Boys Also Lie escrita por Anonymous


Capítulo 2
Capítulo 2 - Hands of time


Notas iniciais do capítulo

You can't turn back the hands of time, Just let it go and you'll be fine.
What's done is done and it's all right. You can't turn back the hands of time.



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O vento e a chuva daquela noite dificultavam ainda mais as tentativas de Jesse entrar em casa sem ser visto. Sair pela varanda tinha sido tão fácil, difícil mesmo era entrar com a mesma facilidade. Um relâmpago iluminou o céu, seguido de um barulho estridente de trovão, arrepiando Jesse ainda mais.

Com muita dificuldade ele se segurou no galho da árvore encharcada, e se jogou pra dentro da sacada de seu quarto. Quando seu corpo atingiu o chão de madeira do assoalho fez um estrondo, um estrondo que ele amaldiçoou. Se seu pai acordasse, teriam uma nova briga, e uma briga naquele momento era tudo o que ele não queria.

Muito estrago já tinha acontecido naquela noite, sua mente não saia do que ele e os amigos haviam feito, só de imaginar a família de Heather preocupada por ela ainda não ter chegado em casa, ou o momento em que a família se desse conta de que ela nunca mais voltaria, fazia ele se sentir a pessoa mais suja do mundo.

Quando ele entrou em seu quarto, correu em direção ao banheiro, tirando toda a roupa pelo caminho, eram lágrimas misturadas com a água da chuva misturadas com água do banho. Ele arranhava a pele do corpo, desesperadamente, tentando tirar a lama do pântano.

Após sair do banho, ainda com os olhos carregados, ele se olhou no espelho de forma melancólica, foi então que ele se deu conta. Ele nunca mais teria a mesma visão de si mesmo. Outro trovão se ouviu ao fundo, ao mesmo tempo em que as luzes do banheiro piscaram, uma, duas vezes, antes de apagarem completamente. Quando elas se acenderam novamente, ele não estava sozinho.

– Heather? - Balbuciou ele incrédulo, vendo-a pelo reflexo do espelho.

– Por quê?... - Foi tudo o que ela disse, com um tom de voz que parecia um sussurro, só que mais frio.

Jesse paralisou na mesma hora, aos poucos ele se virou, e pode ver a pele de Heather ficando suja, empalidecendo até ficar de um tom azulado, secando e apodrecendo, se decompondo em frente a seus olhos, mas antes apodrecer por completo, ela soltou um grito agudo e desesperado.


Jesse abriu os olhos assustado, acordando do pesadelo que acabara de ter, ele se sentou na cama sentindo o suor escorrer de sua testa. Há muito tempo ele não tinha esses pesadelos, desde que tinha saído de Greensboro, mas agora que estava de volta não era de se espantar que eles voltassem. Ele deitou na cama novamente, suspirando e fitando o teto por alguns segundos, antes de se levantar e ir ao banho.

Ele abriu a porta e seguiu pelo corredor, ao passar pela porta do quarto de Alex, seu irmão mais velho ele parou para observa-lo. Ele estava sentado na cama em frente ao espelho e sentindo as gravatas pelo tato, Alex havia perdido a visão em um acidente de carro há três anos e teve que se adaptar a nova vida que ia desde sentir gravatas pelo tato a escolher a comida pelo cheiro.

– Qual eu escolho? –Perguntou Alex, fazendo Jesse pular de susto, era espantoso que o irmão pudesse saber que ele estava ali sem poder vê-lo – A vermelha, ou a azul?

– Hã...a vermelha é mais bonita – Respondeu Jesse engolindo em seco a forma como Alex acertou a cor da gravata da qual falava – Como você faz isso?

Jesse entrou no quarto e se sentou ao lado do irmão, após o acidente Alex teve os outros quatro sentidos aguçados. Ele já tinha ouvido falar que pessoas que perdem um dos sentidos, como audição ou visão, têm os outros potencializados. Mas acertar cor de gravata já era sacanagem.

