Ponto de vista Jake

Eu estava caminhando pela reserva quando vi Bella de longe, a chamei algumas vezes, ela não respondeu ou sequer virou para mim. Parecia tão concentrada que achei melhor não incomodar, havia algo errado no olhar dela, estava tão distante. Decidi segui-la à alguns passos de distância para ver o que estaria fazendo aqui, já que normalmente ela me avisava quando vinha.

Ela parou perto do penhasco, o observando por alguns instantes. Eu queria acreditar que ela só estava querendo ver a paisagem e respirar ar fresco, meu coração a cima de tudo se recusava a aceitar o que a voz em minha cabeça dizia. O verdadeiro motivo de ela estar ali, de não me escutar, não poderia ser esse, ela não faria isso, não com Charlie e René, não comigo.

Tentei caminhar, mas minhas pernas pararam totalmente quando a vi se atirar. O espanto me abateu, ela havia feito. Me joguei atrás na tentativa de salva-la, mesmo não acreditando nessa possibilidade, mesmo não conseguindo, eu me juntaria a ela.

Por um momento ri da ironia daquilo tudo. Eu sabia que esse salto não me mataria, sabia que agora era muito tarde para protegê-la, eu deveria ter a mantido longe dele, se eu tivesse cuidado melhor dela ela não desistiria da própria vida por ele. Maldito sanguessuga, des do início eu já esperava que ele faria isso a ela.

Meu corpo afundou na água gelada, Bella estava ao meu lado de olhos fechados. O medo tomou conta do meu corpo. Será que ela estava morta? Eu tinha que fazer algo! A peguei, nadei para a costa e deitei-a na areia. Ela ainda tinha pulso, mas estava imóvel e gelada. Peguei-a no colo e corri para minha casa para esquenta-la. Ela tinha que ficar bem.

Ponto de vista Bella

Eu realmente não achei que morrer seria assim tão bom, sabe, até que era quente. Só que era escuro e eu ouvia vozes na minha cabeça, que chamavam meu nome.

Não, não pode ser, abri meus olhos só para me deparar com Jacob e Seth me olhando assustados. Deus, por que as coisas não podem ser como eu quero?

Jacob me perguntou várias vezes no caminho de casa se eu estava bem. Não questionou os meus motivos, só parecia cansado e triste. Quase na porta de casa não vi o carro de Charlie, sinal que ele não tinha chego e visto o bilhete. Jacob antes de ir me deu um abraço de urso, e sem falar nada partiu. Eu sabia que no outro dia teria que dar uma explicação para ele e com certeza doeria mais nele que em mim.

(...)

Me sentei e respirei fundo, as coisas definitivamente não aconteceram como planejei e agora a vida seguia.... Fiz a janta para Charlie, que chegou em seguida de ficar pronta, comemos e ele foi ver tv. Subi para o meu quarto para dar fim no bilhete e ligar para René, tinha várias chamadas não atendidas dela no meu celular. Quando ela me atendeu estava chorando no outro lado da linha, me contou de um pesadelo que teve comigo, onde eu morria, disse que me amava muito e em seguida desligou para alimentar os pequenos gêmeos. A culpa me subiu pela cabeça depois de falar com ela, estive tão perto de fazer seu pesadelo ser real....

Arrumei minha cama para dormi. Deus, eu fico pensando quando eu vou mandar na minha vida, quando as pessoas vão deixar eu me arriscar, ou até morrer em paz. Eu não precisava de mais um Edward na minha vida. Tudo bem, eu sabia que ia sonhar com ele, e acordar gritando como sempre, pedindo para que ele não fosse embora, revivendo aquela noite mais milhões de vezes, mas o sonho era sempre o mesmo, não iria embora, e só essa memória dele era mais o que suficiente para eu não precisar de representantes.

É de se pensar que o pior era ele ir embora, mas não, o pior era os sentimentos que corriam por mim e em seguida simplesmente ia embora. No meu sonho eu via o meu eu real ir com ele, como uma sombra. Como eu queria poder voltar no tempo. Como eu queria pelo menos odiar ele.

Lutar contra o sono e o cansaço estava sendo inútil, percebi que não poderia fugir do sonho, por que era a realidade e eu iria ter que aguentar. Porque nunca pode ser do meu jeito?