Wake escrita por Taís, Juh, Amanda


Capítulo 14
Gênio


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, a culpa por não ter sido postado ontem foi toda minha (Taís)... Sorry!
Obrigada pelos comentários incríveis e por toda a paciência *---*

Espero que gostem!!!

Boa Leitura ;)



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Eu tinha planejado me levantar antes de Sakura, e preparar uma linda bandeja de café da manhã, mas como sempre... Ela acaba fazendo algo MUITO surpreendente.

Primeiro, quem diria que ela iria acordar antes de mim? Segundo, quem diria que uma professora teria um BMW como o meu? Argh...

Tá ai algo que não queria pensar agora.

Estava com o cotovelo apoiado na mesa e com o queixo na mão, observando ela devorar uma torrada.

Tão bonita.

Os olhos dela brilhavam, o sorriso iluminava seu rosto. Seu cabelo meio despenteado, parecia só mais um item para completar a beleza.

— Acho que seus vizinhos não gostam muito de mim... — disse ela colocando um pouco de suco no copo. — Já os meus te amam. Até o síndico ama.

— Eles me ajudaram bastante com você. — confirmei. — Que tal fazermos um passeio hoje? — propus e ela negou com a cabeça.

— Hoje haverá aula normal Sasuke, preciso passar em casa pra me arrumar e ir pro colégio...

— Falte hoje... Eles ligam pra uma professora substituta e...

— Não. — disse imediatamente, e percebendo meu embaraço suavizou a voz. — Eles... Terão outra professora em menos de um mês doutor... É melhor eu ir dar aula enquanto posso. — disse desviando o olhar, e o fato dela estar trocando a minha companhia por quarentas pestinhas infernais com um argumento desses, francamente, me desapontou.

— Vai ser assim? — perguntei.

— Assim como?

— Assim. Entre um beijo e outro, ficar me lembrando que vai morrer.

— Isso se chama aceitação. É bom pra mim e pra você que seja assim. — respondeu erguendo o olhar. Ficamos nos encarando por um momento, como se ambos esperassem pela intervenção do outro na picuinha toda. Uma guerra silenciosa de quem dá o braço a torcer primeiro. — Agora é melhor eu ir, antes que acabe me atrasando. — disse por fim, levantando-se da cadeira, mas lhe segurei trazendo-a de volta para sentar-se em meu colo com um puxão. Eu não me importava em perder a guerra, me importava em perder... Ela.

Afaguei seus cabelos, obrigando-a me olhar e soltei uma pesarosa respiração.

— Desculpe. Não quis dizer aquilo. E não precisa ficar assim tão ansiosa... Não dirige mais aquele fusca ferrado, e garanto que o BMW corre bastante. — disse com humor, fazendo-a sorrir. — Será que pode beijar seu namorado agora? — perguntei e ela franziu as sobrancelhas fazendo uma careta brincalhona.

— Estamos namorando?

— Pode apostar que estamos. — confirmei com um sorriso sedutor, mas ela era dura na queda.

— Não me lembro de nenhum pedido. Sendo assim, ainda estou disponível doutor. — disse dando-me um beijinho rápido e levantando-se, fui seguindo-a até a porta.

— Espere eu pegar minha chave...

— Não. — respondeu no ato. — Não Sasuke... Eu quero dirigir meu carro novo. Nos vemos mais tarde. — disse dando-me outro beijinho rápido e escafedeu-se, deixando o rastro do seu perfume ao cair fora da minha casa.

Olhei pro relógio. Ela nem estava atrasada... Vai entender!

Quando fechei a porta e me voltei para a sala, vi que não foi só o perfume que deixou por aqui, mas também os livros que usaria para dar aula, jogados sobre o meu sofá.

Pressa e perfeição, uma vez inimigas, para sempre inimigas!

Lá vai eu fazer a boa ação do dia, e aproveitar para dar um beijo descente naquela maluca de lábios doces.

Vesti uma roupa casual, passei a mão pelos cabelos, peguei minha chave e fui até o prédio da professora.