– Isso o que? – Perguntou Alex, amarrando a gravata em torno da camisa social azul clara.

– A gravata vermelha, como você sabe que é vermelha?

– Não é meio obvio? – Alex deu de risos – vermelho é vermelho.

– Cala a boca – Jesse socou o braço de irmão de leve, depois passou o braço em torno de pescoço dele.

– Sinta... – Alex pegou a mão de Jesse e levou onde estava a gravata em seu pescoço – Eu tenho um método, eu tenho gravatas de três cores, Azul, vermelho e verde musgo, as vermelhas são mais lisas porque são todas de seda, as azuis são mais ásperas porque são de seda sintética, e pra saber se são verdes, eu a ponho no pescoço e vejo se vão até o abdômen, se não forem, são verdes porque elas são mais curtas.

– Uau, e eu ainda me atrapalho desenrolando os meus fones de ouvido – Disse Jesse, rindo com o braço em torno do irmão, eles ficaram em silêncio por um tempo até Jesse começar a falar novamente.

– Eu senti sua falta – Disse ele deitando a cabeça no ombro de Alex, que pegou em sua mão de forma gentil.

– Eu também, não apronte mais nada, por favor, essa casa é um saco sem você – Disse Alex, batendo em sua perna.

– Eu não vou , acredite, um ano e meio na Flórida já foi o suficiente pra mim.

Após a morte do Pai, quase um mês depois da coisa com a Heather, Jesse foi pego com drogas nos arredores da escola, então foi mandado pra Flórida morar com seus tios religiosos e conservadores, na época sua mãe disse ter responsabilidades demais com a condição de Alex, e não tinha como lidar com as besteiras que ele fazia.

No começo Jesse se sentiu abandonado, pois achava que sua mãe sempre estaria ao seu lado, acontecesse o que acontecesse. Mas depois sentiu um certo alívio por ter saído de Greensboro, após todo o incidente que resultou na morte de Heather, ele não aguentava ter que encarar os amigos na escola, era como se tivesse uma presença que o retraia toda vez que um deles se aproximava.

Muita coisa havia mudado após um ano e meio, Jesse estava diferente, fisicamente inclusive, ele abandonou por completo o cabelo estilo Justin Bieber, e agora havia adotado um estilo mais despojado, com cabelos mais compridos e barba por fazer, os moletons que eram sua marca registrada, foram substituídos por jaquetas de couro.

Ele desceu as escadas ajeitando na cabeça o gorro de lã cinza, sua mãe estava encostada na bancada da cozinha, tomando café em sua tradicional caneca da universidade de Princeton, onde ela havia começado, mas não terminado a faculdade de economia.

– Bom dia... – Disse ela, beijando-o na testa – Quer café? Acabei de fazer, esta fresquinho.

– Vou querer – Jesse pegou o copo da cafeteira e despejou em sua caneca ‘’i S2 Nova York’’, respirando o aroma de café recém-passado antes de beber.

– E esse cabelo? – Perguntou sua mãe acariciando os tufos de cabelo que saiam de dentro do gorro – Esta meio grande, não acha?

– Eu gosto dele assim, não quero cortar.

– Você parece seu pai quando tinha sua idade – Disse ela, desviando o olhar pro nada.

– Eu nunca vou me parecer com ele mãe, em nenhum aspecto, pode acreditar.

– Tudo bem... – Disse ela erguendo as mãos – Não quer falar dele, não falaremos dele.

– Quando o Alex viaja? – Perguntou ele, mudando o assunto para a cirurgia do irmão.

– Amanhã à tarde.

– Quem é esse especialista que vai opera-lo? Não é o mesmo da outra vez?

– Não, dessa vez é um cirurgião canadense – Ela suspirou profundamente incomodada – Não entendo seu irmão, foram três cirurgias em dois anos, quando ele vai se convencer?

– Você não deveria supostamente apoia-lo?

– Não...principalmente porque sei que ele não vai resistir a outra frustração.

