Laura

Depois de uma semana “morando” com Léo, eu já me sentia melhor. Eu estava sem ir á escola e todos me ligavam preocupados. Eu não dizia onde estava, claro. Caroline dizia que meus pais estavam loucos me procurando. Que bom! Pelo menos me valorizam quando eu estava fora de casa. Odiava faltar á escola com todas as minhas forças, Léo era um fofo, mas seus beijos eram apenas um consolo para mim. Danyel sempre me ligava, mas eu não atendia. Eu não conseguiria ouvir sua doce e rouca voz sem dizer onde estava. Mas eu precisava falar com ele, pelo menos para saber como ele estava. Vanessa, uma prima minha havia me ligado. Contei á ela sobre o ocorrido com meus pais e ela cedeu seu apartamento para mim, já que iria viajar com seu marido para morar no Canadá. Fiquei encantada por ainda ter pessoas com bom coração na minha família.

Meu celular havia vibrado. Era Mariana, cunhada de Danyel. Ela queria se encontrar comigo na praia aqui do Leblon mesmo. Arrumei-me (http://www.polyvore.com/beach/set?id=83846483), saí do apartamento de Léo e fui ao encontro dela. A avistei e nos abraçamos. Eu ainda gostava dela, apesar de não sermos mais “parentes”.

— Sinto tanta a sua falta. — disse ela, enquanto andávamos. Apenas sorri. — Enfim, queria te convidar para minha festa de noivado. Eu e Davi somos noivos, mas nunca fizemos isso oficialmente.

— Mari, eu fico realmente muito honrada pelo convite, mas eu e Danyel somos só amigos.

— Eu sei. Mas você ainda é amiga da família, então se considere uma convidada de honra. A festa será hoje a noite na casa dos meus pais, eu te passo o endereço, ok? — Assenti com a cabeça enquanto ela falava sem parar do vestido de noiva, flores, convidados, local e sobre seu amor incondicional por Davi.

***

Logo mais tarde, eu estava pronta (http://www.polyvore.com/s2/set?id=83846528). Léo havia saído para se encontrar com uns amigos. Só porque eu estava lá, não iria privá-lo de fazer o que bem entendesse. Peguei um taxi. Era uma casa não muito grande, mas muito bonita. Estava enfeitada com luzes. Paguei o taxi e apertei a campainha da casa. Danyel havia aberto a porta e seus olhos brilharam quando me viram.

— Laura. — Dei um meio sorriso e ele me abraçou.

— Olha só quem resolveu aparecer! — Era a voz de Ariadne. — Larga ela, quero abraça-la! — Ordenou ela. O que me fez rir. Abracei minha “ex-familia” e cumprimentei alguns parentes de Mariana. Fui para a varanda e Danyel me seguiu. Nos fitávamos e resolvemos nos sentar.

— Eu estava preocupado com você. Você sumiu. Por onde andou? — Resolvi contar a ele sobre meus pais e do quanto eu ainda estava triste pelo que houve. — Por que não falou comigo sobre isso?

— Dan, eu não sei, ok? Por favor, não me faça mais nenhuma pergunta senão minha cabeça vai explodir. — Ele afagou meus cabelos por um instante e voltou a me olhar.

— Se você não está em casa, onde está morando? — perguntou.

— Com um primo. — menti. Não sei por que não contei que estava com Léo. Bom, ninguém sabia mesmo. — Mas uma prima minha vai morar no Exterior e me deu o apartamento dela, então logo estarei morando lá. — Tivemos mais algumas conversas agradáveis naquela noite. Davi e Mariana fizeram discursos sobre seu amor e sua família e trocaram lindas alianças de ouro de noivado. Eu estava muito feliz por eles. Eles se casariam no final do mês, na praia. E novidade: eu seria acompanhante de Danyel. E por falar nele, ele me tratou como uma verdadeira dama durante a noite inteira. Tentei evitar os olhares e sorrisos de sua família, que me olhavam tipo: “Eles fazem um lindo casal”. Eu estava no jardim, olhando para o céu quando de repente Danyel apareceu.

— Eu preciso conversar com você. — Ele ficou na minha frente e olhou em meus olhos. — Eu sei que não sou o cara mais perfeito do mundo, que a gente não começou bem sendo que eu te pedir para mentir e tudo mais...

— Dan. — Ele me olhou. — Calma. — Sorri para tranquiliza-lo. — Vá direto ao assunto.

— Ok. — Ele sorriu e ergueu minha mão. — Você aceita sair comigo? — Aquilo me surpreendeu e meu coração se acelerou. Danyel beijou minha mão delicadamente e eu não pude deixar de sorrir. — Eu vou entender seu sorriso como um sim. — Bobo como sempre. Eu gargalhei e o abracei. Seu cheiro forte e delicioso me deixava sem chão. Ouvimos risinhos e olhamos para casa de Mariana. Christina, Thomas, Davi, Mariana, Liz, Peter e Lexi olhavam para nós da janela e sorriam para nós. Preciso dizer que fiquei vermelha?