Frutos escrita por Espartana


Capítulo 1
Frutos....


Notas iniciais do capítulo

Lembrando.... Pensem numa guerra logo após a de Cronos e entenderão melhor. Fica por conta da imaginação de vcs meus caros leitores.

O fato é que, aqui, não estou tentando seguir os padrões dos livros e sim dar peso continuo aos sentimentos expressos.

Sou dramática. Me perdoem pelos erros. Ainda não sei viver sem eles.



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Estava machucando, ardendo, deixava meu peito em brasas.

Há muito não me sentia assim. Tão pouco me imaginei sentindo de novo. Só que foi tudo por água a baixo. Ele me deixou. E agora, estou morrendo. Morrendo aos poucos. Morrendo por dentro. Sempre estive na verdade.

Já ouviram falar em promessas? Nunca as faças. São traiçoeiras. Marcam-nos como ferro quente na pele. Eu sabia. E pela primeira vez, tive medo de saber. Sabia que ele não voltaria mais. Sabia que o “nós” jamais existiria ou chegou a existir. Mesmo assim, não resisti, deixei entregar-me àquele momento tão.... tão nosso. Tão meu.

Foi prazer, foi amor... Foi uma suplica, desejo, angustia. Nos beijamos a noite inteira. Lá fora a lua brilhava lindamente. E dentro daquele chalé, fizemos amor pela primeira e ultima vez. Entreguei-me de corpo e alma. Disse que o amava com todas as forças. Nossos corpos tinham um magnetismo incrível. Eu pedia, implorava por seus toques. Ele me sentia, observava, me amava também. E prometeu. Prometeu que voltaria. Que ficaríamos juntos. Prometeu ser meu e, e eu não resisti. Acreditei. Acreditei na mentira, que sabia e mesmo assim mergulhei de cabeça naquele mar infinito.

Então, lá estava meu herói. Lutou contra o mundo, lutou com todas as suas forças. Derrotou o mal. Derrotou a tudo e a todos e mostrou que seu maior defeito se tornou sua maior qualidade, sua lealdade. Foi leal a seus amigos e aos Deuses. Foi leal até o fim de sua vida.

Lembro-me de ter gritado para que não fizesse aquilo, mas ele era impulsivo. Não deixaria barato. Ele queria a vitória e a teve. Pagou um preço. Pagou com sua vida. E levou junto a minha.

Aqueles olhos verdes, aquele mar em que  me perdia, mar revolto, coração de ouro. Bobo, lerdo. Corajoso, forte, lindo. E então se foi. Se foi por nós, pela humanidade, pelos Deuses.  Morreu.

Morreu por todos, menos por mim. Ele havia me prometido. Ficaria comigo quando a guerra acabasse. Prometeu que ganharia. Havia prometido que jamais me deixaria e seu coração era só meu. Eu pedi que voltasse que olhasse para meus olhos e ele não ouviu. E, simplesmente.... se foi. E não me levou. Me deixou aqui. Sozinha. Perdida. Amando. Amando agora a lenda que ele havia se tornado.

Não parece, porém, mesmos depois de trinta anos. Meu peito ardia em brasas. Eu ainda podia sentir seu cheiro de maresia. Lembrava perfeitamente do gosto do seu beijo. Dos teus toques me fazendo delirar. Me tornei uma arquiteta famosa, bem sucedida. Casei-me após um tempo. Tenho um filho. Minha maior benção. Talvez o que me manteve em pé em dias de tormenta, onde a saudade me abraçava com força, e então fui vivendo, empurrando com a barriga, lembrando, sofrendo.... vivendo.

Agora tenho cinquenta anos, estou sentada numa poltrona reclinável. Meio-sangue aposentada.  Arquiteta aposentada. Vi meu filho chegando de carro do trabalho. Ele tomava conta dos negócios agora. Limpou os pés no tapete e entrou.

Moreno, alto, cabelos arrepiados, olhos verdes como o do pai.

Sabidinho como a mãe e..... Tão cabeça de algas quanto o pai.


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Notas finais do capítulo

Me perdoem de verdade por ter "matado" nosso herói. Mas eu senti que precisava dar um enredo interessante, dramático. Ele sempre volta vivo. E agora quebrei um pouco essa rotina.

Criticas e elogios são sempre bem-vindos.

Obrigada pela atenção.



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