Vivo Por Ela escrita por MayLiam


Capítulo 15
Não te digo o que sentir. Te mostro!


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta!
Perdão meninas, é cada vez mais complicado para mim postar, posso demorar uma eternidade, mas eu não desisti de nenhuma fic.
Tentem desfrutar! Obrigada pelos comentários queria ter tempo de responder a todos, mal os leio, mas os vejo aumentar. Muito obrigada!



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Ficar o resto da noite vendo o doutor Smith tentar estabilizar o duque foi angustiante, penoso, frio e quase solitário, não fosse Sage ao meu lado. Perto do amanhecer, quando o gentil doutor nos deixou novamente, pude tentar voltar a dormir, sendo influenciada por Sage. Minha cabeça ainda estava confusa. Como tanta coisa aconteceu em tão pouco tempo?

Fiz uma pequena retrospectiva dos fatos, a briga por Andie, depois pela confissão dele, seus sentimentos por mim, seu beijo, sua piora. Meu medo... Era tudo tão inquietante e complexo. Eu havia me irritado com Damon pelo fato de ouvi-lo defender a condessa, depois me senti ofendida por ele me confessar seus sentimentos. Na verdade, ofendida não define bem, estava mais para perplexa e em negação. E no fim de tudo, tudo voltou ao começo, como um ciclo vicioso, onde o medo de perdê-lo pra esta doença inspirou toda a discussão. E novamente precisamos conversar.

Eu tento descansar, mas estou com a mente tão cheia, e com tantas questões e lembranças que... Volta e meia os resquícios da lembrança dos lábios dele nos meus me tragam da realidade, e um arrepio me corta a espinha. Isso é tão errado, tão... Quando ouço a porta bater, percebo que meus pensamentos não me deixaram medir tempo.

–A senhorita precisa tentar comer um pouco. Já é quase hora do chá da tarde. - Sage como sempre tem o tom de doçura na voz.- Trouxe algo leve. - suspiro e forço meu corpo a sair da cama. Minha cabeça doi e sinto-me um tanto tonta. Preciso dormir.

–Ele está melhor? - pergunto assim que a permito entrar no quarto. Ela acomoda a bandeja com a fatia de bolo, suco e frutas na mesinha no canto do quarto.

–Não parece tão agitado, Rebekah está tentando o fazer comer algo agora. - ela explica e depois me encara com uma feição inquieta, nada típica de si.

–O que foi? - pergunto confusa.

–Vocês brigaram? - sua tom e seu olhar me fazem sentir um calor inesperado e incômodo, desvio de seu olhar e me encolho indo sentar-me na cama, protegendo-me atrás do roupão. Sage suspira e senta-se ao meu lado, guiada pela cumplicidade e segurança, que lhe brotaram na temporada que passamos juntas na corte. - Sabe que pode me contar. Não deve sentir-se tão sozinha. Gosto muito dos dois, e por você já tenho quase tanta afeição quando a que tenho pelo menino. - ela diz e sorri. E sei que é sincera, pois não há dúvidas de que ela ama o Damon como a um filho e me trata com igual atenção.

–Ele me beijou. - digo com voz trêmula e a sinto paralisar na cama. Quando encontro seu olhar está pálida.

–O duque? - suspiro e ela percebe a pergunta sem sentido. - A força? - ofega - Foi por isso que brigaram? - ela não me deixa espaço para responder, de tão ansiosa e surpresa.

–Por Deus, não! - minha resposta sai mais rápida e agressiva do que eu queria. Ela sabe que ele não faria nada igual, embora tenha sido de surpresa. O que não é o mesmo. Ficamos nos encarando por uns segundos e depois ela desvia o olhar e fica pensativa.

–Vocês brigaram, certo? - a encaro quase que enfurecendo, ela está deliberadamente sem noção para perguntas hoje.

–Ele beijou-me, Sage. - ela meio que cora.

–Claro.

Novamente o silêncio se estabelece e sinto vontade de acrescentar algo.

–Mas não é por isso que brigamos.

–Não? - ela meio que se sobressalta.

–Não. - digo firme.

