– Como a única coisa que fez questão de ter da sua antiga casa é pôster do The Script, achei que gostaria de vir a um show deles. – James sorriu enquanto eu estava em estado de êxtase. – É claro que gostou. – Ele riu segurando minha mão e me puxando para dentro da casa de show.

James entregou os ingressos para a mulher que estava na porta e nos desejou uma ótima apresentação. A casa de show era enorme e estava iluminada apenas com as luzes do palco, onde uma banda tocava preparando todos para o show principal.

– Onde é nosso lugar? – Perguntei após notar que as cadeiras estavam marcadas conforme o ingresso.

– Área VIP, mas não iremos nos sentar agora. – Ele murmurou ficando em minha frente.

– Não? – O encarei confusa.

– Não. – Ele vasculhou seu bolso tirando de lá dois crachás, colocando um em meu pescoço. – Iremos cumprimentar os rapazes antes de começar o show.

– Passe para o camarim! – Li o crachá em voz alta. – Como... como conseguiu? Isso é uma brincadeira James? Porque olha, se for vou ficar muito brava! – Falei rapidamente sem acreditar no que estava acontecendo.

– Vem! – Ele segurou minha mão e me guiou até o corredor escuro onde estavam os camarins.

Haviam dois seguranças fortes e carecas em frente a porta vermelha. Meu coração estava acelerado de tanta ansiedade, eu parecia uma garotinha de dez anos que irá ao show do ídolo pela primeira vez. Tudo bem, é a primeira vez que estou em um show deles, minha banda favorita, mas eu não deveria agir como uma garotinha de dez anos, não é mesmo?

Marylin aja como uma garota normal! Meu cérebro gritava comigo.

– James! – Um dos seguranças murmurou sorrindo. – Faz tempo que não te vejo por aqui. – Eles se cumprimentaram.

– Trabalhando muito, sabe como é... – Ele sorriu. – Podemos entrar? – Ele perguntou ainda segurando minha mão.

– Claro, fiquem a vontade. – O segurança abriu a porta nos permitindo a passagem.

Intercalei meus pensamentos entre ansiedade, animação e perguntas de como James conseguiu passes para o camarim? Como ele conhece os seguranças? E que história é essa de “ Faz tempo que não te vejo por aqui. “?

Fechei a porta logo atrás de mim e assim que olhei para frente me surpreendi, ficando paralisada.

– James! – Danny O’Donoghue murmurou animado assim que viu James. Ele caminhou em nossa direção e cumprimentou-o com um abraço. – E quem é essa garota bonita? – Ele me olhou me fazendo corar.

– Eu... eu sou a Marylin. – Sorri estupidamente. – Sua fã número um! – Tentei manter minha voz normal, mas era um impossível esconder minha felicidade.

Ai meu Deus! É o rapaz do pôster! Pensei sentindo minha alma dar pulos infantis.

– Oh! Que bom conhece-la Marylin. – Ele me abraçou. Meu coração dançava e cantava aos berros dentro de mim. – Rapazes! Nossa fã número um está aqui. – Danny gritou rindo, enquanto Glen e Mark caminhavam em minha direção.

– Olá. – Mark me abraçou. – James! – Ele cumprimentou o loiro ao meu lado que gargalhava, feito um palhaço, do meu estado emocional .

– Marylin? – Glen me cumprimentou. – Belo nome. – Ele sorriu.

James tirou algumas fotos nossas e dos rapazes, conversamos por um curto tempo, contei a eles como os conheci e como a música deles me fazem bem, e assim que o produtor os chamou para entrar no palco, James puxou Danny para o canto e sussurrou algo para ele, fazendo-o concordar e me olhar sorrindo. Me despedi deles enquanto James segurava minha mão me levando até a área VIP da casa de show.

– Como os conhece? – Perguntei curiosa sem conseguir tirar o imenso sorriso de meu rosto.

