I Hate Myself escrita por Lady SunDame, Lia Mayhew


Capítulo 2
Vergonha




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— Quem foi ?

— O quê?

— Que me fez cair... Quem foi?

Nílima baixou o olhar.

— Dhiren...

Dhiren? - perguntei confusa - Por quê?

— Não sei. Eu só vi

— Ah...

Ficamos em um completo silêncio por um momento.

Tirei meu moletom e o coloquei ao lado da pia

Nílima me olhou e por fim, disse:

— Quer minha blusa emprestada?

— Não precisa... Eu posso sobreviver só com a camisa.

— Tem certeza?

Assenti, dando um leve sorriso.

Nílima balançou a cabeça negativamente.

— Não... Não, não, não! Eu vou te emprestar a minha blusa, queira você ou não!

Eu ri

— Lá na sala eu te entrego ela.

— Não precisa... É sério.

Nílima me olhou com a sobrancelha arqueada

— Eu vou te emprestar minha blusa. Já disse.

Ri novamente.

Saímos do banheiro e pude perceber que havia uma garota na porta do mesmo.

Ela tinha cabelos negros e olhos violetas.

— Yesubai? - Nílima perguntou.

— Ah... Nílima. Eu queria me desculpar com a Kelsey - Ela acenou para mim - Desculpe pelo Ren... Nós tivemos uma briga hoje e acho que ele está um pouco revoltado.

— Tudo bem

— Se machucou?

— Não... Estou bem - respondi, tentando parecer amigável.

— Me desculpe mais uma vez. Se precisar de alguma coisa é só falar - Disse, se distanciando – Tchau.

Nílima olhou para mim e perguntou baixo:

— Tem certeza de quê está bem?

Assenti.

Nílima me puxou para a escada e subimos seus cinco lances de escada.

Acabamos parando em frente à sala de aula e entramos na mesma.

— Por que estamos aqui? - Perguntei confusa

Nílima foi até sua mesa e pegou sua mala.

— Eu não sei... Pega minha blusa - Disse jogando em minha direção uma blusa cinza bem mais bonita do que a minha.

Sorri e vesti-a. Ela ficou um pouco larga em mim. Eu era minúscula comparado a ela.

— Obrigado... - falei.

— Pela blusa?

— Também...

— Pelo o quê então?

Sorri.

— Por ser minha amiga.

Ela sorriu.

Ouvi a porta se abrir.

Virei instintivamente e vi Dhiren e Kishan entrarem.

Eles me olharam e começaram a rir.

— O que aconteceu? – Nílima perguntou.

Dhiren veio em minha direção e mexeu no meu cabelo.

Kishan e ele fizeram cara de nojo.

— O que aconteceu? – perguntei.

Dhiren tirou a mão dos meus cabelos e segurava um enorme pedaço de rabanete.

— Você por acaso guarda comida no cabelo para comer mais tarde? – Dhiren perguntou, em um tom de deboche.

Senti um frio intenso percorrer o meu corpo.

Eu não estava chateada.

Vergonha

Medo

Vergonha.

Kishan riu e antes que eu percebesse várias pessoas estavam na sala, rindo.

Senti lágrimas escorrerem pelo meu rosto e corri.

Corri para um lugar qualquer.

Qualquer lugar... Eu não me importava.

Queria sumir.

Acabei parando no banheiro.

Encostei-me em uma parede e desabei.

Entrelacei minhas mãos e esperei para que as lágrimas parassem de escorrer.

— Kelsey?

Era a voz de Nílima

Ela havia corrido atrás de mim.

— Você está bem?

Balancei a cabeça negativamente.

— Eu juro que não havia visto o rabanete no seu cabelo. Juro mesmo.

Ela ajoelhou-se ao meu lado e acariciou meus cabelos.

— Juro mesmo.

Aquelas palavras só me fizeram chorar ainda mais.

Não demorou muito para que ela dissesse:

—Ele deve ter caído no seu cabelo quando Dhiren te fez tropeçar.

Alguns minutos depois, outra garota entrou no banheiro.

Yesubai.

Ela me viu e logo arregalou os olhos.

— O que aconteceu?

— Lembra que o Ren a fez tropeçar? – Nílima perguntou

Yesubai assentiu.

