Mais uma semana havia se passado, este seria o dia em que Kate voltaria para New York, apesar de já ter encontrado Kurt antes, ela ainda precisou ficar em New Jersey e os meninos conduziram as investigações daqui, caso concluído e estranhamente o senhor Black não era o assassino e sim o garoto pelo qual Esposito e Ryan ficaram responsáveis de achar. Duas semanas em New Jersey foram muito para Kate.

Todos estavam no apartamento de Castle, ele tinha que continuar com os medicamentos e visitas ao médico semanalmente até segunda ordem, mas estava reagindo muito bem a tudo, não havia contado a ninguém sobre seu plano e esquivou-se de todas as perguntas feitas.

Todos continuaram com a promessa de não falar nada para Kate, mesmo sentindo-se mau por estar mentindo para a amiga, o pior foi convencer Laine de participar de todo esse teatro, ela não queria de jeito e maneira nenhuma esconder isso de Kate, mas foi comprada por uma semana com a Ferrari de Castle, e uma mini viajem para ela e Esposito para Grécia.

_Eu ainda quero saber o que você vai aprontar.

_Laine minha querida. –Castle dizia acomodado em seu sofá. –Você pode ter certeza de que vai saber de tudo amanhã.

_Ela é minha melhor amiga, por que você não me diz de uma vez?

_E qual seria a graça, eu quero que seja surpresa para todos. –Laine bufou e jogou-se no sofá de Castle, não adiantava ele não contava absolutamente nada, ela tentava por horas.

_Castle, tem alguma ideia para seu próximo livro? –Ryan perguntou.

_Na verdade sim, vai se chamar “Coma Heat”.

_Nossa cara, essa foi péssima.

_Obrigado Espo, e a propósito eu preciso da chave da casa da Beckett.

_Não se não me contar o que vai aprontar lá.

_Não posso, agora por favor a chave. –Esposito havia ficado com a chave reservada da casa de Kate para pedir a alguém que limpasse a casa enquanto ela estava fora, ele entregou-a a contra gosto para Castle. –Obrigado, parte dois do plano por favor.

Ryan então pegou o seu celular e discou o numero da detetive, no quinto toque Beckett atendeu, seu tom de voz era exausto.

_Oi Ryan, algum problema?

_Não Beckett, só liguei para saber como está.

_Cansada, realmente cansada, e você?

_Eu estou bem, alguma novidade?

_Na verdade não e você? –Ela estranhou essa pergunta do amigo.

_Não, porque eu teria novidades? –A reação foi mais estranha ainda e ela percebeu, Castle notou que Ryan poderia estragar toda a surpresa.

_Hãn... Certo Ryan, pode me contar é algo com Castle?

_Não. –Sua voz saiu esganiçada, ele limpou a garganta. –Não Beckett, tudo bem com Castle, quer dizer na mesma, já que não dá para estar bem de coma né. –Ele tentou fazer piada, mas não deu certo. Esposito levantou e tomou o celular da não do parceiro.

_Beckett, sou eu Espo.

_Olá Espo. –Ela sorriu. –Tudo certo?

_Sim... Olha era para ser uma surpresa, mas... –Castle percebeu que Espo concertaria tudo. –Bom é que a gente quer te buscar no aeroporto, que hora seu voo chega?

_Às dezenove horas.

_Certo Kate, estaremos lá, se cuida. –Ele então desligou e deu um tapa leve na cabeça de Ryan. –Quase estragou tudo cara.

_Eu sei, mas é que eu fiquei nervoso ela estava fazendo perguntas. –Kevin era sempre esse doce, Castle sorriu para o amigo e sibilou um “sem problemas”.

_Que horas ela chega Espo? –Castle quis saber.

_As dezenove horas.

_Ok isso me dá então uma hora para preparar tudo, eu vou para a casa dela enquanto vocês vão busca-la no aeroporto. –Todos riram ninguém ia buscar Kate no aeroporto, era para ela pensar assim e ficar esperando por lá para dar mais vantagem de tempo a Castle e ela com toda a certeza chegaria irritada. –Gente espera, e se ela passa no hospital antes?

_Ela não vai. –Laine falou

_E como sabe?

_Porque mesmo você não me contando o que vai fazer, eu já cuidei disso, se ela aparecer por lá dirão que o horário de visita acabou.

_Mas ela sabe que só acaba as vinte e uma horas.

_Sim ela sabe Castle, mas vai estar cansada e os médicos dirão que trocaram seus medicamentos e que precisa ficar em observação.

