Math For Love escrita por Valentine


Capítulo 56
Central Park


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários, leitoras lindas. Entretanto, apenas a Isa Di Angelo respondeu a pergunta que fiz no último capítulo e me deu uma sugestão muuuito boa. Então, por favor, tentem responder agora. Estão satisfeitas com meu esforço pra postar mais rápido? ^^ agora que o fim da história está praticamente projetado, tudo está mais fácil. Gente, eu tenho uma triste história pra contar. Sabe, eu tenho um grande problema com o número onze. O número onze sempre foi sinonimo de algo ruim pra mim, ainda mais depois de ler tantas ficções científicas. Então, eu sei que, como vocês são leitoras lindas, vão escrever uma recomendação pra história e o número onze vai sair daqui! Bom, espero que gostem do capítulo, beijão!



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As pessoas devem acreditar que a dor física e mental deve ser a pior coisa de um acidente. Entretanto, a solidão e monotonia de horas em um quarto de hospital era o que mais lhe perturbava. Não eram as sessões de exames de rotina ou a comida horrível, mas o tempo que passava sozinha. Pela primeira vez, ela parou para refletir a respeito da rotina de todas as pessoas à sua volta e da dificuldade que as mesmas tinham de encontrar qualquer espaço de tempo para passar com ela.

Apesar de tudo, as visitas a cada três horas de Dylan Patterson não eram capazes de aliviar o grande ressentimento e mágoa presente em seu peito. Esperou pela oportunidade de um pedido de desculpas e agradecimento por todos os dias desde o acidente, mas Mary Monroe não apareceu. Também, pudera, as coisas que havia falado no ultimo encontro fariam qualquer pessoa se afastar.

– Jhenni! - A voz familiar interrompeu seus pensamentos e quebrou o silencio do quarto anteriormente vazio.

Abriu um sorriso calmo, afastando as imagens tristes de sua mente e permitindo um momento de calma.

– Oi, Katie!

– Ah, Jhenni, finalmente! Da ultima vez em que estive aqui você estava dormindo, é a primeira vez em que te encontro acordada. - Se aproximou Katie, tocando levemente o braço engessado de sua amiga hospitalizada. - Como você está se sentindo?

– Um pouco dolorida, apenas. - Respondeu Jhennifer, com a voz levemente rouca. - E você? Como andam as coisas?

Katie suspirou profundamente, emitindo um ar de cansaço e exaustão.

– Você não tem idéia de como minha vida está corrida. As provas finais do semestre estão me matando, eu quase não sei mais o que é dormir!

Jhennifer riu da expressão exagerada de sua amiga.

– Pelo menos está prestes a se formar!

– Sim! - Sorriu Katie. - Estudei muito, não quero repetir esse semestre de novo de jeito nenhum! Mas, e você? Já sabe quando vai receber alta?

Jhennifer balançou a cabeça afirmativamente.

– O Doutor Myers disse que só preciso de uma semana.

Katie revirou os olhos, batendo o pé direito rapidamente no chão.

– Não confio nesse cara.

– Senhorita Willis, está na hora de seus exames de rotina. - O vulto branco entrou na sala, permitindo que Katie reconhecesse o rosto de Paul Myers com uma prancheta na mão. - Ah, bom dia, estressada! - ele cumprimentou ao ver Katie no quarto. - Precisa ir agora, o horário de visitas acabou,

– E é você quem determina o horário de visitas ou o hospital? - Perguntou ela, visivelmente irritada.

– Com os meus pacientes, sou eu quem determina o horário. Agora, por favor, saia.
Perplexa, Katie bufou, irada e caminhou até a saída.

– Katie, espera! - Jhennifer pediu, fazendo-a parar na porta do quarto. - Se puder, pede para a Mary passar aqui. Quero agradecer pela doação.

– Tudo bem. E, se aceita uma sugestão, você bem que poderia solicitar ser atendida por outro médico.

Paul Myers a fitou furiosamente, enquanto ela sorria e deixava a sala.

– Sua amiga é sempre assim? - Perguntou ele, fazendo anotações nos papéis em sua mão.

– Infelizmente, sim. - Riu Jhennifer. - Quando a Katie não vai com a cara de alguém, não tem jeito.

...

Atravessar de um lado a outro o Central Park seria impossível e cansativo demais, ela sabia disso. Logo, mais cedo ou mais tarde, teriam de tomar o caminho de volta. Entretanto, aquele estava sendo um passeio tão bom e relaxante que ela queria poder fechar os olhos e parar o tempo.

Era um dia de domingo, portanto, dezenas de pessoas caminhavam pelos jardins, muitas vezes em passeios românticos ou em família.

– Me fale de você! - Pediu Daniel enquanto caminhavam pelo estreito caminho entre as arvores de mãos entrelaçadas. - Me conte tudo o que eu preciso saber sobre seus anos em Yale.

– Ah, nada demais.., - Respondeu Mary. - Passou tão rápido, mas era muito bom. As aulas eram ótimas, eu fiz amizade com minha colega de quarto mas perdemos o contato depois que nos formamos.

– Nesses últimos anos eu não tive muito tempo para amizades ou diversão. Foi muito difícil chegar até aqui.

– Eu ouvi que você construiu toda uma empresa sozinho mas nunca tive a chance de perguntar sobre isso.