— Deve ter caído um pedaço de rabanete no cabelo dela – Nílima falou apontando para mim – Tadinha... Humilhada desse jeito.

Yesubai chutou o invisível.

— Só podia ser coisa daquele idiota...

Yesubai ajoelhou-se ao meu lado e começou a me consolar.

No fim das contas, tive que sair da aula mais cedo, junto com Nílima e Yesubai.

— Desculpe... – Disse com os olhos vermelhos – Fiz vocês perderem aula

— Não se preocupe. Estamos bem – Yesubai disse, piscando um de seus olhos violetas – Até porque, conseguimos perder algumas aulas meio chatas.

— Ãhn... Eu não posso ir para casa... Se Sarah me ver chegar mais cedo... Eu nem sei o que pode acontecer.

Os olhos violetas piscaram confusos.

— Sarah? Quem é essa?

— É a tutora dela – Nílima explicou.

— Ah... Bem, você pode ficar na minha casa enquanto isso.

— Sério?

Ela assentiu com a cabeça.

— Vocês duas podem ficar na minha casa.

Sorrimos e Yesubai nos levou até sua casa, que ficava a dois quarteirões do colégio.

Ela era grande, três andares.

Paredes brancas.

Ela nos levou para dentro e nos fez sentar no sofá da sala de estar.

A sala era ampla.

Paredes cinza e teto branco. No meio, dois sofás e quatro poltronas.

— Sintam-se em casa.

Nílima e eu ficamos sentadas.

— Eu vou para o meu quarto. Querem ir juntas?

Assentimos e seguimos Yesubai.

Subimos as escadas e fomos em direção a uma porta de madeira.

Yesubai a abriu e nos puxou para dentro de seu quarto.

Ele era violeta.

Parede, móveis, cortinas.

Tudo.

— Uau. Sua obsessão sobre violeta é tipo... Uau

Yesubai lançou um olhar mortal a Nílima

— Você tem algo contra violeta?

Nílima deu um sorriso torto.

— N-Não... Claro que não.

Sentei-me em uma poltrona que havia.

— Hum... Eu vou me trocar e já volto ok?

Yesubai desapareceu ao entrar em seu closet e voltou com uma camisa branca sem mangas feminina, shorts pretos e sandália de dedos.

— E então? O que vamos fazer por enquanto? – Nílima perguntou

Dei de ombros.

— Por que não comemos alguma coisa? – Yesubai perguntou.

Nílima riu.

— Você? Cozinhar? Tá brincando né?

— Qual o problema? Eu não cozinho tão mal assim.

— Da ultima vez que você cozinhou, o bife estava queimado.

— E qual o problema? As pessoas comeram

Nílima riu mais um pouco, até que disse:

— Hey, Kelsey, você sabe cozinhar algo bom?

Arregalei os olhos

— E-Eu? Cozinhar?

— Bem... Você sabe cozinhar, não? – Nílima perguntou

Assenti.

— Cozinhe pra gente, eu te ajudo... Ou senão vamos ter que comer algo queimado – Ela disse, mandando uma indireta para Yesubai.

— Eu... Posso fazer biscoitos de manteiga de amendoim?

As duas assentiram e Yesubai me levou até a cozinha.

Yesubai e Nílima ficaram conversando comigo na cozinha e algumas vezes, discutiam uma com a outra.

Eu fiz os biscoitos de manteiga de amendoim e os coloquei em um prato.

Yesubai foi a primeira a provar:

— WOW! Kelsey, isso está maravilhoso! Onde foi que aprendeu?

Nílima deu uma mordida e começou a falar absurdamente rápido.

— Santo Deus! Onde foi que você aprendeu a fazer esses biscoitos?

Abaixei o meu olhar.

— Minha mãe me ensinou.

Ouvi Nílima murmurar algo.

Apressei-me em dizer:

— Mas... Não sem preocupem!

Yesubai riu.

— Você muda de assunto rapidinho!

Eu ri.

— Obrigada... Vocês duas...

— Por quê? – Disseram elas em coro.

— Por me consolarem...

Ouvi a porta da sala se abrir e arregalei os olhos.

— Quem é? – Sussurrei para Yesubai.

— Não sei – Ela sussurrou de volta.

Ficamos em silêncio por um tempo, até que ouvimos uma voz masculina.

