E Se Eu Não Voltasse, Você Sobreviveria Sem Mim? escrita por GiGihh


Capítulo 22
Castigo Part 2 -


Notas iniciais do capítulo

Oieee meus lindos leitores!
Cap novinho para vocês...
Boa leitura:



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WALT/ANÚBIS

Eu e os rapazes já havíamos combinado qual garota “agarraríamos” e todos, embora no fundo não quisessem, deixaram a loira para mim. Chegávamos às arquibancadas quando as vimos. Combinemos que todas elas são deslumbrantes (claro! Até porque elas são as únicas que “ameaçam” Andrea), mas agora... Nossa! Elas tinham era muita sorte por aquela “professora” não estar próxima á quadra. O uniforme justo e curto, só fazia acentuar as belas curvas das garotas; e no caso de Sadie, destacar seus olhos.

Nos minutos em que ficamos parados, babando e admirando-as em silencio elas conversavam calmamente (algo não muito comum). De longe víamos o quanto todas estavam cansadas. Voltamos a nos aproximar sem que nenhuma delas nos visse... Abracei Sadie por trás e senti seu corpo se encolher com o choque e, para a minha total surpresa e alegria, relaxar logo em seguida como se seu corpo reconhecesse e gostasse do meu toque.

Ver Sadie nos meus braços quase adormecendo me trouxe a feliz sensação de paz. Fiquei um bom tempo me dedicando a acariciar seus cabelos sem me importar com o assunto que circulava entre todos os outros. Sadie estava realmente cansada da noite anterior... E eu não a culpo: uma festa, um grande susto, um desafio, uma corrida, outra festa e a volta de lembranças de um passado que deveria estar morto... Isso sem contar os muitos bêbados repulsivos que encontramos no caminho de volta. É; a noite foi longa!

Mas voltando para assuntos mais recentes... Aquele moleque Lion estava pedindo uma boa surra. Diz que gosta da menina e chega gritando como se estivesse em chamas só para acordá-la e tirá-la dos meus braços... Estava começando a perceber o quanto aquela escola tinha alunos e professores “malvados”. Lógico que, como a Sadie diz, nada supera meninas malvadas. Ele provocou de uma maneira baixa e teve a resposta mais do que á altura... Como Anúbis diz, Sadie tem uma língua ferina. E eu ainda complemento: muito, muito afiada. O professor chamou Sadie e pediu algo a ela; a menina se apressou a seguir por alguns corredores e pude sentir a sua inquietação através do colar. Não nego que não gostei de vê-la se afastar.

... Uma dor me atingiu como se eu tivesse sido jogado, de uma forma inesperada, no concreto. Fechei os olhos com força e ao abri-los chequei meus braços doloridos, mas eu estava intacto, então... Não! Tinha algo errado com Sadie. Sua dor me vinha através do colar e não demorou a ela pedir ajuda; sua voz vinha acompanhada de soluços. Pulei da arquibancada e corri por corredores, mesmo com as exclamações e interrogações de nossos amigos. Deixei o colar me levar até ela e muito antes de ver, eu já sabia que Lion tinha alguma relação com isso. Empurrei a lateral do corpo do desgraçado, forçando-o a parar no chão. Não tive nenhum acesso de cavalheirismo ou honra; parti para cima daquele traste sem ao menos esperar ele se levantar. O molequinho tentava revidar e me atacar por ter interrompido o seu momento com a loira, mas ele não tinha muito sucesso... Sim, ele conseguiu me acertar alguns socos, mas não senti nada. Enquanto a raiva cega algumas pessoas á outra ela da força e agilidade.

Professores e alunos surgiram e tentaram nos separar sem muito sucesso. Senti o ar faltando à loira e me rendi ao professor. Ouvi ao fundo a voz do diretor e percebendo que seus olhos pousavam sobre mim, voltei meu olhar para Sadie... Ele seguiu meus olhos e encontram a figura pálida e um pouco assustada. Livrei-me de todos para chegar até Sadie; um simples olhar irritado bastou para afastar todos de perto dela. Assim que a peguei em meus braços levei-a para a sala do diretor.

---*---

-Sentem-se. – o diretor praticamente exigiu. Lion se sentou relutante com dois professores ao seu lado. Sim, praticamente todos os professores estavam ali, inclusive “a” professora. Coloquei Sadie no chão com delicadeza e deixei minha mão em suas costas, um apoio para ela que manteve seu corpo próximo ao meu. Permanecemos em pé atraindo olhares furiosos de certa vadia e olhares surpresos dos outros professores. Sadie não parecia assustada ou mesmo fraca; só parecia uma menina cansada e com muita raiva dentro de si.

-O que aconteceu? – o coroa super compreensivo disse.

-Esse maluco – Lion apontou para mim – me agrediu sem razão alguma!- o diretor ergueu uma sobrancelha e tentou olhar para Sadie, mas a loira e eu estávamos ocupados trocando olhares compreensivos. Eu ia tentar discordar e formular uma boa defesa para mim, mas Sadie pousou uma de suas mãos em meu peito e buscou por meus olhos. Assim que compreendi, não tirei mais meus olhos dela e a menina baixou o olhar.

