E Se Eu Não Voltasse, Você Sobreviveria Sem Mim? escrita por GiGihh


Capítulo 18
Festa Part 2 - Verdade ou desafio?


Notas iniciais do capítulo

Bom, acho que não demorei...
Acho que muitas esperaram para este cap... Mas não se empolguem rsrsrs
Boa leitura anjas!



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SADIE

Eu me divertia muito! Estávamos todas as cinco dançando animadamente e, como consequência, chamando a atenção de praticamente todos os meninos na festa... Mas eu me divertia... E cada minuto sentia o olhar penetrante e protetor dele sobre mim.

Percebi que já estava na hora de fazer o que tinha que ser feito. Troquei outro olhar com Milena e ela assentiu. Aos poucos sem que ninguém percebesse fui me afastando. Quando cheguei à porta eu vi...

Walt estava aos beijos com uma garota que eu não lembrava o nome. Saí do pátio o mais rápido e silenciosamente possível. Senti meus olhos lacrimejarem... Lembrei então toda a dor que sentira na praça quando meus lábios roçaram nos do garoto desconhecido... Desta vez foi pior. Senti meu estomago embrulhar, minha cabeça doer e meus olhos ardiam com lágrimas pesadas que eu me recusava derramar. Tudo isso somado a dor e o desespero que sentira da primeira vez. Minha visão escureceu e eu senti meu corpo ficar mole... Não!

Engoli o choro e grande parte da dor que sentia (basicamente me forcei a isso). Eu tinha que ser forte pelas minhas amigas; forte pelas meninas que eram como irmãs para mim. Comecei então a correr o mais rápido que podia, saindo dos corredores iluminados e indo para um dos poucos corredores escuros e me aproximando cada vez mais do meu objetivo naquela festa... Diminui o passo, andando devagar e com cautela. Tinha algo naqueles corredores que me incomodava profundamente.

Andava tão devagar que nem sabia mais se estava em condições de ir mais rápido. Adentrei a escuridão e passei a seguir por uma infinidade de corredores e portas... Todos sem qualquer tipo de iluminação. Subi alguns lances de escada.

Eu tinha plena consciência de que meu coração estava acelerado a uma frequência e a um ritmo praticamente absurdo... Mas o que me preocupava era a escuridão. Era praticamente impossível ver qualquer coisa, a menos que a distancia fosse mínima (com isso eu quero dizer que: você só via quando estava quase grudado ao objeto)...

Senti o pavor e o medo tomarem conta de todo o meu corpo e mente... Meu pulso havia sido segurado e puxado com força. Meu corpo colidiu com outro corpo, este maior e mais forte do que o meu. Tentei puxar meu braço, mas tudo o que consegui foi que o individuo me jogasse prensasse na parede, segurando com força minha cintura com um das mãos e com a outra meu pulso, mantendo-o colado a lateral do meu corpo... Sufoquei um grito quando reconheci o toque e fiquei próxima o bastante para ver de leve os traços do seu rosto.

Senti as lágrimas voltarem aos meus olhos e desta vez não consegui contê-las. Lágrimas de medo, alivio e tristeza percorriam meu rosto sem que eu conseguisse controlá-las. Meu corpo fraquejou e começou a escorregar pela parede. Walt amparou meu corpo e sentou-se no chão me colocando em seu colo. Ele me envolveu com os braços, em um abraço reconfortante, enquanto eu me permitia chorar contra seu peito. Cuidadosamente ele começou a acariciar meus cabelos. Uns quinze minutos depois e eu já estava mais calma...

Afastei meu rosto do peito do rapaz e disse com a voz irritada e ainda carregada de medo:

-Seu idiota, vai acabar me matando assim!

-Eu vou acabar te matando? Foi você que saiu sozinha pra começo de conversa. Podia ter avisado, mas não! Saiu sozinha. Sozinha, Sadie! – senti a irritação junta com toda a preocupação na sua voz.

- Tá bom. Eu saí sozinha. I daí? Isso não é motivo pra você chegar mais silencioso do que um gato e agarrar meu pulso em um corredor muito mal iluminado! – eu praticamente rosnei, mas senti a voz falhar e novas lágrimas se formarem em meus olhos.

-Hei, não precisa... Olha me desculpa! – ele me abraçou mais forte, me puxando para ainda mais perto. Mais uma vez, encostei meu rosto em seu peito e permiti que ele me confortasse. Suas mãos acariciavam-me as costas e paravam em meus cabelos. Quando as lágrimas cessaram, eu não me afastei... E tão pouco queria.

Walt beijou meus cabelos e com uma voz doce perguntou:

-Já esta se sentindo melhor?

Esbocei um sorriso mesmo sabendo que ele não o veria.

