Love's To Blame. escrita por Anne


Capítulo 5
Friends?




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— Que ótimo. 

Nós caminhamos até a fogueira, e eu sento do seu lado. Ele me apresenta a alguns amigos, e conversamos com todo mundo por um tempo. Bom, ele conversa, na verdade. 

— Luke, eu acho melhor eu ir embora. Foi bom te conhecer. Foi bom conhecer todos vocês. — Digo, ao perceber que muitos estavam olhando. Inclusive, uma menina parecia estar com raiva de mim, eu só não entendia o porquê. Mas ela me encarava desde que cheguei.

— Já? 

— É... Eu tenho que ir.

— Eu te levo.

— Não precisa.

— Eu faço questão.

— Tudo bem, então... Tchau, gente.

— Tchau. — Várias pessoas dizem ao mesmo tempo, eu e ele nos levantamos, e vamos saindo da praça.

— Eu não quis falar na frente de todos, mas, eu não me sinto bem assim, com muita gente... 

— Ah, entendi, foi mal por não ter percebido. — Ele diz, com a mão na nuca, e morde os lábios levemente, parecia estar querendo dizer algo, mas estava com algum receio. — A gente pode ir pra outro lugar, se você quiser.

— Eu não saio por aí com estranhos. — Eu digo rindo, e ele ri também. — Mas talvez eu possa abrir uma exceção. Aonde vamos?

— Conhece a represa? 

— Hum, não.

—Então eu vou te mostrar. É um lugar muito maneiro, rola várias festas, mas agora não deve ter ninguém lá.

Nós vamos até a represa de carro, não demora mais de vinte minutos para chegarmos e, bom, não tinha ninguém mesmo ali. O que eu não sabia definir se era bom ou me dava um pouco de medo. Não, eu não estava com medo. Nós nos sentamos ali mesmo, na areia, e ficamos olhando as fracas ondas que se formavam no rio, devido ao vento. Estava muito, muito frio, e eu estava arrependida por ter vindo de vestido. 

— Tá com frio? 

— É, um pouco.

— Quer minha blusa? 

— Não, não precisa. Você vai congelar.

— Eu tô de boa. — Ele tira seu moletom, e poe em volta de mim. 

— Obrigada. — Eu digo e visto as mangas, e fecho o zíper. — Ficou enorme. — Eu disse, sorrindo. E percebo que há tempos não sorria tanto quanto hoje. 

— Claro, olha seu tamanho. — Ele sorri também. — Você é tão baixinha. 

— Eu não, você é que é muito alto.

Ele devia ser mais ou menos uns vinte centímetros mais alto que eu. 

— Sou normal pra minha idade, quantos anos você tem baixinha? 

— Dezesseis. E você?

— Vinte.

— Ual, quatro anos mais velho. — Eu dou risada. — Quem sabe até os vinte eu esteja do seu tamanho.

— Mas daí você não seria tão linda quanto é.

Ok, eu não sei como reagir a elogios. Então não respondo nada. Que bela idiota você, Anne.

— Foi mal, te deixei sem graça né? 

— Um pouco, não reajo muito bem a elogios.

— Como não? Já deve estar acostumada.

— Não, na verdade não.

— Ual, então existem muitos caras cegos ou tímidos no mundo mesmo.

— Na verdade, acho que os caras não gostam de meninas antipáticas como eu. — Digo ao lembrar minha vida solitária na escola, onde ninguém se quer olhava pra mim. Não só os caras. Meninas não gostam de ter amizade com garotas como eu.

— Antipática? Você? Não parece.

— Digamos que tô tentando mudar. Mas eu nunca fui de conversar com ninguém. — Eu abaixo a cabeça. 

— Sorte a minha, então.

— É, sorte a sua, eu acho. 

— Mas e aí, da onde você veio?

— Eu morava em Nova York. 

— Sério? E por que veio parar aqui?

— Problemas familiares e, bem, meu pai mora aqui.

— Ah, entendi.

— Você sempre morou aqui? 

— Sempre. Daria tudo pra morar pra Nova York, mas infelizmente, sempre aqui. — Ele sorri outra vez. — Você não é muito de sair não pelo que me disse, é?

— Não. Prefiro ficar em casa e ler um bom livro. Você gosta de ler?

— Não... Prefiro ficar na rua e ir numa boa festa. — Nós dois rimos com o comentário. — Ou vir num lugar como esse, calmo, na companhia de uma menina linda.

— Hum, então deve fazer muito isso. — Eu dou um sorriso sem graça.

— Na verdade, você foi a primeira que eu trouxe aqui. 

Eu fico em silêncio e o olho. Estava sendo sincero.

Ele se aproxima de mim, sentando mais perto, olha nos meus olhos, como quem pede permissão pra algo. Eu não evito, não faço nada. Só retribuo quando ele coloca a mão no meu pescoço e junta nossos lábios.


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