“Feliz aniversário! Desejo-te tudo de melhor que a vida tem a te oferecer. Beijos, Math!”

e enviar.

Hoje era um dia muito especial: O aniversário de Jhulie!

De todas as pessoas das quais tenho amizade hoje, Jhulie foi a primeira com quem tive amizade. Embora eu tenha conhecido a Debby primeiro, Jhulie foi amizade mesmo. Conheci-a quando estava na 5ª série, numa escola nova. Ela ia me ajudar a ficar com sua melhor amiga, mas não deu muito certo, enfim. Desde então, ficamos muito próximo, embora ela tivesse as amigas dela, eu sempre estava por perto. Muita gente começou a achar que estávamos namorando. Mas sempre foi muito divertido estar com ela. Isso durou até a Steffy chegar, dois anos depois.

Enfim, hoje, nosso grupo iria se reunir para comemorar o aniversário dela. Só que ninguém estava muito legal comigo por causa do que aconteceu na escola entre Chris e eu. Confesso que errei, mas também não acho que é motivo, já que não fiz mal a nenhuma delas.

Lógico que recebi o convite para a festa, e lógico que foi por educação. Fiquei ali refletindo se devia ir ou não, o clima poderia ficar chato se eu aparecesse lá. Então resolvi me desculpar, mesmo sem saber pelo que. Mas algo me dizia que era o certo a ser feito já que eu queria estar com Jhulie nesse dia que era importante pra ela.

A primeira coisa que fiz, ainda na cama, foi mandar uma mensagem de parabéns para o celular dela, pra mostrar que não tinha esquecido.

Depois fui tomar café da manhã.

Como era sábado de manhã, meu pai sempre saía e só voltava em casa para comer, minha mãe e minha irmã estavam trabalhando e meu irmão devia estar no treino de futebol. Eu estava sozinho.

Tomei meu café sossegado, sem ter que ficar ouvindo aquele típico “você precisa comer isso...” que sempre vinha da minha mãe quando estávamos à mesa.

Pouco depois, resolvi ir ao centro comprar um presente para Jhulie.

Péssima ideia ter ido sozinho. Como não sou uma pessoa criativa e estava sem dinheiro pra um presente caro, acabei comprando um dvd virgem, uma caixa de bombons e papel de embrulho.

Voltei às pressas para casa, minha ideia era fazer um vídeo com nossos momentos juntos – um tanto cafona, mas me pareceu legal – assim, ela poderia saber que sinto falta e dou valor à época que erámos quase inseparáveis.

Minha sorte é que sempre gostei muito de edições de vídeo, e posso dizer que sou bom nisso. Sem falar que sou ótimo em guardar registros antigos. Logo minha ideia de presente feito em casa estava pronta. Foi o máximo que pude fazer.

Já estava começando a ficar faminto e ninguém chegava logo. Então, decidi navegar um pouco pela internet. Entrei no meu facebook e fui dar uma breve olhada nas atualizações dos meus amigos. Mas logo alguém chamou conversa comigo. Era Sam.

_Oi – disse ele.

_Oi – respondi.

_Está a fim de vir aqui em casa hoje à noite?

_Pra que?

_Sei lá, vou estar sozinho e tal.

_Não posso!

_Qual é?! O que pode ser melhor?

_Aniversário da Jhulie.

_Traga ela aqui. Fazemos uma comemoração a 3, que tal?

_Meio impossível!

_Eu sei que você quer... Da primeira vez não saiu como queríamos, mas garanto que dessa vez será melhor!

_Hoje eu não posso! – resisti.

_Você quem sabe...

E no mesmo instante ele se desligou.

Fiquei pensando no que fiz. Por um lado eu queria continuar experimentando coisas novas, pra ter certeza do que eu quero, e dá primeira vez foi um desastre, na verdade nem chegou a acontecer de verdade. Mas por outro lado, Jhulie poderia se magoar se eu não estivesse lá essa noite, ou talvez nem se importasse.

