Percy Jackson e a Trilogia Da Pedra escrita por Pedro


Capítulo 91
41 - A Cadela e seu Dono


Notas iniciais do capítulo

E aí pessoal! Quanto tempo, feliz 2022 pra nós!

Tive um tempo essa tarde e finalizei a parte final do capítulo, tô bem ocupado ultimamente!

Aproveitem!



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41 — A Cadela e seu Dono

 

A familiaridade da escuridão do Labirinto de Dédalo causou arrepios na espinha de Percy. Se ele pudesse escolher quais memórias queria reaver, sem dúvidas as do poço escuro, úmido e mofado não estariam entre as selecionadas. 

Mesmo após anos, ele ainda sentiu o mesmo frio das correntes de ar que se chocavam contra seu rosto vindas de todas as direções. A passagem se estendia à frente como numa rampa pouco íngreme. 

Percy depositou Annabeth no chão escuro e apoiou as costas da garota na parede rochosa molhada. Ele desembainhou a lâmina Contracorrente, a espada emitiu seu brilho tenro e ameaçador, projetando as silhuetas dos dois semideuses alguns metros à frente. Com a mão que estava livre ele lançou a espada na rocha e ela se prendeu pela lâmina na parede.

Ele largou as bolsas no chão ao lado dela, o ferimento provocado pelas flechas do capanga de Lou Ellen ainda vertiam sangue continuamente. 

Percy se apoiou num dos joelhos e abriu a mochila de Annabeth. Ele notou a pequena tupperware transparente com uma tampa alaranjada etiquetada “emergências

O garoto murmurou um obrigado para a inconsciente Annabeth. 

Dentro da vasilha jaziam alguns cubinhos de ambrósia amassados e um pequeno frasco contendo bebida divina. Percy pegou um pedaço de um dos quadrados e molhou com o néctar, ele fez uma prece à Poseidon antes de comê-lo. Na atual conjuntura, toda ajuda era bem vinda. 

Percy voltou a atenção à amada. As marcas dos dedos do grandalhão estavam estampadas por todo o pescoço dela, o garoto bufou. 

Ele rasgou um pedaço da própria camiseta e molhou com néctar. Percy suspirou e fez uma prece à Apolo, ele estava sensível, havia acabado de recuperar a memória e a namorada, só para vê-la sendo quase estrangulada até a morte. Era azar demais até pra ele. 

Aos poucos os hematomas diminuíram de tamanho e logo desapareceram.

Percy sentiu as pernas pesarem. Ele se rendeu ao cansaço e se apoiou na rocha ao lado de Annabeth. O garoto olhou em volta, a escuridão infinita se estendia até sabe se lá onde, além do brilho de sua espada.

Os olhos de Percy estavam pesados, ele não dormia ja faziam quase 24 horas, desde a explosão do Alcione. 

O garoto pegou uma das mochilas e a colocou no colo, cuidadosamente apoiou as mãos nos ombros de Annabeth e a despistou deitada na mochila, a aninhando. 

Não demorou muito até que a luz deixasse os olhos dele, Percy desejou que não fossem devorados por algum monstro enquanto dormiam e de repente acordassem nos portões do Hades sem saber o que os tinha aniquilado. 

 

*** 

 

As horas pareceram se alongar desde que o semideus foi tomado pelo abraço de Morfeu. Ele foi mergulhado em alguns sonhos, uns envolvendo seu mestre Perseu e a deusa Pandora, eles caminhavam novamente pelos corredores de uma grande biblioteca, que à esta altura Percy já sabia de qual se tratava. Não que fosse grande coisa, já que a mesma estava perdida a milênios. 

Além disso, sabe se lá aonde o Labirinto os levaria. 

A garota Annabeth também não foi poupada dos sonhos, ela se via no alto dos distritos do Olimpo, tanto no Empire State quanto na base de Tártaro. No fim do sonho ela sempre era estocada por uma lâmina negra como a noite e rajada de raios amarelados. A arma de seu antigo mestre.

Percy também sonhou com o dia da explosão no Olimpo, não fosse pelo filho de Hades eles não teriam chance. Se houvesse uma forma de retribuí-lo, Percy com certeza o faria. Talvez derrotar o senhor dos abismos faria eles ficarem quites. 

Aos poucos o filho de Poseidon despertou, o braço direito ainda doía um pouco. A flecha do garoto Arch tinha sido certeira, mas como sempre a sorte do homem novamente poupou sua infame vida, de novo. 

O barulho de pedras se mexendo no chão ecoou no corredor escuro, Percy aguçou os ouvidos e levou o olhar à frente.

Cuidadosamente o homem afastou o tronco de Annabeth e apoiou a cabeça dela em sua mochila. Ele esticou a mão esquerda e pegou a espada Contracorrente na parede da caverna, o brilho da espada iluminou os olhos animalescos de Percy Jackson. 

Mais alguns sons ecoando na direção deles fez com que o coração do homem falhasse uma batida.

—Quem está aí? — ele esbravejou e apontou a espada para o escuro. Não houve resposta. 

Ele olhou para Annabeth por um segundo e avançou um passo, se postando frente à ela. 

O barulho foi ficando mais alto e, além disso, passos começaram a ecoar no corredor. Passos estrondosos, como os de um búfalo ou um touro. 

Percy engoliu em seco e continuou apontando a espada de bronze.

Ele conseguiu ver a silhueta de uma figura negra se aproximando rapidamente. Por uns instante ele pensou que fosse mesmo um búfalo. 

Mesmo com sua velocidade invejável, o homem não conseguiu fazer muita coisa para se defender. A espada Contracorrente saiu voando de sua mão quando ele foi atingido em cheio pelo enorme mastim de pelos escuros e boca molhada e babada.

Aquele era sem dúvidas o maior mastim do planeta, era maior que um tanque de guerra e devia pesar umas 3 toneladas. O rosto de Percy foi atingido em cheio por uma bela lambida cheia de baba. Ele começou a gargalhar e fez carinho nos pelos da cadela infernal mais inofensiva do panteão grego. 

—Garota! — Percy não conseguiu evitar a felicidade. Ele agarrou a cadela pelo pescoço e a abraçou fortemente — O que é que você está fazendo aqui? Como me achou?

O homem conseguiu finalmente se levantar e sair do abraço molhado da Sra. O’Leary. 

—Na verdade — uma voz masculina falou, Percy não reconheceu no momento — Fui eu quem achou vocês. Vejo que cuidou bem da minha cadela, Sr. Jackson. 

A cadela infernal pulou em cima de Percy e pisou com toda força no peitoral do homem. Ele gemeu de dor em meio às gargalhadas e terminou todo ensopado graças à baba da Sra O’Leary. 

Percy finalmente conseguiu se libertar do estupor e afastou as patas da cachorra, ele foi até a espada Contracorrente caída no chão e a pegou para iluminar o dono da voz falando nas sombras. 

Um calafrio cortou a nuca de Percy quando ele colocou os olhos na figura masculina de cabelos grisalhos vestindo a mesma camiseta de conselheiro do Acampamento Meio-Sangue e os olhos cinzas iguais aos de Annabeth. O garoto se lembrou de uma ou duas lições de esgrima e um ato de coragem que salvou o refúgio dos semideuses anos antes. 

—Quintus? — ele cerrou os olhos. 

Sextus, tecnicamente — o homem esboçou aquele mesmo sorriso forçado que causava desconfiança em Percy — Venha, vamos sair daqui. Os lacaios que você deixou em minha oficina já estão atrás de vocês. Traga a garota Annabeth, a Sra O’Leary pode ajudar


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Notas finais do capítulo

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