The Ultimate Decisive Battle escrita por Thiago França


Capítulo 1
Capítulo 1 - O Renascimento do Senhor da Morte


Notas iniciais do capítulo

Revisado por Juliane Celeste.



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A Floresta Probida estava tão sombria como costumava ser. O Lago Negro estava calmo e uma névoa típica do inverno pairava sobre ele. Parte da névoa tentava alcançar a cripta de mármore branco de Dumbledore, como os tentáculos de um polvo. A Lua cheia banhava-os com sua luz intensa. Havia uma sombra grande próxima à cripta e um ponto minúsculo de luz se aproximando dela. Uma espécie de ruido grave vinha da sombra grande. O ponto de luz se aproximava fazendo barulho na grama úmida a cada passo que dava. A sombra grande olhou para o lado.

–Ah, olá, Neville.– disse uma voz grossa, soluçando. Era Hagrid. Ele assoou o nariz numa toalha esfarrapada, fazendo o mesmo barulho grave de antes. –Cinco anos se passaram e ainda não consigo vir aqui sem chorar.

–Também sinto falta dele, Hagrid.– Neville respondeu dando tapinhas do braço de Hagrid. O ponto de luz vinha da ponta de sua varinha.

–Às vezes penso que um dia ele irá levantar, passar pelas mesas dos alunos jantando e sentar em sua cadeira como se nada tivesse acontecido.– Hagrid pegou seu guarda-chuva rosa e a ponta dele acendeu como a de Neville.

–Iríamos ficar muito felizes.– ele respondeu e deu um sorriso contido.

Então os dois ergueram suas varinhas e as pontas delas se apagaram.


Ao longe, atrás de uma árvore da Floresta Proibida, estava Nicolau Flamel, observando-os ir embora. Ele estava pálido e aparentava cansaço. Quando se preparou para ir em direção do cripta de Dumbledore, uma mão grande e pesada tapou sua boca e braços musculosos o agarraram. Flamel demonstrou grande desespero, mas não reagiu. Era dois homens, um o estava agarrando e o outro apontava sua varinha para o rosto de Flamel. Eles estavam com longas capas pretas e máscaras de caveira.



–Onde está a Pedra da Ressurreição?– disse o da varinha.


O que o estava segurando, tirou a mão da boca e Flamel respondeu.

–Não sei do que estão falando. Não tenho pedra alguma.

–Mentira! Vimos você encontrando-a no chão lá atrás.

Flamel agarrou seu casaco e abraçou seu peito.

–Está no casaco, reviste-o.

O homem que o estava agarrando, revistou todos os bolsos de Flamel até que encontrou uma pequena pedra escura.

–O que irão fazer como ela?– Flamel perguntou.

–Vamos trazer o Lorde das Trevas de volta.– o que o agarrou respondeu e, então, riu.

–Não vai dar certo.– Flamel respondeu e teve um ataque de tosse. Sua mão ficou manchada de sangue.

–Eu iria mata-lo.– o homem da varinha disse. –Mas vou deixar que morra por conta própria. Vamos!

Então ele e o outro se transformaram numa fumaça negra e voaram para bem longe.

–Preciso ser rápido.– Flamel disse a si mesmo quando parou de tossir e foi o mais rápido que pode para a cripta de Dumbledore.


Chegando lá, outro ataque de tosse o invadiu. Ele aproveitou o sangue de suas mãos para fazer um círculo em volta da cripta. Desenhou vários símbolos dentro do círculo, retirou a tampa da cripta e avistou o corpo de Dumbledore dormindo calmamente. Ele tateou a meia e retirou uma pedra vermelha dela.



–Sei que a destruímos uma vez, mas tive que fazer outra, meu amigo.


Então, ele colocou a Pedra Filosofal na testa de Dumbledore, ajoelhou no círculo de transmutação e se concentrou.


***




Dumbledore se via num lugar todo branco e, aparentemente, estava sem roupas. Ele olhou para trás e avistou um imenso portão de pedra. Devia ter uns quinze metros de altura.




–Interessante.– ele disse.


–Não é?– Flamel respondeu atrás dele.

–Aconteceu alguma coisa, meu amigo?– Dumbledore perguntou sem desviar o olhar do portão.

–Vol... Você-Sabe-Quem irá voltar.