Yesubai abriu sua boca em um ‘’O’’

— Quem é? – Sussurrei.

Antes que ela pode-se dizer algo pude perceber um par de olhos dourados. Lindos olhos dourados nos observavam.

— Por que elas estão aqui? – Kishan perguntou.

Yesubai saiu de seu transe e disse, com arrogância:

— Eu que deveria estar te perguntando o porquê de você estar aqui!

Ele riu ao perceber a minha presença, mas logo ignorou minha pessoa.

— Você esqueceu sua chave com Ren.

— Hum... Yesubai – Eu disse, timidamente- Eu... Acho melhor ir embora.

Nílima acompanhou-me

— Eu acho que também devo ir... Sabe. A hora.

Eu e Nílima saímos correndo da cozinha e fomos embora.

Pov Kishan.

Eu estava no Jardim do Colégio.

Ouvi vozes femininas.

Aproximei-me lentamente e pude escutar uma boa parte da conversa.

Ela dizia sobre seus tutores – Mike e Sarah – E a forma como eles a tratavam.

Aproximei-me mais e percebi que a dona da voz era ninguém mais ninguém menos que Kelsey Hayes, a aluna nova.

Ela estava com Nílima. Quando finalmente a mesma saiu, aproximei-me da aluna nova.

Ela era bonitinha – admito – mas poderia ser melhor.

— Você escutou tudo? – Ela perguntou.

Sorri de uma forma seca.

Ela implorou para que eu não contasse a ninguém.

Fingi ignorá-la.

***

A aula passou rápido e eu e Ren descemos para o refeitório.

— Hey! Ren você já...

— Cala a boca – Ren interrompeu-me.

Ele estava mais irritado do que o normal

— O que aconteceu? Parece até que brigou com a Yesubai.

Ele franziu a testa para mim.

— Nós terminamos – Ele murmurou.

Fui obrigado a sorrir descaradamente.

Ela era muito para ele.

— Não é como se vocês estivessem tão juntos assim – Respondi – Vocês não estavam andando juntos faz quase dois meses.

Fizemos um prato e fomos em direção a uma mesa vaga.

Passamos em frente de Kelsey e Nílima.

Antes que eu percebesse, Ren fez a aluna nova tropeçar.

No minuto seguinte, ela estava no chão.

Tenho que admitir que foi muito engraçado.

Ri até minha barriga doer.

Nílima ajudou-a a se levantar e logo após, as duas correram para o banheiro.

— Tão dramática... Aposto que nem foi tão ruim assim – Ren disse, em um tom de extremo deboche.

Eu ri.

***

Eu e Ren decidimos ir para a sala mais cedo.

Ao abrir a porta, demos de cara com Nílima e Kelsey.

Ri quando vi Kelsey.

Ela tinha um enorme pedaço de rabanete presos no cabelo.

POV Kelsey

Acabamos parando em frente à minha casa.

Devolvi a blusa para Nílima

— Quer entrar? – perguntei

— Eu acho melhor não... Eu tenho que resolver algumas coisas.

— Hum... Ok...

— Tenho que ir. Tchau!

— Tchau!

Ela se distanciou e eu entrei em casa.

— Oi Kelsey – Rebecca disse, jogada em um canto do sofá.

— Oi...

Subi para o meu quarto e joguei minha mala em um quanto qualquer do mesmo.

Fui ao banheiro, despi-me e tomei uma ducha rápida.

Coloquei uma roupa qualquer.

Joguei-me de bruços sobre minha cama e fiquei observando o nada.

Fiquei assim por um momento, até que escutei Rebecca gritar meu nome.

Desci lentamente as escadas.

— O que foi? – perguntei

— Mamãe está te chamando

— Pra quê?

— Eu não sei.

Andei em direção à cozinha.

— Sarah? – perguntei.

Ela estava cortando alguns legumes.

— Sarah? – tornei a perguntar

Ela olhou para mim e logo revirou os olhos.

— Eu e Mike vamos sair hoje à noite. Quero saber se você pode servir a janta para as crianças. A comida está na geladeira. É só esquentar

— O.K

— Os coloque na cama antes das dez.

Ela fez um gesto com a mão, indicando que eu podia sair.

Voltei ao meu quarto e peguei meu notebook.

***

Fui para o colégio junto de Nílima.

