Math For Love escrita por Valentine


Capítulo 31
Grama


Notas iniciais do capítulo

Finalmente, capítulo novo! Sei que demorei, desculpem a demora. Volta às aulas na Bahia depois do recesso, passei esse tempo regulando meu sono e atividades atrasadas. Espero que gostem, até quinta! Beijos! (Comentem!)



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- Isso pode parecer estranho, eu sei. Mas eu acho que não existe paisagem mais bonita do quê o céu estrelado.

Jhennifer riu.

- Não é estranho. E você é lindo... - Jhennifer sorriu, encaixando-se nos braços de Dylan Patterson.

Ali, deitados sobre o céu aberto do quintal vazio de Katie Monroe, o som da música eletrônica, embora muito alto, era completamente abafado pelas paredes de concreto da casa.

- Sabe, eu sinto falta da minha infância. - Dylan disse, mechendo-se na grama. - Sério, acho que Nova Jersey não era tão iluminada assim, eu lembro de poder ver o céu mais estrelado.

- Eu sei. - Jhennifer disse, sentindo que seu vestido aos poucos enxarcava pela grama úmida. - Mas não importa se o céu está tão pouco estrelado ou fechado agora. Com você aqui, está tudo perfeito.

Dylan sorriu, se sentando e apoianto as mãos na grama. Jhennifer se sentou ao seu lado, a medida que os braços de Dylan a entrelaçavam. Era incrível como aquela sensação de proteção era ótima, algo que não sentia já há muito tempo. 

- Como você consegue ser tão perfeita? - Dylan perguntou, entrelaçando os dedos entre os fios castanhos de Jhennifer Willis. 

Os lábios gelados de Dylan Patterson tocaram os seus, despertando todas as sensações adormecidas entre aquelas horas desde o último beijo. Segurou seu pescoço enquanto os dedos tinham contato com o couro cabeludo repleto de fios ruivos de Dylan.

Jhennifer rompeu o beijo, colando sua testa sobre a de Dylan e fechando os olhos.

- Eu preciso te contar uma coisa. - Jhennifer sussurrou.

Dylan afastou-se segurando suas mãos.

- É sobre o meu namoro com o Daniel... - Jhennifer continuou. - Lembra de quando você perguntou porque eu fiquei tanto tempo com ele?

Dylan balançou a cabeça afirmativamente, confuso pelo assunto inesperado.

- Pensei que você já estivesse adaptada com o namoro, acomodada. Por isso não tomou a iniciativa antes. 

Jhennifer suspirou.

- Esse é um dos motivos. Mas não o principal.

Dylan arqueou as sobrancelhas.

- Eu não entendo. O que mais poderia ser.

- Dylan... Eu espero que você não pense que eu quis fazer isso.

- Jhenni, do que você está falando? - Dylan perguntou, já assustado.

Jhennifer fechou os olhos, respirando fundo e colocando para fora:

- Meu pai me forçou a namorar com o Daniel por todo esse tempo por causa da nossa empresa.

Dylan arregalou os olhos.

- Como assim?

Jhennifer soltou suas mãos, coçando o pescoço enquanto buscava as palavras certas para contar sua história.

- Lembra de quando falimos no início de 2009? - Perguntou Jhennifer, piscando devagar enquanto tentava evitar derramar as lágrimas que apareciam sempre que lembrava dos anos de dificuldade. 

Dylan tocou seus olhos, acariciando as linhas de seu rosto.

- O pai do Daniel ofereceu um investimento ao meu pai. E ele aceitou, por todos esses anos... Eu tive de continuar com o Daniel mesmo sem querer!

Dylan franziu os lábios, abaixadoo olhar e balançando negativamente a cabeça.

- Isso parece inacreditável...

- Eu sei... - Jhennifer sussurrou. - Mas é a verdade. Eu nunca gostei de nada disso, eu sempre me senti mal...