_Você é um gênio. –Ele beijou o topo da cabeça dela, que abria a boca para dizer algo, mas foi cortada por ele. –Eu ainda não vou te contar nada. Certo gente, estou indo.

Castle então pegou as suas chaves e as de Kate e saiu antes que Laine fizesse mais um discurso sobre o quanto ela é injustiçada e que ela faz tudo por eles e não recebe nem um obrigado em troca. Ele riu com o pensamento e então tomou um taxi, afinal parar com o seu carro por perto levantaria suspeitas.

Ele resmungava no ritmo da musica que tocava no rádio do carro e pensava se Kate ia gostar da sua surpresa, checou tudo dentro da pequena mala que estava ao seu lado, tudo certo e o mais importante estava em seu bolso. Quando chegou ao seu destino, pagou o motorista e saiu apressado, era seis e vinte, ele tinha quarenta minutos para deixar tudo pronto, seu celular estava no volume máximo, qualquer coisa os meninos ou Laine ligariam.

Ele demorou um pouco, pois na pressa confundiu suas chaves com a dela. Ele deixou a mala no canto da sala, escondida, já que ele teria que correr contra o tempo enquanto ela estivesse no banho, começou a fazer o jantar, comida japonesa. Castle havia aprendido sobre a culinária japonesa em uma pesquisa para um livro que ele não publicou, não era complicado e ela adorava.

Ele não tirou os olhos do relógio, haviam passado cinquenta minutos, ele já estava acabando, e torcia para que ela atrase ainda mais. Seu celular então tocou, era Javi.

_Ei Castle, problemas.

_O que foi Espo?

_Ela vai chegar extremamente irritada.

_Como sabe?

_O voo dela chegou a vinte minutos mais ou menos, e ela só saiu de lá agora, e nesse meio tempo não parou de ligar para mim e para o Ryan. –Castle riu, ela realmente ia querer tirar a alma deles.

_Certo, bem pelo menos ela já está chegando.

_A Laine está no hospital para garantir que ela não suba. –Castle pode ouvir a voz de Kevin ao fundo “diga a ele que Laine acabou de mandar uma mensagem, ela chegou lá no hospital, falou com a Laine e saiu a pouco, deve chegar lá em quinze minutos, eu acho”. –Ouviu isso Castle?

_Sim, entendido. –Ele então desligou e apressou-se em terminar o jantar o que levou só mais cinco minutos, ele guardou tudo na geladeira, Kate não abriria a mesma já que sabia que não teria comida. Ele escondeu a mala e escondeu-se também.

_Tem que dar certo, tem que dar certo, tem que dar certo. –Ele repetia isso todo o tempo, só se calou quando ouviu o barulho da porta sendo aberta.

_Eu vou matar aqueles dois, eu vou mata-los. –Kate entrou falando, ele teve que se segurar para não rir, ele estava com muita pena dos meninos. Ele estava no cantinho da sala, atrás da cortina, pode ver o momento em que ela entrou no banheiro, esperou mais alguns segundos e pode ouvir o barulho da torneira sendo aberta. Ela ficaria um bom tempo na banheira.

Castle correu pegando a mala e levando-a para o quarto, ascendeu algumas velas e distribuiu-as pelo quarto. Espalhou algumas pétalas de rosa pela cama. Ele então foi para a sala e ficou sentado no sofá esperando e imaginando como seria a reação dela, ele pegou o celular e colou a musica.

 (https://www.youtube.com/watch?v=4wxA7nurXi4&hd=1) (aconselho ouvir para dar o clima)

Kate saiu do banheiro enrolada apenas em uma toalha, passou direto pela sala e voltou no mesmo instante. Ela podia jurar que era uma alucinação e que não estava vendo Castle realmente, ela sabia que ele estava no hospital.

_Eu acho que eu estou pirando. –Ela disse para si balançando a cabeça, como se isso fosse fazer a imagem de Castle desaparecer diante de seus olhos.

_Não, você não está não. –Ela se assustou.

_Por que você está falando comigo? Como isso pode acontecer?

_Kate, pare um momento e olhe, eu pareço ser de mentira? –Ela o analisou por alguns segundos e sentiu que ia chorar, mas ela havia prometido naquele dia no hospital e desde então não quebrara sua promessa.

_Não, mas eu sonhei com isso tantas vezes que eu não sei se posso confiar na minha mente. –Ele se aproximou e ela se retraiu, ele parou.