Passei o resto da tarde pensando no que fazer, e quando a noite chegou, decidi que minhas amizades são mais importantes e eu faria tudo como o planejado.

                                                           -

Cheguei na festa e pelo visto eu era o último.

Como previsto, a festa parou. Todos me encaravam, pareciam não acreditar que eu tinha ido. Mas eu não dei o que eles queriam, não me entreguei. Continuei de cabeça erguida e um sorrisinho sutil de canto de lábios.

Jhulie veio sorridente me receber.

_Parabéns! – disse a ela lhe abraçando e entregando o presente – Espero que goste!

_Muito obrigada! – disse ela.

Jhulie parecia uma princesa. Delicada, com um vestido curto, rosa chá, e uma tiara de lado em seus cabelos loiros perfeitos. E um salto altíssimo pra disfarçar sua altura. Mas é claro que eu não ia comentar pra não acabar com ele perfurando meu crânio.

A música estava alta e todos bebiam um drink. Logo, fui pegar um também.

_Pessoal, pessoal – a mãe de Jhulie apareceu gritando entre nós – Juntem-se para uma foto.

Fui me juntar a eles e ela tirou uma foto nossa, depois saiu.

_Cadê o Chris? – perguntei a Debby.

_Agora você se importa? – ela respondeu dando de ombros.

_Foi só uma pergunta.

_Ele não pode vir! – Steffy respondeu.

Debby foi saindo e eu a segurei pelo braço.

_Me desculpem, ok? – falei bem alto por conta da música.

_Não é a nós que você deve desculpas! – Debby retrucou.

_É sim! Eu tenho agido de forma estranha nos últimos dias, mas não é por mim. Eu só preciso que vocês me perdoem. As coisas não precisam ser assim!

Debby parou um pouco e pensou.

_Não pisa na bola de novo, idiota! – ela respondeu sorrindo.

Eu a abracei sorrindo de volta, sabendo que agora tudo estava bem de novo.

_Parecem um casal se reconciliando! – disse Ally.

_Cala a boca! – respondi ainda sorrindo.

Como não gosto muito de dançar em público, fiquei sentado numa mesa bebendo. Eu só observava como eles pareciam se divertir. Steffy era a mais entregue a música, adorava seduzir os outros caras na dança. Ally do mesmo jeito, porém um pouco desengonçada. Já Jhulie e Debby eram as mais recatadas. Até dançavam um pouco, mas eram tímidas demais pra se soltarem como Steffy e Ally. Nem me atrevo a dizer das primas de Jhulie que ali estavam também, a timidez deve ser de família.

Pouco mais tarde, percebo uma confusão vinda da pista de dança. Pensei que fosse algo atoa, mas logo foi ficando mais intenso. Levantei-me da mesa onde estava e fui até lá.

_Querida – disse Ally alterada – eu não quero saber!

_Ah e você acha que eu quero? – Debby respondeu.

_Ah você não quer?

E então Ally pegou nos cabelos de Debby e começou a puxar. Debby ao mesmo tempo em que gritava para Ally soltá-la, também tentava pegar nos cabelos de Ally, porém, seus braços curtos não permitiam.

_Gente, parem! – Steffy gritou indo separá-las.

Assim que ela conseguiu, fui chegando logo e segurando Debby pela cintura. Ally então, na tentativa de acertou um soco em Debby, acabou acertando o nariz e Steffy, que caiu nos braços fortes de Noah, que chegava ao exato momento para tentar conter a confusão.

Noah era alto, com músculos definidos, e pele bem clara. Nunca tínhamos estudado juntos, mas esse ano ele passou a fazer parte da nossa turma. Por isso, eu não tinha nenhum contato com ele, mas a imagem que eu tinha dele era de valentão.

_Amiga, eu sinto muito! – Ally exclamou.

_Você está bem, gatinha? – Noah perguntou ainda segurando Steffy.