– Bem, eu sou fã deles e um belo dia os encontrei em um pub, conversamos e acabamos ficando amigos. – Ele sorriu ficando em minha frente, enquanto o palco era preparado para recebe-los. – Gostou da surpresa?

– Eu não poderia estar mais feliz. – Sorri encarando-o. Mordi os lábios pensando no meu próximo ato. – Obrigada. – O abracei fortemente sentindo seu perfume forte invadir meu pulmão.

Ele retribuiu o abraço, suas mãos espalmadas em minha costa enquanto meus braços estavam ao redor de seu pescoço.

The Script foi anunciado e eles entraram fazendo uma abertura incrível.

Aproveitei cada segundo do show, cantando, pulando, dançando, fazendo James dançar, chorando com algumas canções e gritando muito. Eu realmente estava parecendo uma garotinha de dez anos no show de seu ídolo.

James cantou todas as músicas comigo, sempre com aquele sorriso que eu amo no rosto. Tudo o que posso dizer é que ele me surpreendeu e muito. Eu estava com o James que eu gostava, que se importava comigo com sentimentos e não pelo trabalho, eu gostava de ter esse James ao meu lado, divertido, risonho, que me fazia bem, e me deixava completa.

– Antes de subir no palco um grande amigo me pediu um favor. – Danny murmurou em cima do palco. – Ele me disse “ Danny, a garota que está comigo é muito especial e é sua fã número um, por favor dedique I’m yours para ela. “– Olhei para James de imediato, ele desviou o olhar do meu corando. – Marylin, essa canção é para você. – Todos aplaudiram e gritaram enquanto a canção começava.

Segurei a mão de James sorrindo, pois aquela era minha canção favorita e ele sabia disso. Ele me encarou com aquele olhar sedutor, aquele olhar que ele fazia sempre quando estávamos próximos demais, aquele olhar que me deixava confusa fazendo nós em minha mente, nós que meu coração sabia desatar.

– I may not have the softest touch, I may not say the words as such, and thought I may not look like much, I’m yours. – Ele cantarolou em meu ouvido acompanhando a letra da canção.

– And thought my edges may be rough, and never feel I’m quite enough, it may not seem like very much, but I’m yours. – Cantarolei em seu ouvido me aproximando dele.

Minha mão tocou seu rosto enquanto meus olhos estavam hipnotizados pelo os dele, minha outra mão encontrou-se com a dele entrelaçando nossos dedos, nosso nariz se tocou e eu sabia o que aconteceria logo depois. Meu coração pulsava aquecido como sempre acontecia quando estava com ele, minhas pernas tremiam e aquele sentimento que eu tanto ignoro tomou conta de mim. Meus olhos se fecharam e pude sentir os lábios de James tocarem o meu suavemente. Ele grudou seu corpo no meu, me guiando em uma dança lenta ao ritmo da canção que ainda tocava, enquanto nos beijávamos.

 Minha mente gritava coisas sem sentidos enquanto eu me rendia ao loiro que mudou o rumo da minha vida. Eu não queria ouvir as vozes dentro de mim, pois por mais ensurdecedoras que elas fossem, eu só estava tentando me proteger do que vinha depois de tudo isso. E sejamos sinceros de que não precisa ser um vidente para saber o que acontecerá. Tudo isso acabará, cada um segue um caminho diferente, e eu como sempre saio com o coração quebrado em milhões de pedacinhos.

– Isso não está certo. – Murmurei o encarando.

– O que não está certo? – Ele envolveu meu rosto com suas mãos juntando nossa testa.

– Eu, você, tudo isso. – Sussurrei desviando meu olhar.

