Marlene acordou com os olhos arregalados, ela percebeu que estava muito perto do corpo de Sirius, ela sorriu apesar de não se lembrar de nada. Saiu do quarto dos amigos, com uma sensação estranha. Lene entrou em seu dormitório e seu rosto começou a transmitir preocupação. Tinha enviado cartas aos pais e até agora não recebera as respostas.

Balançou a cabeça e começou a se trocar. Quando chegou a Sala Comunal, os meninos já a esperavam, um com a cara pior do que do outro.

“Mas, eles não conseguem ficar menos atraentes” pensou Lene (e grande parte da população feminina de Hogwarts.)

Sirius balbuciou uma coisa que devia ser “estou com fome” e eles saíram pelo retrato da mulher gorda.

Eles chegaram ao Salão Principal e o café da manhã já estava sendo servido, quando eles se sentaram as corujas entraram com o correio. Uma coruja pousou na frente de James, deixou cair a carta e saiu do castelo. Pontas leu a carta, era de Lílian. Ela estava reclamando da irmã e falou que queria que eles estivessem lá para passar o Natal com ela.

Nesse momento, a Prof.ª Minerva vinha passando e James teve uma ideia.

–Tia Minnie! –gritou abrindo os braços. –Assim, eu queria ver se eu ainda posso ir para o feriado de Natal?

Minerva lhe lançou um olhar severo e disse:

–Posso saber por quê?

–Ah, você sabe né... Eu resolvi passar o Natal com a Lílian! Ela pediu, ela falou que precisa de mim!

–E de nós! –interrompeu Sirius quando terminou de ler a carta e apontando para si e para Lene.

–Não, desculpe, Sr. Potter –decidiu Minerva ignorando o “e Sr. Black” que Sirius exclamou. –Mas, você decidiu que ficaria em Hogwarts.

–Por favor. –agora Lene, James e Sirius pediam.

–Desculpe, não posso.

–Por favor.

–Não.

–Por favor.

–Não!

–Por favor.

–Eu já comentei que vocês são muito irritantes? –indagou a professora que. por incrível que parecesse, sorria.

–Isso é um sim? –questionou James sorrindo.

–Está bem, vocês podem usar a rede de pó de flu. –falou Minerva vencida enquanto James a abraçava.

–Hum, mas a Lílian tem lareira elétrica. –informou Marlene.

Minerva suspirou e sugeriu:

–Vocês podem ir até Hogsmeade e aparatar, ok?

Os três concordaram e quando se sentaram Minerva mandou:

–Srta. Mckinnon vá até a minha sala depois de comer, preciso falar com você.

A voz dela era preocupada. Logo depois a professora já estava siando do Salão Principal.

Lene olhou assustada para os meninos.

–O que será que ela quer comigo? Ah, que saber? Eu ‘tô indo pra lá agora.

E pegando suas coisas, ela seguiu o mesmo caminho que Minerva.

Enquanto caminhava sentiu que estava acompanhada, olhou para o lado e indagou:

–O que vocês estão fazendo aqui?

Sirius e James sorriram e Almofadinhas respondeu:

–Eu e Pontas admitimos que não somos lá uma boa influência.

–Então, - continuou Pontas. –se você levar uma bronca, nós vamos nos sentir culpados por ter te levado a este caminho.

Lene revirou os olhos rindo. Ela bateu na porta e falou:

–Prof., ahn, eu vim ver o que a senhora queria comigo.

Minerva pareceu se assustar e pediu para que a menina se sentasse, olhando severamente para Sirius e James, mas não disse nada.

Passado um silêncio constrangedor, a professora suspirou e disse diretamente à Marlene:

– Srta. Mckinnon, hm, eu sinto muito. Mas, - ela parou de falar e dava para perceber uma lágrima discreta descendo pelo seu rosto. –hoje, nós recebemos uma informação de que - Minerva suspirou novamente e finalizou: - de que seus pais foram encontrados mortos.

Lene perdeu toda a cor de seu rosto, ficou boquiaberta mostrando o quanto ficou incrédula. Depois ela começou a respirar com dificuldade enquanto James e Sirius passavam o braço pelo ombro dela. Lágrimas começaram a descer, Lene se desvencilhou dos meninos e saiu correndo da sala. James e Sirius saíram correndo atrás dela.

