Falsehoold's Life escrita por DiCaprio


Capítulo 14
Capítulo 14 - Quem eu sou? (Parte II)


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo conclui as reflexões do personagem Math feitas no capítulo 12... Boa leitura!



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Como me definir agora?

Era o que eu pensava...

Talvez um garotinho fútil que pensa que as pessoas podem ser boas.

Era tão fácil assim me enganar?

Eu achei que estava crescendo, ficando mais forte as dificuldades. Mas na verdade não. Eu me deixei enganar por um fake de internet. E o pior, os donos eram meus amigos. O Will fazer parte disso eu até entendia. Mas a Debby? Por quê?

Claro que isso tudo só começou porque eu estava gostando de um garoto. Como isso podia estar acontecendo? Porque comigo?

Ok. Claro que isso tudo era uma desculpa que meu consciente me dava! Eu sabia que não seria fácil quando me permiti isso, e agora que estava ferido, só precisava de algo pra culpar.

Lembro que uma vez um professor que tive, não me recordo bem quando, mas ele nos disse algo, algo do tipo: “Os melhores desafios que a vida nos permite, são os mais complicados. Aqueles que você quebra a cabeça, faz de tudo pra vencê-lo. É isso que nos faz crescer e amadurecer. É isso que nos prepara para a vida! Porque a vida não é e nunca será fácil pra ninguém. Em muitos momentos vamos nos sentir fracos, decepcionados com algo, talvez com alguém que amamos muito, porque faz parte da vida. Faz parte do nosso processo de crescimento. Deixar com que as lágrimas escorram pela nossa face é estar purificando a sua alma. E com a alma purificada, não pensamos em desistir, porque nos tornamos forte e capazes de vencer. Isso que devemos pensar. Não é vergonhoso pedir perdão, e sim devemos perdoar sempre, não importa qual tenha sido o erro. Se acreditarmos que as pessoas possam consertá-los e, sobretudo permiti-las que assim façam, podemos tornar as coisas melhores. Crianças, nunca desistam de ser vocês, felizes!” Por mais que eu tenha prestado atenção naquele momento, e gravado isso na mente, só agora que tudo aquilo fazia sentido pra mim. Agora eu percebia o quão sábias aquelas palavras eram.

Ainda assim, eu não me sentia prontos pra esses desafios da vida. Talvez eu não fosse forte o suficiente pra não desistir. Ou pior, pra perdoar tudo que já fizeram comigo. Nunca foi por uma questão de orgulho, apenas por ser demais pra mim o que me fizeram.

Mas eu tinha mesmo que ser assim?

Eu não podia mais confiar em ninguém além de mim mesmo. Aliás, nunca pude! Demorei muito tempo pra me dar conta disso.

Talvez eu fosse mesmo um garotinho fútil, frágil e distante. O alvo perfeito para as pessoas de Falsehoold. Aliás, tudo que eu nunca quis ser, eu estava me tornando.

Eu me sentia mesmo distante, talvez até um pouco fora da realidade e de mim mesmo.

O mundo já não estava mais sorrindo pra mim.

Fui até a janela do meu quarto e observei o céu. Estava cinza, não tinha estrelas, não ventava. O tempo estava tão melancólico quanto eu. Continuei ali, pairado sobre a janela. Por um momento, acabei até soltando um pequeno sorriso. Sim, era estranhamente engraçada a ironia da situação, e a semelhança que tinha meus sentimentos com o tempo.

Olhei para a casa da Debby e tudo parecia normal por lá. Normal? Ha. Uma definição pra normal estava tão difícil quanto uma definição pra mim mesmo. Enfim, comecei a recordar de quando a conheci. Foi um momento totalmente sem importância. Passamos anos sendo apenas vizinhos, tendo relações apenas de vizinhos. Isso até acabar indo estudar na mesma escola. Passamos a ir juntos, fazer trabalhos juntos, falar sobre tudo juntos e andar juntos. Agora, pouco mais de 1 ano depois não estávamos tão próximos como éramos a alguns meses atrás, quando comecei a ter uns contratempos e acabar fazendo amizade com Adam.

Só agora comecei a pensar um pouco sobre como era meu relacionamento com Debby. Ela sempre foi uma pessoa curiosa. Sempre queria saber mais sobre mim, mas sempre respeitou o que eu queria dizer ou não.

Will. Claro! Ele deve ter fingido ser meu amigo esse tempo e convencido a Debby a criar o fake.

Esperem. Mesmo que eu conheço a Debby a muito mais tempo, eu não posso julgar Will assim. Ninguém faz nada obrigado, não assim. Se ela topou é porque tinha algum interesse também.

Eu só queria entender. Todos tinham segredos, muito maiores que os meus, aliás. Mas parecia que só os meus interessavam.

Eu estava abalado com a cena do Gabu beijando aquela garota, que não saia da minha cabeça. E agora me sentia sozinho, de novo.

Voltei pra minha cama e fiquei lá, triste.

Estava tocando a música Need You Now, de Lady Antebellum. Eu amava aquela música. E ela me fez chorar refletindo: E eu? O que eu preciso agora?

Talvez um abraço, eu diria como resposta.

Mas um abraço sincero!

O problema é que meus pensamentos estavam resumidos eu “talvez”. Eu estava cheio de dúvidas, incertezas. Eu não conseguia mais ter certeza de nada. Pra mim, não tinha no que confiar ou acreditar.

Bom, eu diria que minha maior incerteza naquele momento era: Porque Will me contou sobre a Rhaiana ser fake, se ele era um dos donos? Não faz sentido.

Eu não o quis ouvir quando ele me confessou. Era mais uma traição pra minha lista gigante. Mas foi a pior de todas em minha opinião. Fizeram-me ganhar a confiança de um perfil na internet pra descobrir com quem eu estava no aniversário de Jhulie. Isso foi o fim.

O problema é que eu cresci entre pessoas que mentem o tempo todo, e eu sou do tipo que acredita em tudo. Lógico que todos só se beneficiam disso, da minha futilidade.

E foi por isso que naquele momento, Lady Antebellum me disse o que eu precisava: Tempo!

Um tempo de tudo. Das pessoas e inclusive do meu coração, até ele se curar.

Eu tinha que achar uma forma de esquecer o Gabu, mas eu não sabia o que fazer. Eu nunca tinha me apaixonado por ninguém, nunca passei por isso. Então eu não sabia como lidar com a situação. Tudo que eu sabia sobre amor era o que aprendi nos filmes de romance. Mas eu só assistia os que tinham um final feliz. Ou seja, fútil. Tudo que eu aprendi nesses anos foi ser fútil. E eu acreditava ser autossuficiente. Mas estava ali, chorando, de coração partido.

Quem eu sou?

Sou Matheus Alarde. Um garoto cheio de conflitos comigo mesmo e com outras pessoas. Um garoto fútil, sobretudo, fútil. Mas eu sei que posso ser uma boa pessoa, só preciso de uma chance e de tempo.

Sou eu, o Math, de 15 anos, que se apaixonou por um colega de turma, como se já não tivesse problemas diários suficientes. Sou eu, quem acredita em amor verdadeiro, eterno. Que chora quando está triste. Que acredita nas pessoas. Que esconde o que sente. Que achava que era o melhor. Que ouve músicas pra se sentir melhor. Aquele que talvez tenta demais, mas não sabe o que faz.

Eu mesmo, aquele que não sabe mais quem é.

Esse sou eu, prazer em te conhecer.


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Notas finais do capítulo

O que estão achando? Comentem, porfavor!
No próximo capítulo as coisas vão começar a complicar de verdade... Não percam!



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