Almost Human escrita por MsNise


Capítulo 6
Nervosa


Notas iniciais do capítulo

Aqui está, um novo capítulo! Outro capítulo bem básico só pra história se desenrolar, mas o final dele é interessante haha Bom, a MsAbel revisou pra mim de novo :33
Nos vemos lá embaixo, cheguem até lá haha :*



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A primeira coisa que eu tomei consciência foi que estava deitado em uma cama. A segunda foi que estava muito calor; eu já estava até suando. E a terceira e última, é que tinha chegado a hora de levantar. Lamentei que meu sono tivesse terminado assim, de forma tão abrupta. 

Pisco contra a claridade, percebendo que estou na caverna. Ainda. Provavelmente nunca vou embora daqui, minha vida é aqui. Mas ainda penso que quando eu abrir meus olhos, eu vou me descobrir em meu quarto novamente e ver que tudo não passava de um grande sonho.

Não. Isso não vai acontecer. Eu não quero que isso aconteça. Nesse sonho eu tenho Peg e não posso perdê-la para a realidade. 

Falando em Peg... Ah! Aqui está ela, dormindo. Procuro mais um pouco pelo quarto e vejo Susan dormindo tranquilamente, toda encolhida na cama, provavelmente com medo. Suspiro. Quem imaginaria que tinha humanos vivendo soltos pelo mundo? Quero dizer, nós sabemos que existe o grupo de Nate e mais alguns que ainda não conhecemos, mas uma humana vivendo sozinha no meio da cidade sem nenhum esconderijo? Ninguém nunca imaginaria. Ela é uma criança - deve ter 13 anos para 14 - e ainda assim sobreviveu. 

Provavelmente preciso de um banho, mas prefiro esperar elas acordarem, tenho certeza de que não demorarão muito para fazê-lo. 

Susan geme e se vira no colchão, fazendo uma careta tentando abrir os olhos. Quando os abre, pisca-os várias vezes para se acostumar à luz. Finalmente entende o lugar onde está e quando isso acontece, ela se senta de súbito, girando a cabeça desorientada. 

- Calma - sussurro, para não acordar Peg. - Você está na caverna.

Ela me olha com seus olhos azuis arregalados. 

- Ian? - arrisca ela, um pouco indecisa. 

- Sim - sorrio para tranquilizá-la. 

- Então aquilo tudo não foi um sonho? Eu estou mesmo segura? - sua voz está estranhamente infantil. A voz de uma criança assustada. 

- Sim, você está segura, e com humanos - confirmo. 

Ela assente para si mesma e olha novamente o lugar onde está, com medo apesar do que eu disse. 

- Ian - outra voz me chama. Viro-me e vejo Peg piscando contra a luz e procurando por mim na cama. Dou a ela minha mão. Ela segura forte e finalmente abre os olhos. 

- Ah, você está aí - disse ela com a voz rouca.

- Sim, estou - rio de seu tom desorientado. 

Ela suspira e corre seus olhos por toda a extensão do quarto. 

- Ah, oi, Susan - diz, coçando seus olhos. 

- Oi - responde em um sussurro. 

O medo não foi embora. Ele retornou, na verdade. Susan ainda não se sente muito bem com Peg. 

- Que horas são, será? - pergunta-me Peg. 

- Eu diria que é aproximadamente meio dia... Por causa da posição do sol.

- Sim, concordo. Será que Mel e Jared já acordaram?

- Não sei, devemos conferir? 

- Devemos. Nós combinamos que nossa volta seria surpresa e é extremamente conveniente que agora seja a hora do almoço; todos os corredores e campos estão vazios. Podemos tomar banho e depois aparecermos lá, eles nos farão muitas perguntas.

- Tudo bem então. Vamos, Susan? 

Ela apenas assentiu e se levantou. Tirei a porta do caminho e esperei que Peg e Susan passassem para poder colocá-la novamente no lugar. Nós entraríamos no quarto para ver se Mel e Jared estavam acordados, mas não foi preciso. Dava para escutar do corredor os dois discutindo se deveriam nos acordar ou não. 

- Acho que eles devem dormir pelo tempo que quiserem - disse Mel. 

- Nós já acordamos, por que eles devem continuar dormindo? - protestou Jared. 

- Porque eles passaram por um bocado ontem. 

- Nós também passamos por um bocado ontem. 

- Não foi você que saltou do carro para salvar a menina ou conversou com um Buscador para nos salvar, ou foi? Não foi você que estava vivendo perdido no meio de uma cidade fugindo das almas, ou foi? - perguntou Mel exasperada. 

Quando Jared estava prestes a responder nós entramos no quarto deles, assustando-os. 

- Não precisam nos acordar, já estamos aqui - disse.  

- Ai que susto! - Mel quase gritou, pelo menos não era escandalosa. 

- Desculpe, não era nossa intenção - disse Peg.

- Era sim - discordei. Em parte para irritar Peg e em parte para irritar Mel. 

As duas reviraram os olhos. 

- E então, o que faremos? - perguntou Jared. 

- Estávamos pensando em tomar banho, depois ir para a cozinha para anunciar a nossa chegada - Peg comentou. 

- Cozinha? - Jared perguntou confuso. 

- Provavelmente é meio-dia, pela posição do sol. 

