Encantada escrita por Ana Wayne


Capítulo 31
Capítulo 30




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A lua brilhava no céu, mas a noite trazia o frio que me lembrava da solidão. Eu estava exausta, com saudades de casa e de meus amigos. Minha cabeça doía e eu me sentia tonta. Estava assim há quase três dias. E quando me deitei na cama tentei relaxar e dormir, mas vários pensamentos invadiram a minha mente, e o principal deles era sobre “D”, ou Ethan Drummond.

Eu sempre fiquei muito curiosa em relação à “D”, mas agora eu tinha medo. “D” não era um príncipe azul, era um cavaleiro negro. Ou como ele mesmo se chamara, um cavaleiro da Discórdia. Eu ainda não havia me esquecido de seus olhos negros. O brilho prateado era frio, bestial. Ele sabia de algo. Algo sobre mim, algo que eu não sabia. Ele sabia da mulher dos meus sonhos. Ou pelo menos como ela me chamava. Harmonie... Por que o fantasma deste nome me persegue?

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Eu cheguei atrasado na minha aula “particular” o que quase me custou a vida. Clair estava uma fera, e quase arrancou meu pescoço com a unha quando viu Draco e Theo atrás de mim. Foi necessário a ajuda do prof. Termópolis para segurá-la.

— Clair, você sabe que eu não sou de fazer coisas estúpidas! – Eu disse me sentando próximos a Draco e Theo que estavam confusos. – Eu trouxe informações que podem ser úteis! – Dessa vez vi ela se acalmar de verdade e erguer a sobrancelha esquerda, como se perguntasse o que eu falava. Draco e Theo entregaram as cartas a ela.

— P.. – Sua boca fora tampada pela mão do prof. Termópolis, que aparentemente já sabia o que ela falaria.

— Alguma chance de Hermione ser filha de Avery? – Perguntou Draco.

— Não que eu saiba! – Respondeu Clair. – Se isso for verdade temos uma ideia de onde ela pode estar.

— Não sabemos o que Avery usa como base para dizer que a Srt. Granger seja sua filha, Clair!

— Pera, vocês estão procurando pela Hermione sem a ajuda do Ministério?

— Se for para esperar a ajuda do ministério, sr Nott, Hermione ficará com Avery até que ele a force a se casar com um de vocês! – Concluiu. Ela se levantou e pegou um pedaço de papel e começou a escrever, quando questionada por Termópolis ela respondeu. – Escrevendo uma carta para Helena é óbvio!

— Helena? Está falando de Helena La Vecchia?

— Sim...

— Clair, você perdeu o juízo? La Vecchia não é...

— Helena é tia de Hermione. Se há alguém, além dos pais de Hermione, que pode entender o que Avery usa como base para dizer que ela é sua filha, esse alguém é ela! Helena é mais próxima de Hermione que qualquer um de nós, Leo! Conviva com isso. – Ao mesmo tempo em que terminava seu pequeno discurso ela entregava a carta a uma coruja.

— E ao menos sabe onde Helena mora?

— Se encontra em Londres, a trabalho, mas não sei onde. Por isso Calila a encontrará por nós! Marquei um encontro com ela.

— Certo!

— Malfoy, Nott! Agradecemos a informação, será útil!

— Quando vamos atrás dela? – Perguntou Draco, ao meu lado.

— “Vamos”? Sr. Malfoy, o a informação será útil, e agradecemos por ela, mas não podemos deixar com que três estudantes saiam do castelo!

— Como? – Eu perguntei, ao ouvir a resposta de Termopolis.

— Vocês são estudantes, Sr. Zabini! Não podemos levá-los conosco em uma missão! – Respondeu-me Clair. – É contra as regras do mundo bruxo! – Frisou. – Devem deixar essa sala imediatamente! Sabem que amanhã chegará os tais defensores.

Percebi que ela tentava me falar algo. E quando Theo fora protestar, eu o segurei e falei que estava tudo certo. Que iríamos nos retirar. Eu sabia que ela queria me dizer alguma coisa. Só não sabia o que.

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Eu estava chegando no Largo Grimmauld quando uma coruja posou em minha frente, me deixando uma carta. Peguei a carta, e percebi que a coruja esperava por uma resposta. Dei alguns biscoitos para a coruja, e me sentei no sofá, enquanto lia a carta.

“Cara Srt La Vecchia,

Sei que não deve ser o melhor momento para tratar de assuntos delicados, mas é o único que tenho. Como já foi informada, tanto por mim, quanto pelos jornais, sua sobrinha, Srt. Granger se encontra desaparecida. Porém, chegaram as minhas mãos algo que talvez possa nos ajudar a encontrá-la, e talvez a Srt. deseje nos ajudar.

 Se de fato, quiser ser de alguma ajuda, vou pedir para que me encontre em algum lugar no sábado às 9h.