-Estou sim. – minha voz saiu baixa. Ao pronunciar estas palavras, comecei a me levantar, mas fui impedida por Walt.

Mesmo no escuro e quase não vendo nada, Walt tomou-me em seus braços e me ergueu no seu colo junto com ele. Assim que ele se colocou de pé, relutando, colocou-me no chão a sua frente. Se existia algum centímetro nos separando, não sei dizer.

-Marcella surtaria se nos visse agora! – ele comentou com um tom de riso que eu não soube interpretar.

-Quem? – perguntei confusa.

-Uma menina problemática que tentou me agarrar antes de você sair.

Pensei um pouco sobre aonde ele queria chegar, mas o único que pensamento que me veio acabei falando mais pra mim mesma do que para o menino.

-Pensei que eu fosse à única problemática nessa escola!

Walt riu com gosto e depois um silencio constrangedor pairou sobre nós.

- O que veio fazer aqui? – ele perguntou agora sério.

Suspirei.

-Esperava que não perguntasse. – respondi sinceramente, mas me obriguei a continuar quando o senti apertar minha cintura de leve – Mas... Eu estou... Hã, por falta de uma palavra melhor, invadindo a sala do diretor. E não pergunte os motivos! De novo, eu te acho esperto demais para deduzir sozinho... - fiz uma pausa para retomar o controle na minha voz - Vem comigo? – perguntei a ele, sem esconder que ainda sentia medo.

Mais uma vez senti o aperto carinhoso e breve na minha cintura.

-Você sabe que sim! – tinha certeza que se houvesse luz veria o belo sorriso do rapaz – Consegue fazer uma pequena chama para iluminar o caminho, ou algo do gênero?

A pergunta me vez estremecer. Fazia algum tempo que eu não praticava magia... Bom, fora o Hadi, mas esse não conta. Destruir as coisas é muito foda! Então me concentrei em uma pequena bolinha de luz, como as que pude ver no barco de Rá (mas sem serem aquelas que me odeiam, lógico!), e uma linda bolinha de luz multicolorida surgiu flutuando ao meu lado. Um sorriso brotou em meu rosto e pude ver a expressão de surpresa no rosto do menino a minha frente.

-Eu achei que só deuses conseguiam fazer essas bolinhas – o menino sussurrou incrédulo

-Acho que sempre tem uma exceção. – comentei me afastando dele e seguindo a bolinha de luz multicolorida. Ela a cada segundo mostrava uma cor diferente, me lembrando um belo arco-íris. A bolinha seguia na frente nos conduzindo pela escuridão até a porta do escritório do diretor.

A bolinha parou ali, iluminando a porta trancada. Tirei do bolso do short um único grampo e me apressei a abrir a porta. A todo instante eu senti Walt ao meu lado. Sabia que ele estaria ali e não precisava olhar para ter certeza. Só a sensação de proteção já o denunciava.

Abri a porta e adentrei o escritório que já tinha estado tantas vezes. Quase não precisava de luz para que eu soubesse onde cada objeto estava... Eu simplesmente já havia estado diversas vezes naquele escritório. Segui até o computador e o liguei. Assim que o computador pediu a senha digitei rapidamente “estudar é legal”. Que porcaria de senha mais óbvia é essa?

Comecei a fuçar nos arquivos da escola a procura de conhecimento. Eu não faço a mínima ideia de quem disse que conhecimento é poder. Com toda a certeza foi um velho idiota... Mas ele estava certo. No meu caso, muito certo! Achei o arquivo que queria e passei para o celular em minhas mãos.

Dei um sorriso triunfante. Sabia que agora nada mais era brincadeira; a vadia havia tornado tudo sério e por sua própria conta em risco... Ela não sabia com quem estava se metendo, mas eu deixaria as coisas bem claras a partir de agora... Ela estava errada... Sou eu quem sempre ganha!

Desliguei o computador e voltei minha atenção para Walt. Me levantei e me aproximei dele e da pequena bolinha multicolorida.

-Vamos? – ele perguntou

-Vamos.

Saímos da sala e eu novamente a tranquei. Voltamos pelo caminho mais longo que agora deixava de ser sombrio. A pequena bolinha de luz me era agradável e parecia dançar ao nosso redor. Andávamos devagar apreciando a presença um do outro em nosso silencio reconfortante.

Assim que entramos nos corredores iluminados a pequena bolinha se dissolveu no ar... Um pensamento me ocorreu e eu segurei o braço de Walt. Ele me olhou surpreso e confuso, com uma pergunta muda e clara no olhar.

-Não vai me assustar de novo, vai? – perguntei sorrindo. Um sorriso que foi retribuído com carinho.

-Você não vai sair sozinha, vai?