–De que maneira?

–Descobri que queriam trazê-lo de volta a vida, então corri para cá para acordá-lo, encontrei a Pedra da Ressurreição jogada no meio da Floresta Proibida, que a propósito foi uma péssima ideia deixá-la naquele lugar assim, mas dois Comensais da Morte me pegaram e a tomaram de mim.

–Entendo que esteja assustado, mas conheço o efeito dela e acredito que não irá funcionar.

–Eles pareciam saber o que estavam fazendo, Alvo. Eu criei outra Pedra Filosofal para trazer você de volta a vida. Estou morrendo e usei todas as minhas forças com essa transmutação para trocarmos de lugar.

–Muito bem, não deixarei que seu último esforço seja em vão. Agora, me diga o que é este portão.

–É o Portão da Verdade. Quando um alquimista faz uma transmutação humana ele é convocado diante do Portão da Verdade e é confrontado brevemente por um ser chamado Verdade antes do próprio Portão puxá-lo através de suas portas. Esse Verdade é um ser intangível, que supervisiona tudo no universo e regula todas as trocas alquímicas do mundo. Ele é quem diz se a troca é equivalente ou não. Dentro do portão, o alquimista recebe todo o conhecimento do universo sendo empurrado em sua mente, e ela começa a se quebrar. No entanto, só é concedido o tanto de conhecimento proporcional que está sendo deixado como um "pedágio".

–Então você será esse pedágio para que eu saia daqui.

–Sim. É a única maneira.

–Entendo.

Eles se aproximaram do Portão e viram um ser humanoide, sem rosto, sentado ao chão.

–Verdade.– Flamel disse. –Vim para trocar de lugar com Alvo Percival Wulfric Brian Dumbledore.

Verdade riu (apesar de não ter boca, mas sua risada foi ouvida), então, o Portão se abriu. Verdade se levantou e fez um gesto com o braço dizendo que eles eram bem-vindos a entrar. Flamel e Dumbledore deram as mãos e entraram no Portão. Milhões de braços os agarraram e os puxaram para dentro. O Portão se fechou e tudo ficou escuro.


***




–Tem certeza de que não irão nos ouvir?– sussurrou um homem de capa preta e máscara de caveira.




–Quando o Lorde das Trevas retornar, não fará diferença.– o outro homem, mais musculoso, respondeu também sussurrando.


Os Comensais da Morte estavam numa sala circular. Nela tudo era preto, incluindo as portas e o teto. Possuía dez portas idênticas, sem maçanetas e pretas, postas em intervalos iguais na parede negra, intercaladas por velas cujo fogo era azul. Suas luzes frias e brilhantes eram refletidas no chão, fazendo com que houvesse água negra no piso.

–Você lembra qual é a porta?

–É claro que lembro, não sou idiota! É essa aqui. Alorromora!– ele respondeu abrindo uma das portas.

Os dois saíram em uma sala grande, fracamente iluminada e retangular. Sua entrada era "afundada", formando algo como uma arena. Havia assentos de pedra por todo o canto, que desciam, como num anfi-teatro. Havia, também, uma plataforma no centro, onde estava uma velha e rachada passagem em arco. Sem apoio nenhum, a passagem era coberta por um véu negro o qual, num lugar onde não houvesse sinal de qualquer brisa, balançava levemente, como se alguém tivesse acabado de toca-lo. Eles estavam na Sala da Morte, no Departamento de Mistérios do Ministério da Magia.

O Comensal mais forte, abriu sua capa, revelando uma bola de tecido em baixo do braço. Ele a abriu cuidadosamente ao chão e desembrulhando a Pedra da Ressurreição, um colar de ouro com um pingente faltando e um pedaço de papel. O outro Comensal ficou paralisado ao ver o colar de ouro puro, seus olhos brilhavam e sua mão se aproximava lentamente do colar. O Comensal mais forte deu um tapa na mão do outro, acordando-o.

–Não toque, seu inútil, é uma Chave de Portal!– ele pegou a Pedra da Ressurreição e deu para o mais magro. –Agora pegue isso e o você sabe o que fazer.