Jhennifer não pode completar, sendo interrompida pelo contato de seus lábios com os de Dylan. E então, teve certeza de tudo aquilo. Não importava o quão mal se sentia, o quanto pensasse que sua atitude de ajudar a familia pudesse ser mal interpretada. Nada daquilo importava para ele. E, pela primeira vez, sentiu que não precisava ter medo de demonstrar quem era e o que já fez algum dia.

- Eu não me importo... - Sussurrou Dylan, em meio ao longo beijo que depositava em seus lábios. - Eu sei quem você é de verdade. Eu entendo que você tenha feito por seu pai, isso é admirável...

Jhennifer sorriu, apertando Dylan contra seu corpo em um forte abraço.

- Eu não vejo a hora de poder mostrar você como minha namorada pra todo mundo.

Jhennifer afastou-se, olhando fixamente para seus olhos.

- É mesmo? Porque você nunca me pediu em namoro.

Dylan sorriu, levantando-se da grama e estendendo a mão para a garota à sua frente, fazendo-a levantar logo depois.

- Então vem, tenho uma coisa pra você. 

...

Katie Monroe discava o número de Jhennifer Willis pela quinta vez naquela noite. Não entendia porque o celular da amiga estava desligado, muito menos porque ela ainda não havia chegado. 

Sorria para as pessoas enquanto caminhava entre as dezenas de convidados que dançavam pelos cômodos da casa, cantarolando a música que tocava no som. Andou até a cozinha e abriu a geladeira, enchendo um dos copos de plástico com um refrigerante gelado.

Ainda sentindo o borbulhar do líquido que bebia, Katie aproximou-se da janela, olhando o quintal que era iluminado por poucas estrelas no céu e uma fraca lâmpada fluorescente. O clima ainda estava um pouco frio, o que fez com que Katie contraísse seus braços contra o corpo que vestia um vestido preto de paetê. Iria simplesmente virar e voltar para a festa, não fosse a cena que lhe assustou a princípio.

Um casal se beijava no quintal, uma garota de cabelos castanhos e um garoto de cabelos ruivos. Katie franziu os olhos, logo reconhecendo Dylan Patterson em seu quintal. 

Por mais estranho que fosse, ver Dylan beijando outra não lhe atingiu tanto quanto pensava poder. 

Amassou o copo de plástico e jogou-o na lata de lixo ali ao lado, ignorando o beijo à sua frente. Não era nenhuma novidade pensar que ele tinha relacionamento com outras garotas, deveria ser apenas mais alguma daquelas que se arrastam a seus pés.

- Parabéns Katie!

Sorriu para mais uma das dezenas de pessoas que lhe congrautularam naquela noite e continuou voltando para a pista de dança no centro da sala, mechendo-se no rítimo da música  que tocava. 

Ainda dançando entre os convidados, Katie ouviu o som parar.

As pessoas voltaram-se para o o local onde estava o som agora desligado, vendo que Dylan Patterson havia sido o culpado pela música parada.

Katie acompanhou o trajeto do garoto que segurava aquela mesma garota do quintal até o centro da pista de dança. Quis ver o seu rosto, mas os cabelos castanhos ocultavam a face da garota.

Longe do local onde haviam parado, Katie ouvia o murmurar das pessoas ao seu redor. 

- O que aconteceu? - Perguntou a uma das garotas que se amontoavam a sua frente para ver o que acontecia.

- Ele a pediu em namoro. - A garota respondeu, olhando para trás pelos ombros e sorrindo. - Na frente de todos. Não é lindo?

- E quem é ela? - Perguntou Katie, sentindo uma pontada no peito.

- Eu não sei. 

...

Mary senita que seus pés gritavam por uma superfície plana. Estava louca para tirar aqueles saltos e caminhar descalça pelo carpete felpudo de seu quarto, mas não sentia a mínima vontade de encerrar aquela conversa.

- Ainda não acredito que finalmente te encontrei. - Peter disse, passando as mãos pelos fios loiros de seus cabelos.

Mary sorriu, ainda constrangida e sem graça perto de Peter Johnson.