Nós dois começamos a rir e voltamos a andar até Walt novamente se pronunciar.

- Vamos fazer assim, ok? Eu vou me divertir com você. Sempre perto de você. E a senhorita não vai sair sozinha sem, ao menos, me avisar. Pode ser? – ele perguntou olhando fundo em meus olhos.

Um sorriso satisfeito surgiu em meu rosto.

-Feito!

-Mas antes de você fazer qualquer outra coisa, vai comer algo. Tenho certeza que fazer aquela bolinha multicolorida te deixou cansada. – sua preocupação comigo me encantava.

- Me deixou um pouco cansada... Mas esta longe de esgotar minhas energias. – percebi que ele ia começar a protestar e acariciei seu rosto sorrindo - E como eu sei que você vai insistir, nem vou reclamar! – sorri para ele e finalmente voltamos para o pátio movimentado.

Ao som de Tik Tok da Kesha, meus amigos dançavam e riam. Era impressionante o quanto as consequências haviam nos aproximado ainda mais e nos unido com pessoas pouco prováveis. Milena parecia se divertir como eu nunca tinha visto antes. Sorrisos verdadeiros e risadas reais que eu nunca tinha visto.

Walt pegou minha mão e me guiou até umas caixas enormes de isopor cheias de gelo e refrigerantes. Peguei um para mim e Walt pegou outro para ele. E ficamos assim; os dois encostados em um canto tomando refrigerante e rindo por besteiras...

Não consegui acreditar no que vi! Cutuquei Walt com o braço e mostrei para ele a cena chocantemente improvável: Jake e Milena estavam a ponto de se agarrar. Não, nem se beijando estavam, mas os olhares cobiçosos que um lançava ao outro deixava tudo muito claro. Não consegui conter o riso... Aquilo era incomum demais!

Eu não tinha mais noção alguma da hora. Walt, eu e todos os meus amigos dançávamos curtindo musicas variadas de artistas variados. Era inacreditável como nenhuma musica soou repetida. Tinha musicas de todos os gostos e sempre dançantes... A essa altura nenhuma de nós (Liz, Emma, Gabi, Milena e eu) estávamos com nossos casacos. O som foi diminuindo até a voz alta de Thiago ser ouvida claramente.

-E ai galera? Estão se divertindo? – ele perguntou sorrindo.

Como resposta, explodiram gritos, vivas e muitas palmas. Eu e as meninas rimos.

- Quem topa jogarmos verdade ou desafio?  - basicamente uns 20 toparam, eu e meus amigos estávamos nesse meio.

Uma roda foi feita no chão, onde todos nos sentamos. Walt e eu fomos um dos últimos a nos aproximarmos, quando um pensamento me ocorreu...

-Você já jogou, né? – perguntei a Walt.

-Na verdade, não. – ele olhou em meus olhos e sorriu – Me explica?

-Funciona assim: giramos um lápis, uma garrafa ou alguma outra coisa assim. Em quem cair escolhe verdade ou desafio. Verdade, a pessoa vai te perguntar algo e você é obrigado e dizer a verdade, mas a maioria mente dependendo da pergunta. Desafio... Bom esse é bem óbvio!

- Não parece difícil. – Walt comentou distraidamente e eu ri. Quando ele olhou para mim respondi sorrindo com a sua ingenuidade:

- Walt, a brincadeira deveria se chamar interrogatório ou sacanagem! Ninguém joga leve... Um dos meios de escapar de certas perguntas é dizer “talvez” ao invés de “sim” ou “não”, ou tem perguntas com duplo sentido. Nesses casos sempre tenha outra resposta em mente; coisas que não sejam mentira, mas que também não sejam verdades completas. Pronto?

Quem decidiu ficar de fora (o povo esperto ou medroso e cheio de segredos) ficaram percorrendo a escola e aprontando o que não podiam fazer durante o dia.

Ficamos todos espalhados. Nenhum amigo acabou ficando perto do outro. Todas as duplas foram separadas pra não dar encrenca... Como se isso fosse adiantar!

A brincadeira já começou empolgante. Os desafios eram insanos, mas não vou descrever nada para vocês (vai que meu pai acaba sabendo de certas coisas que eu e meus amigos fazemos... Melhor nem arriscar!). O interrogatório estava até um tanto light, mas eu sabia que Miguel, Thiago e alguns outros não deixariam a noite tão suave assim.

A garrafa parou em uma menina de cabelos curtos e lisos e em mim. Ela perguntava e eu respondia. Deduzi que ela fosse a tal Marcella que Walt falara já que ela me lançava olhares cheios de ódio e talvez inveja. Percebi algumas pessoas ficarem tensas, mas eu me sentia calma e serena...