Eu estava tremendo de medo.

E se eles me zoarem? Pensei

Nílima me acalmava quanto a esse assunto.

Quando enfim chegamos ao colégio, eu já pude escutar algumas risadas.

É isso... Eu sou o motivo de toda a piada pensei.

Eu ouvia as pessoas dizerem: ‘’Olhem lá! É a rabanete!’’

Eu quis chorar, desabar.

Nílima me segurava enquanto andávamos.

— Você está bem? – Ela perguntava.

Eu sempre assentia.

Um tempo depois, Yesubai também veio me acalmar.

Eu estava tremendo de raiva, de vergonha e de medo.

***

As zoações continuaram durante dias e dias... Elas não paravam nunca.

Ser zoada, já era uma coisa com que eu estava ficando acostumada.

Alguns dias haviam se passado.

Era Sexta-Feira

Eu, Yesubai e Nílima almoçávamos no refeitório.

— Hey! – Nílima disse- Vai ser amanhã?

Yesubai assentiu com a cabeça.

— Vocês vão, né? Vocês precisam ir!

Pisquei confusa.

— Ir para onde? – perguntei.

Nílima riu.

— Amanhã é o aniversário da Yesubai.

— Vocês vão né? Por favor! – Yesubai pedia.

— Eu não comprei nada... Droga – Eu murmurava para mim mesma.

— Vocês não precisam comprar nada, mesmo. Eu me contento muito só com a presença de vocês.

Pisquei confusa

— Espera... Presença de nós aonde? – perguntei

— Na minha casa, oras.

Ficamos conversando sobre o aniversário de Yesubai por um tempo.

Mas ai eu me lembrei...

— Quem mais vai estar lá? – perguntei com medo da resposta.

— Hum... O pessoal da sala e algumas amigas... Isso inclui vocês.

Eu queria dizer ‘’ Não vou. ’’, mas não podia.

Yesubai era uma amiga também.

— Ãhn... Mas... Com que roupa temos que ir?- perguntei

— Pode ir com qualquer uma – Ela respondeu.

Nílima mordeu o lábio inferior.

— Não!

Yesubai arregalou os olhos.

— Por que não?

— Eu não acho que uma festa sua combina com a Kelsey de calça jeans e moletom – Ela respondeu – Sem ofensas Kelsey, mas é que as festas da Yesu são bem... Hum... Chiques.

Eu sorri de canto

— Por mim tudo bem... Mas eu não sei que roupa eu devo usar.

Nílima e Yesubai sorriram.

— Seus pais ficaram bravos se formos na sua casa amanhã?

— Não... Eles não ligam muito para aquilo que é relacionado a mim...

— Amanhã nós vamos na sua casa – disseram as duas em coro.

Sorri.

***

Acordei atordoada.

Visualizei o relógio.

13h30min

Peguei meu celular e disquei o número de Nílima

— Alô?

— Nílima?

—Ah, oi Kelsey! Eu ia te ligar agora mesmo. Yesubai está aqui em casa... Se importa de irmos nos trocar ai na sua casa?

— Não... Que horas vocês vão vir?

— Acho que daqui a meia hora... Arrumar-se para festa às vezes demora.

Eu ri

— Nos vemos daqui a meia hora então...

— Até!

Desliguei o celular e fui escovar os dentes.

Tomei uma ducha e coloquei uma roupa confortável.

Minutos depois, a campainha tocou.

Desci correndo e abri a porta.

— Oi! – Yesubai e Nílima disseram em coro.

Elas carregavam uma mochila.

Fiz um gesto com a mão, indicando que elas podiam entrar.

Levei-as até meu quarto.

Yesubai abriu sua boca em um ‘’O’’

— Seu quarto é enorme!

Nílima concordou com a cabeça

— É três vezes maior que o meu!

Eu ri

— Exagerada.

— Então, Kelsey, já decidiu a roupa com que você vai?

— Não... Eu esperava que vocês me ajudassem

— Por mim tudo bem – Yesubai disse

— Por mim também – Nílima disse, enquanto concordava com a cabeça.

Sorri

— Hum... Onde ficam suas roupas? – Nílima perguntou

Apontei para o closet.

***

Nílima verificava saias, camisetas e vestidos.

— Santo Deus... É difícil escolher entre tantas opções – Nílima reclamou.

