Math For Love escrita por Valentine


Capítulo 19
Friday - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Gente, como vão? Esse capítulo é o inicio de um bloco de três capítulos que irá narrar essa noite de sexta-feira, na qual muitas coisas no rumo da história irão mudar. Espero que gostem e aguardo comentários! Beijos!



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Finalmente, aquele dia chegou. Não sabia se todo aquele nervosismo ao decorrer daquela semana foi por medo, alegria ou insegurança com o que aconteceria àquela noite. Prometera a si mesma que a faria acontecer, que a partir daquela data, seu relacionamento estaria mais unido e compromissado do que nunca estivera. E, sem saber ao certo qual era o tipo de sentimento que prevalecia naquele confuso aperto em seu peito, Jhennifer suspirava mais uma vez, preparando-se - psico e fisicamente- para aquela noite.

Faltara à todas as aulas, passando toda a sua manhã e tarde no shopping. Olhava as lojas de roupa íntima e sentia seu rosto arder ao ver roupas que nunca imaginara usar um dia. "Não!" - pensava consigo mesma, "Não posso usar esse tipo de coisa!".

Katie oferecera-se para ajudá-la e passar o dia com ela, mas ela a recusou. Sabia que precisava de um tempo sozinha para tentar afastar todas aquelas sensações que lhe perseguiam.

Caminhou novamente pelos corredores bem decorados, um pouco desesperada por ainda não ter comprado nada, sem saber para onde ir.

"Talvez eu devesse mesmo ter aceitado a ajuda da Katie."

Sua escolha por ter desviado o caminho da escola para o shopping, foi, primeiramente, para evitar os questionamentos de Daniel sobre a noite que se seguiria. Há dois dias, quando prometeram tentar restaurar aquele namoro, Jhennifer sentiu que precisavam firmar aquele compromisso, que precisavam recuperar aquele tempo e a intimidade perdida. Convidara-o para passar a noite na sua casa, e a reação de Daniel foi, realmente, misteriosa. Ele parecia animado, quem sabe, no fundo, ele sabia mesmo o que iria acontecer na sexta à noite.

Mandou-lhe uma mensagem de bom dia, que foi logo então respondida pelo namorado. Avisara que passaria o dia no shopping, comprando algo de especial para aquela noite. Daniel respondera com dois pontos seguidos de um parênteses, significando um sorriso. "Sim." pensou jhennifer "Ele sabe o que estou planejando."

Embora ainda confusa, não podia negar que a ansiedade transparecia em cada batida do seu acelerado e palpitante coração.

Avistou uma outra loja de lingeries com uma vitrine bem decorada e menos selvagem do que a anterior e entrou, sendo logo atendida por uma recepcionista sorridente. A loja decorada por um papel de parede poá vermelho com bolinhas pretas, estava romanticamente arrumada e perfumada. Era um cheiro de rosas, talvez um umidificador de ar perfumado houvesse acabado de exalar aquele agradável perfume. Olhou ao redor, notando cada peça de roupa íntima ali presente.

– O que você procura? - A doce voz da atendente de cabelos castanhos em cachos perfeitos propagou-se no ambiente, fazendo-a fitar a vitrine.

Jhennifer corou. Não sabia porque estava tão nervosa, tantas vezes já frequentou uma loja de lingeries, porque sentia-se tão envergonhada? Era só fazer o seu pedido e pronto, ninguém precisaria saber o que aconteceria àquela noite.

– E-Eu quero uma lingerie... - Sentiu seu rosto arder. - nNo muito simples, mas também nada exagerado ou vulgar demais... - Jhennifer disse de uma vez, explicando seu objetivo.

A vendedora sorriu, caminhando até o balcão, pegando uma entre as dezenas de sacolas ali empilhadas nas prateleiras e colocando-a sobre a mesa.

– Olha essa aqui, é linda e acabou de chegar. - Disse, desabotoando a sacola.