-Eu estava seguindo por alguns corredores quando resolvi acompanhar a Sadie e o bobalhão enciumado ali – mais uma vez ele apontou para mim com ódio – resolveu me espancar só por estar perto da menina.

Levantei os olhos para olhar os professores e me deparei com uma vadia extremamente vermelha e com um ódio muito maior do que o de Lion. O diretor continuou tentando obter qualquer sinal dos olhos da loira, mas sem obter qualquer sucesso. Alguns segundos se passaram em um silencio desconfortável e Sadie ainda olhava para baixo.

-Certo Lion, você não esta me dizendo a verdade. – o diretor disse em um suspiro quase exagerado.

-O que?  Mas é lógico que estou dizendo! – Lion estava voltando a ficar vermelho.

-Não. Você não está. – o velho insistiu – Tenho já certa experiência com mentiras e já aprendi com uma aluna a identificá-las. E você, senhor Lion, não esta contando a verdade.

O menino riu sem emoção alguma; o escárnio era quase palpável.

-E quem foi essa tal aluna, tão brilhante, que ensinou a um velho, truques sobre mentiras? Peça a ela que conte se estou mentindo ou não. – Lion estava se achando vitorioso.

-Por acaso, ela esta nessa sala... E se recusa a olhar para mim. – o diretor completou olhando para Sadie que permaneceu a fitar o chão. Lion ficou tão vermelho quanto se é possível ficar. Juro que mais um pouco e ele iria ficar em um tom próximo ao de Osíris.

-Sadie... Lion esta contando tudo o que sabe? – a voz do diretor suavizou e Sadie ergueu os olhos para encará-lo – Conte a nós o que levou o senhor Walt Stone a bater no menino Lion.

Lion fuzilou o diretor com os olhos enquanto eu me esforçava para conter o sorriso. Sadie afastou seu corpo centímetros do meu e ergueu o pulso. Todos os presentes na sala voltaram seus olhos para o pulso, agora, roxo da menina. O diretor arregalou os olhos e antes que dissesse algo, eu fiz a menção de voltar a socar o idiota do Lion; o menino se encolheu e os professores avançaram para o lado do menininho medroso para impedir um ataque meu... Mas não foi precisou. Assim que levantei o punho, Sadie tocou meu pulso com ternura e carinho e logo em seguida o segurou com o mesmo carinho. Sua outra mão foi parar na minha cintura, como que me segurando, mas sem fazer força alguma; só me prendendo a ela. Abaixei o punho e continuei a fita-lo com ódio; Sadie não me soltou e seu toque foi me acalmando aos poucos. Enquanto isso os professores olhavam para nós dois surpresos.

- Sadie... Explique isso melhor. – o diretor pediu ainda incrédulo.

-O professor Marcos pediu que eu pegasse gelo para uma aluna e eu fui. No meio do caminho esse traste – Sadie apontou para Lion, mas não desviou os olhos do diretor. Parece que eles dois se comunicam com os olhos – me jogou contra a parede e me prendeu pelos pulsos.

- E por que ele fez isso senhorita Kane? – algum professor que eu não reconheci perguntou.

-Porque ele queria me beijar a força. Se bem que ele queria muito mais do que beijos. – mais uma vez, fuzilei Lion com os olhos e abracei Sadie, abraço esse correspondido. Os professores continuavam um pouco receosos de um ataque meu.

-ISSO É MENTIRA! – o grito de Lion foi desnecessário para meus ouvidos.

-Cale-se! – um professor de aspecto severo silenciou o traste – Não a nenhuma prova de que a sua versão é a verdadeira. Alem do mais, como você explica os pulsos da menina estarem roxos?

- Foi aquele palhaço ali no canto! Vejam como ele segura a Sadie! Olhem para ele. – ele dizia fora de si.

Todos os professores olhavam para Sadie e eu: a loira estava colada ao meu peito de uma forma em que buscava segurança. Mesmo sem olhar, eu sabia que não apertava a menina contra mim; eu apenas a abraçava.

-Não foi Walt que agarrou Sadie. Isso é visível. – uma professora baixinha se pronunciou.

-Uma semana de suspensão. E quando voltar pegará dois meses de detenção. – o diretor foi direto ao ponto – Se isso ocorrer uma próxima vez, será expulso. Fui claro? Tire ele daqui e liguem para os pais avisando da suspensão.

Todos os professores saíram com exceção dela.

- Confia mesmo na garota? – o diretor ergueu uma sobrancelha para a professora – Quero dizer, ela já mentiu antes e todos aqui sabemos que mente e atua muito bem.

-Sei quando Sadie mente. E só de olhar para o rapaz sei que ele apenas protegeu uma aluna que estava prestes a ser violentada por um colega. Esta dispensada Andrea. – ela saiu ainda mais estressada. Sadie e eu nos separamos, já que o “perigo” passou

- O que eu faço com você, Sadie? – o diretor perguntou esfregando as têmporas. Sadie ergueu os ombros.

