Estou fechada em meu quarto. Lá fora chove torrencialmente, não que em Forks isso seja novidade, mas da um cenário um pouco melancólico.
Em minhas mãos está minha habitual lamina, a mesma que me da alivio e força para aguentar mais um dia.
Olho para o relógio e são cinco da manha, daqui a uma hora tenho de me arranjar para ir para a escola ou melhor meu inferno.
A lamina na minha mão passa para meu braço e os nomes que me chamaram durante a época escolar passam por minha cabeça me incentivando: "Gorda, estupida, inútil, aberração, vaca, baleia, hipopótamo..."
Então a lamina entra bem fundo em meu braço e lágrimas caem por meus olhos. Saudade de quando era apenas uma doce e inocente criança se apoderou de mim. Quando era pequena eu não sabia o que era a dor e agora sei. Sei bem demais.
Faço um atras do outro e no final fiz 9 cortes fundos e grandes. Estou presa em minha dor e a cada minuto que passa vou me afundando em um mar de dor, desespero e horror. Eu quero parar de respirar, de viver mas não posso eu não quero fazer minha família sofrer por minha causa. Não quero, não posso.
Eles fizeram tudo por mim e eu tenho de sobreviver e para isso eu arranjei esta maneira, a minha maneira de conseguir viver mais um dia que seja.
Sei que um dia não vou aguentar e esse dia será meu fim mas enquanto não chegar eu vou faze-los felizes