"Claro, acabou de chegar. Conversa de vendedora." - Jhennifer revirou os olhos, desconfiada se a atendente satisfaria ou não sua procura.

A mulher retirou o conjunto de peças de dentro do saco, expondo-os em cima do balcão. Jhennifer pode admirar o tom rosa bebê da lingerie depositada sobre o tampo de vidro temperado daquele balcão. O sutiã era delicadamente contornado com uma renda branca, uma fita do mesmo tom entrelaçava a renda, encontrando-se com sua outra extremidade e formando um pequeno laço no centro. A parte inferior - leia-se calcinha - era totalmente diferente da maioria daquelas lingeries ali expostas, não era algo nem um pouco parecido com um fio dental, ou uma peça transparente. Era, assim como o sutiã de seu conjunto, rosa bebê, decorado com as mesmas fitas e laços, mas era composto, parecia um short, era delicado.

Apaixonou-se por aquele conjunto e decidiu levá-lo consigo, saindo da loja alegre por aquela compra. Lembrou de sua mãe, das palavras que ela dizia-lhe sempre que saíam juntas às compras: "Não sei porque é tão boa a sensação de comprar!" Jhennifer sorriu, passando as mãos pelos cabelos e recordando o rosto de sua mãe.

Que falta ela fazia, não é? Esse seria o tipo de momento de sua vida em que uma mãe seria mais do que importante. E, quem sabe, sua mãe poderia alertar-lhe sobre a burrice que estava planejando fazer.

Preferiu almoçar ali mesmo, na praça de alimentação, já que havia dispensado todos os funcionários da casa naquele dia. Seu pai, como quase toda noite, dormiria em Nova York por conta de alguma reunião importante que aconteceria tarde da noite. Ele já não era presente em sua vida, e ela acostumara-se a isso: outro motivo para que aceitasse passar tanto tempo em um relacionamento frio, ela já estava acostumada com isso em casa, e Daniel sempre foi uma espécie de apoio quando a ausência do pai a afetasse.

Voltou para casa quando a noite começava a aparecer, havia marcado com Daniel às 20:00h, precisava se preparar e controlar todo aquele medo que a invadia.

"Porque será, que lá no fundo, eu sinto que estou fazendo algo errado?"


...............


Daniel estava delirando. Não sabia mais o que pensar, não conseguia controlar sua imaginação. As palavras "passar a noite lá em casa" mencionadas por Jhennifer Willis o deixou completamente confuso e animado. Imaginou se sua namorada tinha alguma segunda intenção por trás de tudo isso, ou, quem sabe, era literalmente "passar a noite" lá.

Eles namoram há três anos, será mesmo que Jhennifer estava disposta a dar mais esse passo naquele compromisso? Será que ela queria mesmo ser sua àquela noite? De qualquer forma, resolveu se preparar para os dois. Até porque, cá entre nós, qualquer garoto de dezessete anos ficaria animado com isso.

Olhou no relógio mais uma vez, ainda faltava uma hora para seu encontro tão fantasiado na casa de sua namorada. Andou pela casa, sentiu o nervosismo invadir seu corpo, expulsando-o imediatamente e tentando parecer o mais natural possível com tudo aquilo.

Não podia esperar para saber o que o aguardava, precisava estar preparado.

Tirou do bolso o celular, lembrando-se do dia anterior, quando trocara seu número com o de Mary Monroe.

– Você não vai pra aula no sábado? - Ela lhe perguntara, assim que perguntou se poderia cancelar a aula do sábado.

– Não, quer dizer, eu não sei! - Ele respondeu, sem graça, sem ao menos saber o que aconteceria na sexta. - Eu vou sair na sexta e talvez eu me atrase ou não possa ir às aulas.

Mary respirou fundo, e ele pode notar um semblante estranhamente triste em sua face.

– Tá tudo bem? - Ele perguntou, estranhando sua reação.

Mary sorriu repentinamente.

