E Se Eu Não Voltasse, Você Sobreviveria Sem Mim? escrita por GiGihh


Capítulo 24
Olhos da cor de chocolates


Notas iniciais do capítulo

oieee! voltei com um cap um pouco menor, mas mesmo assim cheio de emoções... sendo sincera escrevi ele inteirinho nessa manhã, já que não consegui parar de imaginar os movimentos de todos os personagens...
Então boa leitura, espero que gostem!



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SADIE

Sem pensar ou sequer raciocinar o que estava fazendo, entrei no quarto e já fui arrancando a faca das mãos de um brutamonte enorme! Não faço nem idéia de como, mas uma luta furiosa procedeu. Procedeu? Sério, eu acho que um ano com o Carter foi demais para mim! Mas enfim, o cara já estava longe de Emma; o lado positivo. Mas estava com toda a sua atenção voltada para mim; o lado negativo. A faca estava do outro lado do quarto e vi de relance Emma se arrastar até lá. O sujeito enorme tentava desferir golpes violentos em mi, mas só conseguia atingir as paredes e ficar com os dedos quase quebrados.

No fundo do meu ser eu ouvia uma voz: esquerda... Esquerda de novo... Abaixa... Direita... Sabia que era Hórus me ajudando numa luta que eu dificilmente ganharia sozinha. O Zé sacou um calibre 38 (sim, eu entendo um pouco de armas, ok?), e tentou atirar em mim a queima roupa... Não deu certo. Inclinei meu corpo para o lado e agarrei seu pulso virando a arma para cima; o primeiro disparo atingiu o teto. Ainda segurando o seu pulso com uma força extraordinária, dei umas três ajoelhadas com força nas suas partes intimas; ele se dobrou no chão se contorcendo de dor. “Muito bom!”, mas ainda não era o bastante para mim... Nem para Emma.

Ela com a faca nas mãos desferiu vários cortes nas pernas e braços expostos. Ele conseguiu se levantar e imobilizou o braço de Emma de novo, tentando roubar a faca de suas mãos. Antes de voltar a socorrê-la, chutei o calibre para longe e voltei a prestar minha ajuda. Dei uma cotovelada no braço que segurava o pulso da minha amiga e consegui afrouxar o aperto; Emma saiu ilesa; eu tive a conseqüência de receber um belo corte na coxa. A ardência era provocante, mas não era o suficiente para me impedir. Fui jogada contra a parede (pela segunda vez em um mesmo dia!) e senti meus músculos latejarem em protesto; sendo prensada na parede e tendo uma faca em meu pescoço, eu não tinha muito o que fazer... Senti a lâmina entrando na minha pele e o um fino traço de sangue escorrendo pelo meu pescoço e desaparecendo entre meus seios cobertos pela camiseta.

Ele estava apenas brincando comigo, mas eu não estava. Deixei que me feri-se de propósito. Sabia que se ele chegasse perto o bastante eu não seria a única a sair ferida... Mordi seu nariz, como se fosse um cachorro com muita raiva; não o soltei facilmente e muito rapidamente senti mais sangue escorrendo, dessa vez por meu rosto. O corte com a faca não havia sido fundo, mas ele ainda pressionava a lâmina contra minha pele; mais uma vez tirei a faca de suas mãos e dei um pequeno e fraco empurrão em seus ombros, fazendo-o se afastar alguns centímetros de mim e cuspi o sangue dele que havia entrado em minha boca. Com um pouco de distancia ganha, dei um pulo chutando seu peito com tanta força e ódio que pareciam nem me pertencer. “Boa garota!” – juro que dessa vez era a voz risonha de Set na minha cabeça.

Emma estava encolhida em um canto e tremia tanto que achei quase impossível ela se mexer para outra coisa. O Zé se levantou com ódio e veio correndo para cima de mim... Emma jogou seu corpo contra o dele o derrubando antes que ele chegasse até mim. Ele começou a forçar os ombros da menina, levantando-a e forçando-a a bater a cabeça com força no chão... Aquilo foi demais para mim. Limpei o sangue que escorria pelo meu queixo e coloquei a mão sobre o peito com a palma virada para fora, apontando diretamente para o “diabo” e fiz um movimento rápido, empurrando-o para longe, mas sem encostar em nenhum dos dois. O corpo dele se chocou da maneira mais violenta possível á parede; apareceram varias rachaduras nas lindas paredes brancas. O corpo caiu no chão de joelhos e levantou a cabeça para me dirigir um olhar raivoso... Substituído por medo.

-S- seus... Seus o- olhos... Estão vermelhos! – ele exclamou com medo. Emma começou a se levantar do chão e olhou para mim.

