Fix You escrita por Sara Black


Capítulo 2
Luzes te guiarão até em casa


Notas iniciais do capítulo

Pulando de felicidade pelos comentários de vocês q msm q poucos estão fazendo com que eu poste mais o/
Desculpem a demora mas essa semana foi difícil pra poder parar e escrever, mas antes tarde do que nunca
Boa leitura!



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Luzes te guiarão até em casa e aquecerão teus ossos.

-Fix You


Já estávamos em janeiro, ainda existiam algumas luzes natalinas pelas praças, a neve a sempre branca e macia companheira do canada enfeitava os telhados das casas, a economia dos estados unidos ia de mal a pior (mas é claro, iria se recuperar) as nuvens traziam chuva; o sol era quente; a terra respirava; a chuva era refrescante; flores brotavam; minha mãe estava morta - não havia qualquer emergência no mundo- somente no meu.

A mais ou menos uma semana meu pai me chamou para termos uma conversa séria, eu não prestei muita atenção no que ele dizia, mais consegui pegar algumas partes como “está bem difícil” “é preciso” “seguirmos em frente” “voltar a trabalhar” “ ir a escola" e "Deus vai nos ajudar" depois disso eu apenas acenei com a cabeça e voltei para o quarto. Ele voltou a trabalhar antes que eu voltasse a estudar, saia cedo eu preparava nosso café e comíamos em silêncio algumas vezes um de nós tentávamos puxar assunto como q tentando no resgatar de nosso próprio mar de pensamentos, um afogamento agora seria fatal.

O mais difícil no momento estava sendo lidar com a tristeza do meu pai, era duro para um filho ver um pai sofrendo, já perdi a conta das vezes que eu acordei de madrugada e fui pra sala pegar um copo d'água e esbarrei com meu pai dormindo no sofá com a tv ligada no mudo, latas de cerveja na mesa e o rosto manchado por lágrimas secas, nesses momentos eu desejava a todo custo poder concertar seu coração.

Porém antes mesmo que a ideia de voltar a estudar se instalasse na minha mente, recebi uma notícia no mínimo intimidadora. Nos mudaríamos, meu pai havia recebido uma transferência de posto policial ou seja, ele seria chefe de polícia em outra cidade e automaticamente não viveríamos mais em Lancaster. Aquela notícia me trouxe um gosto terrivelmente amargo na boca não sabia dizer o que era, mais naquele momento eu só queria saber por que meu pai queria tanto se afastar da nossa vida.

Tentei de verdade abrir a mente e entender os motivos do meu pai, eu não havia engolido aquela "transferência de posto policial" Afinal porque as pessoas se mudam? O que as faz se desarraigarem e deixarem tudo o que conhecem por um grande desconhecido para além do horizonte? A resposta é a mesma em qualquer lugar do mundo: as pessoas se mudam na esperança de uma vida melhor.

Eu entendia o lado do meu pai, uma filha afundando em depressão, solitária órfã de mãe e com um pai em um estado emocional não muito melhor, mas nós tínhamos uma vida boa pra todos os efeitos, uma casa ótima, meu pai recebia um bom salário, éramos uma família de classe média alta comum no Canadá. Só que não muito diferente das outras pessoas, meu pai e eu estávamos nos mudando por desgaste emocional provocado pela ansiedade, por causa do sentimento de que nada vai mudar; de que felicidade e prosperidade só serão possíveis em algum outro lugar.

Estava com a mente aberta a mudanças.

O Canadá se despedaçou e sucumbiu na cabeça do meu pai. Íamos cair fora dali, ele me deu essa notícia no jantar enquanto comíamos uma daquelas comidas congeladas já que o jantar hoje era por conta dele.

FORKS, WASHINGTON! Se Montreal logo ali, era um lugar estranho; se Westmount do outro lado de um estreito, era a face oculta da lua, imaginem o que era Forks para nós, aquele nome não significava nada para mim. Era como a Timbuktu, ou seja, por definição, um lugar permanentemente distante.

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Olhava pela janela do meu quarto que em breve seria apenas um cômodo antigo de uma casa que um dia residi, meu pai colocava as malas no carro, já havíamos arrumado tudo, encaixotamos nossos objetos, colocamos nossas roupas nas malas e cobrimos a mobilha com plásticos transparentes, eu também havia pegado algumas mudas das tulipas vermelhas do jardim de casa, a flor preferida da minha mãe, e levaria junto para Forks.

Uma pequena lembrança dela.

Meu pai e eu decidimos que estávamos prontos para sairmos da cidade onde nossa família começou a se expandir, mas não estávamos prontos para nos desfazermos das coisas de minha mãe, isso era algo que não precisávamos fazer agora, desnecessário, e me assustava a ideia de que indiretamente estivéssemos tentando esquecer ela.

Agora eu estava parada na janela com uma muda de tulipa vermelha na mão enquanto olhava meu pai terminar de colocar as coisas no carro, ele olhou para cima procurando meu rosto na janela embaçada pelo frio, e com um aceno me chamou para descer. Com um suspiro dei uma última olhada no quarto que passei a minha vida toda me certificando de que não deixei nada para trás, desci as escadas e sai pela porta da frente, o vento gelado me atingiu em cheio, ajeitei o casaco e caminhei em direção ao meu pai

–Certeza de que não deixou nada para trás?- disse ele, abrindo a porta do carro e entrando.

–Tenho, olhei cada cômodo- falei fazendo o mesmo que ele e pondo o cinto.

– Ótimo, então vamos..- diz ele de modo baixo arrancando com o carro, destino

Forks.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Eu fiquei triste de ver que tem gente q favoritou mas não comentou, não vou forçar a barra por enquanto
As lindas q comentaram no capítulo anterior me digam oq acharam
Beijos até o próximo ♥