Math For Love escrita por Valentine


Capítulo 38
Exames Finais


Notas iniciais do capítulo

Genteee!! Capítulo novinho, oba! Prometo que nesta quarta-feira tem mais um capítulo, e vocês provavelmente vão me odiar um pouquinha por enquanto. Mas, não esqueçam, tudo tem um bom propósito!

Quero recomendar uma OneShot que escrevi essa semana, enquanto esperam o próximo capítulo, podem a ler um pouquinho! Vou deixar o link e por favor, não deixem de comentar e, se gostarem, escrever uma recomendação!
Obrigada por tudo, beijão!

Link de minha OneShot: fanfiction.com.br/historia/402076/Magicamente_Domingo__One_Shot



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  - Posso me sentar aqui? - A voz familiar chamou sua atenção, fazendo-o virar e olhar em sua direção.

- Ah, oi cara. - Respondeu, sucessivamente vendo seu amigo sentar-se ao seu lado no gelado banco de concreto.

Em uma pequena praça em frente à sua casa, a manhã de sábado em New Jersey se mostrava cada vez mais fria. Se contorcendo em seu casaco, Daniel tentava entender porque não conseguira pregar o olho àquela noite. Apenas a inconformidade sobre a verdadeira personalidade de Mary o torturava.

- Você tem andado sumido nos últimos dias. Não te vejo desde a festa da Katie. - Disse Daniel, assim que Dylan sentou-se ao seu lado.
Com um sorriso torto, Dylan abaixou o rosto, esticando as pernas.

- E como está a Jhennifer? - Perguntou Daniel, desviando o olhar para as árvores altas da praça.

Dylan deu um pequeno riso, levantando o rosto.

- Então você já sabe.

- É, eu fiquei sabendo. Na verdade, eu só queria ter ouvido de você, mas nenhum de nós foi honesto com o outro.

Dylan fitou seu amigo, franzindo o cenho.

- Do que está falando?

Daniel suspirou, colocando para fora grande parte do ar que prendia.

- Você estava certo. Estou apaixonado pela Mary. - Daniel sussurrou, evitando o olhar perplexo de seu amigo.

Dylan riu.

- Eu sabia que mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer. Nossa... Isso está parecendo um filme. - Dylan gargalhou, sendo correspondido por um sorriso triste de Daniel.

- Qual é, Dylan... Não é como um filme. - Respondeu Daniel, balançando negativamente a cabeça. - Aqui não tem final feliz.

Dylan arqueou as sobrancelhas.

- Como não? Pensei que ela gostasse de você também, qual o problema?

Daniel mordeu o lábio inferior, contendo as lágrimas de decepção que evitara durante todo aquele tempo após descobrir quem realmente era Mary Monroe. "Homens não choram."

- Eu também pensei. Mas era tudo armação dela com meu pai, só fiz o papel de idiota nessa relação toda, não é nenhuma novidade.

- Eu sinto muito... - Sussurrou Dylan, juntando as próprias mãos. - Nossa... Não sei nem o que dizer.

- Ah, eu sei. - Afirmou Daniel, balançando positivamente a cabeça. - Não quero mais a ver, definitivamente.

Dylan levantou o rosto, assustado com a afirmação de seu amigo. Apesar de todas as decepções, Mary Monroe continuava sendo importante na vida de Daniel pelo progresso intelectual do garoto. As notas aumentaram, o esforço e concentração aumentaram completamente. Como poderia simplesmente jogar isso pelo ar?

- Daniel, não... Estamos no último semestre, perto das provas finais. Você sabe que vai precisar das aulas para conseguir se formar.

Daniel suspirou.

- Eu não me importo. Eu só quero parar de me preocupar com isso, não quero me importar com nada. Não quero mais vê-la, definitivamente.

Preocupado, Dylan balançou a cabeça, pedindo à Deus um pouco de consciência para seu amigo.

- Dylan, ela mentiu pra mim. Quer saber, todos mentiram pra mim, até meus pais! Todos eles sabiam de tudo desde o início, menos eu! Me diz um, um motivo para continuar indo a essas aulas.

Dylan suspirou, tentando buscar qualquer palavra que fosse contribuinte para a determinação que faltava em seu amigo.

- Primeiro: o seu pai já pagou por todas as aulas. Você já conseguiu recuperar muita coisa com os exames do meio do ano, Daniel, mas não é o suficiente para o que você precisa. Pelo visto, ainda vai precisar de pelo menos um B+ nos próximos exames de física e matemática para passar pela formatura. Além disso, se ela realmente fez tudo isso e sabe que você descobriu, aposto que o maior castigo seria ter que conviver com isso...

....

Longe de qualquer vestígio da realidade, a mente de Mary Monroe se concentrava apenas nos poucos momentos que teve junto à Daniel Harris. O momento na porta de sua casa, a conversa sob as escadas de emergência, o primeiro beijo na noite de aniversário de Katie, o passeio de mãos dadas por sua rua... Cada um daqueles momentos revividos em sua mente causava um palpitar descontrolado em seu inconsolável coração.