– Lembra quando aquele médico disse que não havia modo de reverter a cegueira, e que ele iria passar o resto da vida sem enxergar? Ele respondeu que tinha o resto da vida pra continuar tentando.

– Eu só não quero que ele se machuque mais, na esperança de uma cura que não existe.

Um silêncio se fez na cozinha, aquele era um assunto delicado de família, Jesse e sua mãe Martha sempre divergiam quando o assunto era Alex. Na Tv uma moça falava sobre a previsão de tempo em Greensboro, mas logo a transmissão foi interrompida pra uma notícia de ultima hora. Um repórter grisalho surgiu na tela, ao fundo era possível ver carros de policia e retroescavadeiras, na legenda era possível ver a notícia: ''Corpo de jovem é encontrado em pântano nos arredores de Greensboro''.

– [...] De acordo com a policia, o solo do pântano, manteve o corpo da jovem em ótimo estado de conservação, atrasando a decomposição. - Disse o repórter, mas Jesse só pode acreditar mesmo no que via, quando a foto de Heather apareceu no rodapé da tela - O corpo será levado para a autópsia em Elroy, mas já é dado como certo que o corpo encontrado esta manhã é mesmo de Heather White, a estudante de dezesseis anos desaparecida em 2011...

– Que tragédia pra essa família, pelo menos agora terão paz - Disse Martha, estava apática em relação ao assunto.

Mas Jesse nem mesmo ouviu as palavras da mãe, estava chocado demais para demonstrar qualquer reação, de repente o mundo havia começado a girar em torno de seus olhos, e um desespero tomou conta de seu corpo. Tudo o que ele temia desde aquela noite estava acontecendo, o corpo de Heather havia sido encontrado e era questão de tempo até a policia chegar até eles. Ele acabou voltando a si com o toque de seu celular, era uma nova mensagem de texto, com um conteúdo ainda mais perturbador.

Podemos adicionar assassinato a sua lista de delitos?

Bem vindo de volta.

– Anônimo



A caminhonete de Nathan estacionou em frente a entrada da escola, ao seu lado, sua namorada Sarah estava mexendo em seu Ipad, ele olhou para tela e suspirou fundo ao ver a enorme foto de Heather no site de notícias.

– Eu frequentei a mesma igreja dessa menina, meu pai é amigo do pai dela, pode acreditar nisso? Ela estava morta esse tempo todo. – Disse Sarah pondo uma mecha do cabelo ruivo atrás da orelha.

– Sarah, podemos não falar sobre isso, já basta o meu pai falando disso o café da manhã inteiro.

– Seu pai esta encarregado da investigação? Ele disse algo? Tipo, é verdade que o corpo estava em bom estado de conservação.

– A única coisa que eu sei é que finalmente essa cidade vai mudar de assunto – Disse ele, tirando a chave da ignição e enfiando no bolso da calça jeans.

– Credo Nathan, você não acha horrível o que aconteceu com essa menina?

– Acho, claro que acho, mas ficar falando nisso o tempo inteiro não torna a coisa menos horrível.

– Tudo bem, tudo bem. Eu mudo de assunto, vamos falar da sua festa de aniversário então, eu tenho um presente pra você, uma dica... – Ela chegou bem perto de seu ouvido e começou a sussurrar – É de renda e eu comprei em um catálogo francês.


– Uau, agora você me deixou muito feliz – Disse ele beijando-a nos lábios – Sarah, eu estive pensando, com essa história do corpo e tal. Acho que deveríamos cancelar essa festa, e comemorarmos do nosso jeito.

Honey é tarde demais, todo mundo já sabe da sua festa de aniversário, sem contar que seu amigo Sebastian foi super -gentil em ceder o antigo celeiro.

Nathan suspirou de preocupação ao ouvir Sarah falar do antigo celeiro, a última vez que ele tinha estado lá foi quando Heather havia morrido. Era o último lugar onde ele pretendia comemorar o aniversário de 18 anos. Nathan e Sarah saíram da caminhonete, de longe ele viu Robbie Bennet e sua namorada, Bailey Wilson, a melhor amiga de Sarah.

