Everything Has Changed escrita por Bruna Pattinson


Capítulo 9
I just wanna know you better


Notas iniciais do capítulo

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Acordei tarde, quase atrasada, devido às poucas horas de sono que tive noite passada. Meu tio reclamou pelo que pareceram anos, mas no final eu menti, dizendo que fui visitar minhas antigas amigas depois de ir ao restaurante e teve engarrafamento na volta, pois houve uma batida dois carros à frente do meu. Ele acreditou, felizmente.

Tomei banho e vesti uma das blusas de marca que meu tio me deu com o primeiro jeans que vi. Fiz uma trança e desci as escadas, não preparada por tédio das aulas e não preparada parar encarar as histórias que Edward pretendia me dizer mais tarde.

Chegando ao colégio, encontrei meus colegas da nova escola. Kurt e Alison. Kurt era louro dos olhos castanhos, o que o deixava indignado. Ele achava que os louros, tinha que ter, por direito, olhos azuis. Então, ele usava lentes. Ele morria de inveja dos olhos azuis de Alison, que também era loira. Mas dizia que não fazia diferença para ela por que seus olhos eram meio puxados e pequenos. Inveja.

Kurt me convidou para ver o ensaio da peça do colégio na qual ele era protagonista, depois da aula.

– Não posso – eu disse.

– Por que não? PROMETO QUE VOU PARECER MÁSCULO!

Eu ri, nervosa.

– Tenho que sair depois da aula.

– Posso perguntar com quem e pra onde? – ele pousou o queixo entre as mãos, piscando os olhos feito um personagem de desenho animado.

– Não – Alison interrompeu minha resposta, que na verdade também seria não.

Kurt olhou para ela dizendo:

– Não se meta – e então voltou seu olhar pidão para mim – Posso?

Ri novamente, agora de sua expressão. Por que esconder dele? Não era nada de mais.

– Tudo bem, Kurt. Vou sair com um colega do meu antigo colégio.

– Colega homem?

– Sim.

– Ele joga pro outro time?

Eu ri alto, pensando na possibilidade de Edward ser gay. Zero por cento.

– Não! – respondi rapidamente.

Kurt bufou, desapontado.

– Você gosta dele? – Alison perguntou.

Pensei um pouco.

– Não sei – falei a verdade. Eu realmente não sabia se sentia alguma coisa por Edward além da aparente atração física. Ele era lindo, é claro, mas eu não o conhecia. Não exatamente. Passamos por muitas coisas juntos, e ele salvou minha vida diversas vezes, mas eu não não conhecia sua personalidade, seu jeito de ser.

Isso me fez decidir tentar conhecê-lo.

Por mais que ele fosse uma criatura mitológica que deveria ser maligna, eu não conseguia ver o mal em seu olhar. Eu não sentia que ele fosse me machucar. Mas se nem ele tinha certeza de que não iria, por que eu deveria ter?

Se ele me salvou tantas vezes, como não confiar em seus olhos dourados?

Era tudo muito confuso.

– Ele é bonito? – Kurt perguntou, interessado.

Inrresistível.

– Que tal você esperar para ver? Ele vai passar aqui para me buscar.

–Aposto que é lindo – Alison disse.

– Aposto que é mais ou menos – Kurt ajeitou seus cabelos inexistentes. Sorri.

As aulas passaram normalmente e eu estava cheia de exercícios para fazer. Não consegui desviar meus pensamentos de Edward a manhã inteira. O que mais havia para me contar? Guardei algumas perguntas de ontem na cabeça, mas eu sentia que tinha muito mais para assimilar.

Isso me fez lembrar que minha vida estava correndo perigo. Que haviam criaturas me perseguindo e eu não poderia chamar a polícia por que, primeiro: Eu não tinha certeza se o número da polícia era 190 ou 911, E segundo: Eu também não tinha certeza de que a polícia era capaz de deter essas criaturas.

Eu temia que a segunda hipótese fosse verdade, mas até agora, Edward estava me protegendo. E eu sabia que ele, sim, poderia detê-las.

Finalmente, o sinal da última aula tocou e eu recolhi meu material. Kurt e Alison me acompanharam, animados para ver Edward. Aqueles dois. Por que eu nunca tinha amigos normais?

Saímos do colégio, e eu estava preparada para esperar ele chegar, mas ele já estava lá, encostado em seu volvo prata que eu reconhecia da época que estudávamos em meu antigo colégio. Um sorriso de canto de boca descansava em seus lábios e eu desviei o olhar, corando.

–É ele? – Kurt seguiu meu olhar, colocando a mão no coração – Meu deus do céu.

Dei uma risada nervosa.

– Meu deus do céu ao quadrado – Alison disse, também impressionada.

– Meu deus do céu ao cubo.

Suspirei.

– Acalmem-se pessoal. Não é isso tudo – eu disse.