Atenciosamente,

Clair Fontaine”

Eu sabia que talvez o certo a fazer fosse entregar a informação a Sirius, já que ele fazia parte de uma equipe de resgate montada pelo próprio departamento de Defesa. Era o lógico a se fazer, mas eu percebia, e sabia que Fontaine também percebia, que Hermione não era uma bruxa, pelo menos não uma normal. E provavelmente, ela sabia mais de Mione do que eu.

Rapidamente me decidi em meu dilema e mandei uma carta a ela. Ao mesmo tempo em que Sirius chegava em sua casa, jogando uma pasta ao elfo domestico, que me detestava, diga-se de passagem.

— A quem era a carta?

— Era uma resposta! – Disse. – Um velho amigo meu descobriu que estou em Londres e me convidou para uma cerveja.

— Dangers, Powers, Granger, e mais este! Você tem muitos amigos em Londres.

— Se surpreenderia se conhecesse todos! – Respondi-lhe com um sorriso. Ele me ofereceu um copo de whisky que aceitei prontamente.

— Me intriga como você conhece tanta gente!

— Viajo muito junto a Sam, acabo conhecendo muita gente, ainda tem o ponto de que eu gosto de sair mais do que ele gosta e por fim, minha irmã mora aqui.

— Isso quase me deixa com ciúmes.

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Eu odiava minha existência, mas ao mesmo tempo me negava a apagá-la. E negava que qualquer outro a apagasse, também. Talvez por medo do que teria no outro lado – se ele existir –. Talvez por um senso de honra e gratidão que me obrigavam a proteger o futuro dela. Fosse o que fosse, eu não conseguia abandonar essa vida – se posso chamar isso de vida –, pelo menos não antes de cumprir meu dever.

O mar possuía ondas grandes agitadas. Ele sabia o que estava começando. E eu também. Nuvens espessas cobriam a lua e as estrelas, as impedindo de ver o que estava para acontecer. A natureza, à seu próprio modo, se preparava para a guerra. Assim como eu. Suspirei fundo e foquei meu olhar no mar negro a minha frente. Eu já devia ter aprendido com meus erros, Morgana pagou por eles no passado, e não deixaria que Harmonie pagasse por eles nesse presente. Nem que isso significasse a minha vida.

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O sol tocava abraçava a minha pele, me esquentando. Puxei o xale que usava como agasalho para me esquentar melhor. Olhei para meu lado e vi Marion, sentada ao meu lado. Ela parecia com tanto ou até mais frio do que eu.

— Quando você acha que ele chega? – Perguntou-me.

— Feron, deve chegar a qualquer momento! – Respondi, com a voz trêmula.

Foi quando no horizonte surgiu ao longe um homem montado em um cavalo branco. O homem era de um branco céltico, possuía cabelos loiros longos e olhos claros, suas feições belas eram um pouco rústicas e suas orelhas eram longas e um pouco pontudas. Era um elfo branco, que nos dias de hoje já não mais eram vistos.

— Calantha, Marion!

— Sinceramente Feron, se continuar a me chamar de Calantha eu vou te cortar a língua. – Disse-lhe irritada.

— Devo presumir que prefere ser chamada de Srt. Hunter. – Perguntou-me com evidente sarcasmo. Cerrei os dentes, enraivecida.

— Sabe bem que prefiro Callie!

— Não vejo necessidades nisso. – Responde-me, revirando os olhos. – De qualquer forma, trago notícias. Chegamos a Avalon, e ela matou Morgause, o povo de Avalon a declarou como Rainha!

— Ela possui tanto poder assim?

— Mais do que podemos imaginar... – Disse a Marion. Levantei minha cabeça e perguntei. – O que os levaram a Avalon?

— Merlin nos atacou!

— Como?

— Já imaginava... – Suspirei. – Faz algum tempo que venho ouvindo dizer que ele está promovendo uma verdadeira caça a ****, ao mesmo tempo em que luta contra o remanescentes da Ordem de Mabel.

— Devemos retalhar?

— Sabe que não podemos, Feron. Somos poucos, e ela ainda é jovem.

— Merlin também o é.

— Mas ele conhece seu próprio poder. Ele se conhece, e conhece a ela. E ela, mal conhece a si mesma.

—._._._

Acordei em um pulo. Quando percebi que estava no meu quarto me acalmei. Eu andava sonhando com Callie há algum tempo. E nunca encontrei nada sobre ela, mas agora eu teria algo além de seu apelido, teria o nome e o sobrenome: Calantha Hunter. E fosse como fosse eu encontraria tudo o que pudesse sobre ela, nem que tivesse que reerguer a Biblioteca de Alexandria.

Me levantei e quando o fiz me arrependi. Minha cabeça latejou, me fazendo sentir uma leve tontura. Depois de me recuperar da repentina tontura, tomei um demorado banho e me vesti, seguindo em direção ao refeitório. Me sentei ao lado de Leo, como de costume e percebi que uma cadeira fora adicionada a mesa. O anuncio seria hoje, no horário do almoço, mas eu sentia que Winterheart e seus soldados já estavam aqui. Após o café da manhã, me dirigia para a sala de aula, e na esquina senti a presença de Demetrius. Passei reto pelo corredor, mas senti ele me puxando e prensando na parede.

