Nisi Amare escrita por LA_Black


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

notas/LA_Black: Tenho a impressão que desta vez, nós demoramos muito mais. Já está ficando chato eu pedir desculpas, mas, para quem me conhece, sabe que minha cabeça trabalha no tempo dela, e, nem sempre, esse tempo condiz com o tempo de atualização da fic. O negócio é o seguinte: estava difícil escrever alguma coisa depois do capítulo anterior e depois de ler os reviews. Sim, eu leio todos eles, embora demore séculos para respondê-los. Vocês foram minha inspiração (vocês e minha amiga Paula) para este capítulo e eu espero que gostem dele. Pois foi feito de coração.A Lolitta provavelmente vai me matar de novo por não enviar o capítulo para ela antes de postar, mas acontece que eu estou na faculdade, o Facebook é bloqueado e eu fiz o favor de desaparecer com o email dela dos meus contatos. Me xinguem, uma futura analista de sistemas deveria ter backup de tudo, inclusive dos contatos de email. Troféu joinha para mim.Tem alguém vivo depois dessa nota enorme?Para quem estiver (vivo), boa leitura! Esse é para todos vocês que acompanham Nisi Amare mesmo com essa demora nas postagens.



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O terreno abandonado ficava um pouco distante de Lorem, o que facilitava a entrada e saída deles e dificultava as buscas dos moradores.

Fazenda “Nova Vida” estava escrito na placa, indicando o início das terras. Irônico, considerando que as únicas coisas vivas ali eram os corvos, que eles mesmos colocaram como forma de alarme. Um alarme natural e seguro.

A nuvem verde e disforme seguiu o caminho terroso, parando em frente a uma construção antiga. Lascas finas de madeiras caiam na varanda, apodrecidas pelo tempo e pelos cupins. Elas faziam um som contínuo, propagando noite adentro. Parecendo seguir esse ritmo, a fumaça tocou o chão. O verde tornando a ser negro. A túnica arrastando-se no chão repleto de folhas mortas.

Dentro da fazenda, o ambiente não era diferente. As poltronas encardidas, outrora alaranjadas, tinham grandes buracos por onde a espuma bege saía. O chão, apinhado de pó e outras imundícies, rangia com o peso que lhe era distribuído. Havia teias de aranha, mas elas, há muito, não viviam mais ali.

— Vermont! — Apesar de parecer um sussurro, a voz de Calisto carregava uma ordem muda que ele repugnava seguir. Mas eles eram assim. Não tinham sentimentos. Trabalhavam com apenas três regras fundamentais, a base dos inanimis. Siga o mais antigo. Odeie os vivos. Encontre o Mana.

— Sim. — Vermont começava a aproximar-se do centro da construção decadente. O “mapa Vitte” estava aberto sobre a mesa bamba e seu superior estava ao lado. O capuz abaixado, revelava o rosto branco, desprovido de expressões humanas ou qualquer uma das eventualidades que a vida trazia consigo. A boca fechada nunca mais se abriria e o pelo jamais cresceria em seu corpo. Estava aí, a razão de a cabeça ser lisa.

— Não trouxe as Pryde’s contigo. — Não era uma pergunta, mas, mesmo assim, Vermont assentiu, deixando o capuz cair e revelar as marcas sobre a pálida pele.

— Chamaram os transfiguradores para ajudá-los.

— Já imaginava que isso aconteceria. Os animalium nunca foram muito espertos para darem conta de seus problemas sozinhos — os lábios colados repuxaram-se em um sorriso nuvioso. — Aconteceu há uma geração, não seria diferente com esta.

— A mais nova tem uma ligação com o alpha. — Vermont rodou a mesa e parou ao lado de Calisto. Vitte mexia-se em linhas verdes, cada fronteira mostrando as vidas na reserva San Bernard e cada ponto indicando um pequeno reservatório de Mana.

— Ligação? — Os olhos negros de Calisto apresentaram uma curiosidade genuína.

— Ela estava em casa quando chegamos, nos viu e conseguiu fugir.

— E... — Tombou a cabeça para o lado, mostrando a cicatriz arredondada sobre a pele. Uma espiral que significava o seu poder dentro da Ordem. Só sairia do cargo se morresse, o que era difícil, já que ele estava morto.

— Ela correu para uma casa. Eu a persegui, mas ela o chamou. Jacob. Em segundos ele apareceu. Um lobo castanho avermelhado enorme.