Assim que subi até seu apartamento, apertei a campainha algumas vezes, e nada de Sakura me atender. E mesmo sabendo que não era certo, me abaixei levantando o tapete em frente à sua porta...

— Ela não esconde mais a chave aí. — ouvi uma voz dizer e olhei para os lados, quase me dando por maluco, quando Karin surgiu saindo detrás de um vaso de samambaia que tinha ao lado. — Ela não dormiu aqui na noite passada. E ainda não passou em casa hoje. — informou tirando uma folhinha que enganchou nos cabelos vermelhos.

— Bom dia Karin. — disse.

— Bom dia Doutor Sasuke. O novo esconderijo dela é bem aqui... — disse metendo a mão na planta e tirando de dentro daquele vaso, a chave do apartamento da professora. Balançando como se quisesse me hipnotizar com aquele treco cheio de terra.

— Bem... Obrigada, mas acho que não vou entrar, uma vez que ela não está aí. — disse e a vizinha maluca começou a rir.

— Aposto que está se lembrando de quando deu um de intruso, entrando no apartamento dela, e foi atacado com sua arminha de choque! — disse zombando de mim. — Vem Doutor, vamos descer, eu já estava prestes a ir até a padaria comprar pão, quando escutei o barulho do elevador e me escondi pensando que fosse ela, chegando de mais um encontro amoroso.

— Como assim de mais um encontro amoroso? — perguntei.

— Bem, ela tem saído sempre muito arrumada. Passa o dia todo fora, nem mesmo volta do colégio pra cá, e o correio toda hora entrega cartas e caixas muito suspeitas pra ela.

Cocei o queixo refletindo aquilo por um momento.

Bom, uma vez que ela comprou um BMW achando que não teria que pagá-lo nunca. Seria normal se estivesse fazendo compras por ai. Quanto às cartas, elas podem perfeitamente ser dos familiares dela, já que moram todos muito distantes. E Karin não precisava saber que eu sabia bem, onde foi que ela dormiu na noite passada. Ham.

Sendo assim, desci junto com Karin, sendo vítima de seu astuto olhar. A mulher parecia farejar que eu sabia algo e não estava lhe contando.

Assim que as portas do elevador se abriram demos de cara com o síndico que trazia consigo um maço de flores vermelhas em mãos.

— Você já está aqui doutor? Eu mesmo já estava indo entregar as flores que o senhor comprou pra professora! Ela leu o seu bilhete e saiu correndo, nem mesmo pegou as flores, como se estivesse atrasada. Acho que houve um desencontro entre vocês. — olhei novamente para aquelas flores e de repente tudo ficou vermelho.

— Flores? — perguntei atordoado com as mil possibilidades que se passavam pela minha cabeça.

— Ora, não precisa fingir. Karin e eu apoiamos vocês dois! — Sai disse, com um tremendo sorriso.

— Claro... — concordei tentando não parecer abalado. —Me dê aqui essas flores, eu mesmo entregarei a ela. — disse e o síndico de boa vontade me entregou.

Antes de qualquer coisa, tive de ligar para a minha amiga do peito... Grande. Tsunade.

E pra minha miséria, confirmou que Sakura não pisou os pés por aquele colégio. Uma professora substituta estava lecionando em seu lugar, e todo aquele discursinho de merda no café da manhã tornou-se falso e mentiroso.

Depois disso escutei Karin dizendo algo como “Ei, não vai me dar uma carona?”, e Sai disse algo parecido com “ Ei, você esqueceu a caixa de bombom que veio junto às flores”. Mas não parei para respondê-los. Me meti dentro do meu maldito BMW plagiado e bati a porta querendo me isolar do mundo para ler o bilhete entre àquelas flores.

“Até hoje, você continua sendo a melhor mulher que passou por minha cama e vida.

Estou ansioso por nosso próximo encontro.

Com amor, Sasori.”

Eu devia procurar por um oftalmologista, ou por um cardiologista, sei lá. Meus malditos olhos estavam enxergando uma carta do Sasori o ex filho da mãe que deu um chute na minha namorada. E o que dizer do maldito coração que sentia-se traído, por dormir com uma mulher que ainda marca encontros com o ex filho da mãe?!

