James fechou suas mãos em punho, novamente, em cima da mesa. Sirius seguiu o olhar dele e deu um sorrisinho debochado. Remus ergueu uma sobrancelha por cima d’O Profeta Diário que lia.

– O que foi? – perguntou Wormtail com a boca cheia, alheio a tudo, como sempre.

Sirius revirou os olhos e virou-se para o amigo.

– Como consegue ser tão lerdo, Wormtail? – ele suspirou. – Moony, explique para o nosso amigo, já que você tem mais paciência.

Remus deu uma risadinha e baixou o jornal na mesa da Grifinória.

– O que está acontecendo, meu caro amigo, é que o nosso querido Prongs está encarando a Evans e o namorado dela, o Diggory.

– E pelo jeito – acrescentou Padfoot, – está tão concentrado que não está nem prestando atenção na nossa conversa. Não é, Prongs?

Os três garotos riram quando não houve resposta.

– Mas por que o Prongs está olhando para o Diggory como se fosse matá-lo? – Peter sussurrou para Remus. – As famílias deles não são amigas?

Sirius soltou um suspiro irritado.

– Juro que um dia desses vou te mergulhar no Lago Negro, Wormtail. Para ver se te acorda.

Peter estremeceu, pegou um bolinho da mesa e levantou-se depressa, dizendo que tinha que ir.

– Assustou o garoto – repreendeu Remus quando Wormtail saiu do salão.

Padfoot deu de ombros.

Amos Diggory debruçou-se sobre a mesa e roubou um beijo de Lily Evans. Ao mesmo tempo, James grunhiu e intensificou o aperto das mãos, fazendo com que os nós dos dedos ficassem brancos.

Moony olhou para o casal (que ainda se beijava) e depois para as mãos de James, soltando um assovio.

– Prongs? Prongs? – chamou Sirius, aumentando o tom de voz quando o amigo não demonstrou qualquer sinal de ter ouvido. – Potter!

James olhou confuso para o amigo.

– O que foi?

– Está pretendendo perder permanentemente a circulação nas mãos, Prongs? – brincou Remus.

– Ah, isso – disse o moreno, relaxando as mãos imediatamente.

– Então, meu caro Prongs – começou Sirius, correndo os olhos pela mesa até o casal e voltando-os para James. – Apreciando a paisagem?

James revirou os olhos e não disse nada.

– Parecia estar muito interessado na cena – provocou Padfoot. – Principalmente em uma certa ruiva.

James continuou sem dizer nada.

– Ciúmes, Prongs?

– Não estou com ciúmes, Padfoot – ele respondeu, rápido demais.

– Então por que não parava de olhar e reagia a cada movimento dos dois? – perguntou Remus.

– Só estava querendo entender porque ela o escolheu e não eu – respondeu Prongs, dando de ombros.

Sirius trocou um olhar significativo com Remus.

– E por que ela te escolheria, Prongs?

– Porque – ele disse arrogantemente, bagunçando ainda mais os cabelos – qualquer pessoa veria que sou melhor que ele. Alias, sou melhor do que praticamente todos desta escola. Só que a Evans não percebeu isso ainda. Até você sairia comigo, Padfoot, admita.

– Quando você está livre, garotão? – Sirius piscou e fez sua melhor voz de gay.

– Idiotas – murmurou Remus.

O salão começava a esvaziar, com todos dirigindo-se para as grandes portas, indo para suas respectivas aulas. Amos e Lily passaram ao lado deles, de mãos dadas, e James virou a cabeça, parecendo a garota do Exorcista, para vê-los, fuzilando Amos com os olhos.

– E ainda fiz que não é ciúmes. Quanto tempo vai levar para admitir que gosta dela?

James apenas pegou uma maçã e mordeu-a, ignorando Sirius.

– Vamos – disse Remus levantando-se, sendo seguido pelos dois.

Sirius logo foi para o lado de Remus sussurrar algo para o amigo, deixando James um pouco para trás. Remus soltou uma risada alta, olhando discretamente para o rosto de Prongs. O ultimo nem se esforçou para alcançá-los.

– Eu não estou com ciúmes – James murmurou para si mesmo, andando distraidamente para a aula de História da Magia. – Eu acho.