Por algum motivo eu sabia que Edward podia escutar, mesmo estando longe. Até que eu o vi levantar as sobrancelhas e tive certeza.

– É isso tudo, sim. Aliás, é mais ainda – Kurt se abanou.

– Vou indo. Continuem morrendo aí.

Comecei a descer as escadas, deixando os dois paralizados atrás de mim. Parei na calçada, na frente dele.

– Oi – ele disse, um sorriso irônico bricando em seus lábios perfeitos.

– Oi.

Ele abriu a porta do carro, e eu consegui ouvir Kurt gritando de longe “ALÉM DE LINDO TAMBÉM É CAVALHEIRO” e corei. Entrei no carro e ele também. Olhei pela janela pra ter certeza de que Kurt ainda estava vivo, por que eu tinha minhas dúvidas. Edward saiu com o carro. Alguns segundos se passaram até que ele disse:

– Não sou isso tudo, não é?

Eu ia rir mas não consegui, minhas bochechas em um tom de vermelho vivo. Queria eu.

– Queria o quê? – ele perguntou.

O quê?

Ele ficou calado. E eu suspirei.

– Pode me explicar – exigi.

– Tem certeza de que quer que eu comece agora? Não quer esperar até chegarmos?

– Tenho. Aliás, aonde vamos, mesmo? – perguntei.

– Para meu lugar favorito.

– E onde é?

– Você verá.

Bufei e ele riu.

– Por favor, sem mais mistérios. Já esperei demais – eu disse, um pouco irritada.

– Tudo bem, Bella.

Ele expirou e ficou alguns segundos pensando, procurando as palavras certas, acho.

– Que tal você começar de onde parou ontem à noite? – falei, tentando facilitar as coisas.

Ele assentiu, e falou, enquanto ainda olhava para rua à sua frente:

– Você já tem uma noção do que são as primeira duas classes do quarteto, estou certo?

– Hum... Das três primeiras – murmurei, incerta.

– Uhum... Certo. A quarta classe é composta pelos humanos.

– Só isso?

– O que você esperava? – ele ergueu uma sobrancelha.

Alguma coisa mais assustadora. Pensei, mas não respondi.

Edward riu do nada e eu me perguntei se o que eu estava pensando era verdade.

– Ah, Bella... – ele suspirou e olhou para mim por alguns segundos. Me perdi em seus olhos dourados, tentando, através deles, ver sua alma. – Estou cansado de esconder isso – ele balançou a cabeça e desviou o olhar, do nada seu humor ficou mais sombrio. Ele então continuou:

– Alguns da minha espécie, tem poderes além do normal... Além da força, ou velocidade. Alice, por exemplo, pode ver coisas que estão para acontecer... Baseado nas decisões das pessoas. Jasper, um dos meus irmãos, pode controlar suas emoções. E eu... Bom...

– Você não...

– Sim.

Uma raiva enorme tomou conta de mim. Então, tudo o que eu pensei e senti... Todos os meus pensamentos incoerentes quando eu estava em sua presença... Tudo ele sabia. Tudo aquilo que deveria ser meu, e somente meu. E ele está fazendo isso agora.

– Bella...

– Pare de fazer isso, agora! – exigi o mais firmemente que pude, e tentei esvaziar meus pensamentos.

– Eu não posso, não tenho como...

– Como assim? Arranje um jeito! Isso é invasão de privacidade, Edward.

Todas as vezes que eu fiquei nervosa perto dele. Todas as vezes em que eu pensei em como ele era...

Não! Pare de pensar nisso!

– Eu sei. Mas não posso desligar e ligar minha abilidade quando eu quiser, Bella – ele suspirou.

– Você faz isso com todo mundo?

– Sim.

– Até com a sua família?

– Ele já são acostumados.

– Como conseguem se acostumar com isso? Só de pensar que você pode...

Ele sorriu.

– Não se preocupe.

– Não consigo.

– Consegue sim. Com o tempo perde a graça, você vai ver.

Bufei.

– Não existe um capacete especial à prova de...

– Não – ele me interrompeu, rindo.

Coloquei a cabeça entre as mãos. Tentei não pensar em nada. Absolutamente nada.

– Você não vai conseguir fazer isso por muito tempo.

– Eu sei.

Um silêncio se seguiu e eu tentei ignorar toda minha vergonha sobre pensamentos passados que eu tive em sua presença.

– Não se envergonhe. Sou acostumado à esses tipos de pensamentos – ele piscou para mim – seus amigos, por exemplo. Tiveram pensamentos muito piores do que os seus quando me conheceu.

– Por favor, pode esquecer isso? – perguntei, minhas bochechas vermelhas.

– Acho que não, Bella.

Suspirei, e olhei para estrada. Eu queria sair dalí. Eu me sentia quase nua, completamente exposta.