–Pelo quê, então? - ergue a sobrancelha confusa.

–Estava tentando convencê-lo a ir até a corte, como o doutor sugeriu - ela assenti, prestando atenção - , e me ocorreu que sua grande relutância em aceitar a proposta e recomendação se desse pelo fato de estar esquivando daquela mulher, - ela faz um gesto afirmativo, mas não sei se de concordância ou de assimilação - , é inacreditável pensar, que mesmo depois de tudo, ele se incomoda e sente-se afetado por ela. - ela sorri, com ar zombeteiro, mas não me interrompe. Tento ser mais direta. Não vi graça alguma. - Então lá estava ele dizendo que o fato de ele relutar ir a corte não diz respeito as pessoas de lá e muito menos a ela, diz respeito a mim, e ao fato de não ter minha atenção só para ele, como tem aqui, e então ele me beija e me deixa confusa e assustada. Ele não devia ter feito e... E... Pelo amor de Deus, estou noiva do irmão dele, e ele vem falar sobre amar-me e beija-me e depois diz que não sabe porque fez e então ele... Ele fala sobre paixão e eu não... Quer dizer, eu não quero, não acho... - eu paro, porque percebo que além de estar falando demais e sem respirar, estou como se falando com uma parede. Sage está estática e incrédula. - O quê?- pergunto, meio ofegante, após meu ataque de vocabulário.

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–Acho que estou satisfeito Rebekah. - digo ao ver ela erguer a colher novamente para mim.

–Se alimentar-se bem, talvez não seja necessária a viagem. - ela diz ansiosa e incontida.

–A viagem não é necessária de qualquer forma. - me sinto rosnar. Não vou a lugar algum.

– O doutro Smith...

–O doutor Smith é mais uma pessoa louca para livrar-se de meu mau humor, obviamente me transportar para a corte lhe poupará encontros com pacientes desagradáveis. - ela suspira vencida e afasta a bandeja com o caldo quente de mim. O que mais me deixa irritado é não ter forças para eu mesmo por a comida dentro de mim.

–Posso lhe oferecer mais alguma coisa?- ela pergunta meiga.

–Silêncio e privacidade, se não for pedir muito. - digo sem a encarar, mas posso sentir sua expressão desabar com o som de seu suspiro.

–Como quiser, vou deixá-lo descansar.

Quando a porta do quarto bate consigo respirar afundando mais nas almofadas. Encaro o teto do meu quarto, sentindo meus pulmões reclamarem, pesados e doloridos. Fecho o olhos por um instante e é como se fosse uma maldição.

"Você está errado"

Como ela pensar que entende melhor como me sinto?

Como acha que pode me dizer o que sinto?

Eu mesmo demorei semanas para aceitar. Talvez ela esteja no mesmo estado de negação. Afinal, ela correspondeu aquele beijo. E toda aquela irritação e revolta por julgar que ainda sinto algo por minha ex namorada, me faz concluir apenas que, sendo muito convencido de minha parte, ela demonstrou traços de possessividade que pode ser facilmente conceituado como ciúmes.

Ciúmes sim.

Talvez um ciúme de amiga, uma certa reserva e relutância em pensar que vou me expor a sentimentos que me magoaram. Ao menos acredito que ela pense desta forma. Mas como quer se enganar. A forma como tremulou em meus braços, como sua respiração aqueceu todo o frio ao nosso redor, como seus lábios se moveram contra os meus... A lembrança me causa um espasmo repentino.

Como posso reagir como um adolescente?

Ela me faz voltar a ser um.

A noite vai ganhando profundidade, e perdido em meus pensamentos sou interrompido apenas quando Rebekah volta a tentar me alimentar, o que eu recuso, e então, não sou mais interrompido e após mais horas a rolar na cama, sem sono algum, com os pulmões queimando e a febre querendo me atingir, caio em um sono perturbador e torturante.

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–Depois de nossa conversa de ontem, você quase não falou direito comigo. - reclamo com Sage quando ela vem me trazer o café da manhã. Eu não sinto vontade de descer. Não sinto vontade alguma.

–Eu não teria muito o que dizer. - diz com voz extremamente baixa. Bufo.