– Não há nada errado aqui. – Ele segurou meu queixo me fazendo encara-lo. – Do que tem medo Marylin? – Ele suspirou balançando a cabeça em negação. – Você tem medo do que está ai? – Ele colocou a mão em meu torso, em cima de meu coração que pulsava exageradamente rápido. – Você não precisa ter medo do que está ai, sabe porque? – Ele me encarou sorrindo. – Porque aqui Mary... – Ele levou minha mão até seu peito, onde pude sentir seu coração pulsar como o meu. – Aqui dentro, meu coração bate mais rápido quando está com você. – Sorri sentindo minhas bochechas queimarem. – Não tenha medo disso, por favor. Não tenha medo do que vai acontecer amanhã ou depois, porque você pode ter certeza de que estarei aqui mesmo quando tudo acabar. – O encarei sem saber o que dizer, ou como agir.

Ele depositou um beijo em minha testa, me puxando para um abraço confortável logo em seguida, me convencendo a dar uma chance ao meu coração de se manifestar, e dizer o que eu evito ouvir.

                                                                ~X~

Minha cabeça latejava me obrigando a acordar. Abri meus olhos com dificuldade encontrando James em minha frente, dormindo como um bebê. Porque dormi aqui outra vez? Bem, eu ainda usava a desculpa de que não conseguia dormir no meu quarto, pois ele me assustava e me trazia péssimas lembranças, mas a verdade é que eu gostava de me sentir segura dormindo com ele ao meu lado.

Me espreguicei pulando da cama, e sai do quarto cuidadosamente para que James não acordasse.

Era um domingo nublado, e como não tinha nada planejado durante o período da manhã, resolvi preparar um café da manhã reforçado. Entrei na cozinha, peguei os ingredientes para preparar a única coisa que sabia fazer direito, panquecas!

Eu cantarolava e dançava ridiculamente enquanto esperava as panquecas ficarem prontas.

– And out of all these thing I’ve done, I think I love you better now… – Parei de cantar assim que ouvi um ruído vindo da sala.

– Bom dia. – James entrou na cozinha me assustando. – Ops! Desculpe, não quis te assustar.  Ele me encarou rindo.

– Eu não queria te acordar, estava cantando muito alto? – Perguntei virando as panquecas na frigideira.

– Na verdade acordei porque senti sua falta. – Ele me deu um beijo na bochecha, me puxando pela cintura e me abraçando.  – E te ver dançando e cantando logo cedo não é tão ruim assim. – Ele riu baixo me fazendo sorrir. – Panquecas!

– Geléia ou chocolate? – Coloquei as panquecas em um prato e coloquei em cima da mesa, que estava arrumada para um delicioso café da manhã.

– Chocolate. – James sentou colocando café em uma das xícaras. – Marylin, eu estava pensando e cheguei a conclusão de que podemos começar a nos organizar para prender aqueles com o nome na lista. – Ele enchia suas panquecas com a calda de chocolate.

– Isso é sério? – O encarei surpresa.

– Sim, você está indo muito bem nos treinamentos e a Máfia está muito preocupada com quem está te seguindo, acho que eles não se importaram se fizemos nossa parte continuando o caso de seu pai. – Seus olhos encontraram o meu, suas expressões não eram muito confiante o que me deixou insegura. – Mas temos que tomar muito cuidado.

– Ninguém sairá ferido, certo? – Coloquei geleia em minhas panquecas enquanto me certificava do que mais temia.

– Ninguém. – Ele segurou minha mão apertando-a forte. – Tem mais um coisa que esqueci de te avisar. – O encarei com medo do que viria em seguida. – Nick e Kath nos ajudarão.

– Isso é bom. – Sorri suspirando aliviada.

– Sério? – Ele riu. – Eu achei que ficaria brava ou algo parecido.

– Eu confio neles Jamy, acho até que fiquei mais confiante em saber que terá mais gente envolvida nisso.

– Mais proteção para você. – Ele levou a panqueca até a boca, sujando os lábios graciosamente.

– Não se preocupe comigo, por favor. – Pedi. Ele sabia que eu me sentia uma garotinha indefesa quando ele falava sobre me manter protegida. – E quando começaremos a planejar tudo?

– Hoje.