– Eu não devia ter contado – olhei para ele e sua expressão era desapontada.

– Não, tudo bem – suspirei novamente, não era culpa dele se eu só pensava em besteira. – eu meio que acho que eu já sabia. De qualquer forma, minha irmão dizia que eu era um livro aberto.

– Você não pensa besteiras, Bella. Sua mente é um bom lugar para se estar, acredite. Um lugar puro.

Eu ri.

– Ah, tá.

– Estou falando sério.

Não consegui responder, pois não sabia o que dizer.

– Você tem um irmão? – ele perguntou, quebrando o silêncio.

– Tive. Mas hoje é o seu dia de responder pergutas, e não o meu – afastei qualquer pensamento sobre meu irmão.

– Tudo bem. Mas não pense que eu vou esquecer – ele me advertiu.

Não tive tempo para perguntar mais nada, por que já havíamos chegado. Aparentemente. Ele tinha parado o carro em frente ao que parecia ser uma floresta profunda. Quando estava prestes a sair do carro, só ouvi a porta do outro lado fechar e num instante ele estava abrindo a porta para mim. Pulei levemente com o susto, e ele riu.

– Muito legal esse troço da velocidade – falei, saindo do carro. – Mas da próxima vez tente não me assustar. Tenho coração fraco.

Ele sorriu. Olhei para a floresta. Por que ele gostava tanto da floresta? Era cheia de bichos e mosquitos. Só de pensar me deu vontade de me coçar.

– Não dá pra ficar correndo na velocidade que eu quero pela cidade... – ele falou, respondendo meus pensamentos.

– Pare com isso.

Ele suspirou.

– Desculpe. Costume.

Passei a mão em meus cabelos. Edward se aproximou e estendeu a mão. Olhei para sua mão, hesitante e nervosa.

– O quê? – perguntei, e ele riu.

– Teremos que correr.

Ah, legal. Eu não estava nenhum pouco a fim de suar debaixo desses jeans.

Merda. Controle esses pensamentos.

Edward riu, balançando a cabeça para trás, feito uma criança.

– Você não vai correr, Bella. Eu vou.

Ótimo. Agora ele pensava que eu tinha um QI abaixo da média.

Ele riu novamente, e do nada tomou minhas mãos nas suas. Senti a temperatura de sua mão, o que me fez tremer levemente. Ele as soltou, como se tivesse levado um choque, o que me assustou. Edward desviou o olhar e se virou de costas, me dando vista de seu corpo musculoso e bem contornado.

– Suba – ele pediu, mas eu não sabia como. Eu estava com medo de tocar em seu corpo novamente, e sentir aquela estranha eletricidade que eu não sabia ao certo o que significava.

Ele suspirou e me ajudou a subir em suas costas gentilmente. Meu coração estava saltando em meu peito e eu tentei ao máximo controlar meus batimentos, sem sucesso.

– Feche os olhos – ele murmurou e eu obedeci quase que imediatamente. Então, eu comecei a sentir o vento bater em meu rosto, e o movimento de suas pernas abaixo de mim. Sem querer me lembrei de Jacob, e dos passeios de moto que tivemos juntos. Em minha defesa, ele parecia inocente naquela época. A velocidade da moto era semelhante à em que estávamos agora, mas essa era muito melhor.

O ar voltou a ficar estável novamente, então abri os olhos. Desci das costas de Edward com um pouco de dificuldade e pela primeira vez observei o local em que estávamos. Era uma campina enorme, incrivelmente proporcional e redonda, com flores e plantas inigualáveis. O sol estava à pino, e brilhava esquentando minha pele. Avaliei o ligar em poucos segundos e finalmente olhei para Edward. Ele olhava para mim, seus olhos completamente doces pela primeira vez. Antes, eu podia ver a cautela em seus olhos, mas agora... Era como...

– O que achou? – ele interrompeu minha linha de pensamento.

– É... Lindo. Agora entendo por que é seu lugar favorito. Nunca tinha visto um lugar desses por aqui – disse.

Ele sorriu.

– Posso lhe perguntar um coisa? – ele disse, seu olhar voltara a ser cauteloso.

– Sim.

– Quem é Jacob? – ele perguntou, intrigado e um pouco nervoso.

Suspirei.

– Ninguém – eu disse, mas as lembranças do primeiro encontro que tive com ele ecoaram em minha cabeça.

– Humm – Edward murmurou, e eu não consegui decifrar sua expressão.

Desviei a direção em que meus pensamentos tomavam, e comecei a pensar na música tema da Hannah Montana.

You get the best of both worlds

Chillin' out, take it slow

Then you rock out the show

Edward riu alto, sua risada ecoando na campina. Me deixei tomar pelo som, tentando guardar em minha memória.

– Tudo bem. É minha vez de falar. Mas amanhã é a sua.


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Notas finais do capítulo

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