– É verdade. Nem mesmo minha mãe me apoiou, o Dylan estava longe... Foi um investimento completamente arriscado, levando em conta que meu pai havia me deserdado assim que eu abandonei a faculdade.

– Eu sinto muito.

Ele sorriu, abaixando a cabeça.

– Não sinta. Afinal, tudo isso me trouxe até aqui. Você quer comer algo? - Perguntou Daniel, caminhando até um dos muitos vendedores ambulantes no parque.

– Hum... - Mary pensou por um tempo. - Acabei de tomar café com a Katie, não estou com fome.

– Então o que acha de almoçarmos juntos hoje? - Ele franziu os lábios.

Sorrindo, Mary abaixou o olhar.

– Pode ser. Mas eu preciso passar em casa, tenho umas coisas para fazer.

Concordando, Daniel virou-se, voltando a caminhar rumo à entrada do parque.

– Sabe, eu às vezes penso em voltar a cursar Economia.

– Sério? - Ela arregalou os olhos. - Porque isso assim, de repente?

Ele respirou fundo.

– É, eu acabei gostando do curso na faculdade. Acredite Monroe, eu era um bom estudante.

Mary franziu as sobrancelhas, confusa. Porque ele abandonou algo de que gostava tanto assim? Ele pareceu ler seus pensamentos e completou:

– Eu pretendia mesmo me formar e trabalhar na empresa de meu pai.

– Eu não entendo. Porque abandonou tudo então?

Ele respirou fundo.

– Eu senti muita raiva quando meu pai me obrigou a trancar o basquete e focar apenas em Economia. Não tinha necessidade, afinal, o esporte era só um hobby mesmo.

– Então o seu abandono foi só uma atitude de revolta?

– Eu sei que foi precipitado. Eu esperava que ele prometesse me permitir fazer os dois cursos caso eu ameaçasse largar tudo. Mas, não. Ele não estava mais se importando comigo porque o Nicholas já havia dito que cursaria Economia por vontade própria.

– Então, a sua única alternativa foi investir o pouco que tinha em publicidade. - Ela supôs.

– Exatamente. Confesso que senti raiva do Nick na época, mas hoje eu agradeço a ele. Afinal, ele não vai simplesmente fazer a vontade de meu pai. Eu prometi que o ajudaria a iniciar um negócio próprio.

Mary sorriu, orgulhosa pela atitude de Daniel. Ajudar seu irmão era, de fato, algo admirável e que faria Ernest Harris mudar seu pensamento de poder manipular a tudo e a todos. Ela lembrou-se do Ensino Médio, de quando o mesmo tentou a subornar e de como ela quase cedeu.

– E hoje ele tenta se redimir... - Supôs novamente.

– Para você ver como o mundo dá voltas... E você? O seu emprego, como anda?

Mary suspirou.

– Uma loucura. - Respondeu. - Estou em um processo complicado que vai determinar muito minha carreira daqui pra frente. Mas é todo um assunto de direitos cívicos que você provavelmente não vai querer ouvir. Acho incrível como atitudes simples se tornam problemas tão grandes.

– Aposto que você vai se dedicar como nunca.

– É o que estou fazendo. Já não bastasse o fato de meus próprios colegas de escritório torcerem pela minha derrota, eu não tenho certeza se tenho capacidade de ganhar algo de tão alto porte.

– Nossa... É um processo tão importante assim?

– Acredite, é. Envolve mídia, publicidade, nomes importantes... Você bem que poderia me ajudar, como especialista no assunto.

Ele sorriu.

– Claro.

O caminho de volta foi relativamente silencioso, a fim de que tivessem certeza de que aquilo estivesse acontecendo de verdade. Mary se limitou a manter um sorriso leve no rosto, e Daniel se sentis feliz por estar ali, ao seu lado. Era incrível o quando New York parecia outra cidade no domingo, simplesmente por diminuir o fluxo de pessoas nas ruas.

Mary tropeçou cerca de três vezes enquanto voltavam ao Brooklyn, e as sapatilhas que usava já estavam completamente arranhadas. Ele ria divertidamente da expressão envergonhada que ela punha no rosto a cada esbarrão.

– Eu posso passar aqui em duas horas? - Ele perguntou assim que chegaram à entrada do prédio.

– Tudo bem, vou tentar adiantar tudo o que tenho para fazer.

Ele se aproximou de seu rosto, tocando levemente sua cintura.

– Você está quebrando as regras, Senhor Harris. - Ela sussurrou.

Daniel sorriu.

– Estamos num encontro, Senhorita Monroe. - Ele respondeu, depositando um rápido selinho em seus lábios. - Mais cedo ou mais tarde, eu vou beijar você.

– É, mas... - Continuou, afastando-o de seu rosto. - Não no primeiro encontro.

Ela sorriu de volta enquanto caminhava para dentro do prédio.

Daniel colocou as mãos nos bolsos e gritou antes de observá-la entrar:

– Pelo amor de Deus, só não me faça esperar mais cinco anos!


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Por favor, comentem, recomendem, favoritem! A história está quase no final e quanto mais leitoras, mais fácil eu termino isso aqui. Beijão, e, por favor, respondam aquela pergunta que fiz no último capítulo!