-Me dispensa? – um sorriso se formou no semblante sério do diretor.

-Você é incorrigível garota. Walt, quanto a você não irei castigá-lo, até porque eu sei que Sadie iria te defender e ela nunca perde para mim. – Sadie sorriu – Até imagino os argumentos que ela utilizaria... Os convincentes e os chantagistas – o sorriso de Sadie só aumentou e o meu também - Sadie, tire o uniforme de ginástica e poderá ir para casa. Walt, como o segurança, também esta liberado. Dispensados.

---*---

Segui com Sadie até os vestiários, agora, vazios. Ao invés de entrar, Sadie parou na parede oposta e olhou para os lados. Ergui uma sobrancelha.

-Não vai entrar?

-Sozinha? Não, eu passo.

-Mas...

-Francamente Walt, você não era assim! – continuei quieto e Sadie respirou fundo – Magia, Walt! Já ouviu falar?

Sadie estalou os dedos e mudou de roupa: seus jeans e camiseta e os tênis.

-Me leva para casa? – ela perguntou e eu apenas sorri a passei meus braços ao redor dos seus ombros.

SADIE

Depois que eu dormir por uns dois dias para compensar o meu cansaço físico e moral o Lion seria um menino morto! Francamente me agarrar já é um crime e deixar meus pulsos roxos? Isso é pedir uma morte lenta e dolorosa.

Assim que Walt e eu saímos da escola (também conhecida como Inferno 2) o diretor ligou para os meus avôs. Que ótimo! Mais um motivo para eles me prenderem no quarto sem nada... O que me lembra... Peguei meu celular para aproveitar meus últimos minutos com ele e com muita musica. É pedir muito para eu não chegar em casa? Talvez seja. Coloquei um dos fones e me virei para Walt.

-Quer escutar? – perguntei a ele oferecendo o fone. Ele ergueu uma sobrancelha e eu ri. Aproximei-me e coloquei o fone. Escutamos varias musicas desde as mais agitadas da Avril Lavigne as mais lentas e “melosas” de um povo que eu nem sei quem é. Por culpa dos fones, nossa distancia foi muito reduzida; eu só não sei dizer se isso é bom ou ruim. Alguém ai sabe?

Avistei a casa e quase que por impulso diminui o ritmo.

-Você não gosta muito de ficar trancada, não é? – Walt perguntou com um meio sorriso

-E alguém gosta? – perguntei em duvida se realmente alguém gostava

-Não, eu acho que não – ao final da resposta estamos na frente de casa. Walt e eu tiramos os fones ao mesmo tempo, mas permaneci com o celular em mãos.

-Nunca pensei que fosse querer ficar na escola – murmurei mais para mim mesma do que para Walt, mas ele ouviu e deixou um risinho escapar.

-Você é mesmo incorrigível! – ele sorria para mim.

-Pois é! Tchau Walt. – ele murmurou um tchau e eu entrei; não vi meus avôs então subi as escadas quase correndo...

-Onde você pensa que vai? – a voz do meu avô chegou até mim de uma maneira cortante. Eu parei e me virei para vê-los subindo as escadas e se aproximando ainda mais de mim.

-O que aconteceu na escola? Seu diretor disse que houve alguma confusão e que você nos explicaria tudo direitinho. – vovó estava na minha frente. Ergui o pulso roxo e disse de uma só vez.

-Um menino tentou me agarrar à força e meu amigo foi me defender. Essa é a versão resumida.

-O celular. – vovô pediu; ele nunca se esquecia dos meus castigos. Pensei rápido e então...

-Vocês poderiam ficar apenas com a bateria. É mais fácil para vocês e eu continuo sem poder mexer nele. – Meus avôs pensaram sobre o assunto e então concordaram. Um suspiro aliviado quase escapou. Tirei a capinha e logo em seguida a bateria do meu celular. Vovó quase me empurrou para dentro do quarto e assim que entrei, ela trancou a porta. Assim que me vi sozinha corri até a janela; abria as cortinas e meu pesadelo foi confirmado... A janela estava trancada.

Joguei-me na cama e fiquei admirando as paredes e o meu amado mural de fotos durante alguns minutos. Depois me virei para o criado-mudo e abri a gaveta... Minha bateria estava ali, alis eu tenho umas três baterias de emergência, mas nunca pensei que fosse usá-las em um castigo. Recoloquei a bateria no celular e o coloquei no silencioso. Antes que eu percebesse estava dormindo com o celular ainda em mãos...

Acordei assustada com a vibração do celular em minhas mãos. Era uma ligação, mas não consegui ver de quem era... Meus olhos estavam vendo tudo de uma forma meio desfocada.

-Alô. – minha voz de sono era baixa para meus avôs não ouvirem.

-Sadie, socorro!   


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Notas finais do capítulo

Me desculpem a demora e qualquer erro existente...
E então... Quem pediu por socorro?
rsrsrsr bjs amores!