Híbrido escrita por Musa, Moon and Stars


Capítulo 18
Drink of heaven




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     Bateram na porta do meu quarto enquanto eu amarrava meus cabelos num coque.

               - Pode entrar. – falei

      Isaac apareceu na porta sem camisa com novos jeans surrados, seu corpo de 203 anos estava muito melhor do que muitos de 16.

               - Já acordada? – sorriu – Café está na mesa. – falou e saiu

      Antes de descer para o café entrei no banheiro e escovei meus dentes.Encarei-me no espelho.Magra, pálida, olheiras enormes, meus olhos pareciam ter aumentado,cabelos sem vida.Parecia que eu havia morrido.

      Desci a mesa já estava posta, suco, pão, fruta, queijo, leite, café, tudo muito básico.Servi-me com uma xícara de café e dois pães, depois tomeis mais uma dose de café.

               - Coma uma fruta, tome suco. – falou Isaac.

               - Oh não, já estou satisfeita.

               - Você não parece bem de saúde.Parece muito fraca.

               - Não consegui dormir bem esta noite, foi só isso.

               - Mas ainda sim está muito magra Katherine, se te encurralam de novo, terá força o suficiente? Energia o suficiente para correr direto sem se cansar? Ficar sem comer por mais de 3 horas? Você agora está em outra realidade, a qual vai precisar que você se mantenha fisicamente e mentalmente forte.

               - Isso vai...demorar. – falei

         Isaac me avaliou e se levantou da mesa pedindo para que eu o acompanhasse até a sala.Ele parou de frente á aquele quadro na lareira.

               - Você? – perguntei

               - Sim, eu e a mulher que me fez ser expulso dos céus.

         Observei a mulher, era realmente bonita.Cabelos claros ainda que a foto estivesse preto e branca,  assim como os olhos, claro e grandes, rosto quadrado, maças salientes, boca perfeitamente desenhada.As crianças ao seu lado se pareciam com ambos.

               - Por que?

               - Ela era muito bela.Eu era um anjo protetor, protegia uma pessoa próxima dela. – ele suspirou – Acredita em amor á primeira vista? – neguei com a cabeça e ele sorriu – Nem eu, mas acredito em amor á primeira escuta.Uma vez olhava por meu humano e a ouvi cantar.Uma voz doce porém numa melodia muito triste, cantava enquanto penteava seus belos cabelos, mas a sua voz me captara de primeira.Fiquei louco.Todo dia descia para vê-la.Deixei de lado minhas responsabilidades como anjo, e desejei ser humano para pode conhecê-la, para me mostrar á ela.Meu pedido foi atendido.Nos conhecemos, nos casamos, e tivemos três filhos.Eu nunca havia sido mais feliz.

                - O que houve?

                - Com ela? O tempo. Ela envelheceu e eu não podia fazer nada.Meus filhos, bom, eram Neplhims, os criei, eles criaram as ceitas.Pelo o que sei, alguns morreram em caçadas.

                - Oh.

                - Seus olhos são tristes Katherine, conte-me seu drama. – falou acenando para o sofá.

                - Perdi meu pai quando criança, desde então minha mãe se tornou uma figura ausente em minha vida, para piorar ela morreu recentemente num trágico acidente, não pude nem velar seu corpo.Sempre vi de constantes mudanças, nunca ficava num país mais do que um ano, mas enfim morei em um lugar por 4 anos.San Diego, enfim fiz boas e verdadeiras amizades, e de repente tinha que deixar tudo isso e me mudar pro interior para morar com parentes que não me lembro.Para piorar tudo isso, eu tento ajudar um idiota e acabo me metendo numa grande furada. – falei

              - Sabe, o tempo pode ser tanto como remédio como um veneno.No meu caso, veneno, amei, ela morreu com o tempo, mas o tempo em que a amei foi um remédio para minha “vida”.Anjos caídos não sentem dor, prazer, não sentimos fisicamente, mas mentalmente sentia tudo com Annabel.O tempo está ai, ao nosso dispor, ele nos ensina, isso é fato, mas só nos ensina se quisermos aprender, se não formos teimosos e insistirmos em coisas que nem ele, nem nós podemos consertar.Imagino que como estudante já tenha ouvido a frase “Não é o professor que te repete, e sim você próprio”.

              - Sim, já ouvi.

              - Bom , o tempo não te cura, não te fere, isso é você quem faz, é você quem decide.Você está nas suas mãos, sempre.Então bela Katherine, se deixe levar com o tempo, sim, sua vida está difícil, aprenda a lidar com sua dificuldade e tristeza, aprenda á lidar consigo, fará isso e seu mental estará melhor. – ele respirou – Já o físico, se alimente bem, se exercite, mas vou lhe dar uma pouca ajuda com isso. – falou se levantando

      Logo voltou para a sala com um cálice prata, dentro havia um vinho.

              - Isso aqui lhe servirá como uma vitamina.Lhe dará disposição, vai se curar de certa forma mais rápido, e talvez lhe traga um pouco mais de vida ao seu rosto. – ofereceu-me o cálice – Beba.

              - O que tem ai dentro? – aspirei o aroma da bebida, parecia doce

     Ele olhou para o cálice e deu de ombros.

              - Bebida dos céus.

              - Bebida dos céus? – perguntei.Se era algo tão grandioso, porque um nome tão pueril?

              - É, algo que eu – ele arregalou os olhos – raptei antes de ser expulso.Agora beba e se sinta ótima com o poder!

     Segurei o riso com sua exaltação nas palavras raptei e poder, algo nele me lembrava Jonny Deep atuando como Capitão Sparrow.

             - Beba Katherine.

     Tomei o cálice de sua mão e aspirei de perto a bebida, era cheirosa, e isso despertou-me desejo de tomá-la, como quando sinto cheiro de limonada.Levei o gélido metal aos lábios e beberiquei, o gosto era doce mas havia um leve tom amargo, de ferro, talvez fosse do cálice.Olhe para Isaac sob a borda do cálice, ele acenou para que eu continuasse.

     Bebi todo o líquido rubro e viscoso, entreguei a Isaac e procurei apreciar o resto que se encontrava em minha boca.No final das contas o gosto era enjoativo, o que me deixou com o estômago revirado.

             - E agora? – perguntei

             - Saia por ai a fora aproveitando sua nova velocidade de um guepardo.

             - Sério? – me imaginei correndo igual a tal, mas o estranho foi que imaginei um corpo de um guepardo e o meu rosto no corpo, como uma montagem pessimamente feita.

             - Não. – ele sorriu – Agora volte para a mesa e procure se alimentar bem, se exercitar, essas coisas.Mas lembre-se, uma mente saudável, uma vida saudável.

             - Irônico.

             - Ironia sempre ao dispor. – ele piscou e saiu  da sala

      Voltei a mesa e empanturrei-me até não agüentar mais.Será que aquilo realmente iria funcionar?Uma simples bebida com gosto estranho me daria todas aquelas...vantagens? Sinceramente não sabia, tudo o que eu achava impossível era mais que possível, a minha realidade era uma ficção para Jared e Isaac, e a realidade deles era uma ficção, que passava nos cinemas!

     Será que as pessoas que criavam aqueles filmes sabiam daquela realidade, ou só simplesmente criavam?

      Mesmo com toda aquela explicação de Isaac, ainda tinha mil perguntas, 999 delas eu ainda tinha que bolar, mas uma eu sabia qual era, aonde estava o infeliz do Jared?


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Notas finais do capítulo

achei esse cap pequeno, então postarei o proximo agr uhuh



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