— Bom... E o que mais?

— Eu vi uma tatuagem nas costas de Pryde.

Sem esperar que seu Prefectus pedisse, Vermont ergueu a mão direita, a palma voltada para cima. Sobre ela, um desenho esverdeado começou a surgir, primeiro num brilho fraco, depois iluminando todo o recinto. A meia lua mágica foi tomada de sua palma.

Calisto a soltou no centro da mesa.

Crescendo irregularmente, o símbolo tocou o teto. Toda a forma da meia lua era mais que riscos e coloridos, era um 3D muito mais real que qualquer outro.

O inanimi mais velho passou o dedo no lugar da linha branca. A unha comprida atravessando a figura que, nada mais era do que um holograma. A compreensão atravessou sua mente, enquanto ele completava a figura em pensamentos.

— Não é uma tatuagem — pousou os olhos negros em Vermont. — É a marca Nisi Amare.

— Como?

— Você sabe que não somos os únicos com mágica, Vermont — a voz de Calisto beirava uma diversão sombria. — Isso aqui — apontou para a figura levitando sobre a mesa — é o nosso ponto de equilíbrio.

Vermont franziu a testa lisa. O chamado de Kahli pelo lobo, acreditava ele, ter sido fruto do desespero. O lobo ter atendido a esse chamado, se devia à sua própria magia. Porém, pelo que acabava de entender, existia outra coisa, outro poder, outra magia relacionada aos dois que poderia combatê-los.



— Lembre-se de seus ensinamentos, Vermont. — O ódio comum nos inanimis voltou a reinar no tom de Calisto. — Não posso ter errado ao Iniciar você.



Algo parecido com um rosnado reverberou pelas paredes precárias da construção. O mais novo odiava aquilo. Odiava a cobrança e o fato de que, mediante a qualquer oportunidade, Calisto sentia prazer em lhe mostrar suas falhas. Se pudesse, e tivesse a chance, lhe tomaria a posição de Prefectus.



— Tudo no mundo tem seu equilíbrio, Prefectus, e conosco não seria diferente.

— Sim, conosco não seria diferente — sussurrou enquanto, com as mãos soltando inúmeras faíscas verdes, gesticulava. O símbolo começava a ganhar outras formas. Mais três meias luas apareceram. Cada uma de um tamanho diferente, em locais diferentes e com linhas brancas desiguais. — Veja bem, a força do universo nos criou para contrabalancear os animalium. E essa mesma força criou o Nisi Amare para equilibrar o Imprinting, uma magia que foi transformada a partir dos próprios transfiguradores. O Imprinting foi um efeito colateral da Terram e, para não deixá-lo sozinho, o Nisi Amare foi criado. Era para ser igual ao Imprinting, um animalium se apaixonar pelo humano escolhido, mas, como sabemos, a magia é imprevisível. Um animalium só pode ter o Nisi Amare, se um quileute tiver um Imprinting por ele.

— Pryde teve um Nisi Amare — Vermont afirmou para si mesmo.

— Sim. E isso nos leva... — O Prefectus deixou a frase em aberto, olhando para a marca do Nisi Amare.

— A Pryde foi feita para nos combater.

— Destruir para ser mais exato — escondeu as mãos nas mangas da túnica, deixando os braços em frente ao corpo. — Kahli Pryde foi feita para nos destruir. Um efeito colateral da magia. Brilhante, não acha — a boca curvou-se. — O universo nos criou e ele próprio quer nos exterminar. A pessoa que pode encontrar o Mana para nós é a mesma pessoa que pode nos aniquilar da Terra.

O símbolo agora brilhava. Verde sendo substituído por um vermelho que se assimilava ao rosado. Completa, a marca mostrava que os riscos brancos eram mais que linhas aleatórias. Se observados de perto e com atenção, poderiam formar uma figura. Um lobo. Um lobo quileute.



— Procuramos o Mana por milênios e ele nos encontrou — Vermont falou, antes de o brilho rosado tomar a casa.


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Notas finais do capítulo

notas/LA_Black: Gostaram? O que acharam dos inanimis? O que acham que vai acontecer daqui para frente? E o Jacob com a Kahli? Sim, fizemos essa tortura de não colocá-los neste capítulo.Nos contem tudo nos reviews! Nos vemos logo logo (não vou nem colocar data). Beijos minhas lindas :*