–Ora, você poderia ser mais um pouco convicta com isso. - Sage sem ter o que falar quanto o que houve com o duque é algo inaceitável. Mesmo ela sendo tão discreta. Ela apenas dá de ombros.

–Quer que eu diga que você agiu certo ou errado? - me pergunta e me faz a encarar confusa. - Se eu dizer que agiu certo estou me referindo ao seu decoro par com seu compromisso com o menino Stefan. O duque excedeu-se ao beijá-la tão inesperadamente. Se disser que agiu errado estarei me referindo ao fato de falar com o duque como falou. O que a senhorita prefere discutir? - estou perplexa. Falar como falei?

–Como você queria que eu falasse com ele depois do que fez?

–Acho que quer falar sobre o por quê agiu errado então. - ela fala com serenidade e senta-se ao meu lado, na cama. - Como falei, sua reação ao beijo dele foi racional. Mas dizer que ele estava errado sobre as conclusões que chegou sobre você, após ele narrar um discurso de como as renegou não foi muito cortês. Apenas ele sabe como se sente. E se sente que a ama, e mesmo com pesar pelo o irmão resolve admitir, é porque os sentimentos o estavam sufocando e ele a vê, antes de tudo como alguém em que pode confiar e mostrar como se sente após anos de solidão. Ele achou que você entenderia, mas você o repreendeu e praticamente o chamou de insano que não sabe nem ao menos descrever o que sente.

Como responder a isso?

–Você acha que ele está magoado com minha reação? - ela assenti. - E por acaso acha que sou eu que devo desculpar-me? - aumento o tom de voz.

–Ninguém precisa se desculpar. Não mais. O duque fez algo errado ao lhe beijar, mas já se desculpou, não precisa mais, quanto ao resto, só falta um pouco de compreensão e conversa. Acho que você deve ir até ele, e, novamente, tentar impor uma conversa civilizada.

–Não. - reluto.

–Ele não pode descer. Mas credito que já o teria feito, ele mesmo. - suspiro. Ele certamente faria.

–Primeiro preciso comer. - ela sorri um pouco e assenti, indo na direção de meu closet.

–Vou procurar uma roupa adequada. - pisca para mim e eu estou consternada. Não aja como se eu fosse a um encontro com meu futuro cunhado.

E de repente, sinto que minha respiração ficou ofegante, meu coração começou a palpitar e estou sendo tragada por um frio crescente na barriga.

Eu vou ver o duque, e nós vamos conversar.

.....................

Respiro fundo diante daquela porta. Estou me sentindo mais que ansiosa. me pego mexendo no cabelo e arrumando amassados inexistentes na roupa que Sage acaba de magnificamente arrumar. Bato duas vezes. Rápidas e quase inaudíveis. Até pra mim.

–Não preciso de nada, Rebekah. - a voz grave me faz tremular.

–Sou eu. - digo incerta, e recebo segundos de puro silencio em resposta.

–Entre, senhorita. - ele soa cortês, e até um tanto irritadiço. Nada novo. Respiro fundo a abro a porta evitando um contato direto com sua face até estar diante de sua cama. Ao levantar a face, sinto meu coração vacilar nas batidas, prendo a respiração. Damon me encara, pálido, olhos fundos. Na mão está um livro que ele faz repousar em seu colo. Seu roupão está aberto e tenho o vislumbre de seu peito. Desvio rapidamente olhar, sentindo a face quente.

–Temos que conversar. - ele suspira e fecha o livro o pondo ao seu lado na cama. Se acomoda melhor nas almofadas e deixa escapar um gemido de dor. - Como se senti? - não me contenho a perguntar.

–Melhor. - ele está seco, direto e frio. E e já quero gritar com ele, mas contenho-me. Ele não está fazendo nada demais. Mesmo assim, sua aparente calma e desdém me irritam.

–Quero voltar ao tema de sua ida a corte. - ele bufa.

–Não vai acontecer. - ignoro.

–Estou indo ao consultório do doutor Smith esta tarde, e falaremos sobre a forma mais adequada de lhe transferir. A sair daqui vou telegrafar ao seu irmão e dizer que estaremos em breve com ele. - Damon franze o cenho pra mim.

