“O mal está por toda parte.” A Garota da Capa Vermelha.

31
A Guerra dos Scarlet

Erza Scarlet caminhava pelos corredores do castelo dos Strauss imponente, matando cada guarda que viesse lhe impedir de ir ao encontro do bastardo que infelizmente ela chamava de pai. Ela quebrava as portas que apareciam pra bloquear seu caminho e Jellal a seguia quieto, um pouco assustado com a irritação da ruiva que conseguia ser doce tanto quanto mortal.

A ruiva avistou dois guardas parados mais a frente. Ela correu até eles e atacou ambos com a espada. Pediu informações a eles e assim que eles a informaram sobre onde o rei Scarlet estava, Erza matou ambos a sangue frio. Jellal a seguiu, um tanto assustado. Assim, Erza disparou no corredor, indo em direção ao quarto indicado pelos faleciodos. Finalmente Erza avistou o quarto que os guardas indicaram. Com um chute, escancarou a porta, quase quebrando-a.

Scarlet estava sentado numa poltrona no fundo do cômodo, ao lado da cama, perto de uma cômoda de madeira. Ele estava no escuro, com suas habituais roupas extravagantes de rei, com duas espadas no colo. As bainhas eram de ouro puro, bem chamativas, como qualquer coisa que o rei usava.

–Scarlet! - esbravejou Erza, visivelmente irritada. O rei sorriu e disse:

–Como vai você, querida?

–Pare de brincadeiras, velho maldito! - gritou a ruiva, indo até o pai e agarrando-o pela barra da camisa. - Eu sei de tudo! Como você pôde fazer isso com a Lucy e a família dela? Eles eram seus amigos! Seu desgraçado! - o rei sorriu e disse:

–Desculpe, querida. Mas eu quero o poder. Eu preciso do poder. A amizade de Jude não podia me dar isso, mas traí-lo daria. O plano do Ley funcionou perfeitamente. E depois que ele morreu, eu passei a ser o único a saber disso tudo além da maldita praguinha Lucy Heartfilia. Mas Lisanna vai eliminá-la ainda esta noite e tomará o trono. E assim eu a manipularei em meu favor.

–DESGRAÇADO! - gritou a ruiva, lhe dando um soco na cara. O homem caiu no chão, rindo. Maldito. Erza sacou suas espadas e disse: - Vamos lutar. Mano a mano. Quem vencer, fica com o reino.

–Pois bem. Se é isso que você quer... É isso que você terá!

O rei se levantou e sacou as duas espadas, atacando a filha. Jellal não interferiu, pois sabia que aquela luta era não mais por um reino, não era mais pra defender uma amiga, não era mais por vingança. Era por orgulho. Naquela luta o orgulho de ambos se enfrentavam, disputando um lugar que só um poderia e iria ocupar. Jellal jamais interfiriria numa luta daquela magnitude.

Erza atacava com uma expressão de puro ódio, mas observando seus movimentos controlados, percebia-se que mesmo extremamente irritada a ruiva se mantinha sob controle. Enquanto o pai desta, seu oponente, estava com uma expressão de divertimento no rosto. Ele estava só brincando com ela.

Jellal sabia que o rei Scarlet devia ter uma carta na manga. Algo planejado para derrubá-la não atacando fisicamente, mas pelo emocional. O azulado estava concentrado nos movimentos dos Scarlet até as portas do cômodo foram escancaradas.

–Erza! - gritou uma voz feminina na porta. A ruiva deu um chute forte no pai, lançando-o pro outro lado do quarto, virando-se logo depois pra ver quem estava chamando-a. Ela arregalou os olhos e disse:

–Mamãe...?

–Erza! - a mulher correu até a filha, dando as mãos a ela. - Querida, eu descobri tudo! Encontrei cartas antigas do seu pai e do pai da Lisanna, o Ley. Não acredito que pude amar um homem que trai os amigos. - disse a mãe da ruiva, olhando pro marido enojada. Este, no fundo no quarto, estava sentado no chão, limpando o sangue que escorrera da boca pelo ataque da habilidosa filha.

–Ah, que bom saber que está ao meu lado agora, mãe. - disse Erza, abraçando a mãe. A mulher retribuiu o abraço, sorrindo. Quando as duas se separaram, a mulher disse:

–Filha, você têm que derrotá-lo. Pelos amigos que deram a vida para que chegássemos aquil. Mate-o e vingue quem morreu por conta dessa traição.

–Sim, mamãe. - disse Erza, determinada. O rei, com a boca sangrando, riu. Ele se levantou, apoiando-se nas espadas, rindo da situação. Ele levantou a cabeça, com um olhar sádico no rosto.

–Me derrotar? Não me faça rir. Eu acho que é hora de te contar umas verdades... Minha pequena praga. - disse o rei Scarlet, de pé, caminhando até a filha. Deu um sorrisinho maldoso e voltou a atacá-la, enquanto a mãe se afastava alguns poucos passos. - Sabe, eu me lembro da noite que você nasceu... Estava chovendo. Com trovões e tudo. Me lembro de caminhar confiante pelos corredores, ansioso pra ver o rosto do meu herdeiro. Sim, eu esperava um menino. Quando eu vi que você tinha nascido mulher, senti vontade de matá-la... Eu tentei algumas vezes, lembra-se?

–Lembro. Por causa de você, seu desgraçado, que eu quase perdi um olho. E tenho uma cicatriz gigante nas minhas costas. E ainda me fez quebrar a perna direita duas vezes! Maldito! - dizia a ruiva em resposta, atacando o homem de forma cada vez mais agressiva. Vendo que a ruiva não cedia ao seu ataque emocional, ele decidiu que devia tentar outra coisa. Olhou pro azulado no canto do quarto e lembrou-se de algo que definitivamente a abalaria.

–Mas o melhor, Erzinha, é o que eu fiz com seu namoradinho quando ele me desafiou. - o rei lançou um olhar cúmplice a Jellal e disse: - Você contou a ela? Sobre as... Chibatadas? - O azulado arregalou os olhos e se encolheu de medo, fazendo que não com a cabeça.

–Não! Scarlet, seu desgraçado... - murmurou ele, passando as mãos pelas costas, com uma expressão de dor.

–O que... O que você fez com ele?! - exclamou Erza.

–Eu dava chibatadas nele toda vez que ele me contradizia. As suas costas doeram muito quando deixei seus ossos expostos, Jellal? - disse o rei, sádico. Quando Erza olhou pra trás e viu o azulado naquele estado, chegou a conclusão de que era verdade. E assim ela paralisou. - Aí está seu erro, filhinha maldita... Seus sentimentos te impedem de ser melhor que eu.

E assim ele seguiu em frente, no seu ataque que daria fim a luta. Com um grito da titânia e as risadas sádicas do rei ecoando pelo quarto, um rastro de sangue tingiu o chão, sentindo o peso de uma morte pelas espadas do rei Scarlet. Porque afinal, se fosse pra morrer, morrer por quem você ama não era nada ruim.