–Não, não! Um momento. Vocês estão namorando de novo? -Lene perguntou, boquiaberta, apontando para James e depois para Lily.

–Vocês são uns ingratos! -gritou Sirius, fingindo-se indignado. -Eu e Lene estavámos trabalhando em um plano para junta-los e, então, vocês resolvem a sair se beijando por ai? É isso que eu mereço por ser um ótimo amigo, Pontas e ruiva? -colocou a mão na boca, como se estivesse chocado.

James deu um tapa no braço de Sirius quando este se sentou na grama, ao seu lado. Lily riu do drama de Lene, revirando os olhos. O Sol descia lentamente no horizonte, por de trás das montanhas. Provavelmente, ainda havia gente em Hogsmeade, mas James e Lily voltaram mais cedo, pois, oras, quem precisa de Hogsmeade quando podem começar a se beijar a qualquer hora? Só não esperavam que os carmas vulgo, Lene e Sirius iriam se juntar. E, agora, estavam lá na grama fofa dos jardins do castelo.

Lene pegou um pedra enquanto se sentava ao lado de Sirius e a jogou no lago negro.

–Ah, fala sério Lene! Assim você se ofende e ainda machuca a pobre lula gigante. -debochou James quando a pedra atirada por Lene não chegou a quicar nem uma vez. Tirou o braço da cintura de Lily e pegou outra pedra. -É assim que se faz! -atirou a pedra, fazendo-a quicar quatro vezes ante antes de afundar no lago. Lene mostrou a língua para ele e estava pronta para retrucar quando alguma voz passou na frente dela.

–Não foi a Lene que machucou a pobre lula. -se viraram e viram Remus e Dorcas, a dona da voz irônica, caminhando para se juntarem a eles, juntos a Peter.

–Pois é. Não acha, Lily? -perguntou Remus apoiando o queixo no ombro da namorada. Lily franziu a sobrancelha e Remus continuou: -Você não lembra do "Eu não sairia com você nem que tivesse de escolher entre você e a lula-gigante"?

–Bem lembrado, Aluado. -Sirius inclinou a cabeça para o lado, tentando parecer pensativo. Apenas se lembrando da cara do Ranhoso naquele quinto ano. -A lula deve ter ficado chateada.

Lily encolheu os ombros, corada, e perguntou a Merlin o porquê de merecer aquilo.

–O humor de vocês vem melhorando a cada dia. -replicou Lílian, fazendo uma careta para os amigos, principalmente para o namorado, que também dava altas gargalhadas.

–Mas... espera. Vocês estão namorando? -indagou Peter, abobado, se encostando-se a uma árvore perto deles. O grupo parou de rir.

–Não, Rabicho, é apenas uma ilusão de seus olhos. -Sirius franziu o cenho para a pergunta idiota do amigo.

–Ah, que pena. Mas, Pontas, aquela balada trouxa que nós iriamos ainda está de pé? E também tem o contrabando de whisky de fogo. -disse Peter com desdém, colocando as mãos atrás da cabeça. James olhou para o amigo, incrédulo, enquanto Sirius começava um novo ataque de risos junto aos outros e Lily olhava surpresa para ele.

–Rabicho! Isso é traição. -James entrou na brincadeira, mesmo tendo que levar tapas de Lily. Então, eles pararam de rir e apenas observaram o Sol indo embora; pensando em como deve estar a vida lá fora, na guerra. No meio desses devaneios que Dorcas disse melancolicamente, rasgando a grama:

–Nosso último ano está acabando. -todos olharam para ela como se alguém tivesse dado um tapa na cara deles. Talvez tenha sido a força das palavras de Dorcas. O ano estava acabando para eles e, pelo o que pôde perceber, só notaram isso agora. Lily soltou um muxoxo e deitou a cabeça no ombro do namorado. Lene se levantou num pulo.

–Não, não. Dorcas, infelizmente, tem razão. Nossos dias para dar o fora de Hogwarts estão contados, então não podemos ficar choramingando. -trocou um olhar cúmplice com Sirius.

–Concordo. -Sirius também se levantou e foi até Lene, colocando o braço pelo ombro dela. Lene hesitou, mas não se afastou. -Rabicho, onde você coloca o estoque de whisky de fogo e cerveja amanteigada?

Peter se animou e logo se colocou de pé, arrumando as vestes.

–Como nos velhos tempos? -perguntou Lily, abraçando James de lado.

–Bem, nem tanto assim porque se fosse nos velhos tempos, você estaria me batendo neste momento e não me abraçando. -replicou James dando um selinho na ruiva corada.

–Ok, se os dois já acabaram. -Remus disse, abraçando a namorada também.

–Vamos! Nós já temos coisas o suficiente para comemorar. -falou Peter se sentindo uma vela no meio dos amigos.

***

Uma almofada voou na direção de James, que ainda estava deitado e tentando dormir mais um pouco.

–Pontas! Acorda. -insistiu Remus mais uma vez, pronto para jogar um vaso no moreno.