–EI, Lene! –gritaram enquanto iam para o corredor. Marlene podia estar de costas, mas dava para perceber que ela estava chorando muito. A morena caminhou um pouco mais rápida, até se apoiar em uma parede e deslizar nela. Lene enterrou a cabeça nas mãos quando James e Sirius chegaram e abraçaram-na servindo palavras de consolo.

***

Lílian fazia as lições de casa, isolada no quarto. Ela preferia assim. Não que ela não gostasse de Tia Anastácia, apenas achava que era uma pouco de pressão que a tia colocava nela.

“Corte esse cabelo, que coisa grande”, “E essas sobrancelhas?” ou “Está gorda, Lílian.”

Mas apesar disso, a ruiva gostava um pouco dos mimos da tia.

Ela suspirou e olhou pela janela. Ah, como queria James aqui.

Lílian pegou um casaco e saiu do quarto. Quando chegou na porta falou para os pais que iria dar uma volta e que daqui a pouco vinha para o almoço. Abrindo a porta recebeu aquela brisa fresca que fez seus cabelos ruivos balançarem suavemente. Ela foi andando até que avistou um parquinho onde ouviu pela primeira vez que era uma bruxa. Lílian foi caminhando até lá, quando chegou perto de uma árvore olhou em volta e sorriu enquanto se encostava ao tronco. Ficou observando as pessoas indo e vindo na rua em frente até que folhas começaram a cair em seus cabelos, ela olhou para cima e se levantou rapidamente.

–O que foi, Severo? –perguntou ríspida.

Ela contorceu o lábio inferior e pulou da árvore.

–Ahn, oi, Lílian.

–Hm, é só isso? –falou a ruiva se virando, mas Snape a tocou suavemente nos ombros e ela se virou. –Severo, como eu já lhe disse: você me magoou me insultou. Mas eu não sou como você, não posso te perdoar se não é isso que eu desejo. Apesar de tudo, Severo, eu nunca vou querer lhe magoar da mesma forma que fez comigo.

E falando assim, ela saiu andando de volta para casa, deixando um Snape desconsolado. Finalmente a ficha caiu. Depois dessas palavras de Lílian, uma onda de arrependimento atingiu Severo de uma forma que nem uma maldição faria. Aquilo queria dizer que não teria mais o perdão de Lílian. Mesmo que isso desse, ele sabia de uma coisa. Não vai desistir, não quer desistir.

***

Depois de acalmarem um pouco Lene, os meninos pediram para que ela fosse trocar de roupa, que depois eles iriam até Hogsmeade para aparatar até a casa de Lílian. Enquanto Lene ia para o dormitório, Sirius e James foram até o corujal enviar uma carta a Aluado e também enviar uma caixa de xícaras que mordem nariz como presente de Natal para certo Sonserino.

Eles foram para a entrada do castelo e encontraram a Prof. Minerva com a Lene, que ainda tinha os olhos um pouco vermelhos. Os quatros caminharam silenciosamente até Hogsmeade, pararam em frente a Dedos de mel.

–Ainda me pergunto por que eu estou fazendo isso. –reclamou a professora.

–Feliz Natal, Tia Minnie! –falaram Sirius e James, Lene deve ter murmurado alguma coisa do tipo antes de aparatarem.

Depois daquela sensação desagradável da aparatação, eles se viram em uma rua com muitas casas quase iguais uma com as outras. A vila tinha jeito de subúrbio.

–Ahn, Lene –James chamou a amiga meio indeciso. – você sabe qual é a casa da Lílian?

Lene olhou em volta e apontou para uma logo em frente. James seguiu apressado para lá. Lene deu um suspiro longo e olhou triste para baixo. Sirius olhou para ela e segurou sua mão.

–Vamos, ou você não vai ganhar um chocolate quente da Lílian. –Lene sorriu e acompanhou os meninos. James sorria abobado para uma janela do quarto. Lá estava a ruiva praticando feitiços.

–Oh, Pontas! –Sirius tirou James dos pensamentos o cutucando. –A gente vai ficar parado aqui?

–Ei, Lílian! –gritou Lene inesperadamente. Lílian olhou confusa para a janela e abriu um sorriso de canto a canto. Depois ela desapareceu de vista. Os três se entreolharam a tempo da porta da frente abrir e Lílian sair correndo para dar um abraço em James.