–Está se impondo comigo? - parece irritado. Ótimo! Também estou irritada.

–Você precisa de tratamento adequado, não vou deixar o irmão de meu noivo morrer. - ele sorri amargo.

–Claro que isto não tem nada a ver com o fato de você estar preocupada comigo e claro, com medo de perder-me, como me disse. - estremeço.

–Não vim falar dos sentimentos que temos para com o outro.

–Claro que não. Veio ignorá-los. Não vou a lugar algum. - diz firme. - Muito menos com você.

–Achei que minha companhia o agradasse duque. - provoco, mas me arrependo assim que seu olhar se torna vívido de fúria.

–Seu tom está supondo não só desdém por tudo o que lhe confessei como também pretensão e soberba. Estar perto de você me enferma. - engulo e sinto meu olhos queimarem. Não quero lhe eixar doente.

–Sua amizade é importante para mim.

–Você correspondeu ao meu beijo. - ele se agita, jogando o lençol pro lado, deixando bem claro que pretende vir até mim.

–Damon... - dou um passo pra trás, em puro sinal de defesa.

–Está me deixando louco.- ele se inclina e salta para fora da cama, vindo pra mim. - Perdi muitas horas de minha noite de ontem pensando sobre isso. Você se mostrou contrariada ao pensar que ainda tenho sentimentos por Andie, por quê?

Começo a tremer, eu não faço ideia.

–Não, eu não...

–Sim, você sim. - ele diz e está parado diante de mim. E eu não paro de tremer. - Por quê?

–Não é possível que ainda sinta algo por ela. Mas se sentir, me incomoda, porque não quero que sofra.

–E não quer dividir minha atenção com ela. - sugere e eu enrijeço.

–Não.

–Não? Então o quê?

–Me preocupo com você. Mas não é como se isso me fizesse sentir algo mais forte. Eu amo seu irmão.- ele está com os olhos me queimando.

–Mas se senti atraída por mim. - tenho vontade de gritar.

–Não me diga como me sinto!

–Faço minhas as suas palavras. Só eu sei o que sinto. E já admiti. Se você não senti nada que corresponda, posso aceitar. Me repreendi por semanas pensando em como isso seria errado. Em como gostar de você como gosto seria uma tragédia pra mim. Mas sei exatamente como me sinto. E não admito que você tente passar por cima disso. - ele está tão perto agora. - Não faça isso.- ele diz, sua voz está mais macia.

–Isso o quê? - ofego, sentindo todos os músculos de meu corpo protestarem contar mim, e um calor imenso me invadir. Estou suando?

–Não olhe assim pra minha boca quando o que mais quero no momento é beijar você. E você está aí, tentando impor a mim de todas as formas como isso é errado. - sinto a madeira da mesa onde ele costuma comer em meus quadris e a agarro imediatamente, temendo que minhas pernas vacilem. Meus olhos desviam de sua boca e é pior olhar no azul de seus olhos. Aquele azul familiar, que me foi símbolo de calidez e aconchego. O azul que me salvou.

–Não deveria ter dito que você estava errado ao dizer estar apaixonado por mim. - falo rápida e tremulamente.

–Não. Não deveria. Não se vai reclamar quando eu fizer o mesmo.

–Sabe que amo seu irmão.

–Sabe que não amo Andie. Basta? - ele vem pra mais perto. Fecho os olhos sentindo espasmos me deixarem tonta.

–Damon... - minha voz sai grave e baixa, acho que não posso comigo.

–Basta? - ele repete.

–Basta pra quê? - quase grito.

–Pra fazer você parar de temer me ver com ela.

–Não temo isso.

–O que você teme?

–Que ela te machuque.

–Como? Ela nunca fez isso. - bufo.

–Ela fez sim. Você só não admite.

–Ela nunca disse me amar. Eu que achei que a amava. Ela não me devia nada.

–Você a defende tanto.

–Por que isso te irrita? - ele desafia, e, de repente, percebo que este não é meu ponto aqui.