–Mas que ressaca, hein? -Sirius debochou, livrando o vaso das mãos de Remus para que ninguém morra.

–Claro! Aliás, ele não ficou a "festa" toda aqui, não é Pontas? Levou sua ruivinha para onde? -perguntou Peter, saindo do banheiro. James se pôs sentado e fuzilou o amigo com o olhar, mas fazer isso doeu, sua cabeça girava. Faz tempo que ficava tão mal por causa da ressaca.

–Se vocês querem mesmo saber, eu fui com ela para... -James se levantou e se dirigiu para o banheiro, sorrindo da cara de espanto dos amigos.

–Ok, pode parar. Entendemos que vocês tiveram uma boa festa particular. -Sirius fez um gesto rápido com a mão, poupando o James de continuar a frase. James riu e entrou no banheiro. -Mas e você, Aluado? -Almofadinhas se virou para Remus. -Até onde eu lembro, só sobrou eu, Rabicho, Lene, - pausa para sorriso malicioso. -Frank e Lice. Onde o Sr. Certinho se meteu?

Remus piscou para o amigo, com a boca entreaberta. Depois revirou os olhos e se virou para a porta, murmurando xingamentos a Sirius.

Peter caminhou até a porta do banheiro e bateu lá.

–Vamos, Pontas! Minerva vai nos matar se a gente se atrasar para a aula. -e no momento seguinte, James saiu de lá.

–Está bem. Vocês estão apressados hoje. -James resmungou e passou direto pelos amigos.

–Seu cabelo de porco-espinho está ótimo. A ruiva se amarra nele então não precisa demorar em dar um jeito nele. -Sirius falou, bagunçando (ainda mais) o cabelo James.

–Ahh, Almofadinhas, qual é? -reclamou James, afastando a mão de Sirius, começando uma sessão de tapinhas um no outro.

–Cara, vocês são muito infantis. -disse Peter, fingindo desaprovação enquanto desciam as escadas. Ao chegarem à sala comunal, James e Sirius pararam de se bater e correram o olhar pela sala. Encontrando apenas Remus e Dorcas aos beijos selvagens.

–Oh oh, olha o Aluadinho. -debochou de James depois pigarrear. Remus e Dorcas se separaram, ofegantes e envergonhados.

–Mas que coisa feia, Aluado. Pensei que você fosse santo. Tsk tsk. -disse Sirius enquanto Dorcas se levantava e lançava um olhar raivoso para Sirius e James.

–Vocês não dão um tempo, né? -falou Remus se levantando também.

–Nunca daremos um tempo. -retrucaram os outros em uníssono.

–Tapados.

–Nós sabemos.

–Ah, vamos logo. -pediu Dorcas, puxando Remus e indo em direção ao portal da Mulher Gorda. Os outros, sem opção, os seguiram.

O Salão Principal estava estranho. Todos estavam com Profeta Diário em mãos, o que indicava que o correio já havia chegado. Mas, enfim, os alunos não estavam com os murmúrios felizes e fofoqueiros de dia. Os Marotos franziram o cenho para a anormalidade e se juntaram à Lily e Lena, que também estavam com expressões tristes, observando o jornal em mãos.

–Ahn, Lily, o que aconteceu? -perguntou James, sentando-se ao lado da namorada e apoiando o queixo no ombro da ruiva, com intenção de ver o que estava no Profeta Diário, mas Lily fechou o jornal e soltou um suspiro triste.

–Vo... Voldemort atacou mais uma vez. Um bairro trouxa. -respondeu abraçando James. Sirius trocou um olhar com Lene, confuso e Lene fez o favor de esclarecer a dúvida.

–Esses ataques estão ficando cada vez mais frequentes. O que significa: Você-sabe-quem está ficando mais poderoso e juntando mais pessoas.

Peter olhou para os lados, nervoso. Mas ninguém pareceu perceber.

–Você-sabe-quem? -indagou Remus, pegando o jornal das mãos de Lily.

–É como estão chamando ele agora. -explicou a ruiva, pegando um pedaço de pão e mordendo-o sem animação. -Dizem que se você disser "Voldemort", você é automaticamente rastreado.

–E você continua a chama-lo assim? -Dorcas deixou a boca entreaberta, espantada, mas Lily apenas deu de ombros.

–Bem, vamos para a aula da Minerva? -disse Lene, quebrando o silêncio entre ele e pegando sua mochila.

–É uma boa ideia. -falou Lily, jogando sua mochila nos ombros.

Eles seguiram para a sala de Transfiguração sem trocar muitas palavras. Quando chegaram na sala, Minerva já estava lá com seu habitual semblante severo e olhar desaprovador. A professora pediu para que eles se apressassem para se sentarem e começou a escrever no quadro negro. Depois se virou novamente para a turma já organizada e disse formalmente:

–Espero que estejam estudando muito. Os N.I.E.M's começam na semana que vem.