-Bella?- era uma voz feminina mas eu não estava a reconhecer quem era.
Até que uns braços musculosos me obrigaram a sentar e eu vi Emmet e Rosalie me encararem.
Estava a tremer de frio e medo. Frio porque esteve a chover e eu estava encharcada, medo porque tinha que contar minha historia a eles. E se eles não aceitassem? E se me achassem louca? E se contassem para Edward? O que ele pensaria de mim? Que era maluca? Porque meus pensamentos foram para ele?
-Bella, estas bem?- rosalie interrompeu meu interrogatório interno.
-S...S....sim.- disse ainda a tremer.
-Emmet, pega nela. Ela está a tremer e muito nervosa.- disse rosalie para emmet.
-P...P....por....fa....voorrr. MMMME llleveeeeem paraaaa ......m....min.....há caaaasa.- pedi.
-Tudo bem, Bella.- rosalie me abraçou.- Já passou, ok? Vai ficar tudo bem.
Emmet me pegou a colo e me colocou no lugar de passageiro de minha pick-up e foi para o de condutor. Rosalie, foi para o carro dela. Indiquei o caminho e quando chegamos, Emmet me carregou como se fosse uma criança de 5 anos ao colo. Meu corpo doía, minha mente doía e eu estava extremamente confusa com tudo aquilo.
Emmet me depositou no sofá e foi a cozinha e me trouxe um copo de agua que bebi com vontade. Eles me encaravam mandando olhares que significavam: queremos uma explicação.
Eu apenas apontei par o sofá pedindo que se sentassem, fui trocar de roupa e desci para lhes contar parte de meus passado.
-Isto já é habitual acontecer- murmurei de cabeça baixa.
-Habitual? Desde quando, bella?- rosalie estava incrédula.
-Desde meus 13 anos.
-E tu nunca contaste a ninguém?- perguntou
-Não.
-Bella...- a cortei.
-Bella nada. Ninguem tem de saber. Eu aguentei isto durante 4 anos. Aguento mais um pouco. Por favor não contem a ninguém. Por favor.
-Mas...
-por favor.- implorei.
Eles suspiraram ao mesmo tempo e Emmet se pronunciou.
-Fazemos assim, deixas-nos te defender e nós não contamos nada a ninguém.- disse sério
-oK.- disse. seria o melhor que conseguiria.- Querem jantar aqui?-perguntei tentando aliviar a tensão que havia se instalado.
-Não. Carlisle e Esme devem estar a nossa espera mas obrigada- disse rosalie.
-ok, então vou preparar o jantar de meus pais.
-Ok, mas esta conversa ainda não acabou. Tu estas a esconder mais alguma coisa.- disse rosalie. Ai se eles soubessem.
-Tudo bem, Rosalie.- disse.
-Adeus bella.- disseram em uníssimo.
-Adeus.- disse e os vi sair.
Se eles descobrem o que vão pensar de mim. Que sou louco? Doida? Irão senti pena? Nojo? Repugnância? Meu deus, eles não iram aceitar. Eles vão me odiar.
Tentei pensar noutra coisa e fui fazer o jantar. Tive de prestar o dobro de atenção para não cortar os dedos. Fiz puré de batata com bifes grelhados mas não comi, inventando uma desculpa de que tinha muitos trabalhos e não podia.
A noite voltei a me cortar e adormeci sangrando. Eu estava exausta de tudo, Eu queria desaparecer mas não podia. Porque? Porque eu? Porque não posso morrer. Preferia a morte que minha vida.
Esta noite sonhei que estava com meus pais em casa de minha avó.

Sonho on:

-Avó, porque dizem que a vida é um inferno.- perguntei. tinha 6 anos e minha avó dizia sempre que a vida era um inferno.
-porque, ou lutas para viver, ou viver para lutar minha querida.- disse docemente e de seguida imagens de eu vomitando, cortando, mentindo e sofrendo passaram por meus olhos parecendo um filme.

Sonho off:

Acordei a transpirar e a tremer. Outra vez o mesmo sonho. OLhei para o relógio. Eram seis e meia. Me levantei e fui me arranjar. Hoje o dia seria longo