O Escolhido escrita por woozifer


Capítulo 5
♕ 05


Notas iniciais do capítulo

Louis ♥

Desculpe se houver erros.



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Anne colocou a mão em cima da capa que cobria meu vestido e quando ia puxá-lo ouvia voz autoritária de minha mãe a minhas costas:

– Anne, nem pense nisso – advertiu ela e Anne soltou a capa e enrubesceu.

– Desculpe Majestade – disse a criada e eu bufei.

– Mãe – choraminguei me voltando a rainha, ela nos olhava com um sorriso de “te peguei” enquanto se aproximava.

– Não Isabella, só irá vê-lo quando for vesti-lo.

– E se não couber? Acho que engordei hein – falei curiosa e minha mãe fechou a cara quando chegou perto o bastante para que apenas eu a ouvisse.

– Como engordou se fugiu do café da manhã hoje?

Segurei um suspiro e a olhei na esperança de que ela me entendesse apenas pelo olhar.

– Alguém deveria me avisar que eu ia conhecer meus pretendentes hoje – falei e me segurei para não fazer bico e cruzar os braços.

– Eu pedi para Wanda te avisar – disse minha mãe desfazendo a cara emburrada e me abraçou pelos ombros.

– Ela me avisou quando eu já estava saindo do quarto – suspirei a abracei –. Ah mãe, isso é tão complicado.

– Eu sei meu amor, mas vai ser divertido, você vai gostar de pelo menos um deles – disse ela se afastando para me olhar nos olhos, mas eu voltei a enterrar meu rosto em seus cabelos ruivos.

– Todos tem cara de mal encarados – murmurei mesmo sem nem ter olhado para a cara deles.

– É o tipo que eles precisam fazer, Isabella.

– Não quero que façam tipo quando estiverem comigo – murmurei e a soltei relutante, minha mãe tinha um sorriso orgulhoso nos lábios.

– Eu pensava que seu pai era mal encarado também quando o vi, e gritei com ele quando o conheci – disse ela, Anne que estava mais perto de nós ouviu e riu.

– Jura? Me conta? A senhora nunca me contou como foi quando o conheceu – pedi, ela assentiu e me levou para o banco redondo da sala, nos sentamos lado a lado e ela olhou para a parede por um longo tempo.

Então sorriu um pouco e começou:

– Era o meu primeiro dia no palácio, eu era uma cinco, como você sabe, então estava acostumada a ter alguma liberdade na minha casa, mas quando cheguei aqui fiquei enfurnada no palácio, durante a noite comecei a me sentir sufocada com tudo e saí correndo pelo palácio, eu queria ir no jardim, mas os guardas não podiam permitir isso, seu pai estava caminhando pelo corredor e me viu, quando ele me viu eu já estava passando mal com falta de ar e estava quase desmaiando nos braços de um dos guardas, Maxon gritou com os guardas para que me deixassem sair – sorri empolgada e ao me ver assim minha mãe riu baixo – eu saí e fui para um canto do jardim, me ajoelhei e comecei a chorar com saudades de casa, ele veio atrás de mim para ver como eu estava, eu nem o conhecia, tudo o que sabia dele na época era que ele queria uma esposa e que por algum motivo eu tinha sido selecionada para fazer parte das meninas que lutavam por ele... Ou pela coroa, como era o caso de algumas das meninas. Enfim, Maxon achou graça naquilo tudo, ele me disse que gostou da minha sinceridade enquanto falava com ele, já que ele era o príncipe herdeiro de Illéa e tudo o mais, durante nossa... Conversa eu havia feito um completo descaso com a posição dele na monarquia, e jurava que seria dispensada no dia seguinte, mas isso não aconteceu, não fui dispensada... – ela parou de falar e voltou a olhar a parede pensativa.

– A senhora acabou ganhando – concluí e ela me olhou voltando a realidade e assentiu.

– Eu e Maxon, hoje, além de casados, somos amigos, ele pode confiar em mim e eu nele. Espero que você encontre na sua Seleção alguém em quem possa confiar querida – disse ela beijando meu rosto e eu assenti pensativa.

Tudo o que eu sabia sobre amor, era o que tinha visto de demonstração de amor entre meus pais apenas, eles pareciam felizes e realmente pareciam mais que apenas um casal, eles eram amigos, havia mais que amor entre eles, havia confiança, amizade, lealdade, e eu queria algo assim para mim, só não achava que encontraria isso para mim no meio de um punhado de príncipes carrancudos na sala de jantar.