Não era só a mensagem de Daniel que a fazia chorar, mas o peso de sua própria consciência. Ter feito o que fez foi um erro, sem dúvidas, um erro que destruiu qualquer chance de desenvolver aqueles sentimentos. Sentia-se um lixo, alguém inútil, destruidor.

Não havia pregado os olhos naquela noite. Já não haviam lágrimas a derramar, não havia mais raiva para sentir de si mesma. O celular já havia descarregado de tantas ligações feitas, ligações que foram visivelmente ignoradas. Os olhos pesados e repleto de olheiras insistiam em tremer a cada vez que sua mente se voltava ao rosto de Daniel, a cada vez que sibilava seu nome com os lábios. Era uma sensação horrível.

Trazendo-a de volta à sua real vida e longe dos sonhos, a campainha tocou, assustando-a.

Mary estendeu a mão esquerda para enxugar os olhos, mas viu que eles já estavam secos, mas a pele tinha uma textura diferente, uma textura enrugada que denunciava as dezenas de lágrimas derramadas àquela noite. Levantou-se da cama, sentando e calçando as sapatilhas pretas que ali havia deixado na última noite antes de deitar. O tão bonito vestido verde que escolhera para usar em sua noite ao cinema com Daniel continuava em seu corpo, amassado e cheio de fiapos correspondentes à sua cama.

Ao descer as escadas, a campainha tocou mais duas vezes. Pelo visto alguém estava muito apressado lá fora. Mary respirou fundo antes de abrir a porta, tentando afastar qualquer vestígio de seu choro noturno. Mas, levando em consideração a sua aparência completamente cansada, isso era impossível.

Ao girar a maçaneta, encontrou a face que acreditou ser a última pessoa a desejar sua presença.

- Eu vim para a aula.

A voz de Daniel era fria, distante. Seu olhar estava fixo no carpete cor de creme em que Mary pisava, ele não tinha nenhuma expressão ou atitude  de quem desejasse uma conversa ou explicação.

- Daniel... - Mary conseguiu sussurrar, seguida de um forte suspiro. - Entra. - Disse, abrindo passagem para o garoto que foi direto para a grande mesa de madeira da sala de jantar. - Eu fico aliviada que esteja aqui, nós precisamos conver...

- Por favor, para. - Ele a interrompeu, fechando os olhos. - Eu não quero conversar. Na verdade, eu só estou aqui porque preciso desta aula para os exames finais essa semana. Depois disso, eu não quero que fale mais comigo... entendeu?

Mary engoliu em seco, fechando a porta atrás de si.

- Claro.

Sentindo-se cada vez pior, Mary tentou, por muitas vezes, iniciar uma conversa naquele sábado. Mas, a atitude resistente de Daniel impediu qualquer tipo de conversação que não dissesse respeito ao assunto do conteúdo de física e, em nenhum momento, ele a olhou nos olhos.

- Sobre as aulas... - Ela disse receosa, assim que terminou de resolver a última questão e viu Daniel começar a guardar seu material dentro da mochila de zíper que carregava. - Quero que saiba que eu devolvi o dinheiro de seu pai... E recusei a proposta do financiamento da universidade.

Daniel continuou arrumando seu material, indiferente ao que Mary falava.

- É tarde demais. Eu não sou um objeto para fazer parte de negociações.

Mary soluçou, evitando as lágrimas que ameaçavam cair teimosamente em seu rosto.

- Daniel, por favor, escuta meu lado da história...

- Eu não preciso escutar nada! - Ele gritou, levantando-se da cadeira. - Só me responde uma coisa: Você aceitou ou não aceitou a proposta de me convencer a fazer o curso de Economia em troca de dinheiro?

Mary gelou, sentindo que sua pulsação parava progressivamente.

- Tecnicamente sim, mas...

Daniel arrastou a cadeira, caminhando até a porta.

- Eu não preciso ouvir mais nada. Eu só pensei que você fosse alguém diferente.

- Por favor, me deixa falar... - Ela pediu mais uma vez, sem conseguir controlar a lágrima que rolava em sua face pálida.

- Não, Mary. - Daniel a respondeu, finalmente a olhando nos olhos. - Para mim já chega. Hoje eu vejo o quanto foi pior para nós dois termos nos conhecido. Vamos fazer as coisas voltarem aos seus lugares, como era antes de ter te conhecido. Eu prefiro fingir que você nunca existiu em minha vida do que continuar pensando no mal que você me fez.

O som da porta se batendo a fez pular, despertando cada vez mais lágrimas a invadirem sua face. Sem conseguir se segurar, Mary finalmente desabou, batendo os joelhos no chão e escondendo o próprio rosto com a mão.

Era o fim de algo que mal começou. E ela sabia, não haviam mais esperanças.


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Notas finais do capítulo

Quero recomendar uma OneShot que escrevi essa semana, enquanto esperam o próximo capítulo, podem a ler um pouquinho! Vou deixar o link e por favor, não deixem de comentar e, se gostarem, escrever uma recomendação!
Obrigada por tudo, beijão!

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