Falsehoold's Life escrita por DiCaprio
No intervalo, chamei Débora num canto afastado de todos. Estava disposto a pedir a ajuda, e só ela podia me ajudar.
_Está disposta a me ajudar? – perguntei triste.
_Claro! – ela respondeu – Quero o meu Math de volta logo.
_Então se prepara, porque eu tenho muito pra contar…
No mesmo instante interrompi a mim mesmo e fiquei em silêncio. Era uma mistura de medo e vergonha. Eu já nem sabia mais o que dizer.
_Math – Débora quebrou o silêncio – Pode dizer!
_É que eu...
_Débora? – Uma voz ao longe chamou.
Débby e eu olhamos ao mesmo tempo. Era Will.
_Vai lá! – disse, impaciente.
_Posso falar com você? – ele perguntou.
_Não pode esperar um pouco? – ela perguntou.
_Não tem problemas! – disse já me virando – De boa!
_Math? – Debby tentou, mas não insistiu porque eu sai logo.
Confesso, embora eu estivesse decido a contar pra Debby a verdade, eu não me sentia pronto ainda. Aquele garoto me salvou.
Voltei pra sala e fiquei lá sentado sozinho pelo resto do intervalo. Eu queria pensar um pouco, mas a confusão na minha cabeça era grande, eu não conseguia chegar a lugar nenhum. Pensei até em ir pra casa e quem sabe não voltar mais, só que desistir não tinha muito a ver comigo. Eu tinha mesmo que enfrentar o problema.
O intervalo acabou e todos voltaram para a classe.
Chris passou me encarando, mas eu desviei o olhar.
Fiquei nervoso. Quando Debby chegasse ia logo me perguntar o que era, mas agora eu já não tinha mais certeza se queria contar. A verdade é que eu tinha medo da reação dela.
Espere um pouco. Gabriel e Adam não param de me encarar. Os dois estão conversando há um tempo perto da porta e eu reparei que toda hora eles olham pra mim.
Esse é o segundo ano que estudo com Adam e a verdade é que ele sempre me pareceu uma ótima pessoa. Com pele branca, olhos escuros, da minha altura e pouco mais magro que eu.
Mas aquele Gabriel não. Eu não o conheço, mas só nesses dois dias de aula já deu pra perceber que ele gosta de ser o engraçadinho. Pele branca, olhos claros, corpo meio malhado com 1,70 de altura.
Fiquei realmente incomodado com aquilo, e sem pensar muito, fui ter com eles.
_Ei, – dissse – posso me juntar à conversa?
_E quem é você? – Gabriel perguntou.
_Achei que me conheciam muito bem já que sou o assunto de vocês!
_Math – Adam nos interrompeu – não estávamos falando de você…
_Não é o que parecia!
_Quer que eu diga do que estávamos falando? – Gabriel perguntou cinicamente
_Diz aí!
_Gabriel, – Adam chamou – não!
_Todos sentados! – disse a professora de literatura ao entrar na sala.
Gabriel deu um riso de deboche e eu sai enfurecido.
_O que houve? – Débora perguntou quando me sentei.
_Nada! – respondi.
_Quer saber? Acho que você não devia ter feito isso, não desse jeito!
Ouvindo isso, fiquei confuso. Eu sabia que fazia sentido.
Passei o resto da aula pensando nisso. E... Reparando no Gabriel. Juro que não sei como isso foi acontecer. Ele é o tipo de garoto que costumo ter distância, mas algo muito estranho estava acontecendo comigo, aliás, tudo estava estranho. Eu não sei no que estava pensando, ou o que estava sentindo. Só sabia que era algo intenso. Algo que eu não queria que acontecesse.
-
Na volta pra casa, nem Debby, nem eu dizíamos nada. Estava um clima chato e eu só queria saber no que ela estava pensando.
_Você não vai me dizer? – ela finalmente disse algo.
_O quê?
_Não se faça de idiota, Math!
_Eu só não sei como te dizer isso!
_Não precisa ter medo, eu vou te entender.
Então paramos debaixo de uma árvore que tinha ali, pois o sol brilhava forte no céu, e ficamos ali por um momento. Eu estava tomando coragem pra dizer. Mas acho que agora eu já tinha mais consciência do que estava sentindo e precisava colocar pra fora.
_Eu... – comecei a confessar baixinho, envergonhado e olhando para os meus pés – Acho que às vezes, sinto... Atração... Por garotos.
Eu estava nitidamente envergonhado. Não conseguia olhar pra ela e fiquei assim até que a senti me abraçando forte. Eu logo retribui o abraço me sentindo aliviado agora, e ficamos assim por longos segundos.
_Obrigado por me entender! – disse.
_Mas porque está me dizendo isso agora? É algo sobre aquela mensagem?
_É! Isso nunca foi algo que eu me orgulhei. Mas eu só preciso de um beijo pra mensagem sumir…
_Como?
_É o que a pessoa quer!
_Quem?
_Me desculpe, eu não posso te contar isso…
_Math, por favor, você quer ajuda ou não?
_Ok é o Chris!
_Sério? Ele quer te beijar?
_Sim, eu não consigo entender isso… Num momento ele disse que éramos amigos e meu segredo estava seguro… E depois me ameaçou!
_Que menino doente!
_Eu acho que vou falar com ele de novo. Sei lá, talvez haja outra coisa que ele queira…
_Math, sabe que pode contar sempre comigo!
_Eu agradeço! Só não conta pra galera, ok? Eu ainda não desisti de lutar contra isso.
_Tudo bem! Ninguém vai ficar sabendo!
E seguimos pra casa.
Fiquei feliz por ter desabafado com a Debby, ela era minha melhor amiga e naquele momento sendo totalmente honesto com ela, pude sentir isso de novo.
-
No outro na escola, logo que chegamos, Chris veio falar comigo.
_Math – disse Chris – preciso falar com você!
_Vou deixa-los em paz! – Debby disse saindo.
_Não tenho nada pra falar com você! – respondi impaciente
_Por favor, me escute…
_Seja breve!
_Eu só quero esclarecer uma coisa: Não fui eu quem te enviou a mensagem!
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