–Não me irrita. Apenas quero que desvie dela e não relute contra ir a corte.

–Já disse que não reluto por ela.

–Damon, isto é insano. Você não pode querer ficar aqui pra morrer pelo simples fato de achar não suportar me ver cm seu irmão.

–Achar? - ele grita. - Eu não suporto! - fujo de sua proximidade, desviando pro lado e lhe dando as costas. Meu coração está palpitando tanto, minhas pernas estão bambas.

–Não posso m sentir culpada por sua piora. Você precisa encontrar um jeito de lidar com isso. Apesar de tudo, sou sua amiga. Não vou estragar isso.

–Isso o quê? - solto a respiração com força e me volto pra ele novamente, levando um susto ao perceber o quanto ele está perto de mim.

–Nossa amizade. Me preocupo co você. Gosto de você. Quero vê-lo bem. Sinto necessidade disso?- fico impressionada com minha capacidade de falar tudo isso com tanta convicção.

–Já se perguntou o por quê? - ele pergunta, olhar crispando o meu.

–O que você acha que está fazendo? Uma avaliação de perfil? Não estou num consultório psiquiátrico, sei exatamente porque me sinto assim. Você é meu amigo. Não sinto mais nada por você além de amizade. - ele serra os olhos pra mim, e, enfim, me dá mais espaço pra respirar, se afastando um passo atrás.

–Vamos fazer uma coisa. Você não tentame dizer como acha que me sinto e eu evito fazer o mesmo com você. Vamos nos ater a encarar o seguinte: você lida com o fato de que eu estou apaixonado com você e não consigo me submeter a presenciar você e meu irmão juntos e eu lido com fato de que, pra você, nada pode acontecer entre nós além de amizade, e que por se ver assim, você abomina a ideia de Andie me machucar. E para que ambos sejamos satisfeitos eu preciso permanecer exatamente onde estou. Longe da corte, de você, meu irmão e Andie.

–Você está doente. - sinto minha voz aumentar sombriamente.

–Que. Se. Dane. - ele frisa cada palavra.

–Você continua o mesmo egoísta de sempre. - bato o pé diante dele decidida a deixar o quarto. Caminho determinada até a porta, mas travo no caminho ao ouvira forma inquietante com ele solta sua respiração. Quando me volto o vejo inclinado, mãos espalmadas na madeira da mesa onde eu me recostava minutos atrás. Está tremulo e extremamente pálido. Antes que eu possa evitar me vejo de volta ao seu lado, mão em seu ombro.

Ele ergue a postura e eu encontro seu olhar. Está tremulo, embaçado por lágrimas contidas. É doloroso de ser ver. Ele sacode a cabeça ao fechar os olhos e solta um suspiro agoniado, se desvencilhando de meu toque.

–Não quero sua pena, Elena. - diz dando um passo para trás.

–Não estou com pena de você, seu estúpido! - ele me encara perplexo pelo ataque. - Estou aflita e morrendo de medo que você esteja desistindo de tudo, que esteja disposto e ficar aqui pra morrer. Você fica dizendo que está apaixonado por mim, no entanto está disposto a ficar para trás e se entregar a esta doença, morrer, me deixar, deixar Stefan. Eu poderia lhe xingar de inúmeras coisas, mas de covarde egoísta nunca achei que fosse possível. Não mais. Pelo visto você continua o mesmo troglodita que só liga com sua falsa paz de espírito. Eu te odeio! - seus olhos estão arregalados e sua boca abre. E quando eu percebo, ele está embaçado diante de mim por conta de minhas lágrimas. Fica aí, sentindo pena de si mesmo. Se mata! Quem se importa, afinal?

Corro pra porta e abro, no mesmo instante ela se fecha e eu sou puxada e jogada contra a sua madeira. Damon está diante de mim, tão pálido tão quente.

–Eu não quero morrer. Eu quero você. - ele diz grave e quase desesperadamente. Eu não sei se estou de pé por mim mesma, ou porque ele me segura. - Eu quero você e isso está me matando, porque significa que estou prestes a entrar numa briga severa com meu irmão. Estou prestes a por uma vida de cumplicidade em jogo por este sentimento que tem me consumido a cada dia e isso nem parece pesar tanto. Você me faz pensar que nada importa. Nada. Não se você estiver comigo. E meu maior desafio é você não sentir o mesmo por mim. Mas eu nunca fui de recuar por isso. Nunca!

