Chocolates escrita por belly


Capítulo 1
Chocolates


Notas iniciais do capítulo

Dedico essa fanfic a minha colega Kori Hime, uma maravilhosa pessoa e ótima cosplayer.

É uma história leve, espero que gostem.

Boa leitura a todos.



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            – Ei, Riko-chan. levantei a cabeça do caderno ao escutar a minha colega de classe, Sachiko, chamar.

            – O quê?

            – Pra quem você vai entregar os seus chocolates? Eu já escolhi a receita do meu, só falta comprar os outros chocolates, de obrigação, sabe?!

          – Ah, acho que vou comprar mesmo. São só chocolates de obrigação.

          – Ééé? Imaginei você vive com aquele monte de garotos depois da aula, e mesmo assim não parece gostar de nenhum... O Teppei-kun é tão bonito, o Izuki-san também é fofo, não sei como você não os vê dessa forma...disse a amiga quase com um tom de indignação.

            – Ah, os garotos do primeiro ano não tem condições, o Izuki é um bobo, se você andasse um pouco com ele perceberia isso, o Teppei eu admito que é bonito, mas impossível porque eu vejo ele como um irmão mais velho.
            Gostaria de poder falar de quem eu gosto para você, né, mas se ele ficar sabendo...

            – Entendo... Espere ai.após vasculhar um pouco sua própria bolsa ela tira uma revista, corre as páginas até uma seção especial de Dia de São Valentim com receitas de chocolate. – Vou fazer essa, olha, vai ficar maravilhosa a mini torta, é simples de fazer até, e o meu namorado gosta de morango, então mesmo ele vai adorar.

            Parece ser muito boa, mas não acho que conseguiria fazer algo assim, eles exageram quando dizem que sou mal na cozinha, só porque coloco pílulas nutritivas, mas não acho que conseguiria.

            – Parece ser um pouco complicada,ganbatte[1].

            Eu gosto do Hyuuga-kun, mas não posso simplesmente falar para ela, pois mesmo sendo uma boa colega ela fala demais. Se ele fica sabendo dessa forma, acho que não vai dar muito certo. Acredito que ele possa gostar de mim - quero dizer, ele já gosta de mim como amiga, me refiro a gostar no sentido romântico -, ao mesmo tempo em que se já nos conhecemos desde antes do colegial, nos vemos praticamente todos os dias, já até viajamos e saímos juntoo resto do time estava junto, mas isso não vem ao caso -, ele teria tomado alguma iniciativa, certo?!

 

Ai ai ... Amanhã é Dia de São Valentim, agora são 16:05, vou aproveitar que não está tão tarde e ir comprar chocolate, meu pai vai ficar enchendo a minha paciência se eu não der chocolates de obrigação para ele, mas o que será que eu compro para o Hyuuga-kun ?penso enquanto andava pelas ruas de Tokyo perto da escola.Eu poderia fazer algo, mas falta ideias para o que fazer, por quê isso é tão complicado? Atravessei a rua e continuei andando procurando por alguma livraria para comprar uma revista com receitas fofas e simples de fazer.

          Após mais alguns poucos quarteirões entro numa pequena livraria. Passei os olhos na estante de revistas adolescentes, folheando as que pareciam mais interessantes. Encontrei uma com algumas trufas e bombons de chocolate caseiros. Depois de comprá-la, atravessei a larga avenida em direção a uma praça e sentei-me num banco, para dar uma lida rápida nas receitas e depois poder ir comprar algum ingrediente que não tivesse em casa.

      Terminando a compras dos ingredientes e de alguns chocolates de obrigação, fui para casa, tomei banho, coloquei uma roupa fresquinha com meu avental do kuma e fui tentar fazer o doce.

            No dia seguinte, acordei com sono. Quase não consegui dormir, pois fiquei em devaneios pensando se deveria ou não entregar o chocolate para o Hyuuga-kun: estando óbvio que não é um chocolate de obrigação vai ser quase, se não for completamente, uma confissão.

            Depois de ser feita a higiene de rotina e ter vestido o meu uniforme, coloquei os doces dentro da bolsa e fui para a cozinha, me deparando com meu pai que tomava um copo de suco.

            – Bom diafalou, passando as mãos sobre seus próprios cabelos castanhos.

            – Bom dia, pai.coloquei a bolsa em cima da mesa, abri e tirei uma trufa de licor entregando-a para ele.Tome, seu chocolate de obrigação.