Repentinamente a porta se abriu e um homem entrou, era um dos príncipes, me lembro de tê-lo visto ontem no Jornal Official, só não me lembrava seu nome...

Ele tinha cabelos castanhos e olhos azuis.

– Principe Louis, aí não! – ouvi alguém dizer do lado de fora, o homem arregalou os olhos.

– Ops, perdão majestade – disse ele corando, fez uma reverencia desajeitada e saiu, assim que fechou a porta eu e minha mãe nos entreolhamos de sobrancelhas erguidas, então caímos na gargalhada.

– Esse me parece um forte concorrente – disse minha mãe sorrindo para mim e eu ria.

– Não me diga que está entre seus dez preferidos – falei irônica e minha mãe riu comigo.

– Sabe como chamávamos a seleção quando ela diminuía de trinta e cinco garotas para dez ou menos? “Elite” – disse minha mãe e eu sorri querendo saber mais sobre como foi sua Seleção e o que ela fez ao saber que havia entrado para a “Elite”, mas a pergunta que saiu dos meus lábios foi outra.

– Mãe, você namorou alguém antes do meu pai?

Ela desviou o olhar para o chão e demorou alguns minutos antes de responder em voz baixa:

– Sim, namorei um rapas da minha província – disse ela dando de ombros.

– Você o amou?

– Isabella, vamos mudar de assunto, sim? Quer cores quer para a sua festa de aniversário hoje a noite?

– Mãe, por favor...

– Eu não vou falar do assunto “meu ex-namorado” Isabella, e se você inssistir nisso vou ficar chateada com você.

Bufei e tirei uma mecha de cabelo dos olhos e coloquei atrás da orelha.

– Quero verde e dourado então, para a minha festa.

– Verde Isabella? É uma cor tão masculina e fria...

– Azul então...

– Continua sendo masculina.

– O que me sugere então, mãe? – falei desistindo de dar minha opinião.

– Rosa, o que acha? – disse ela empolgada.

– Todo ano é rosa mãe, que tal uma nova cor para marcar essa nova fase da minha vida? – falei e ela revirou os olhos.

– Vermelho então.

– Não, vermelho é muito... Sei lá, não quero vermelho.

– Porque pergunta minha sugestão se não vai aceitá-la? – disse minha mãe frustrada.

– Porque a senhora é a rainha, e não sou eu que vou organizar a festa... – e você faz o mesmo com minhas opiniões.

– Roxo então? – perguntou cansada.

– Isso! Roxo e dourado! – falei empolgada e ela riu.

– Tudo bem então... Só preciso preencher as lacunas que faltavam com as cores e tudo chega daqui a pouco para o seu aniversário – disse ela sorrindo e se levantou, foi até uma mesa no canto do salão e voltou pouco depois preenchendo algo numa prancheta- roxo e dourado não é? Não ficaria melhor prata? Combina com a sua coroa e...

– Mãe – a olhei séria e ela suspirou.

– Tá, dourado... – ela escreveu mais algumas coisas, então voltou a falar comigo com os olhos ainda cravados na prancheta – Sabe Isabella, você tem que dar chance aos meninos de te conquistarem, uma hora ou outra vai ter que ter um encontro com um deles...

Senti meu rosto começar a corar e para ajudar, minha mãe me olhou com um sorriso malicioso no rosto.

– Mãe, não – choraminguei e tapei o rosto com as mãos, eu sabia que estava corada até a raiz dos cabelos, ouvi minha mãe e todos do salão rirem – argh, mudem de assunto, se não vou pro meu quarto.

– Não, falar da Seleção é tão empolgante! – disse Cristine, minha criada que estava ali por alguma razão e eu não a notara até então.

Com esse comentário da minha criada traíra todos começaram a falar da Seleção e de seus preferidos, eu bufei irritada e me levantei então saí do Salão das Mulheres meio distraída e acabei esbarrando em alguém ao sair, eu iria cair, mas a pessoa me segurou pelos cotovelos e me firmou, ergui os olhos para o rapaz. Era o mesmo homem que havia entrado no Salão das Mulheres pouco antes.

– Ops – disse ele novamente e eu ri, então me endireitei.

Li seu broche quadrado com seu nome em prata: Louis.

– Obrigada por não me deixar cair... - príncipe? Duque? Ai meu Deus, eu devia ter prestado atenção nos nomes e títulos ontem- Louis.

Ele sorriu ao me ouvir chamá-lo daquela maneira.