– Claro! Qualquer coisa você me liga e a gente marca pra outro dia. - Ela disse, mudando completamente seu estado aparente.

Agora, Daniel discava os números que - estranhamente - havia decorado logo na primeira vez que sua tutora pronunciara. Levou o celular até o ouvido direito, ao som da discagem na linha. Contou três toques, e sentiu seu coração acelerar a ouvir a voz de Mary.

– Alô?

Não sabia se eram os ruídos da ligação que estavam deixando a voz de Mary Monroe rouca, ou se havia algo de errado com ela.

– Mary? Você tá bem? - Perguntou, preocupado.

Mary ficou calada. Daniel ouviu o som de soluços duas vezes, seguidos de um expirar profundo. Então ele teve certeza: por algum motivo, Mary estava chorando. E não sabia porque aquilo o abalou tanto.

– Mary, o que aconteceu? Porque está chorando? - Perguntou rapidamente, esperando uma resposta.

– Está tudo bem, Daniel! - "Não, não está!" Ele pensou ao ouvir a desculpa falsa da garota. - Você vai cancelar a aula de amanhã? - Ela perguntou, controlando a voz a fim de desfarsar o choro.

Daniel viu que ela não estava bem e que não queria conversar sobre aquilo, seja lá o que for.

– Sim... Podemos marcar para outro dia? - Ele perguntou, tentando não tocar no assunto que despertara suas lágrimas. - Eu te ligo amanhã, tá?

– Claro. - Ela respondeu, e logo desligou.

O choro de Mary abalou o estado de Daniel, e tirou completamente o foco de seus pensamentos para a noite que se seguiria. Ele guardou o celular novamente no bolso direito e sentou-se no sofá.

Mary estava passando por um problema, ele sabia. Mas, por mais preocupado que estivesse, não sentiu-se íntimo o suficiente para conversar ou tentar ampará-la. Pegou as chaves de seu carro, agradecendo por seu pai ter o devolvido após aceitar as aulas de reforço, e saiu da casa, entrando no veículo e deixando a propriedade dos Harris em direção à casa de Jhennifer Willis. Definitivamente, aquela prometia ser uma boa noite, e não deixaria que outras preocupações lhe atingissem.


...................


Ela olhava-se no espelho, admirando o curto e leve vestido rosa que usava, valorizando seu corpo sob a seda. A campainha tocou, tirando Jhennifer Willis de seus devaneios.

Respirou fundo, preparando-se para encontrar o seu namorado e para todos os acontecimentos daquela noite. Andou até a porta e a abriu, assutando-se imediatamente e tendo uma horrível sensação de déjà vu.

– De novo? O que você faz aqui, Dylan? - Perguntou, expirando toda a preparação que tivera antes de abrir a porta.

O garoto olhou nos seus olhos, fazendo-a sentir-se tonta e cambalear para trás.

– Eu preciso te contar uma coisa, Jhenni. - Ele inspirou. - Não dá mais pra esconder.


......................


Contando os vinte minutos que faltavam para o horário marcado, Daniel Harris calculou que conseguiria chegar a tempo apesar do engarrafamento que enfrentava para chegar ao bairro de Jhennifer Willis.

Os carros à sua frente começaram a afastar-se, e Daniel seguiu, pisando fundo no acelerador. Sentia raiva de si mesmo, porque, por mais que tentasse evitar, era impossível negar a preocupação que sentia por Mary Monroe.

Daniel girou o volante, fazendo o retorno na avenida.

"Não acredito que estou fazendo isso." - Pensou enquanto desviava do caminho de sua noite tão esperada rumo à casa de Mary Monroe.

Naquele momento, Daniel percebeu que, em pouco mais de duas semanas, a morena anti-social tornara-se mais importante em sua vida do que ele mesmo imaginava.


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Notas finais do capítulo

Ah, qual é? Sem seu comentário a história não vai continuar!



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