Ouvira boatos pelo reino que a fizera estar naquela sala. Precisava saber se era verdade, se Odin resolvera mesmo tomar aquela decisão, um pouco precipitada, pensava consigo.

- Pai-de-Todos Fez uma reverência - Serei direta ela disse um pouco receosa. Os boatos que correm sobre Loki - Não chegou a terminar a frase, Odin interrompera.

- Sim, Loki voltará. - Ela esboçou uma expressão descontente, era tudo que não queria ter ouvido. - Todos merecem uma segunda chance. Ele ficou tempo bastante preso, exilado, retirado, um pouco de juízo pode ter brotado em sua mente ardilosa, assim espero. Eu ia chamá-la para falarmos sobre isto. - Desconfiada do assunto que o Pai-de-Todos queria com ela, Sif deixou o senhor continuar - Todos sabem, meu filho causou muita destruição por Midgard, seu retorno à Asgard poderá ser arriscado. Temo pelo que ele poderá fazer por aqui, por isso pensei em colocar alguém o vigiando, o limitando. Creio que você, Sif, seja a mais indicada para essa tarefa. - Sif ouviu atentamente, um pouco surpresa por Odin tê-lo chamado de filho, mesmo depois de todos saberem a verdade. A ideia do Pai-de-Todos se recusava a entrar em sua cabeça, não entendia, porque ela? Odin sabia que a reação da garota não seria boa, a cara de Sif já era previsível, mas sabia que aceitaria.

- Temo que não, Pai-de-Todos. Thor seria o mais indicado para tal, talvez um dos guerreiros, ou até mesmo os guardas do reino. Porque escolheste justo a mim? - Sif se mostrava bem calma, não deixava o medo e a ansiedade transparecerem, nunca deixara.

- Thor ama o irmão, seria demasiado brando com ele, não o puniria se algo de errado fizer e você mais que ninguém sabe como Thor é impulsivo e age com as emoções. Os guerreiros estão cegados pelo medo que as histórias, que rodaram o reino, sobre o que Loki causara, não seria difícil para ele domá-los. Quanto aos guardas, mesmo sem os poderes Loki os enfrentaria e não seria difícil para ele passa-los para trás. - Sif apenas acenava com a cabeça, concordando. Sabia que Odin estava certo. - Você, Sif, não se deixará levar pelas emoções, saberá se impor sobre ele como faz com todos os seus inimigos, nunca o temeu e teve a coragem de poucos ao encará-lo quando se auto declarou rei, você tem a coragem que muitos homens não tem. O conhece desde que nasceu, saberá confrontá-lo, sua capacidade para prevê-lo a ajudará. Posso confiar essa missão à você, Lady Sif? - Sif olhava para Odin como um filha olha para seu pai, ele entregara à ela uma missão, confiava na garota, sabia que ela não o decepcionaria.

- Se o senhor, Pai-de-Todos, acha que eu estou apta para tal missão eu aceito, e o agradeço pela confiança. - Deu um leve aceno com a cabeça em sinal de respeito.

- Você terá toda ajuda necessária, não se preocupe. - Sif acenou um sim com a cabeça, fazendo Odin acenar de volta. Fez uma reverência e se retirou da sala.

Parou nos corredores do castelo e se colocou a pensar no sonho que tivera aquela noite. Sonhou com o quase esquecido dia em que Loki cortara seus cabelos loiros e fora obrigado pelo irmão a lhe arrumar novos cabelos, dessa vez morenos, negros como a noite. Pensou na hipótese de Loki ter invadido sua mente enquanto dormia, mas o próprio estava ainda preso e sem seus poderes, seria impossível isso para ele. Era apenas sua mente lhe pregando peças.

Estava parada encostada numa parece quando ouviu uma voz familiar.

- Vai dar tudo certo Sif, você é a garota mais esperta que eu já conheci, e olha que conheço todos neste reino.-  Quando notou quem era, não pode deixar de sorrir. Frigga era uma segunda mãe para Lady Sif, sempre a ajudava em tudo, lhe deu inúmeros conselhos ao longo da vida. Desde pequena, quando brigava com os garotos, recorria à ela, quando não conseguia se acostumar com a cor dos novos cabelos na adolescência, pediu conselhos à ela, quando a mãe não apoiara a garota a ser uma guerreira, Frigga estava lá a aconselhando e ajudando a convencer sua mãe, quando Thor foi atrás da humana em Midgard e Sif, apesar de não aparentar, ficou com o coração partido, Frigga sentira o desconforto na garota e lhe aconselhara. Não teria conseguido passar por isso tudo sem ela.

- Não estou muito certa disso, Frigg - Disse sorrindo e soltou um suspiro pesado.

- Eu sei que Loki não reagirá bem com você na cola dele, mas vocês se resolverão bem, melhor do que você pode imaginar. - Sif fez uma cara de dúvida e Frigga completou - Instinto materno. E lembre-se, você nunca estará sozinha. - Sif acenou com a cabeça e sorriu, indo abraçar Frigga e retribuiu o abraço na mesma intensidade. Se desfizeram do abraço, Sif disse que iria procurar Heimdall para lhe ajudar, Frigga consentiu e seguiu para o enorme cômodo do castelo onde seu marido se encontrava.

Adentrou a sala e viu Odin pensativo.

- Você acha que isso dará certo? Ela parece bem nervosa. - Frigga disse calmamente

- Seu nervosismo a ajudará. Sinto que deveria ter feito isso há tempos. - Odin disse e Frigga assentiu, confiava nos planos do marido, e ao mesmo tempo queria o bem do filho. Estavam confiantes. Ambos.