Vi meu pai conduzir os outros rapazes em grupo pelo corredor, eles já tinham passado de nós e pararam para esperar o membro perdido, vulgo Louis... R. Eu não sabia o que era o R, mas suspeito que minhas criadas soubessem, então vou perguntar a elas mais tarde.

– Peço perdão, princesa Isabella, estou muito distraído hoje – disse ele sorrindo tímido e suas bochechas coraram um pouco.

Sorri.

– Principe Russeu? – ouvi meu pai chamar impaciente e o olhei, Louis se virou ao ouvir a palavra Russeu, esse é seu sobrenome então- Irá juntar-se ao grupo?

Louis me olhou com uma espécie de pergunta nos olhos, pergunta que ele proferiu em palavras tão baixas que quase não consegui ouvir:

– A princesa gostaria de ter um encontro comigo? – disse ele.

Como é que é?

– Isso pode perante as regras? –perguntei de sobrancelha franzida- O príncipe – eu me referia a ele- não deve seguir o rei?

– Não se a princesa for ter um encontro com o participante – disse ele dando de ombros de modo informal.

Fui com a sua cara, querido.

– Hum, ok, eu... Aceito ter um encontro com você.

– Agora? – perguntou com os olhos brilhando, eu ri baixo.

– Pode ser – falei e ele sorriu então me ofereceu o braço e eu aceitei.

Meu primeiro encontro, acho que vou vomitar, preciso de um saco de papel pra hiperventilar, alguém tem um aí?

Louis me virou de frente para o grupo com os príncipes, vi alguns rostos familiares que vi na tevê mas não tinha a mínima idéia de seus nomes.

– Com sua licença, Rei Maxon, eu e a princesa Isabella temos um encontro agora – disse Louis, mas não parecia querer se gabar, só parecia querer avisar meu pai de quê iria se retirar.

– Tudo bem, príncipe Russeu – disse meu pai mantendo a expressão de calmo, mas eu sabia que era só aparência, que ele estava com ciúmes daquilo.

Os outros participantes semicerraram os olhos com raiva para Louis, mas tudo o que ele fez foi me guiar pelo corredor.

– Alguma sugestão, Alteza? – perguntou o príncipe.

Ele tinha um leve sotaque, mas era bem pouco.

– Já conhece o palácio, príncipe Louis? – perguntei o olhando, ele me olhou de volta e deu um sorrisinho.

– Se não for incomodo para a senhorita, poderia me chamar de Louis? E tudo o que sei é que não devo entrar no Salão das Mulheres... O rei iria começar o tour pelo palácio agora.

– Ah sim... Acho que te tirei de duas horas andando por corredores e ouvindo a história enorme e chata desse palácio e dos reis que antecederam o meu pai.

Louis riu alto, de forma que príncipes não faziam, porque eram travados demais para fazê-lo.

– Nesse caso, sou muito grato – disse ele sorrindo e seus olhos azuis quase sumiram em meio a seu enorme sorriso.

O fiz virar num corredor e pensei em começar a realmente lhe apresentar os cômodos, mas minha curiosidade era maior:

– De onde... Você é? – perguntei com dificuldade de usar a palavra “você” para pessoas que mal conhecia.

– França, Alteza.

– A não... – reclamei fazendo cara feia – Não me chame de “Alteza” ou “Majestade”, me chame de “Princesa Isabella, a mais perfeita de Illéa”.- Louis me olhou de olhos arregalados e só viu que era brincadeira quando eu comecei a gargalhar – É brincadeira, me chame de Isabella.

– Ah, pensei que fosse do tipo de princesas que querem mesmo serem tratadas de um jeito formal todo o tempo... – disse ele passando a mão livre nos cabelos castanhos.

– E se eu fosse? – indaguei.

– Acho que eu pediria para sair – disse ele sincero e eu sorri.

– Acho que eu não me suportaria se eu fosse assim – declarei e Louis riu.

– Meu irmão mais velho é assim, e te garanto ele também mal se suporta.

Nós rimos e eu perguntei:

– Seu irmão mais velho? Você tem irmãos?

– Ah, sim, dois mais velhos, sou o caçula da família. Meu irmão mais velho já é o rei da França, meu irmão do meio é casado com a princesa herdeira da Itália.

– Você é o rejeitado que ainda não achou princesa – soltei e mordi a língua no instante seguinte, mas Louis gargalhou.

– Exatamente, estou a procura de uma ainda – disse ele piscando para mim e eu ri revirando os olhos.


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Notas finais do capítulo

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