— É sempre tão dispersa, Srt. Fontaine? – Perguntou sarcástico, me soltando.

— É sempre tão evasivo, sr. Winterheart? – Retruquei no mesmo tom.

— Só gostaria de conhecê-la!

— Geralmente quando queremos conhecer alguém, nos apresentamos a elas e não a atacamos! Pelo menos foi assim que me ensinaram... – Meu sarcasmo não o abalou, mas quem se importa? Winterheart era um ser feito a base de gelo, a meu ver. – O que realmente quer de mim?

— Você é uma bruxa forte, e eu vi que não se assustou quando eu a puxei, nem quando me viu, parecia que já sabia quem eu era. E até me conhecia.

— Já o vi em revistas... Sabia que em uma matéria a seu respeito, fora descrito como “o belo e recluso secretário do Departamento de Mistérios” e tinha uma foto gigante do lado. Quer o nome da revista? – Perguntei-lhe, porém minha tentativa de irrita-lo fora ignorada e ele voltou a falar como se não tivesse escutado nada.

— Eu percebo que é poderosa apenas me aproximando de você, mas há algo a seu respeito que me deixa intrigado: Por que lutou sozinha?

— Não gosto de ter que me preocupar com a retaguarda de alguém, e posso me virar sozinha!

— Claramente percebi isso no dia em que a Srt. Granger fora levada. – Disse irônico, provocando-me.

— Não sei aonde quer chegar, Winterheart, mas já que é tão bom, porque não vai sozinho atrás dela?

— A questão Srt Fontaine, é que deveria ter aceitado a ajuda de Termopolis!

— Talvez, eu não seja a única que deveria ter aceitado a ajuda de alguém! – Disse virando-lhe as costas. Demetrius Winterheart não sabia, mas eu o conhecia mais do que ele imaginava, sabia coisas sobre ele que nem mesmo seu travesseiro deveria saber. Essa declaração o abalou, e eu sabia disso. – Agora, se me der licença, tenho uma aula para dar!

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Na hora do almoço todos estavam reunidos. Era quase que uma cerimônia. Nem mesmo em anúncios oficiais isso acontecia. Fiquei surpreso com isso, mas Gina me disse que a presença do Departamento de Defesa era algo alarmante. Quando Dumbledore se levantou, todos os alunos se silenciaram, esperando o anuncio que todos já sabiam.

— Caros alunos! Em um anuncio anterior, eu lhes disse que receberíamos a presença de aurores a partir do dia 2 de novembro, mas devido a vários imprevistos e a reativação do Departamento de Defesa. Por isso, a partir de hoje, dia 11 de novembro, receberemos a presença dos Defensores. – Quando ele disse isso cerca de 90 homens e mulheres vestindo um tipo de farda entraram no refeitório, todos eles com expressões sérias e rígidas. – Muitos de vocês não sabem, mas os Defensores são o exercito inglês bruxo, que muitas vezes são mandados para treinar nos campos trouxas, já que esses possuem um melhor treinamento físico. Em Hogwarts há o total de 90 Defensores, que se espalharam pela nossa escola, mas vou deixar esses detalhes para o chefe do Departamento de Defesa.

Foi quando um homem da mesa se levantou. Demetrius Winterheart, eu já o havia visto antes, quando convocaram Hermione para questioná-la de sua lealdade a mim e ao ministério, mas chegamos a trocar mesmo um olhar. Winterheart se aproximou de onde Dumbledore estava e este lhe deu espaço para falar.

— Boa tarde a todos. Para quem não me conhece sou Demetrius Winterheart, Secretário do Departamento de Defesa. Vamos nos hospedar em Hogwarts por tempo indeterminado, para que possamos cumprir o nosso dever da melhor forma possível. Meus soldados estarão andando em trios pelo castelo: nas torres, jardins, corredores, etc. A partir deste momento não será necessária à realização das rondas noturnas pelos monitores, pois novamente é um dever dos Defensores. Não somos tolerantes a falta de disciplina e por isso vou pedir a todos para que não burlem os horários de aula ou de recolher, podem ficar em seus salões comuns até a hora que desejarem, mas não nos corredores. Espero que tenham entendido!

Foi quando seus olhos de gelo se encontraram com os meus. Ele me encarava fixamente, e eu não conseguia desviar. Eu sabia que ele não estava ligado a Voldemort, mas mesmo assim ele também podia fazer com que minha cicatriz ardesse. Winterheart mostrava em seu olhar um grande ódio e rancor que me deram medo. Mas eu não demonstraria isso. E por algum motivo eu sabia que Demetrius Winterheart estava mais ligado a mim do que eu mesmo poderia imaginar.


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Notas finais do capítulo

Bom galera, como eu ainda tô reescrevendo o capítulo 31, ainda não sei quando vou poder postá-lo.



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