Sorri.

Yesubai olhou para mim e logo perguntou:

— Kelsey... Se você tem tantas opções de roupas, por que só usa calça jeans e moletons?

Suspirei

— Longa história...

Nílima enfim, pegou algumas peças de roupa e acessórios.

— Kelsey, vista essas, nós iremos ver qual cai melhor em você.

Nílima e Yesubai saíram do closet e me deixaram no mesmo, sozinha, apenas com roupas.

Coloquei a troca de roupa e sai do closet.

As duas bateram palmas

— Kelsey, o que achou dessa roupa?

— É bonita.

— Você vai com ela então? – Yesubai perguntou.

Assenti com a cabeça.

As duas sorriram.

— Bem... Então, vamos nos trocar? – Nílima perguntou.

Assentimos

As duas pegaram suas mochilas e nós três voltamos ao closet.

Depois de vestidas, Yesubai passou maquilagens e Nílima arrumou nossos cabelos.

No fim, estávamos todas prontas.

Eu olhei-me no espelho... Estava diferente.

Olhei para Yesubai, ela definitivamente não ficava para trás.

Nílima estava mais bonita que o normal.

Olhei para o relógio.

18h30min

Arregalei os olhos.

— Já se passaram cinco horas? – perguntei

— Acho que nem percebemos o tempo passar – Nílima disse enquanto terminava de colocar o seu colar

***

Eu e Nílima estávamos sentadas em um dos sofás da casa de Yesubai.

A campainha tocou e a jovem de olhos violetas foi atender.

— Nílima... Estou com medo... E se me zoarem aqui também?

Ela balançou a cabeça.

— Eu vou te ajudar como te ajudo desde que te conheci.

Eu sorri, mas não consegui esconder o meu medo.

Nílima me olhou.

— Droga, Kelsey! Você também está me deixando nervosa!

Eu ri.

— Vou para o quarto de Yesubai, tenho que fazer meus batimentos cardíacos voltarem ao normal – Ela disse

— Ãhn... Eu posso ir junto? Por favor.

Ela suspirou

— Ok, ok. Vamos logo.

Subimos as escadas o mais rápido possível e fomos para o quarto de Yesubai.

Sentei-me na borda da cama e fitei-me diante de um espelho.

Eu estava realmente bonita...

Meu cabelo estava trançado e meu rosto estava com maquiagem.

‘’Inacreditável’’ pensei ‘’Totalmente inacreditável...’’

Percebi Nílima me observar.

— O que aconteceu? – perguntei

Ela balançou a cabeça.

—Nada... Só estou me perguntando algo.

— O que é?

— Eu nunca te vi usando vestido ou saia... Você está sempre usando calça jeans e moletom... É estranho.

Forcei um sorriso enquanto abaixava minha cabeça

— Por quê? – Ela me perguntou.

Levantei a cabeça.

— O quê? – perguntei.

— Por que você sempre usa calça jeans e moletom? Você também esconde suas mãos nas mangas da blusa... Por quê?

— Eu tenho medo...

Ela me olhou, confusa, porém, firme.

— Medo?

Suspire, tremendo.

— Lembra que disse que... Ninguém andava comigo na minha outra cidade?

Ela assentiu com a cabeça.

— Era pior do que tudo... Eles me olhavam estranho, falavam e faziam coisas estranhas.

Ela murmurou algo, em um tom de voz quase impossível de se escutar.

— Eu não me importava tanto... Mas um dia um garoto ultrapassou os... limites e... – senti que iria começar a chorar.

— E o que aconteceu? – Nílima perguntou.

— Eu não sei exatamente o que aconteceu... Foi muito rápido.

Nílima me olhava atentamente.

Queria saber o que havia acontecido.

— Por favor... – Ela sussurrou.

Tive vontade fugir daquele lugar e chorar até ficar desidratada.

— Eu estava... – algo me interrompeu.

A porta havia sido aberta e uma figura feminina entrava no quarto.

Yesubai.

Ela nos olhou, em um tom de reprovação.

— Por que vocês não estão lá em baixo!? – Ela disse, quase gritando.

— Estávamos um pouco nervosas – Nílima respondeu.

— Vamos lá pra baixo, então – Yesubai disse, se dirigindo até a porta.