            – Ah, minha filha não se esqueceu de mim!ele se levantou e abraçou-me antes que pudesse falar alguma coisa.É uma filha tão boa...completou em tom de drama.

            – Sim, sim, agora deixa tomar meu café da manhã porque estou atrasada.falei desvencilhando do abraço e sentando à mesa, pegando um copo de suco e comendo algumas coisas.

            Sentei na minha carteira e pouco depois minha amiga chegou na sala.
                       – Bom diadisse, sorrindo a ela.

            – Bom dia, Riko-chan. Estou tão feliz, hoje à noite vou encontrar meu namorado e dar a torta que mostrei ontem para ele. Decidiu se vai dar só chocolates de obrigação ou não?disse interessada.

            – Ah, não tenho certeza, por enquanto só chocolate de obrigação mesmo. Eu...ela olha para o lado e vê o Junpei sentando em sua carteira e os outros amigos entrando conversando animadamente sobre algum assunto qualquer.Bom, não posso falar disso agoraela diz olhando para sua volta e insinuando à amiga que"as paredes tem ouvidos".

            – Ohh, então tem algo né?! Que bom Riko-chan, fico feliz por você.Ganbatte.a amiga fala e dá uma risada lembrando que a Riko é quem havia dito isso para ela no dia anterior.

            Passaram-se as aulas normalmente, as vezes se distraía e lembrava que iria dar o chocolate ao amigo, olhava discretamente para ele, e numa das vezes ela foi pega olhando e então desviou rapidamente, tentando disfarçar.

            Espero que dê tudo certo, pois todas as tardes no clube e os jogos com eles são tão divertidas, não poderia continuar lá com eles - comele -se as coisas ficassem estranhas caso ele recuse, não sei se poderia mais passar todas as tardes com eles. De qualquer forma, é melhor tentar agora do que passar o resto desse ano pensando se devo ou não fazer isso. Seria horrível chegar ao final do terceiro colegial e ver que ele nunca correspondeu.

            Depois de almoçar com duas colegas, fui até o clube. A maioria dos garotos já estavam trocados e andando pela quadra conversando. Em um canto, o Koganei lamentava pelo Kagami, Izuki, Kuroko, e Teppei terem recebido alguns chocolates das garotas da escola enquanto ele não havia recebido nenhum.

            –... E a Machi, sabe?!disse o Koganei, que agora só tinha a atenção do Shun e do MitobeEla veio correndo para a direção da minha carteira.          Quando ela parou do meu lado pensei "Ahh, vai dar chocolates pra mim, é claro, e ela também não é de se jogar fora, neh?!", então ela virou de costas pra mim e entregou os chocolates para o cara que senta na carteira ao meu lado. Shun ria, enquanto Mitobe colocou uma mão no ombro do amigo como quem dizia silenciosamente um "fique tranquilo, não foi nada".

            – Olá meninosdisse Riko quando já estava bem próxima ao grupo. –  Como fomos bem nos últimos jogos e eu gosto de passar a tarde com vocêsela diz sorrindo enquanto remexe sua bolsa tirando uma sacola cheia de trufas de tamanho médio e vários sabores.Vou dar chocolate de obrigação para vocês.ela levanta a cabeça e vê os amigos sorrindo surpresos.

            – Ahh, treinadoraKoganei falava com os olhos brilhando de felicidade.mesmo sendo devocê, estou tão feliz de ganhar chocolate de alguma garota hoje.

            – O que quis dizer com "mesmo sendo você"?falei dando um pequeno e merecido soco na barriga na barriga dele. Voltei-me para os outros e passei a distribuir os doces. – Dei um sabor diferente para cada um deles.

            Conforme fui falando e entregando, eles iam agradecendo e comendo ou guardando os chocolates. Depois que terminei de entregá-los, Koganei concluiu distraidamente "Hyuuga-senpai vai ficar sem chocolate, hahaha." droga, ele tinha que falar isso não é? Esse idiota.

            Hyuuga-kun está parece estar distraído, olhando para a quadra. Depois que o Kaganei falou isso ele olhou para nós. –Eu o que?

            – Ele tinha que falar algo, né?!disse Izuki decepcionado com o amigo.

            – Eu disse que você não

            – Desculpe Hyuuga-kun, é que eu esqueci seu chocolate em casa.disse um pouco tentando disfarçar, enquanto Kiyoshi afastava os outros garotos de nós dois e Shun e alguns outros reclamavam de como o camisa seis do time era lento.

            – Ah, não se preocupe, não foi nada de mais.– ele falava pra sorrindo meio sem graça e passando a mãos em seus cabelos.Não se preocupe.      Droga de silêncio constrangedor!