_Mas também não precisa desse chamego todo! – Ally disse com raiva.

_Calma! – Noah respondeu na defensiva – Só estou ajudando ela.

_Eu to bem, valeu! – disse Steffy levando-se, ainda sem equilíbrio – Da próxima, mira melhor.

Jhulie saiu levando Steffy, provavelmente para o banheiro. O clima ali era de tensão. Acompanhei Debby até uma mesa mais afastada dali.

_O que aconteceu? – perguntei.

_Você acha que eu sei? – Debby respondeu – De repente a Ally ficou louca, parecia com ciúmes do Noah porque eu tava dançando e acabei passando a mão nele.

_Não sabia que eles estavam juntos!

_E não estão. Eu nem sei se foi por isso mesmo, mas é a única coisa que eu me lembro!

_Mas agora que você falou, ela pareceu ter uma crise quando viu que ele segurou a Steffy e não soltava mais. Só não deve ter brigado porque a culpa foi dela.

_Essa garota tá é doida!

Nesse instante, meu celular toca, era Sam. Pensei em não atender, mas acabei saindo dali e atendi.

_Oi! – disse.

_Ainda está em tempo de mudar de ideia!

Fiquei um tempo em silêncio, pensando se ia ou não.

_E então? – ele insistiu.

_Dez minutos eu chego ai! – respondi.

_Beleza!

E desligou.

Voltando pra festa, esbarro com Jhulie e Steffy.

_Como você está? – perguntei a Steffy.

_Bem! – ela respondeu desanimada.

_Escuta, você quem convidou o Noah? – direcionei a pergunta a Jhulie.

_Sim – ela respondeu – A Ally ficou dando ideia e eu chamei.

_Era só o que eu precisava saber.

_Por quê?

_Nada! Eu vou precisar dar uma saidinha e volto depois, pode ser?

_Ah não! – Jhulie reclamou.

_Não vou demorar, eu juro!

_E aonde vai?

_Andar por ai! – disse sorrindo.

_Você acha que me engana, né?

_Vai cuidar da sua amiga, vai... Ela tá precisando!

Virei às costas pra elas e sai. Ainda pude ouvir ela dizendo algo sobre querer saber onde eu iria, mas não dei ideia. Continuei.

A casa de Sam era bem próxima ao local onde estava acontecendo à festa de Jhulie, pra minha sorte. Quando cheguei, o portão já estava aberto, a minha espera. Entrei e quem já estava a minha espera lá dentro era Sam, apenas com uma cueca branca apertada, deixando a mostra todo aquele corpo moreno escultural.

_Quer uma água? – ele me ofereceu.

_Por favor! – respondi.

Ele saiu e rapidamente voltou com um copo de água. Eu estava sentado em seu sofá. Bebi.

_E então? – ele disse ficando de pé em minha frente, com menos de um centímetro de distância de mim – Tá a fim de fazer o que?

Eu não dizia nada. Então ele pegou minha mão e passou pelo seu abdômen, estava fervendo. Aquilo fez minha respiração ficar acelerada, meu coração nem se fala... Eu não sabia o que ia acontecer ali, mas sabia que eu não hesitaria.

-

Uma hora depois, eu estava exausto, ofegante, porém satisfeito. Dessa vez tinha sido ótimo, do início ao fim. Eu estava satisfeito, Sam não forçou a barra, mas sem deixar de ser dominante. Ele era o tipo de cara com experiência pra deixar qualquer um querendo mais. Sam tomou banho sozinho, eu decidi não tomar pra ninguém na festa não perceber nada já que eu ia voltar. Apenas me limpei enquanto Sam vestia uma roupa, sempre rindo pra mim, e eu desviando o olhar. Quando nós dois estávamos prontos, ele me deu uma carona até lá de moto.

Para o meu azar, Ally estava do lado de fora quando cheguei e ela me viu descendo da moto.

_Quem era aquele? – ela me perguntou surpresa vindo até a mim.