O Comensal magro segurou a Pedra com a mão esquerda e estendeu o braço para dentro do véu, mas sua mão não saiu do outro lado. O Comensal mais forte esboçou um sorriso e o mais magro fechou os olhos tentando mentalizar o Lorde das Trevas. O mais forte ergueu sua manga esquerda, mostrando a Marca Negra em seu pulso e a tocou com a ponta da varinha.

–Continue mentalizando.– o mais forte disse entre dentes, pois seu pulso ardia.

–E-eu não sinto meu braço.– o mais fraco respondeu, ainda com os olhos fechados.

Então, uma serpente enorme e branca se materializou na frente deles. Ela sibilava e deslizava em torno do arco de pedra. O rosto do mais fraco começou a se deformar, como se o véu o estivesse sugando para dentro e o pulso do mais forte ardia tanto que seus dedos tremiam. Neste momento, a serpente parou e atacou o mais fraco, levando-o para dentro do véu. O Comensal abaixou seu braço e deixou a varinha cair no chão. Um intenso silêncio surgiu e o véu ainda se movia com a brisa inexistente.


Estava escuro, o cheiro de grama molhada invadia as narinas com força e o frio não dava trégua aos pés e mãos descobertos. Dumbledore abriu os olhos lentamente e viu, através dos seus oclinhos de meia lua, o céu cheio de nuvens. A Lua já não estava mais lá. Seu corpo estava mole, mas ele lutou contra a vontade de permanecer deitado ali e se levantou saindo do caixão de mármore branco.



Olhou para o chão e havia um círculo estranho feito com sangue, porém o sereno o estava desmanchando, o que era uma coisa boa, já que ninguém deveria saber o que aconteceu.


–Preciso dar um jeito nessa tampa. Wingardium Leviosa!– ele disse e a tampa voltou a cobrir o caixão.

Morrendo de frio e ainda sem forças, Dumbledore andou descalço em direção ao castelo.


O Comensal esperou vários minutos enquanto o véu negro balançava. Então, uma mão ossuda saiu do véu. O Comensal se levantou erguendo sua varinha. Outra mão saiu do véu, mas ela estava fechada, segurando algo. O Comensal então percebeu que era seu amo. O corpo dele, nu e magrelo, saiu completamente do véu, se arrastando. O Comensal tentou ajuda-lo, mas ficou com receio de toca-lo.



–Sua varinha.– disse Voldemort, com sua voz sibilante, enquanto se levantava. Uma névoa negra envolveu seu corpo e se materializou, transformando-se numa espécie de toga negra como a noite.


O Comensal notou que seu amo estava mais branco do que um crânio, com os olhos grandes e vermelhos, um nariz chato como o das cobras e fendas no lugar das narinas. Suas mãos eram como aranhas grandes e pálidas. Seus longos dedos brancos envolveram a varinha quando o Comensal a deu. Os olhos vermelhos cujas pupilas eram fendas, como as de um gato, brilhavam ainda mais no escuro. Ele não possuía orelhas, mas um orifício em cada lado. Algumas veias pulsavam nas laterais da cabeça, acima dos orifícios que eram os ouvidos.

Crucio!– Voldemort disse e o Comensal se contorceu no chão. –Isso é por ter me acordado do sono eterno. Império!– o Comensal andou até o véu e parou. –Avada Kedravra!– um raio verde saiu da varinha de Voldemort e acertou as costas do Comensal, empurrando-o para dentro do véu negro. Ele não saiu do outro lado, assim como a mão do outro Comensal e a serpente que o atacou logo após. –E isso é por ter demorado a me acordar.

Voldemort lembrou-se que ainda segurava a Pedra da Ressurreição, então andou até o colar dourado que estava no pedaço de tecido, ao chão. Ele notou que o pingente do colar não possuía pedra e que a Pedra se encaixava perfeitamente. Acenou com a varinha, fazendo o colar flutuar até a altura dos olhos, o pegou e não pensou duas vezes: encaixou a Pedra no colar. Por um breve momento, sentiu o mundo ser engolido num turbilhão de cores. Quando percebeu, estava sentado a uma mesa de jantar grande, feita de carvalho. Colocou o colar no pescoço, pois não queria ter a infelicidade de perder a Pedra novamente.