-Sadie! Seus olhos... – a voz da menina morreu no segundo em que a porta foi aberta de novo. O carinha número três apareceu com um calibre 38... Eu estava em choque com a afirmação e espanto nas falas de antes; o tiro de numero três atingiu meu braço de raspão e minha raiva voltou: fiz o mesmo movimento; com a palma voltada para fora empurrei o infeliz porta afora. Eu tinha certeza de que ele tinha rolado escada a baixo e que estava inconsciente.

-VADIAS! – o grito do numero dois carregado de ódio me fez rir com escárnio. Ele se aproximou de mim e eu tirei meu cajado do Duat acertando-o nas costelas com força fazendo-o ir parar do outro lado do quarto de novo. Meu cajado quebrou, mas fazer o que. Né?

-Vadias não. – Emma começou já de pé e eu terminei a frase.

- Putas, porque nós cobramos!

Ele nos olhou com um sorriso irônico e malicioso.

-Mesmo?

-Claro! – Emma estava começando a recuperar a própria voz.

-Ou você achou que ia torturar uma de nós e que ia sair assim, de graça? Não mesmo... E depois nós é que somos as ingênuas! – a ultima parte eu pronunciei olhando para Emma com triste na voz pensando em todos aqueles que nos olhavam como menininhas lindas e meigas... Mudamos a opinião deles rapidinho!

- Vamos ver quem ganha dessa vez, Loira!

-Eu nunca perco. Nunca!

Como quem espanta um mosquito, o “Diabo” bateu as costas das mãos em Emma jogando-a no chão do quarto, depois forçou seu corpo contra o meu; fomos parar no chão do quarto, rolando ele tentava sacar outra faca presa no cinto, enquanto eu o arranhava fazendo filetes de sangue escorrer e parte da sua pele ficar em carne viva... Ele sacou a faca e me desferiu um golpe que me deixou fraca demais para fazer muita coisa que não manter os olhos abertos; um corte na vertical pegando parte do meu braço esquerdo e atravessando todo o pulso, só indo parar no começo da palma da mão. Ele sorriu friamente e ia cortar meu pescoço, mas Emma, mais uma vez, jogou seu corpo contra o dele...

Minha visão embasada não registrava muita coisa alem do óbvio borrão de cores que era Emma e o “Diabo”... Minha cabeça doía e o meu pulso latejava; meus sentidos se enfraqueciam a ponto de nem mais sentir o sangue escorrendo e marcando chão de uma incrível cor rubra... No meio disso tudo, meus olhos capturaram a maravilhosa e inesperada cor de chocolate; um par de olhos para ser mais especifica. Minha visão foi voltando ao normal e pude ver o dono dos olhos e dos meus antigos sonhos... Anúbis me olhava com uma mistura de saudade, medo e força.

Muito relutante desviei meus olhos do seu e vi o “Diabo” erguer a faca e começar a abaixá-la na direção do pescoço da minha amiga. Via a cena em câmera lenta e também vi o deus-de-praticamente-nada-de-útil  (algumas coisas nunca mudam!)se aproximar de mim e me ajudar a ficar de pé. Dei as costas a ele e ignorei o arrepio que percorreu meu corpo com o seu toque levemente gelado, me voltei para o Zé e como Emma havia feito, joguei meu corpo contra o dele, atravessando as portas de vidro, quebrando-as com o nosso impacto; no meio dessa “queda” arranquei a faca de suas mãos e lhe cortei o pescoço, mas não profundamente. Ele caiu por cima de mim, mas empurrei seu corpo para o chão. Atravessar as portas nos causou novos cortes, mas eu ainda não estava muito satisfeita. Levantei-me e chutei seu corpo, fazendo com que quebrasse a muretinha de vidro e caísse no quintal.

Fiquei parada sentindo o vento me bagunçar os cabelos e provocando ardência causada por um corte na bochecha... Mas no fundo não me importei. Minha amiga estava a salvo, revi alguns amigos e descontei minha raiva... E Também vi novamente os olhos que achei que nunca mais veria... Emma chegou ao meu lado e ficamos olhando o corpo caído de dois caras, sendo que o terceiro estava inerte dentro de casa e fora de nossas vistas. O vento parecia acariciar meu rosto e me consolar... No mesmo instante, Emma e eu nos viramos e nos abraçamos forte; nossos corpos caíram no chão cheio de cacos de vidro e provocaram alguns novos cortes, mas nada sério. Dei uma ultima olhada para dentro do quarto e vi um deus sorrindo de lado e desaparecendo... Ele nem poderia estar ali... Fechei meus olhos e apertei ainda mais o corpo de Emma contra o meu; minhas lágrimas sumiam em seus ombros e as dela desapareciam contra meus cabelos bagunçados pelo vento.


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Notas finais do capítulo

desculpem qualquer erro meu!
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Bjs amores e até logo!