            Junpei olha para o lado e diz para tentar cortar o clima um pouco pesado que se instalou entre os dois. – Ei, bando de preguiçosos, vamos começar o treino!Ele se virou para mim e, por um momento, que não sei dizer quantos segundos durou, nossos olhares se conectaram.– É...ele acabou por não completar a frase e desviou o olhar, virando-se e indo até o meio da quadra conversando sobre algo sem importância com o Furihata.

            Eu não havia realmente esquecido o chocolate dele. Pensei, ontem a noite, várias vezes e conclui que era melhor entregar para ele na casa dele, pois na escola os outros estariam por perto e teria mais chances de dar errado.           O treino seguiu normalmente, mas fiz questão de ir embora logo que pude quando acabou para evitar a possibilidade de se instalar novamente um clima ou pouco tenso.

            Segui até a minha casa, tomei um banho e troquei de roupa, decidida a ir entregar o chocolate para o Hyuuga-kun na casa dele. O inverno já encaminhava para o seu fim, mas ainda estava fazendo frio, então coloquei um short jeans e meia calça branca, uma bata de mangas compridas pêssego e um cachecol branco. Peguei minha bolsa e o chocolate.

            A casa dele não era muito longe, não demorei a chegar. Droga, o que eu faço? Vamos Riko, você é uma garota muito confiante, não é tímida, e se não fizer isso agora, quando fará? Apertei a campainha e esperei pacientemente.

            Junpei abriu uma fresta da portaAh, olá Riko.– e em seguida abriu a porta completamente, estava descalço, sem blusa, com uma calça de moletom preta, uma toalha pendurada nos ombros e o cabelo molhado. Normalmente não ligaria por ele estar sem blusa, já havia o visto inúmeras vezes assim, mas talvez devido a estarmos sozinhos, e principalmente pela razão a qual eu havia ido até lá, corei um pouco.Oi, de novo.

            – Entre, err...desculpe, acabei de sair do banho, os meus pais estão trabalhando então eu desci, abrir a porta mesmo estando assim.falava enquanto entrava em casa e ia para a sala.– Pode sentar no sofá, eu já volto.

            Sentei-me ansiosa no sofá. Tenho certeza que não deve ter demorado mais que um ou dois minutos o tempo dele subir as escadas, colocar uma camiseta azul clara e voltar a sala, porém pareceu, para mim, que isso durou quase meia hora, enquanto eu decidia se iria embora antes que ele voltasse à sala ou esperava e entregava o doce.

            – Desculpe a demora. Aconteceu alguma coisa?falou normalmente entrando na sala.

            – N-não foi nada.levantei do sofá segurando a bolsa e olhando para o chão.Eu só vim trazer o seu chocolatetirei uma pequena caixa cor de rosa com pouco menos de 10 centímetros de comprimentoOlhei para cima, sentindo meu rosto queimar. Devo estar mais vermelha que o cabelo do bakagami, o que eu falo agora?! Estendi a caixinha com as duas mãos. Ele está um pouco corado também ou é só impressão minha?

            Senti seus dedos tocarem minhas mãos enquanto pegava a caixa.
            – Não ligue para o que aquele idiota do Koganei fala, não precisava se preocupar.

            Hyuuga, sem sair do lugar abriu a caixa, encontrando pequenos bombons em cubo, esfera e pequenos corações.

            – E-eu que fizagora que eu falei isso, não tem mais como voltar atrás porque isso deixa claro que não são "chocolates de obrigação".

            – Ah, Obrigadofalou casualmente pegando um bombom em formato de cubo levando em direção à boca, mas parou a mão antes de colocá-lo na boca, surpreso, e disse baixoVocê quem fez mesmo?

            – Sim.– respondi mais baixo ainda, porque meus olhos estão começando a lacrimejar eu quase nunca choro, muito menos de nervoso, por que isso justo agora? Seu idiota... Por que ele não fala alguma coisa de uma vez?

            – Obrigadonão consigo distinguir se está feliz ou não pela sua voz, e não posso olhar para cima com os olhos quase transbordando dessa forma. –  Tá muito bom, o chocolate. – Completou depois de ter comido aquele bombom de forma um pouco animada.

            – Ei, Riko, está tudo bem?ele perguntou um pouco preocupado olhando para mim.

            – Estou bem sim... hehe...falei olhando para cima em um tom forçadamente feliz, mas não consegui segurar uma lágrima que escorreu até a metade da minha face e passei rapidamente minha mão secando ela.

