bochecha no chão, subi, desci, bochecha no chão.

          - Se você não suporta seu próprio peso, como vai suportar o de alguém em cima de você? – perguntou Jared

          - Não quero ninguém em cima de mim. – birrei com a bochecha ainda no chão.

          - Se alguém mais forte,mais pesado, ou ágil partir pra cima, você não vai sustentar o golpe, já viu luta de espadas?

          - Sim.

          - Não tem quando elas fixam e as pessoas que estão duelando ficam segurando, como se fosse uma queda de braço, só que espadas.Se um dos lados tem um braço fraco, o outro vai ganhar, disparando sua espada longe, ou deslocando-a para o lado, dando-lhe logo outro braço.Melhor dizendo, pense numa queda de braço.

          - Dói, vou ficar dolorida por mais uns 3 dias.

          - Vai se acostumar.Venha, levante-se , vou te ensinar alguns golpes.

     Levantei-me e fiquei de frente para Jared, olhei para seu corpo mais uma vez.Droga.

     Ensinou-me como desviar de um soco, como socar, e muitas outras coisas.O sol começava á se por e minha barriga gritava socorro.

      Joguei-me no sofá empoeirado.

           - Melhor voltar para casa. – falei

           - Ok, vou tomar um banho e te levo. – falou entrando no banheiro

     Cinco minutos depois e ele estava pronto, montamos na moto e me deixou em casa.

           - Amanhã de manhã volto pra te buscar. – falou Jared

           - OK. – falei virando-me para entrar no exato momento em que Fleur abriu a porta.

           - Oh Kate, ai está você.Se arrume e chame seu amigo, vai ter uma festa numa fazenda aqui perto, bom que ele já nos dá uma carona. – falou

       Jared já estava subindo as escadas quando me virei para trás.

       Entrei em casa e tomei um banho.Meus shorts estavam sujos, e não sabia o que vestir, fui atrás de Fleur que se arrumava em seu quarto.Cheio de fotos de mulheres famosas em sua parede, fotos próprias com amigos,parecia o quarto de uma adolescente normal, só que organizado.

           - Quer ajuda?- perguntou sorrindo

           - Oh sim.Não tenho nada pra vestir.

           - Ah, bom, eu acho que tenho um short aqui de quando era mais nova, e toma essa camisa – jogou-me uma camisa xadrez vermelha – coloque com seus coturnos – falou enquanto revirava sua gaveta – e esse short – jogou-me um short.

       Vesti a roupa, a blusa serviu direito, mas se eu esticasse os braços, minha barriga aparecia, e o short, super curto.

        Ajeitei meu cabelo, passei rímel e um lápis de olho.

        Fleur já estava lá fora, montou na moto de uma garota e gritou-me.

              - Já vou. – gritei

        Corri em direção ao Jared que me avaliava de cima a baixo

              - Curto seu short. – falou

              - Arg, eu sei. – falei subindo na moto

              - Gostei.

        Seguimos Fleur e sua amiga na moto até a festa, seja lá aonde fosse, esperava me divertir, coisa que não fazia á muito tempo.