De repente, suas mãos vagam de meus punhos a minha cintura. Meu espartilho parece que vai explodir. Minha respiração está escassa.

–Por favor... - eu não sei o que estou pedindo a ele.

–Por favor, o quê? - ele diz, num sussurro quente e sensual.

–Não me beije de novo. - peço e fecho os olhos sentindo-me ser dominada pelos tremores de meu corpo, suas mãos sobem por minhas costas e seguram com firmeza o cabelo de minha nuca.Estou entregue. Não... Por favor...

Damon pressiona os dedos em minha nuca, numa massagem cálida, aquecida por sua respiração, eu não quero abrir meus olhos. Preciso sair do quarto. Ele se aproxima mais. Seu quadril me prendendo contra a porta. Sinto todo o seu corpo contra o meu quando ele decide soltar minha nuca e guiar suas mãos até meus ombros. Um arrepio me corta, e sinto meu sangue ferver.

–Não vou te beijar. - ele fala ao meu ouvido. abro os olhos imediatamente, e lá está ele, me queimando com seu olhar abrasador. Engulo. Como posso estar me sentindo tão quente? Ele me adoece?

–Então me solta! - falo.

–Você está solta. - ele diz e sorri de canto. Desafiador. E é como se eu acordasse. O quão esnobe ele pode ser? O empurro e me volto pra maçaneta. Quando abro a porta ouço sua voz.

–Você vai me pedir isso. - eu travo. - Essa é a única condição pra eu voltar a fazer.

Caminho decidida para fora do quarto. E não ouso me voltar.Escuto a porta ser trancada e então a adrenalina cobra seu preço e o corredor rodeia, me fazendo cambalear. Entorpecida, rastejo até a cadeira, ofegante e tonta. Muito tonta. Minhas respiração está descontrolada e quase me sufoca. Estou trêmula, suada... Ah... O que ele me causa? Raiva, lascívia, excitação. Gemo. No que estou pensando.

Ouço a portado quarto dele bater e estou paralisada demais pra ter a reação de fugir pras montanhas gélidas ao nosso redor. Mal consigo respirar quando o sinto me puxar da cadeira. Estou languida em seus braços e tudo o que vejo são seus olhos assustados, tensos, agoniados...

–Não posso cumprir o que disse se vou ouvir você gemer por mim.

Gemer por ele?

–Eu não...

–Você não... - ele desafia.

–Damon. - ofego, quando ele vai parar de me atormentar?

–O quê?

–Me solte!

–Se eu fizer, você vai cair.

–Deixe que eu caia, então.

–Nunca. - ele diz e então eu sinto a parede atrás de mim, e estou presa entre ela e o corpo de Damon, uma prisão imponente, ancorada por um beijo capaz de me trancar no mais profundo de meu ser.

Minhas pernas me traem e quase vou ao chão, ele me segura e abaixa, afastando nossos lábios por um segundo, mas depois ele está de volta, e eu o segurei.

Porque estou deixando ele me beijar assim?

Nos braços de Damon eu sinto todo o meu corpo ascender. Depois de um tempo ele me joga na cama, e com o impacto, todos os meus sentidos despertam.

–Não! - ofego e ele me cala com outro beijo colocando seu corpo contra o meu.

Deus!

–Me deixe te mostrar. - ele ofega, enquanto mantém seus lábios em minha pele, meu pescoço, meu queixo, seus dentes roçando. É tão... Nunca me senti assim. - Se não me deixa te dizer, me deixa mostrar como você se senti. Eu sinto o mesmo. É enlouquecedor. - seus lábios voltam ao meu e eu estou perdendo.

Perdendo a batalha contra mim mesma. Não consigo parar.


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Notas finais do capítulo

Desculpem os erros. Não importa o quanto eu revise,sempre fica algo. Mas dá pra entender.
Até mais!