Robbie havia mudado muito nesses dois anos, abandonando o estilo nerd e se transformando em um dos garotos mais bonitos da escola. Em parte por causa dos treinos na academia, mas também por mudar radicalmente a forma de se vestir, passando a usar roupas Sport e lentes de contato, o cabelo antes cheio de cachos, agora estava curto e moderno. Tanta mudança fez com que ele começasse a sair com Bailey, uma it-Girl descolada e popular.

– Adivinha só – Disse Bailey, vindo em direção a Sarah e Nathan, toda animada.

– O quê? – Perguntou Sarah, enganchando o braço no da amiga.

– Eu consegui aquele Dj de cabelo rosa, que tocou na festa da Malory.

– Mas como você conseguiu? eu tentei varias vezes, ele não me retornou – Disse Sarah entre risos.

– A agenda dele estava cheia, mas parece que teve um cancelamento de ultima hora – Bailey tirou o batom de dentro da bolsa e começou a retoca-lo, ela o deslizou pelos lábios e depois os esfregou para tirar o excesso – Eu sou ou não sou a melhor organizadora de festas que você já conheceu?

– É sim...Acho que deveríamos sair e comprar alguma coisa naquela loja vintage que abriu ao lado do Starbucks... – Sarah e Bailey foram se afastando, deixando Nathan e Robbie pra trás.

Os dois se olharam de forma desconfortável, os dois haviam ficado mais amigos depois que Jesse fora embora da cidade, apesar de serem do mesmo grupo, os dois nunca haviam sido tão próximos, mas isso havia mudado nesses dois anos. Quando as meninas já estavam afastadas o suficiente para ouvi-los, Robbie decidiu falar.

– Viu o noticiário? – Perguntou ele, engolindo em seco, Nathan pode notar o quanto ele estava ansioso.

– A pergunta é quem não viu? – Respondeu Nathan, jogando alça da mochila sobre um dos ombros.

– Será que suspeitam de nós? – Perguntou Robbie, olhando em volta, com medo de que alguém pudesse ouvi-los.

– Ei, relaxa, não há nada que nos ligue aquela noite, se contarmos a mesma história, ficaremos bem.

– Você acredita mesmo nisso?

– Repita isso vezes o suficiente, e você também vai acreditar.


Nathan pôs o livro de sociologia no armário, ao seu lado, Sarah e Bailey não paravam de falar sobre a festa de aniversário dele, era tanta animação que já o estava irritando. Faltavam poucos minutos para o ultimo alarme soar para irem pra classe, o corredor estava cheio de alunos, mas o assunto era um só: Heather.

– Você não acha que esse lance da garota morta vai atrapalhar a festa não é? – Sarah perguntou a Bailey, que mexia nervosa nas teclas de seu Smartphone.

– Que nada, tipo assim, é uma coisa terrível, obviamente. Mas ela não era nenhuma rainha da popularidade, muitos até a achavam uma cristã pretenciosa, não é como se ela fosse ser canonizada ou algo do tipo, ninguém perderia uma festa dessas.

– Ele voltou pra Greensboro? – Disse Robbie, tirando a atenção do grupo, Nathan olhou na mesma direção, foi quando viu Jesse adentrando o corredor.

Ele estava diferente de como Nathan se lembrava, o cabelo estava mais comprido, a barba estava por fazer e ele vestia uma jaqueta de couro bem surrada. Jesse olhou em volta até encontrar os olhos curiosos de Nathan, ambos desviaram o olhar, reflexo de tudo o que tinha acontecido.

– Não é aquele garoto que foi pego com LSD? Que perdedor – Disse Bailey torcendo o nariz – Ele esta fazendo cosplay de Kurt Cobain?

– Nathan, vocês costumavam ser amigos, não é? Sobre o que conversavam? – Perguntou Sarah, entediada.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos, lembrando-se de como Jesse costumava ser, sorridente e engraçado, bem diferente do garoto que ele estava vendo.

