Colégio Interno escrita por Híbrida
Continuamos ali, comigo com as mãos em seus cabelos e ele com as mãos em minha cintura, até o sinal bater, uns dois minutos depois. Gu mordeu levemente meu lábio, separando-nos. Eu corei.
— Há – disse, rindo – Consegui deixa-la vermelha.
— Cala a boca – sussurrei.
Levantei-me, voltando pra sala. Gustavo correu pra me acompanhar e eu não conseguia sequer encará-lo. Talvez porque se o fizesse, pularia em seu pescoço de novo, mas não é esse o caso.
— O que foi isso? – sussurrei
— Um selinho. Amigos fazem isso.
— Isso foi um selinho amigável?
— Com certeza. Se você sentiu uma língua, foi apenas impressão, ok?
Eu ri, assentindo. Entrei na sala e me sentei. Gabriel sentou-se ao meu lado e eu o fitei. Ele estava um tanto perturbado.
— Que foi aquilo?
— Um selinho amigável.
— E aquela língua?
— Do que lhe interessa? Você não se importa.
— Tem razão. To pouco me fudendo pra você, Amanda.
Não me pergunte o porquê, aquelas palavras doeram. Soaram tão secas e decididas que realmente me machucou. Mas eu não poderia deixa-lo perceber que aquilo me abalou. Ri.
— Idem.
Tentei prestar atenção na aula, sem muito sucesso. Tirei a blusa de frio, ajeitei-a sobre a mesa e deitei. Não sei se pelo efeito do sono em fusão com certa carência, mas senti uma mão quentinha afagar meus cabelos. E depois de algum tempo, um sussurro:
— Hey, Froidefond. Acabou a aula.
Esfreguei os olhos, sentando-me direito e fitando-o.
— Obrigada, Casiraghi.
— Não há de quê. Amigos são pra isso.
— E nós somos amigos desde quando?
— Desde que você chegou e eu acertei uma bola de golfe em você.
Ri e saímos andando pelo campus. Ele me acompanhou até a porta do prédio onde estava meu quarto. Subi pro quarto, tomando um banho quente e vestindo roupas de frio. Ajeitei-me debaixo das cobertas e parei pra pensar em como sentia falta do Brasil. Como precisava de alguém pra desabafar e como Bruna estava ocupada demais compartilhando saliva com Lucas. Suspirei. Recebi uma mensagem de texto. Amaldiçoei o celular por algum tempo, rastejando-me até o celular.
Kd você, pequenina? – Gu
To no quarto. Morrendo de sono, Gu D: - Mandie
Fechei os olhos, desligando o celular. Estaria livre, livre de Gustavo por um momento. Ou foi o que eu pensei, até o elevador se abrir.
— Você me parecia triste pela mensagem. Então eu lhe trouxe bombons.
Sorri, abraçando-o com força. Ok, era meio estranha a fissura que ele tinha por mim agora, porém, ele havia me trazido chocolates e percebido que eu estava abalada só por uma mensagem de texto. Apenas com um sorriso, ele já entendeu quão agradecida eu estava. Então tudo o que ele fez foi se sentar ao meu lado no sofá e comer bombons comigo. Assim ficamos, debaixo de cobertas, conversando e jogando os chocolates pra cima, até que o elevador se abriu novamente, revelando Natalie se atracando com Gabriel.
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