- Ah, sim. Então, vamos? 

Confirmamos. Voltamos para nosso quarto para pegar roupa. Peguei minha roupa de sempre: camiseta preta, calça jeans folgada e coturno. Peg pegou uma camiseta vermelha, uma calça jeans folgada também e um all-star. Melanie emprestaria uma roupa para Susan, que era um pouco menor que ela. 

Seguimos para a sala de banho em passos silenciosos. De fato não encontramos ninguém nos corredores. 

- Não vejo a hora de conhecer isso aqui... - murmurou Susan distraída. 

Não estava tão escuro agora e Susan não precisava de minha mão para guiá-la, apenas o barulho que nossos passos faziam era o suficiente.

Chegamos na sala de banhos em pouco tempo.

- Aqui é realmente escuro, você precisará da mão de alguém para te guiar - avisei, olhando para Susan. 

- Vamos - disse Peg, estendendo sua mão diminuta. 

Susan olhou indecisa para a mão estendida, mas não como olhou para minha mão ontem à noite - sabendo que iria pegar, mas com um pequeno medo -, ela olhou sabendo que não iria pegar aquela mão, porém sem saber quais palavras usar para recusar o convite. 

- Eu... - começou Susan, ainda meio hesitante. - Olha, eu sei que você nunca faria mal a ninguém, mas eu ainda não me sinto exatamente segura com você, me dê um tempo pra eu me acostumar, tudo está muito confuso ainda - pediu, cautelosa. 

- Tudo bem, eu imagino o quanto isso tudo deve ser desconcertante pra você - Peg sorriu com doçura para a humana. - Mel? Dê a mão para Susan? 

E então foi a vez de Melanie hesitar, não querendo estender sua mão. Não porque tivesse nojo ou medo, mas porque não tinha gostado da ideia de alguém rejeitar Peg. Algo no olhar de Peg a fez se render.

- Vamos? - perguntou Mel. 

- Só um minutinho - disse Peg. Ela afagou meu braço que estava em sua cintura e se virou para mim, sussurrando tão baixo que só eu seria capaz de escutá-la. Ela pegou meu rosto entre suas minúsculas mãos. - Você ficará bem? - perguntou-me. 

- Sim, por quê? 

- Você está um pouco irritado, posso sentir pela pressão dos seus braços. Dê a ela um tempo, como ela mesma pediu, tudo ainda está muito confuso.

- Eu sei, ela acordou e pensou que tudo tinha sido um grande sonho - resmunguei. 

- E então? Prometa-me que irá se comportar enquanto ela não me aceitar como os outros me aceitam. 

Hesito um pouco, basicamente porque sou humano, e então suspiro. 

- Tudo bem, vou tentar, prometo que vou tentar - ela sorri ternamente e aproxima seus lábios dos meus, tocando-os delicadamente, apenas um selinho. 

Ela se separa de mim e vai com as garotas. Elas desaparecem na sala escura. Eu e Jared nos sentamos no chão duro de areia para esperar. 

- O que Peg lhe disse? - perguntou-me Jared em voz baixa, para as meninas não escutarem. 

- Para dar um tempo para Susi, porque ela ainda está confusa e surpresa com tudo isso - respondo em voz baixa também, imitando-o.

- E você dará?

- Eu prometi. 

Ficamos em silêncio novamente, apenas escutando o barulho da água e das meninas se movendo nela. 

- Ian, posso te perguntar uma coisa? - sua voz é um pouco mais alta que um sussurro. 

- Fique à vontade - digo, esperando enquanto ele decide se irá ou não me perguntar o que está imaginando. 

- Por que... Por que você a salvou? Por que você quis tanto salvar essa menina? - perguntou-me finalmente. 

Não precisei pensar para poder responder. 

- Bom, ela é humana. Isso basta - disse. 

- Não, não foi só isso. Ela é uma humana, tudo bem, mas têm vários humanos por aqui e fora daqui também. Você se arriscou, arriscou sua vida, a nossa vida, só para salvá-la - comentou ele. 

Eu sabia que ele estava certo, mas não era tão complicado assim. 

- Eu... senti que não podia deixá-la ir. Ela é uma criança, não merecia ser capturada por ninguém, e provavelmente a descartariam porque acredito que ela resistiria, como Melanie. E não é verdade que eu arrisquei a vida de todos para salvá-la. Eu lhes deixei uma segunda opção quando mandei Peg trocar de lugar com você. Eu só arrisquei a minha própria vida. 

- Você apostou a sua vida nela. Você faria isso com Peg, eu posso entender, você a ama como eu amo Mel, mas Susan era completamente desconhecida. Você agiu quase como se já a amasse. Por melhor que você seja, você não é altruísta como uma alma. Você é apenas você, Ian, e é por isso que eu não entendo por que você se arriscou para salvá-la.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que está fraco, mas eu já disse que logo vai melhorar, que esse é apenas o começo e que é preciso ter paciência.
Provavelmente eu não poste todo dia, por causa da escola, tarefa e tal, mas eu vou tentar postar e escrever o mais rápido que eu conseguir no espaço de tempo que eu tiver.
Deixem reviews, é muito importante saber se vocês estão gostando, no que eu preciso melhorar e tudo isso.
Até o próximo capítulo :*



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