Um clínico geral que fosse também o meu melhor amigo, foi a minha escolha.

Passando pela entrada do Hospital, indo direto pro elevador onde tinha uma carinha amarela e sorridente acompanhada de um aviso que... Não sei bem, minha visão estava afetada, dizia algo parecido com: “Sorria, você está sendo chifrado!”

Argh!

Isso só poderia ser brincadeira, afinal, qual mulher em sua sã consciência trairia um homem como eu? Absolutamente nenhuma. Tudo bem, não estávamos juntos até ontem. Ainda assim ela não se aproveitaria de mim dessa forma.

Mas Sakura não está batendo bem da cabeça... Vive fazendo maluquices, então seria natural ela cometer a burrada do século e me arrumar um par de...

Epa, epa! É claro que estou entendendo tudo errado... Puff! Sakura provou que está apaixonada por mim! Eu é que estou ficando paranoico, ultimamente ela vem ocupando muito minha cabeça, com...

Pensamentos, é óbvio... Alguém aqui achou que eu diria chifre? Jamais diria! Aliás, por que diria isso? Não tem cabimento algum, só porque ela mentiu pra mim dizendo que ia pra escola e não foi? Ou porque ela saiu misteriosamente conseguindo despistar minha espiã Karin? Por que seu ex pica-pau mandou flores acompanhado de um bilhete patético? Isso não é prova e nem motivo, gente. Sou um homem absolutamente seguro!

Olhei para o espelho do elevador e de repente deu uma coceira na região da testa, me aproximei para ver se não tinha nenhuma picada de pernilongo por ali... O quê? Acharam que eu estava procurando algum sinal de crescimento de chifre, né? Até parece!

A porta do elevador se abriu e eu fui em direção à sala do meu amigo Naruto, e por mais que ele queira socar minha cara ultimamente, fazia tempo que a gente não conversava e eu sempre gostei de manter meus amigos por perto, não seria diferente agora.

O quê, hein? Vocês estão pensando que eu só passei no hospital pra desabafar sobre a professora? Mais uma vez estão totalmente enganados!

— Olá, Sasuke! Quanto tempo, não acha? Minha resposta é não para o que quer que veio me pedir! — já foi dizendo, apenas ignorei sentando-me na sua poltrona para encarar o teto pensativo.

— Já sentiu coceira na cabeça, Naruto? Mais ou menos, pela região da tes...

— Mas hein? Pegou piolho dos alunos da psicologia educacional, Sasuke? — zombou.

— Não... Já sentiu como se algo estivesse ali...

— Caspas? Já existe shampoo para isso.

— Falo de algo crescendo na cabeça, que pode raspar no teto dependendo do tamanho, como galhos... — disse fazendo careta só de pensar. — Já pensou que Hinata poderia fazer isso nascer em você?

— Você esta falando de traição, Sasuke? — perguntou e riu. — Acha que está sendo chifrudo? Não é sempre o contrário no seu caso?

— Eu não sou corno, tá maluco, é? — me defendi imediatamente. — Mas tecnicamente, se eu estivesse gostando muito de uma mulher, e esta de repente, mente pra mim dizendo que vai trabalhar mas não vai, desaparece sem avisar e quando vou procurá-la descubro que seu ex mandou flores e um bilhete, o que eu deveria pensar? Veja bem, isso é apenas uma hipótese, hein! Porque eu não estou gostando de ninguém e nem sendo traído, claro.

— Chega dessa ladainha! Eu sei que você está saindo com a Sakura, seu merda! Ela contou pra Hinata quando foram escolher o vestido de casamento! Só não quebrei ainda sua cara porque ela está péssima hoje, infelizmente! — disse entre dentes, e só não grudou na gola da minha camisa porque eu quase caí pra trás quando ouvi que ele sabe sobre a professora e eu. — Como você pôde fazer isso, Sasuke? Não bastou mentir para ela sobre a doença, agora quer iludi-la também?

