Colégio Interno escrita por Híbrida


Capítulo 22
Um novo irmão e o ciúme de Luquinhas.




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Não respondi. Peguei o celular e a carteira e saí meio que correndo do dormitório, algo que tenho feito muitas vezes nos últimos dias. Caminhei pelo campus sem rumo, procurando qualquer lugar que fosse bom pra me sentar. Agachei debaixo de um carvalho e remexi a carteira atrás do meu cigarro-reserva e o isqueiro. Nisso, não era viciada, mas era algo que de fato me acalmava.

— Amanda.

Não, não era Gabriel. Virei pra trás e lá estava Thiago, me encarando de maneira um tanto paterna. Cruzou os braços e me encarou.

— Que é?

— Que porra é essa, Amanda?

— Isso é um cigarro. Quem liga pros meus pulmões? Se eu vou morrer 10 ou 15 anos mais cedo?

— Eu ligo.

Suspirei. Thiago sentou-se ao meu lado e me abraçou, encostando minha cabeça em seu ombro. Encolhi-me e o abracei com mais força.

— Ok, sabemos que o Gabriel é um idiota, mas por causa disso, você vai fumar?

— Eu fumo por causa do meu alto nível de stress

— Garotas ricas de dezesseis anos não têm motivos pra ter um alto nível de stress.

— Nem todas as garotas ricas de dezesseis anos perderam o irmão mais velho e o namorado em menos de um ano.

— E nenhuma delas ganhou um irmão mais velho, vulgo eu, e um namorado, vulgo Gu, em menos de dois dias.

— Ok, ok – resmunguei – Mas seu irmão me dá nos nervos.

Ele riu de maneira fofa e me abraçou. Não aquele abraço de cortar o clima pesado, mas um abraço que parecia que queria me proteger de qualquer coisa que pudesse me fazer mal. Eu acho, tenho quase certeza, que amo Thiago. Assim como amava Bernardo. Do jeito que eu amava Pietro, meu irmão. Era o amor mais puro que já tive na vida, junto com Pomme. Não precisava de contato físico, beijos e elogios quando estava com ele. Eu só precisava dele.

— Thi – miei.

— Diga, pequena.

— Eu amo você.

Ele abriu um sorriso doce e beijou minha testa demoradamente. Depois disso, encostou a sua na minha e mordeu a ponta do meu nariz, me fazendo rir,

— Eu também te amo. Promete que vai parar com o cigarro?

— Prometo tentar.

— É um começo – disse, dando um sorriso doce – Vamos voltar pro quarto, sim?

Assenti. Caminhamos abraçados pelo campus como um casal feliz. Mas só nós sabíamos que aquilo nunca aconteceria, porque ele era meu irmão. Meu novo irmão.

— Thi.

— Diga, criatura, diga.

— Eu vou poder desabafar contigo como eu desabafava com o Bê?

Ele riu de maneira tímida, abaixando a cabeça e coçando a nuca com a mão que não jazia junto a minha.

— Você confia em mim pra isso?

— Claro. É meu melhor amigo!

— Sou?!

— É meu irmãozinho agora.

Ele sorriu e beijou novamente minha testa enquanto eu o abraçava de lado.

— E você a minha, baixinha.

Quando subimos para a cobertura, Pomme largou Lucas de lado e me encarou com os grandes olhos castanhos.

— Você tá me trocando por isso aí?!

— Claro que não. Eu tenho um melhor amigo e uma melhor amiga, não pode?

— Não! Eu não sou boa o bastante pra você, é isso?

— Por Deus, Bruna, não seja ciumenta!

— Justamente, porque de ciumento nessa relação, basta eu!

Fitamos Lucas, que abaixou a cabeça após ter dito aquilo. De que relação ele estava falando?


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