- Como sabia que eu estava aqui?

- Eu não sabia. - Peter disse, envergonhado e abaixando o olhar. - Na verdade eu tenho procurado por você desde aquelas férias que nós... você sabe. Mas eu nunca mais te encontrei. Nem tinha muitas esperanças que você estivesse aqui hoje.

Mary arregalou os olhos, surpresa pela busca de Peter Johnson. Ele estava mais bonito do que o lembrava da aparencia do rapaz. Seu corpo havia crescido, ganhado massa muscular e o rosto adolescente com acne agora estava liso e perfeitamente lindo.

- E como é na Universidade?

Peter sorriu, entusiasmado pelo assunto.

- A NYU é ótima. As pessoas são acolhedoras, amigas. E o curso de Jornalismo é fantástico, não podia estar mais realizado!

- Fico muito feliz por isso! - Sorriu Mary, unindo as mãos e batendo os pés no chão.

Peter estalou os dedos, olhando para Mary Monroe à sua frente.

- Durante todo esse tempo, eu queria te conhecer, ver como você é depois de todo esse tempo. E, confesso que tive uma surpresa impressionante. - Disse, olhando para seu corpo e suas roupas. - Vou ficar em Nova Jersey esse fim de semana. Quer almoçar comigo amanhã?

Mary sentiu seu coração parar por uns instantes. Ser convidada para sair por um garoto era algo novo, algo que a fazia sentir-se importante, especial.

- Claro! - Respondeu depois de alguns segundos, sorrindo claramente para o garoto à sua frente.

...

- Você já vai?

Mary virou-se para o local de onde a voz havia saído.

Daniel Harris estava surpreso. Encostado em seu carro, na porta da casa de Katie Monroe, Mary era a primeira pessoa que via sair da festa àquela noite. Estava descalça, segurando os sapatos de salto nas mãos direitas.

- O que está fazendo aqui fora? - Mary perguntou, caminhando até Daniel enquanto seus dedos estalavam a medida que pisava descalça na calçada. A sensação era aliviante.

Daniel colocou as mãos nos bolsos, olhando para dentro da casa que vibrava.

- A festa está chata.

Mary riu e encostou no carro ao seu lado.

- Chata? Pensei que estivesse se divertindo com a Taira. 

Daniel revirou os olhos.

- Descobri que não gosto dela. Muito menos de ouvir ela falar. - Suspirou. - E você e aquele seu amigo? Parece que se conhecem há muito tempo.

Mary sorriu, esquentando os braços gelados com as mãos.

- É verdade. Faz tempo, demos o nosso primeiro beijo juntos. - Mary abaixou a cabeça, sentindo seu rosto esquentar. 

Daniel sentiu uma pontada de raiva contra seu peito, respirando o ar gelado de Nova Jersey.

- Você gosta dele? - Perguntou, olhando firmemente para a calçada.

Mary arregalou os olhos.

- O quê?! Não! Quer dizer, eu não sei, ele é legal...

Daniel mordeu o lábio inferior.

- Ele te chamou pra sair?

Mary arqueou as sobrancelhas.

- Como sabe?

Daniel entortou a boca em um falso sorriso.

- Tava na cara que ele iria te chamar pra sair.

Mary entrelaçou os dedos, estalando-os logo depois.

- Vamos almoçar amanhã. - Disse, olhando para os olhos tristes de Daniel Harris. - Então, eu tenho de ir. Derramaram refrigerante em mim, quero tomar um banho.

- Você vai a pé? - Daniel perguntou, arqueando uma das sobrancelhas.

Mary revirou os olhos.

- É aqui perto, só alguns quarteirões.

Daniel abriu a porta do banco do co-piloto, apontando para dentro do carro.

- Entra.

- Não, é aqui perto.

- Mary, é tarde. Entra!

Ela revirou os olhos novamente, jogando os sapatos dentro do carro e sentando-se no banco.


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Notas finais do capítulo

Vamos lá, deixe seu comentário!