Pode Me Chamar De Percy escrita por bersange


Capítulo 4
Qual é o seu nome?


Notas iniciais do capítulo

/percy/
finalmente, a festa chegou. hora de socializar e se enturmar.



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Aquele sábado foi bastante agitado, naturalmente. Não só pela festa, mas também porque fiz várias coisas.

Eu já tinha recebido meu horário (ia estudar diversas matérias com meus companheiros de quarto, inclusive), havia participado de uma chatíssima palestra obrigatória com alguns dos meus futuros professores, almocei em Williamsburg com Nico e Tyson (Grover foi para a rodoviária esperar a namorada e não nos acompanhou), treinei mais basquete pela tarde (estava confiante que conseguiria entrar no time) e depois fui me arrumar para a festa.

– Porque temos que ir se arrumar tão cedo? - perguntei.

– Os banheiros são comunitários, cara - explicou Nico, como se fosse algo absurdamente óbvio. - Estarão lotados daqui a pouco. Temos que nos apressar.

Vestiários são constrangedores por natureza. Era muito constrangedor andar em um lugar cheio de caras desfilando com a toalha na cintura.

– Os jogadores de basquete tem direito ao vestiário dos atletas, que é muito menos movimento. Por isso, te desejo boa sorte com todo o meu coração para você entrar no time, Perseu - contou.

– Percy - corrigi automaticamente. Nico sorriu, ele me chamava de Perseu apenas para me provocar. E, apesar de não gostar de ser chamado pelo meu verdadeiro nome, gostava de já estar incluído nas brincadeiras dele.

– Você vai tentar entrar para o time, Percy? - perguntou Will, com quem joguei algumas vezes durante a semana.

– Vou sim, Will.

– Eu também - contou. - Acho que o Lee também. Será que tem vaga pra nós três?

– Espero que sim - respondi, sincero. Tanto por Will e Lee serem caras legais quanto por serem oponentes respeitáveis (principalmente Will), não queria ter que disputar uma única vaga com um deles.

Começamos a conversar sobre como seriam os testes, até que um dos garotos que estava em um chuveiro saiu.

– É a minha deixa, pessoal - disse Nico.

– Você também está se arrumando para a festa de mais tarde? - perguntei.

– Claro que estou, Percy. Todo mundo acima de uns quinze anos vai - contou.

– Essa festa é legal?

– É sim. Eu só fui uma vez, ano passado.

– E só vai gente daqui?

– Não. Tem a galera que mora lá, ex-alunos e alguns dos calouros da Universidade de Salamanca também vão. Mas os alunos do ensino médio daqui serão a maioria.

– E é verdade o que falam?

– Depende.

– Do que?

– Depende do que falam, oras.

– Que rola muitos, hã, para citar a Juníper... Rolam muitos bafões?

– Bafões? - riu-se Will. - Bem, rolam coisas bem, digamos, estranhas.

– Que coisas estranhas?

– Imagine a mistura de hormônios, burrice, álcool e maconha. Esse tipo de coisa estranha.

– Maconha?

– É, e outras drogas.

– Você usa essa coisa?

– Claro que não. Mas rola muito nessas festas. É bom ficar de olho.

Nesse momento, Ethan Nakamura saiu de um dos boxes. Ele fez um sinal de papo firme para o Will e para mim.

– Minha vez - comentei. Entrei no box, pendurei minha toalha em um gancho que havia lá, tirei minha roupas e tomei meu banho. Também pendurei minhas roupas limpas no box. Preferia sair vestido do que apenas com a toalha.

Ao sair, esperei Nico terminar de se vestir no canto do vestiário. Voltamos para o quarto, onde Tyson e Grover já estavam arrumados.

– Eu não vou com você não, vou com a Juni, Annabeth e Luke um pouco mais tarde.

Nós três fomos andando até Williamsburg. No caminho, encontramos os gêmeos Stoll.

– Animados? - perguntou Travis.

– Não - comentou Nico, ironicamente. - Preferia jogar um carteado em vez de ir pra festa.

– Não seja rude - respondeu. - Percy, essa é a primeira vez que você vai na festa do casarão da rua doze. Animado?

– Claro. Se for tudo o que dizem, vai ser bem maneiro.

– Acredite, é tudo o que dizem e muito mais - completou Connor, com ar sinistro.