– Nathan? – Chamou Sarah, tirando-o do transe – Eu perguntei sobre o que vocês conversavam?

– Sabe que eu nem lembro – Respondeu ele, forçando um sorriso.

O alarme ecoou pelos corredores, avisando o inicio das primeiras aulas, todos os alunos começaram a se dirigir as salas, inclusive Sarah e os outros. Jesse olhou pra Nathan mais uma vez, à medida que todos iam entrando, eles iam ficando sozinhos no corredor. Então Nathan decidiu ir até ele, sem ideia do que dizer.

– Jesse, oi...- Disse ele, mordendo o canto da boca. Jesse guardava alguns livros no armário, ele o olhou evasivamente e respondeu.

– Ei, e ai Nathan? Tudo bem com você?

– Bem...Tempão que eu não te vejo.

– É, eu estava de castigo na Flórida – Disse ele, movendo os dedos na alça da mochila.

– Quando você voltou?

– Ontem à noite, bem a tempo de ver os jornais.

– Acharam ela, as pessoas ainda não sabem, mais o meu pai disse que ontem a policia recebeu uma mensagem anônima, dizendo onde o corpo estava.

– E você provavelmente quer saber se fui eu...

– Não, eu não acho que foi você –Nathan deu de risos, ele estava um pouco nervoso - Mas isso não te preocupa? Alguém saber.

– Eu não sei, tudo o que eu tenho feito até hoje foi tentando esquecer aquele dia, e eu estava indo muito bem.

– Você...voltou a ter aqueles sonhos?

– Não...

– Eu tive, ainda acordo no meio da noite, pensando no que houve.

– Quem nós queríamos enganar Nathan? Achávamos mesmo que a verdade ia ficar enterrada pra sempre?

– Quanta ingenuidade a nossa – Nathan suspirou, era tão desconfortável conversar com Jesse, ele não o deixava se aproximar – Então, você provavelmente nem deve se lembrar, mas amanhã é meu aniversário...E, bem, minha namorada está organizando uma festa no antigo celeiro.

– Antigo celeiro? Que ironia do destino.

– Eu sei que o lugar é uma droga, mas se você quiser ir, mas só se você quiser, não é como se eu esperasse que você fosse ou algo do tipo. Sem ofensas, é claro.

– Você não precisa fazer o favor de me convidar Nathan.

– Não é favor não, enfim, o convite esta feito.

– Não é como se eu quisesse ficar perto dos seus amigos superficiais, mas obrigado.

– Legal. Então não vá.

Nathan virou de costas e caminhou em direção a sala, Jesse ficou lá olhando ele se afastar, sentindo-se culpado por ser tão rude. Mas se ele deixasse Nathan se aproximar, estaria deixando tudo o que ele representava, se aproximar também.


– A noticia que nos foi dada hoje, deixou todos de coração na mão, para muitos foi um fim de um imenso martírio, para outros a confirmação uma terrível tragédia. Heather era uma adolescente comum, mas extraordinária, e todos que a conheciam sentiram-se desolados com a noticia de sua morte - Disse, o diretor Barry, ajeitando o microfone, os outros professores da escola estavam atrás dele, sentados um ao lado do outro. Os alunos haviam sido reunidos no anfiteatro, para prestarem a ultima homenagem a Heather White.

– Acha que foi ele? - Perguntou Nico, cochichando ao ouvido de Sebastian, estavam falando de Jesse, que estava sentado mais a frente, concentrado e ouvindo as palavras do diretor.

– Com certeza, porque acha que ele voltou? - Disse Sebastian, olhando para Jesse fixamente.

– Jesse me garantiu que não foi ele, não acho que tenha sido, ele esta tão envolvido quanto nós - Disse Nathan, defendendo-o.

– É muita coincidência alguém mandar uma mensagem anônima pra polícia, justo na noite em que ele voltou pra cidade - Disse Hunter, rebatendo o que Nathan havia dito - Quem mais saberia o exato local onde ela estava, ninguém nos viu.

