Colégio Interno escrita por Híbrida


Capítulo 50
Dama e o Vagabundo e mordidas




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Após aquela DR ridícula sem motivo algum, nós nos sentamos pra comer. Logo, Bernardo nos achou e sentou-se ao meu lado na mesma cadeira. Era sempre assim. Tínhamos uma proximidade que costumava incomodar nossos namorados, namoradas, peguetes, ficantes, amigos com benefícios e etc. Mas eu simplesmente não conseguia me afastar dele.

— Olá, meu amorzinho! – disse, beijando a ponta de seu nariz – Como foi o primeiro dia?

— Tirando o fato de meu francês estar enferrujado e os professores se recusarem a falar inglês com o aluno novo problemático transferido da Itália... Ótimo.

— Você...

Ele deu um sorrisinho irônico e assentiu. O que me fez pensar: Bernardo sempre fora nosso prodígio. Era estupidamente inteligente e maravilhoso em tudo o que tentava fazer. Daí ele resolve ser expulso apenas pra ir ao mesmo internato onde eu estava.

Daí me perguntam o porquê de eu amá-lo tanto. Bernardo é maravilhoso! Abracei-o e enchi-o de beijos pela extensão da face, fazendo-o abrir um largo sorriso e beijar demoradamente minha testa.

— Ok, vamos parar de amorzinho antes que seu namoradinho ciumento tire minhas bolas.

— Você é tão educado que me dá nojo – disse, fazendo careta.

Bê riu e se sentou em outra cadeira. Fitou meu prato com nojo e levantou-se com ele nas mãos.

— Ei, aonde você vai com a minha comida?!

— Eu duvido que você tenha comido alguma coisa que preste nesses últimos meses, então eu mesmo vou fazer seu prato.

Ele saiu com o prato e Gabes riu muito sarcasticamente, fazendo-me bufar e encará-lo. Lá estava ele, sendo o namorado ridículo e ciumento de novo.

— O que foi?

— É difícil te ver enchendo o rosto do cara de beijinho, vê-lo fazendo seu prato e cuidando de você como se ele fosse seu namorado, não eu.

— Puta que pariu – sussurrei, cobrindo o rosto – Se eu quisesse namorar com o Bernardo, eu já estaria com ele. Mas eu não quero, porque 1) eu o amo de outra forma e 2) eu amo você dessa forma.

Ele sorriu e me deu um selinho. Mordi seu lábio com força desnecessária e ele gemeu baixinho, fazendo-me rir alto e beijando sua testa.

— Eu te amo, ok? Então pare de ciúme bobo.

Ele assentiu. Belisquei seu bife e ele deu uma garfada no meu dedo de leve. Bernardo jogou meu prato em minha frente e eu o encarei por algum tempo. Após encarar o prato por tempo suficiente, encarei Bernardo.

— Você realmente espera que uma ex bulímica coma tudo isso? Meu estômago se desacostumou a comer tanto!

Ele não disse nada. Apenas continuou me encarando e eu bufei, começando a comer. Ele tinha posto salada, quiche, um bife maior que minha cabeça, cebolas fritas, um filé de peixe e ainda tinha um copo de suco de laranja de 500 ml.

Quando cheguei à metade do prato, fitei os dois garotos por alguns instantes e fiz beicinho. Eles se encararam e negaram com a cabeça, empurrando o prato de volta pra mim.

— Coma – disse Gabes.

— Ah, vai se fuder! – disse, jogando um pedaço de alface nele – Eu não aguento, homens, não aguento!

Os dois riram e assentiram, dividindo meu prato. Sim, eles pegaram meu prato, cada um pegou um garfo e começaram a beliscar os filés e a salada. Suspirei, apoiando o cotovelo sobre a mesa e a cabeça sobre a mão. Thiago se sentou ao meu lado e os encarou.

— Mas que caralho é isso?!

— Dividindo meu prato – disse, entediada. Ele riu alto – Que foi?

— Já, já Gabriel te corta pelo seu melhor amigo, hein. Ele tem uma queda por homens, e...

— Cala a boca, Thiago – disse Gabriel, jogando uma batata no irmão – Quer comer?

— Não, cara, continuem nessa cena bonita de Dama e o Vagabundo!

Bernardo riu, terminando de comer e se sentando na mesma cadeira que eu de novo. Apoiou o queixo em meu ombro e o mordeu depois. Quando digo mordeu, quero dizer segurou um pedaço da minha pele com seus caninos afiados por cerca de dois minutos, enquanto eu gemia, gritava e pedia em todos os idiomas que conhecia pra ele parar.

— Bernardo – sussurrei – Isso vai ficar um hematoma pra toda a vida.

— Vai – disse ele, orgulhoso – E eu adoro deixar hematomas.

Como se eu não soubesse disso. Thiago riu alto e eu bufei, levantando a blusa e mostrando um grande roxo que havia, bem debaixo do umbigo. Gabriel me fitou horrorizado.

— Minha nossa, mas esse cara é um canibal!

— Eu só gosto de morder, cara, desculpa – disse Bernardo, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo – Uma marquinha na barriga não é nada demais

— Não podia ser um pouco mais pra cima? Que tipo de melhor amigo doente morde uma melhor amiga quase...

Ele não terminou a frase. Apenas continuou com aquela careta engraçada e Bernardo gargalhou gostosamente. Levantou a camisa e mostrou o peito, com um roxinho muito menor que o meu. Gabriel me encarou, ainda com as mesmas feições.

— Isso...

— Obra de uma gatinha de sobrenome difícil e dentinhos afiados.

— Minha nossa, com que monstro eu estive namorando?

— Ei!


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