— Não! Eu to gostando dela, Naruto. — admiti. — E vou contar toda a verdade sobre a doença, só estou esperando a hora certa.

— Só está esperando aprovarem sua tese pra ela descobrir quando você estiver num avião bem longe daqui, né?

— Claro que não! Quando disse que estava gostando dela, falei a verdade... Eu quero ficar com ela! — disse, vendo que realmente queria ficar com uma garota não só para levá-la para cama. Definitivamente estou ferrado! — Só não sei mais se ela quer a mesma coisa.

— Acha que ela trai você?

— Acho que ela me esconde algo. — corrigi. Só espero que esse “algo” não seja alguém, tipo um amante ruivo escondido dentro do armário! Não que eu estou achando que ela tenha um amante, nem nada do tipo, só acho que é bom ressaltar que eu já fiz aulas de tiro.

— Você é um babaca! — Naruto disse sorrindo. Eu sei que ele quis dizer gênio, mas não tem coragem de admitir minha genialidade... Agora por qual motivo ele me chamaria de gênio eu não sei, já que são muitos! — Vem comigo, vou te mostrar o tamanho da sua babaquice!

Sem muitas alternativas segui Naruto pelo hospital, pegamos o elevador com o aviso do mal, subindo direto para ala de pacientes terminas, saímos de lá indo parar diante de uma porta fechada com a seguinte plaquinha de papel recém imprimida em letras coloridas: T. A.

O que significava T.A, não faço a mínima ideia, quem dirá a ligação do que está por trás dessa porta com minha visita ao hospital! Sendo assim resolvi abrir devagar para ver o que tinha ali dentro.

E de todas as coisas que passaram pela minha cabeça no segundo em que abri a porta — dentre elas o Sasori deitado numa maca em coma, todo esfolado de pancada e tiros —, nenhuma delas me surpreenderia mais...

Meu queixo despencou no chão.

A sala era bastante espaçosa, e no centro havia um círculo formado por cadeiras e macas ocupados por pacientes, e dentre eles se destacavam duas cabeleiras cor de rosa. Era Sakura dando seu depoimento emocionado de como vem sobrevivendo à doença, e em seu colo uma garotinha cujos fios rosados estavam tortos na cabeça. Era uma peruca, e eu podia ver parte de sua cabeçinha careca.

Aquilo bateu fundo no meu peito. Talvez um vampiro se sentisse melhor ao receber uma estaca, do que eu ao perceber o que estava acontecendo ali. Outro engano de minha parte.

Ninguém precisaria ser um gênio como eu para compreender que T.A significava Terminais Anônimos, e que a professora havia passado todo esse tempo sumida para organizar esse grupo de apoio, dentro do próprio hospital, aos que estão à beira da morte — como ela pensa que está.

— Ela vem fazendo isso há algum tempo... — contou baixinho para que não notassem nossa presença. — Assim que teve a ideia dos terminais se auto-ajudarem, percebendo que a maioria deles não poderiam desgrudar dos aparelhos respiratórios e cardiais, me pediu essa sala. — Enquanto Naruto falava, olhei novamente para o grande círculo de moribundos que em meio às lágrimas riam de algo que perdi. Olhei para a menina que ajeitava a peruca rosa na cabeça. Olhei o brilho de esperança nos olhos de cada um deles. — Isso funciona Sasuke. A porcaria da sua tese funciona. Desde que Sakura entendeu o propósito de aproveitar os dias com melhor qualidade e passou este mesmo conceito pra estes pacientes, os exames que venho fazendo neles, apontam uma grande melhora em seus casos. A expectativa de vida deles aumentaram consideravelmente, Sasuke. Você é uma porcaria de um gênio!

Como se estivesse sentindo- me sobre ela, Sakura naquele instante encontrou o meu olhar e sorriu pra mim. Meu coração voltou a dar sinal de vida, e muito mais que uma tese estava sendo confirmada.

Meus sentimentos por ela também.


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Notas finais do capítulo

O que acharam???

3 Beijos!



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