Colégio Interno escrita por Híbrida


Capítulo 66
A volta da vadia


Notas iniciais do capítulo

Esta fanfic está sendo mais atualizada em uma semana do que já foi em, sei lá, TODA SUA HISTÓRIA kk
To pensando em encerrar em 80 capítulos e fazer segunda temporada, que cês acham?
E aaah, espero que gostem desse teor intriguento tanto quanto eu to amando haha



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/369744/chapter/66

Depois de contar tudo com os detalhes mais sórdidos possíveis, Bernardo me encarou e começou a rir. Sim, quando eu digo rir, não é rir nervosamente ou aquele riso irônico. Bernardo gargalhava como se estivesse assistindo aos seus standups. Encarei-o enquanto pensava o que se passava por aquela cabecinha.

— Você é assustador

— E você não mudou nada – ele disse, sentando-se na cama – Desde a época pré-Caio, não existe nada em você que não seja a Amanda egoísta que só pensa em si e no prazer momentâneo. Você leva isso de Carpe Diem tão a sério que me pergunto quando vou ser eu o cara a ser chutado, sabe? Vai que um dia não vai mais ser conveniente me ter como irmão e melhor amigo daí você me...

— Cara, se não é pra ajudar não atrapalha, ok? Eu nunca faria isso contigo e você sabe disso. E se é o que você pensa de mim eu sinceramente não sei por que a gente é tão amigo.

— Justamente porque eu te conheço. Só to dizendo que a Amanda odiável e vadia tá voltando, e eu não sei quanto eu gosto dela.

Desceu da cama e me deixou ali sozinha com um monte de coisa a se pensar. Por exemplo, eu precisava terminar de vez com o Gabriel. Precisava ver se os garotos haviam alimentado a Lali (apelido carinhoso que eu havia concedido à Eulália). Precisava me acertar com a Bruna.

Após anotar tudo isso num post-it e colá-lo ao lado da minha cama, desci e resolvi fazer tudo na ordem. De qualquer forma, teria que ir ao quarto dos garotos conferir como Eulália estava, então começaria pelo Gabriel.

Ao chegar no dormitório, subi na cama de Gabriel e segurei suas duas mãos. Ele provavelmente já sabia porque estava ali, e me encarou com aqueles olhos azuis maravilhosos e, no momento, tristes.

— Você vai terminar de vez comigo?

— É temporário – respondi, mordendo o lábio – Eu prometo. Eu te amo, cara. Pra caralho.

— Eu não vou esperar pra sempre – sussurrou, amargurado – Não me ilude, Amanda, eu falo sério.

— E eu também. Falei sério todas as milhões de vezes que falei que te amava. Então por favor, não torne as coisas mais complicadas.

— É difícil.

— Eu vou ficar o mais longe possível de você.

Ele assentiu, deitando-se e colocando os dois fones de ouvido. Foi como tirar um band-aid. Doloroso. E deixando o ferimento exposto pra que doesse a cada ameaça de tocá-lo. Suspirei, descendo da cama e sentando-me ao lado de Rodrigo, que brincava com o pequeno roedor.

— Não é linda? – perguntou, afagando a barriga de Eulália com o dedo – É de animar qualquer um.

— Acho que não o suficiente para me animar no momento, mas ela é realmente maravilhosa, meu pequenino – respondi, beijando sua bochecha – Cuida do Gabes pra mim, tá?

— Eu não entendo porque vocês...

— Logo vai entender.

Beijei sua testa e saí do quarto. Mais questionamentos só piorariam as coisas para mim no momento. Aproveitando que já estava no prédio, abri a porta do quarto de Nicholas, revelando um garoto muito branco jogado sobre uma cama muito bagunçada e um garoto asiático jogando videogame.

— Esse é o Rafael – disse, apontando a cabeça para o asiático – E essa é a minha namorada.

— Ah – disse Rafael, sem tirar os olhos do videogame – Prazer em conhece-la, mas estou jogando online, e...

— Jogos online não se pausam – eu disse, sorrindo – Fique tranquilo, pelo meu limitado conhecimento em jogos, sei que este é bem mais importante que eu. Ótimos gráficos, aliás.

— Você ganhou numa loteria com uma garota assim, Nich.

Os dois riram e eu me deitei ao lado de Nicholas na cama. Não podia ir para o meu dormitório, porque estavam contra mim. Assim como no dormitório dos meus garotos. Vim buscar exílio justamente no quarto de quem havia me posto sobre aquela situação delicada. Passei algum tempo fitando a cama de cima da dele, até que Nich pigarreou.

— O que aconteceu?

— Terminei de vez com o Gabriel – disse, dando os ombros – O que você me disse pra fazer.

— Boa garota.

— Você não precisaria me chantagear para nada, sabe – divaguei, fitando a imensa televisão onde Rafael matava alguns soldados – Mire na perna. Ele cai e você o mata – o garoto agradeceu e eu soltei uma leve risada em resposta – Enfim. Se eu não tivesse conhecido o Gabriel antes, eu ficaria contigo sem pestanejar.

— Mas não foi o que aconteceu. E eu não teria chance nenhuma sem o meu truque debaixo da manga.

— Talvez. Nunca saberemos, porque tudo começou por uma chantagem. Como você vai saber se eu realmente quero estar contigo ou se estou apenas com medo?

— Não vou. Eu vou ter que confiar em você.

Então ele beijou o canto do meu lábio e eu apenas dei os ombros. Não discutiria com ele. Resolvi pegar um livro dele (algo sobre um filósofo finlandês ou coisa assim. Garoto culto, o menino Nicholas) e deitei-me ao seu lado. Logo, ele cochilou com a cabeça encostada em meu ombro. Conforme ressonava, eu sentia seu hálito de vinho barato e hortelã.

Estava lá há umas horas quando o celular vibrou.

Bruna diz: Mano... Eu te procurei na porra do campus inteiro. Onde foi que você se meteu?

E lá estava o terceiro item do post-it sendo riscado. Ela estava se preocupando comigo e logo seríamos melhores amigas de novo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!