Aparentemente o castelo estava vazio. Já era tarde, então os alunos já deveriam estar dormindo. Dumbledore passou pela sala onde ficavam quatro imensas ampulhetas que contavam a pontuação de cada casa de Hogwarts e subiu as escadas. Ele andava com passos rápidos em direção à sua sala, com sorte não esbarraria com Pirraça, o poltergeist.



Ele chegou no final de um corredor e se deparou com uma grande e feia gárgula na parede. Qual será a senha? Ele pensou.


–Torta de Limão.– ele arriscou e para sua surpresa a gárgula chegou para o lado, mostrando uma escada em espiral que estava subindo.

Dumbledore pisou em um dos degraus e se deixou levar.


Lá em cima, a diretora McGonagall revisava alguns papéis em sua mesa. Seus olhos estavam fundos e cansados, talvez estivesse ficado acordada até tarde durante vários dias. Ao perceber que a escada estava se movendo, McGonagall se levantou já sacando a varinha e a apontou para a porta. Então, uma cabeça com longos cabelos grisalhos surgiu e depois uma túnica também branca. De imediato ela largou a varinha e, com os olhos cheios de lágrimas, correu em direção à Dumbledore, abraçando-o. Fawkes, a fênix, acordou e guinchou de felicidade.



–Professor Dumbledore.– ela disse.


–Calma, Minerva, não vamos alardear os outros.– Dumbledore respondeu, notando que os quadrados dos antigos diretores estavam dormindo, inclusive o seu próprio.

–Mas, como?– Minerva perguntou, se afastando dele. –Nós o vimos depois de...

–Acho que não ainda não era a hora.– Dumbledore disse se aproximando de sua cadeira e se sentando. Suas forças ainda não haviam retornado completamente.

–O que quer dizer? Como o senhor voltou? O que está acontecendo?

–Voldemort, voltou. Flamel deu sua vida para que eu voltasse e o derrotasse.

–Se ele realmente voltou, então o menino Potter pode estar em perigo, talvez já até tenha notado seu retorno.

–Receio que Voldemort não cometeria o mesmo erro novamente. Ele deve ter feito algo para que a cicatriz de Harry não o avisasse.

–Então temos que avisá-lo. Temos que avisar os alunos, eles podem estar em perigo.

–Infelizmente meu retorno deve ficar em silêncio. Não podemos envolver outras pessoas e não se preocupe, tudo irá ficar bem.– ele se levantou e foi para um lado escuro de sua sala, Minerva ouviu um porta se abrir e fechar. O retrato de Dumbledore acordou o barulho.

–O que houve, Minerva.– ele disse. –Aconteceu algo? Parece que estava chorando.

McGonagall foi até a mesa, abriu uma gaveta e retirou uma caixa de madeira, muito bonita. Dumbledore, o original, saiu da outra sala segurando uma barra de chocolate. Ele estava usando botas de caminhada, calças, um casaco grande e uma capa por cima.

–Remo tinha razão.– ele disse mastigando. –Chocolate faz bem mesmo. Me sinto melhor.

O retrato se viu ali na sala e se espantou.

–Então você voltou.– ele disse.

Como se aquilo fosse normal, Dumbledore respondeu:

–Problemas. Tive que voltar.

–Entendo.– Dumbledore, o retrato, respondeu.

O Dumbledore original viu a caixa na mão de Minerva, a pegou e abriu.

–Obrigado por cuidar dela todo esse tempo.– ele disse pegando sua varinha e devolvendo a caixa para Minerva. Ela deu um sorriso e seus olhos se encheram de lágrimas.

–Para onde o senhor vai?– ela perguntou.

–Encontrar um amigo, Minerva. Ele pode nos ajudar.

–Está certo.– ela disse e o abraçou com força. Em algum lugar no fundo de seu coração, ela sabia que aquela era a última vez que iriam se ver.

Dumbledore colocou a varinha em seu bolso, andou em direção à saída e, então, parou.

–Cuidem de tudo por aqui.– ele disse.

–Certo.– Minerva e o retrato de Dumbledore responderam juntos.

–Você vem comigo, Fawkes?– ele perguntou e a fênix, rapidamente, saiu deu poleiro e pousou em seu ombro. A escada em espiral os levou para baixo.


Pela janela, Minerva o viu andando em direção à Floresta Proibida.



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Notas finais do capítulo

As coisas irão melhorar!