_Olha para mim. –Ele pedia, ela olhou-o diretamente nos olhos. –Eu realmente estou aqui para o seu azar, eu sai dessa Kate, e eu ouvia sua voz todos os dias naquele hospital, não me lembro das nossas conversas, mas me lembro de você estar lá. Então não é só você, eu sonhei com esse momento, de alguma forma, todos os dias também.

Ela ficou analisando-o mais alguns instantes, antes de cair em seus braços e abraça-lo muito forte. Ele tinha a impressão de que ela não ia solta-lo nunca, e então pensou: “ótimo, eu ficaria aqui para o resto da minha vida mesmo, não seria nenhum sacrifico”.

_Porque não me disse? Porque não me contou que havia acordado? E quando foi que você acordou?

_Ei, ei, ei, calminha Kate, uma pergunta de cada vez, eu queria que fosse uma surpresa, queria fazer essa surpresa para você.

_Rick, como pode? A coisa que eu mais queria era que você estivesse bem, você não podia me esconder isso.

_Desculpe-me, mas meus motivos são ótimos. –Só então ela prestou atenção na musica que tocava e deu uma leve risada. Castle aproximou-os mais ainda e deu um leve beijo na ponta do seu nariz, em suas bochechas e depois um beijo rápido em seus lábios.

_Do que você está rindo, posso saber?

_A musica Rick.

_Eu gosto.

_Eu também. –Ela falou.

_E acho que tem haver com o momento. Ou pelo menos tinha, não sei ao certo.

Ele tomou-a de uma vez por todas quebrando os últimos centímetros de distancias que os separavam e colou seus lábios no dela, Kate deu uma mordidinha na boca dele e ele então a colou ao seu corpo, sua língua pediu passagem e ela cedeu, foi como na primeira vez, aquela no galpão, tirando que nesse momento não tinha ninguém do outro lado da parede tentando mata-los, eles queriam que aquilo durasse para sempre.

_Eu...

_Shh... Não fala nada Kate, não agora. –Ele pediu cortando-a.

_Por quê?

_Por que eu preciso que você diga.

_Oque?

_O que musica diz.

_Não foi sua culpa Rick.

_Eu preciso te ouvir dizer isso. –Ele pedia, parecia infantil, mas as palavras eram totalmente verdadeiras.

_ Eu te amo e amei todo o tempo, e eu te perdoo por ter ficado longe por muito tempo.

_Eu juro que eu nunca mais vou te deixar, e como prova disso eu quero te dar uma coisa.

_O que é? –Castle deu mais um beijo rápido nela e ajoelhou-se.

_Muitos diriam que é cedo, afinal nós mal começamos a namorar, mas eu acho que cinco anos já é tempo mais que o suficiente para poder te conhecer e perceber que você é a mulher da minha vida, então Katherine Houghton Beckett, você aceita se casar comigo? –Ela ficou sem reação por alguns segundos, então decidiu que era uma boa hora para quebrar sua promessa, começou a chorar.

_Sim, sim, sim, sim. Eu aceito e quero ser sua pelo resto da minha vida, porque eu te amo mais do que tudo. –Ele então pegou a caixinha em seu bolso e mostrou o anel, era lindo, nada muito extravagante, afinal ele sabia que o valor real daquela joia para Kate seria para simbolizar a união e o amor deles.

_Eu preparei um jantar para nós dois se você quiser nós podemos com... –Ele se calou quando Kate desatou o nó da toalha dando um sorriso malicioso. –Eu acho que a janta pode ficar para depois.

_Eu também acho. –Eles riram, ela o beijou e puxou-o até seu quarto, reparou no ambiente então. –Está tudo tão lindo.

_Eu sei você merece meu amor.

_Desculpe não dar atenção suficiente para o que você fez, mas é que isso. –Ela disse apontando para os dois. –É um pouco urgente.

_Concordo totalmente. –Ela sentiu sua perna bater na cama enquanto beijava Castle. Eles ficaram se olhando e sorrindo, parecia um sonho para ambos. No fundo de seus olhos podia se notar o amor, carinho, paixão, vontade, respeito, ansiedade e um brilho, um brilho que pertencia apenas a eles.

Era o desejo de tê-la logo, contra a vontade de fazer aquele momento durar, isso estava quase o enlouquecendo, Castle beijou toda a pele descoberta de Kate de seu pescoço até a altura de seus seios, enquanto ela desabotoava a camisa dele, ela viu a marca do tiro no peito, beijou-o ali.

_Eu te amo. –Ela disse.

_Eu também te amo Kate. –E assim eles começaram aquela dança de corpos tão conhecida e apreciada em todos os lugares do mundo, e não importava mais nada nesse momento, apenas eles dois.