Ao chegar na festa, eu fiquei impressionado. Era um casarão enorme, de dois andares, abarrotado de jovens se divertindo e música alta. Acabei me perdendo logo do pessoal e fiquei zanzando pela casa.

Encontrei Thalia e uma outra menina que eu ainda não conhecia. Na verdade, ela me puxou pelo braço para conversar.

– Percy, - era obrigada a gritar para ser ouvida. - essa é a Zoë.

– Ah, e aí? - cumprimentei. Ela sorriu e disse algo no ouvido de Thalia. - O que foi?

– Nada - Thalia me respondeu - Você veio sozinho?

– Não, mas eu me perdi do resto.

– É, tá lotado demais - falou. Depois, disse algo que não entendi e puxou a mim e Zoë. Nos levou para a parte de fora, onde a música não era ensurdecedora.

– Não estava dando para conversar - explicou. - Então, vocês querem beber alguma coisa? Vou pegar algo pra vocês dois.

E saiu, sem esperar resposta e nem reação. Olhei para Zoë, que usava um vestido preto comportado.

– Então você que é o famoso aluno novo?

– Famoso não sei se eu sou, mas sou aluno novo sim - respondi. Zoë riu.

– Ah, eu entrei aqui no ano passado. Estudei durante anos em outro internato, que era só pra garotas. Um saco!

– Era tão ruim assim?

– Era cheio de regras, muito rígido. Enchi o saco do meus pais para me tirar de lá. Meu pai é um tanto rígido também, mas acabei o convencendo.

– E gostou daqui.

– Claro - ela disse, prendendo uma mecha do cabelo na orelha. - Aqui é ótimo.

– Eu também acho aqui ótimo, e olha que só estou aqui há uma semana - eu disse, ela riu.

– Então, porque veio pra cá?

– Ah, eu já passei por vários colégios, mas nenhum que chega perto desse. Espero ficar aqui por um tempo.

Thalia reapareceu com dois copos, dando um para cada um de nós.

– É sexo na praia.

– Oi? - perguntei, confuso. Ela realmente tinha falado o que ouvi.

– Sexo na praia. O nome do drinque é esse - ela disse, rindo.

– Ah, claro... - bebi um gole. Não tinha gosto de álcool. - É bom!

– Mas cuidado pra não exagerar. A gente se empolga, bebe um monte deles e acorda abraçado em um vaso sanitário.

– Pode deixar que não vou me empolgar com sexo na praia - comentei e elas riram.

– Agora vou pegar um pra mim. Já volto.

– Então, você estava dizendo...

– Hã, oi? - perguntei, confuso. - Ah, sim... Bem, depois de passar por várias escolas, o namorado da minha mãe conseguiu me mandar pra cá.

– Quem é o namorado da sua mãe?

– Paul. Paul Blofis, professor de literatura.

– Ah, maneiro. O que mais?

– É só isso, eu acho - respondi. Ela riu novamente e comecei a achar que ela tinha algum tipo de problema. Ela ria de tudo o que eu falava, oras!

– Zoë! - gritou alguém, do outro lado. Era Silena, que estava deslumbrante. - Finalmente te achei!

– O que foi, Silena?

– A Febe tá te procurando. Um problema com, hã, o vestido dela.

– Ai meu Deus. Onde ela está?

– No banheiro do segundo andar, vamos!

– A gente se fala, Percy - gritou Zoë.

– Tchau - respondi, em tom baixo de voz. Terminei de beber o meu sexo na praia e voltei a andar pelo casarão.

Apesar de todos estarem se divertindo, eu não consegui. Eu me sentia deslocado, sem saber exatamente como me portar para me incluir nas danças. Eu me encaminhei até um lugar mais sossegado no segundo andar, onde havia um espaço aberto onde alguns pouco casais conversavam. Fui até a mureta e comecei a beber de uma garrafa de Ice que comprei no caminho.

Após uns quinze minutos assim, olhando tristemente para lua, senti um cutucão no ombro. Era uma garota ruiva, com olhar decidido e desafiador.

– Ah, finalmente alguém normal como eu que não sabe como se misturar em uma festa.

– Ah, oi.

– Sabe, não sei porque eu ainda insisto em vir em lugares como esse, nunca consigo me divertir muito. Enfim, qual é seu nome?

– Percy. Percy Jackson.

– Eu sou Rachel Elizabeth Dare.


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Notas finais do capítulo

/bersange/
ih, gente! vai pegar fogo!