            – Você não está bem não.

            Levantei e, olhando para o chão, disse:

            – To bem sim, só estava coçando um pouco o olho, não é nada. Acho que é melhor eu ir para casa, vai ficar tarde.– tentei andar em passos rápidos até a saída. Sempre estou falando com as pessoas, por quê não consegui falar que gosto dele agora?

            Hyuuga-kun veio atrás de mimEspere um pouco- e em seguida segurou meu pulso antes que conseguisse abrir a porta.– Não quer me falar alguma coisa? Se aconteceu algo, pode falar.

            – Gosto de você.falei olhando em seus olhos.

            – Ve-verdade?ele, um pouco perplexo, voltou a corar levemente. Novamente levei meu olhar ao chão, sentindo cada vez mais lágrimas escorrerem silenciosamente.Riko, não precisa chorar.

            –...Não posso falar nada, minha voz não vai sair normal.

            Vi ele dar um passo mais para frente e em seguida me abraçar protetora e carinhosamente.Eu também gosto de você, desde o primeiro ano do colegial. Nunca falei nada porque pensei que você gostasse do Teppei. Desculpe, não queria te fazer chorar.

            Não aguentei mais e acabei soltando um soluço. – Obrigada.

            – Não precisa agradecer. – ele desfez o abraço e, levando-me pela mão, colocou-me sentada no sofá, sentando ao meu lado em silêncio e olhando para a TV desligada, sem soltar a minha mão.

            Em pouco tempo não estava mais chorando. O abracei fazendo se virar um pouco para mim. Afastei-me um pouco e dei um beijo em sua bochecha.

            – Riko, você quer namorar comigo? – Ele fala me olhando seriamente.

            – Claro Hyuuga-kun.

            – Então é melhor eu trocar o basquete pelo kendodisse ele olhando para o lado e rindo.

            – Largar o basquete por quê?

            – Porque seu pai vai querer me matar, haha.

            – Ahh, isso com certeza. – respondi brincando também.

            – Vai querer me matar mais ainda por isso. ele falou aproximando seu rosto do meu. Olhei para sua boca, cada vez mais próxima, não sei se ele já fez isso mas eu nunca beijei outra pessoa.

            – Isso o que?

            Ele não respondeu, apenas beijou meus lábios mexendo seus próprios delicadamente. Fechei os meus olhos e o senti colocar sua grande mão em minha nuca aproximando-nos mais.

            – Riko, sua bobinha, não tem vergonha de ver eu e os meninos sem blusa, mas fica nervosa quando o namorado vai dar um beijo.falou rindo e me puxando para mais perto.

            – Seu insensível.ajoelhei no sofá e sentei de lado sobre seu colo e o abraçando, fazendo o garoto voltar a corar.– Quem é que está com vergonha agora?

            Ele riu, retribuindo o abraço e me puxando para um beijo mais profundo e romântico, que esperava há um bom tempo.
           
– [...] E dai o Kagami-kun falou “Kuroko, porque seu cabelo e olhos não são pretos? O cabelo do Kise é loiro, do Miroima é azul, da Momoi é rosa...”, e o Kuroko-kun respondeu “Meus pais são daltônicos”, hahaha você deveria ter visto! – contei a ele e nós dois rimos pela incontável vez naquela tarde.


            Dois dias depois, estávamos em uma aula pratica de economia doméstica, e tínhamos que fazer panquecas.
            Eu havia terminado de fritar minha segunda panqueca e a professora que estava andando pela sala parou em na minha bancada, onde estava a Sachiko, eu, o Hyuuga-kun e o Teppei.

            – Vou provar um pedaço, tudo bem? – disse a professora e eu entreguei a massa num pequeno prato, ela cortou um pedaço, e depois de comê-lo disse: – Está muito bom, Aida-san.

            – Obrigada. – respondi feliz e agradecida para a professora, que em seguida continuou a andar pela sala.
            – É, está bom Riko – Falou o Teppei brincando enquanto olhava para o Jumpei – Já pode até casar.
            Eu dei risadas baixas junto com minha colega enquanto o Hyuuga-kun mais corado do que já mais havia visto voltara a cortar uns legumes.
            A cada dia ao lado dele sinto-me mais e mais feliz e confiante de que estaremos juntos para sempre.


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Notas finais do capítulo

[1]Ganbatte: "Ânimo" ; se esforce; dê o melhor de si.

Elogios e críticas construtivas são muito bem vindos. Gosto muito de comentários *--*.

Até mais.