– Jesse sempre foi o elo mais fraco Nathan, você tem que admitir, ele surtou após o que aconteceu, passou a se drogar e se meter em confusão, ele não aguentou e deu com a língua nos dentes.

Eles estavam cochichando para não serem ouvidos, mas após as palavras de Sebastian, todos ficaram em silencio por alguns segundos.

– Ele perdeu o pai um mês depois do que aconteceu, ele estava sem amigos, sem apoio de ninguém. - Disse Nathan, rompendo o silêncio.

– Porque quis...- Disse Sebastian, olhando-o nos olhos - Nós não o abandonamos, ele nos abandonou, e pare de defende-lo.

A homenagem continuou normalmente, e logo após o diretor parar de falar, todos os alunos cemeçaram a se levantar, após uma chuva de aplausos, eles se dirigiram ao palco onde havia uma enorme foto de Heather, que havia sido tirada pro anuário. Muitos alunos deixaram bilhetes, mensagens, ursinhos. Alguns alunos do coral começaram a cantar uma musica lírica, o que deixou alguns alunos comovidos e emocionados.

– Sebastian Hale? - Disse o homem parado na porta, interrompendo-os quando eles estavam saindo, ao lado do homem desconhecido estava Gabe Sorenson, pai de Nathan.

– Sou eu - Disse Sebastian, parando de andar.

– Prazer, eu sou o investigador Nick Amaro, estou ajudando a policia local no caso Heather White - Ele mostrou o distintivo para Sebastian, Nathan estava logo atrás dele.

– Pai? O que você faz aqui? - Perguntou Nathan.

– O investigador Amaro quer conversar com vocês sobre a noite daquela festa, onde Heather foi vista pela ultima vez - Respondeu Gabe.

– Eu já dei um depoimento no caso do desaparecimento há dois anos - Disse Sebastian.

– Eu sei, mas estou revendo alguns dos depoimentos, afinal, não se trata mais de um desaparecimento, foi um assassinato - Disse o investigador Nick, entregando um cartão a ele - Pode ir com seu pai se quiser, por enquanto ninguém e suspeito, é apenas uma investigação de rotina.

– Tudo bem, eu irei. - Respondeu Sebastian, estendendo a mão para cumprimenta-lo, mas o investigador olhou para a mão e ignorou.

– Boa tarde a todos - Disse ele indo em direção ao diretor Barry.

Todos olharam para o policial espantados, será que a mensagem pra policia continha os nomes deles? Ou o policial estava sendo rude apenas para bancar o policial mal? Tudo estava muito estranho. Todos eles se assustaram quando seus celulares começaram a tocar ao mesmo tempo.

– É uma mensagem...- Sibilou Sebastian, quase sussurrando.

– Eu também recebi...- Disse Hunter, olhando a tela fixamente.

– ''Achavam que a verdade ficaria enterrada pra sempre?... - Nathan começou a ler.

–...a mentira destrói, a verdade dói,... - Continuou Robbie, olhando da tela de seu celular, pra do de Nathan, pra saber se se tratava da mesma.

– ...E pode ser assassina, eu prometo - Disse Jesse, se aproximando deles, ele estava segurando o celular também, surpreendendo a todos.- ''-Anônimo''.

– Você também recebeu? - Perguntou Sebastian, olhando a tela do celular de Jesse.

– Recebi - Disse ele, trocando com Nathan um olhar apreensivo - E não foi a única.

Eles leram e releram a mensagem várias vezes até terem certeza de que aquilo realmente estava acontecendo, mas a prova estava ali, nos telefones de cada um deles, para quem quisesse ler.

Achavam que a verdade ficaria enterrada pra sempre?

A mentira destrói, a verdade dói, e pode ser assassina.

Eu prometo.

– Anônimo


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Notas finais do capítulo

Gostaram do capitulo, quero pedir desculpas pois fiquei sem internet por um mês, mais agora prometo atualizar sempre a fic.

Mereço reviews?

o próximo capitulo se chamará '' This is the new me''.

Muito obrigado, até a próxima.



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