Antes que pudéssemos dizer algo, Yesubai nos puxou escada abaixo, me impedindo de contar o que acontecera para Nílima.

Confesso que fiquei feliz...

Passei a maior parte da festa na cozinha de Yesubai.

Não queria que ninguém me visse...

A festa durou umas cinco horas, e vez ou outra, alguns conhecidos entravam na cozinha e riam ao me ver.

Eu tentava ignorá-los.

***

Em um certo momento da festa, uma música começou a tocar.

Era lenta e ao mesmo tempo, rápida.

Era diferente de todas as outras que eu já havia escutado.

Andei lentamente em direção à porta da cozinha e coloquei minha cabeça para fora.

Várias pessoas dançavam...

Olhei para cada uma delas.

Pareciam felizes... Sem nenhuma preocupação...

Eu também gostaria de ser feliz... Sem nenhuma preocupação

***

Algumas semanas haviam se passado.

Eu estava mais acostumada com as zoações.

Nílima e Yesubai continuaram as mesmas

O sinal havia tocado há alguns minutos, mas eu permaneci sentada na sala de aula.

Nílima e Yesubai disseram que precisavam ir até a biblioteca e que eu teria que esperá-las para almoçar.

***

Levantei-me da minha carteira, e então, percebi que não era a única que estava na sala.

Lokesh.

Ele sorriu maliciosamente ao me ver.

Senti meu corpo tremer.

Sai da sala tentando parecer a mais calma possível.

Encostei-me na parede do corredor e fui andando até a escada.

Desci os cinco lances da mesma.

Nílima e Yesubai estavam na ponta da escada, e abriram um sorriso ao me ver.

— Íamos chamar você, agora.

***

Pegamos um prato e fomos em direção a uma mesa vaga.

Eu escutava pessoas rindo, enquanto voltavam o seu olhar para mim.

Risos.

Vergonha.

Risos.

Eu estava cansada de tudo isso.

Antes que pudesse perceber, estava caída no chão.

Olhei para trás e vi Dhiren me olhando, enquanto ria.

Ele era o causador de todas as zoações... Tudo

Eu estava cansada do modo que ele me tratava. Cansada daquele ser convencido. Cansada dele.

Ignorei Nílima quando ela tentou me ajudar a levantar.

Levantei-me sozinha e rapidamente.

Fiquei cara a cara com ele.

Minha respiração estava mais do que descontrolada.

Eu queria que tudo aquilo parasse. As risadas, as zoações... Não me importava como. Queria que parasse.

— O que foi? – Ele perguntou, em extremo tom de deboche – A Srta. Rabanete ficou brava?

Fechei e abri meus olhos.

Antes que eu me desse conta, ele estava caído no piso gelado do refeitório, com os cabelos bagunçados e um pouco de sangue escorrendo pelo canto esquerdo da boca e pela narina.

Os risos haviam cessado. Todos olhavam atentamente para nós.

Eu havia lhe dado um soco.

Um soco – aparentemente – forte

— Ficou louca?! – Ele berrou – Por acaso está procurando briga?!

— Estou! Não me importo se me baterem ou se me humilharem, deixe de ser tão convencido! – soltei, sem pensar – Está é uma declaração de guerra! Enfrente-me se tiver coragem, seu idiota!


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Notas finais do capítulo

GALEEEERA olha que coisita mais linda que eu comprei da Cegonha:
*um pequeno dragão negro e de olhos azuis com um sorriso fofo no rosto aparece em meus ombros. Lady SunDame faz carinho nela* Leitores, essa é a Sun, meu novo animalzinho de estimação >< Ah, mas ela é beem mais complicada que isso, ele é um vampirinho/dragão muuuito fofo que se alimenta de reviews e até conversa com vocês, dependendo do humor dele u_u Então, não deixem ele passar fomee!!! Recomendações é a sobremesa favorita dele." Não é a coisa mais linda? *o*
Sun ronronando: RAWR.
SunDame: Eles são mal comportados --' Para de pedir comida u.u
Sun: RAWR, RAWR, RAWR..
SunDame: Viu? Ela é esfomeada, então, não deixem que ela entre em extinção hehe, até a próxima tigres *o* Diz tchau, Sun.
Sun: RAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAWR *sorrindo*
SunDame: Exibida --' Bem... Tchau gente!!!!!



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