Olá, Pai

Law resmungou alguma coisa qualquer enquanto esperava Bepo voltar para poderem, enfim, regressar ao submarino. Fazia já seis anos que Monkey D. Luffy havia se tornado o Rei dos Piratas, e oito que não a via. Como ela estaria? Casada? Se sim, com o Luffy? Ou algum velho podre de rico a beira da morte (Leitores da Ariiuu-san se lembrarão [Espero])? Trafalgar sentia falta dela, porém não possuía coragem suficiente para ir atrás da mulher de cabelo laranja depois de tanto tempo. Seus pensamentos foram quebrados por um grito:

- CAAAAAAAAAAPITÃOOO! SAAAAALVE-MEEEEE! - Um urso branco corria fazendo um belo escândalo.

- Bepo... - Traffy se inclinou um pouco, até enxergar do que exatamente seu imediato corria. Tudo o que viu foi uma criança de oito anos. Uma gota surgiu em sua cabeça ao mesmo tempo em que o animal se escondeu atrás dele - Bepo... É apenas um pivete.

- Quem você está chamando de pivete, seu cara de zumbi?! - O pequeno exclamou aborrecido. Law fitou-o melhor e levou um susto. Era praticamente um clone seu, só que menor e bem mais jovem. Possuía cabelos negros e olhos cinza, mas a pele era mais clara que a do Shichibukai. Usava uma camiseta azul clara e uma bermuda negra, assim como os tênis, e as meias eram brancas.

- Você...

- Essa é uma nodachi? – O garoto questionou, desviando sua atenção para a grande espada que o moreno trazia apoiada no ombro. Law apenas assentiu e os olhos da criança brilharam – Sugeee! Nunca tinha visto uma de verdade... Meu tio me falou sobre ela, ele é um bom espadachim... – Fitou a nodachi com admiração por mais uns segundos, antes de voltar a dar atenção para o "cara de zumbi" – Quem é você?

- Você deveria se apresentar antes de perguntar o nome de alguém. – O Cirurgião da Morte retrucou.

- Minha mãe disse que depende desse alguém. E também disse que se você falar seu nome primeiro, a outra pessoa pode entender com quem está lidando e mentir.

- Muito esperta essa sua mãe.

- Com certeza! É a mulher mais inteligente do mundo! – Sorriu e os olhos brilharam intensamente apenas com a lembrança da mulher que lhe pusera no mundo – E então, quem é você?

-... Law.

- Só Law?

- Trafalgar Law. E você?

- Rudy! E o urso?

- Bepo.

- Nome estranho.

- Desculpe-me. – Bepo se desculpou depressivo.

- Não o seu, o dele. – Apontou para o capitão pirata.

- Rudy não é exatamente um nome normal e, por isso, você não tem o direito de julgar o meu, Rudy-ya.

- O meu é mais normal que o seu. – Pôs a língua de fora e cruzou os braços. Parecia alguém que o médico conhecia muito bem. Então a ficha caiu. Se Rudy era tão parecido com ele e tinha uma personalidade parecida com a da navegadora dos Mugiwara... Não, não podia ser... Era impossível... Mas, bem, se tratando dos Mugiwara, nada era impossível nem improvável... Então... Não, não, não, estava enganado... Ou não? Se não estivesse errado, significaria que Nami havia... Será?

- Rudy-ya, qual é o nome de sua mãe?

- Ela é a Rainha dos Ladrões, Senhora do Tempo, Bruxa das Nuvens, a Melhor Navegadora do Mundo, Gata Ladra...

-... Nami. – Law completou atordoado. Então aquele era mesmo filho de sua ruivinha! E... Seu também – Rudy-ya, você conhece seu pai?

-... Não exatamente. Mamãe nunca falou o nome dele nem nada, ela mal toca no assunto e sempre desconversava quando eu perguntava sobre ele. Mas ela sofre quando se lembra dele, então parei de perguntar. Por quê?

-... Nada, nada. Bepo...

- Capitão?

- Volte para o submarino e avise que vou chegar um pouco mais tarde que o esperado.

- Hai. Até, Dy-chan. – Bepo se despediu e foi embora, de certo havia chego às mesmas conclusões que Trafalgar: Rudy era filho de Law e de Nami.

- Por que você mandou o urso embora? – Questionou curioso – E por que ele me chamou de "Dy-chan"?

- Nami... Digo, sua mãe vai te explicar tudo, Rudy-ya, porém eu gostaria de falar com ela antes.

- Ela deve estar no Sunny-kun! Sabe, ele é um barco enoooooooorme e tem um leão na frente que mais parece um girassol ou um sol. O leão cospe, sabia? O tio Usopp atira por um canhão que tem lá e parece que o Sunny-kun está cuspindo, é tão... Cool!

- Cool? – Sorriu de canto ao ouvir a palavra que geralmente ouviria saindo dos lábios de Luffy ou Chopper.

- Hai! Muito, muito, muito cool! Ou como o tio Franky diria, supeer cool! E...

- Rudy! – Uma mulher de longos cabelos alaranjados chamou enquanto praticamente corria até o garotinho.

- Mãe! – Andou até ela, que se ajoelhou, e se deixou abraçar pelos braços delicados e fortes da mulher.

- Onde você estava, meu filho? Fiquei preocupada!

- Eu só estava andando um pouco...

- Trafalgar D. Rudy, o que foi que eu disse sobre sair por aí sozinho? – Nami repreendeu, finalmente percebendo a presença de mais alguém ali – L... Law... – Soltou o filho e se levantou para encarar o pai dele.

- Olá, Nami-ya. Faz uns oito anos, não é? – Olhou bem a mulher.

Os cabelos estavam ainda maiores e presos num rabo de cavalo. No pulso esquerdo, ainda usava a pulseira dourada e outro Pose, dessa vez com cinco agulhas. O vestido, que ia até os tornozelos, era negro com alguns detalhes prateados, que serpenteavam pelas bordas e faziam um espiral do lado esquerdo do quadril, bem acima da abertura, e tinha uma gola que chegava ao queixo, porém não era certeza, já que os sete botões da frente da roupa estavam quase todos abertos, deixando um belo decote. O vestido tinha também aberturas nas duas laterais que iam até o final dos quadris. No lado direito, estava estampado algo que Law não esperava encontrar tão cedo: A Jolly Roger dos Mugiwara. Os sapatos eram negros e tinha um pequenino salto.

- Sim... Oito anos desde que você foi embora...