-Verdade ou desafio? – ela perguntou com um sorriso muito maldoso... O meu era muito mais, mas beleza.

-Verdade. – Marcella parou para pensar e chegou a uma conclusão.

-Então Má, qual será a pergunta? – Austin jogou lenha na fogueira... Que amigo!

-Por onde você andou ano passado, Sadie? As únicas pessoas que sabem são as duas ali no canto. – ela apontou para Liz e Emma, que aparentavam conter um rosnado.

Respirei fundo e vi Walt olhar para mim com um misto de medo e tensão. Pisquei para ele como que demonstrando o que eu havia falado mais cedo... Minha resposta chocou a todos.

- Olha, eu não sei você Marcella, mas eu andei pelo chão. Acho que voar chamaria muita atenção.

Marcella ficou frustrada e meus amigos explodiram em risadas.

-Não foi isso o que eu quis dizer! – a menina exclamou irritada... Não! Péra ai... Ela gritou!

- Devia ter se expressado melhor. Você conhece o jogo e todos aqui sabem que minhas respostas normalmente são evasivas. Não sei pra que todo esse show! – respondi normalmente e mais risadas vieram.

Marcella permaneceu emburrada e enfurecida. O jogo continuou “tranquilo” até que caiu em Walt e em Miguel. Ótimo! Miguel sempre faz gracinhas. Walt, assim como eu responderia ou cumpriria o desafio.

-Verdade ou desafio, brother? – Miguel tinha um sorriso malandro e malicioso. Pronto; já sei que não vai prestar.

-Desafio.  – to falando que não vai prestar!

Miguel sorriu vitorioso como se fosse exatamente isso o que ele esperasse ouvir... Deuses! Vai dar encrenca...

-Te desafio a... – um olhar malicioso para Thiago e continuou – Beijar a Sadie! Mas um beijo de verdade. Nada de beijinhos no rosto e nem selinhos! Vocês vão vir aqui no meio, até porque todos têm que ver esse milagre.

Confesso que achei que seria coisa pior... Mas mesmo assim... Meu olhar surpreso passou de Miguel e parou em Walt. Ele se levantou e veio até mim. Com o seu cavalheirismo de sempre, estendeu a mão para me ajudar a levantar; ajuda essa que aceitei de bom grado. Ele me conduziu até o meio do circulo e parou na minha frente... Ele quebrou a pouca distancia existente entre nós, reduzindo-a a zero.

-Me permite? – ele perguntou baixinho para que apenas eu ouvisse. Limitei-me a assentir.

-Anda logo vocês dois! – Thiago reclamou.

Olhei na direção do menino e alem de ver ele, pude ver Marcella. A menina parecia se controlar ao maximo para não me agredir. Isso, por mais estranho que pareça, me deixou ainda mais calma. Sorri para Thiago.

-Você bem que queria estar no lugar do Walt, não é?

O menino ficou ruborizado; parecendo uma pimenta... Enquanto isso o povinho começou a rir. Aproveitando que a maioria estava distraída, Walt pousou sua mão em meu rosto delicadamente e aproximou seus lábios dos meus... Um simples selinho... Seus lábios deslizaram sobre os meus cheios de desejo e ambição.

Desnecessário dizer que todos calaram a boca e alguns suspiros escaparam... Estávamos apenas movendo nossos lábios de uma forma até sensual. Walt me pediu passagem e eu cedi... Em segundo algum pensei em resistir ao beijo. Muito pelo contrario, eu me entreguei de corpo e alma a ele.

Walt era delicado e sabia o que queria e como conseguir. Aquele foi o beijo mais carinhoso e profundo que já recebi. Cada caricia que sua língua fazia na minha, era mais um arrepio que me invadia. Inconscientemente, minha mão subiu por seu braço e só parou na nuca, onde eu, com carinho e desejo, o puxei para ainda mais perto. Walt viu isso como uma permissão para descer suas mãos até a minha cintura e explorá-la, dando leves apertos.

Meus sentimentos pareciam ganhar vida enquanto tudo ao nosso redor sumia junto com as minhas duvidas.  Encaixávamos direitinho. Tudo fazia sentido... Ele era tudo o que eu precisava. Era o único cara que me fazia sentir segura e certa...

Mas nós havíamos esquecido de respirar. Faltava-nos o maldito oxigênio! Nos separamos relutantes, ou melhor, apenas afastamos os lábios. Isso foi o suficiente para meu corpo gritar em protesto, pedindo por Walt.

Engraçado como tudo isso ocorreu em poucos minutos!

Gritos, assovios, palmas, suspiros... Tudo se fazia ouvir. Juro que aquilo me surpreendeu. Eu havia esquecido completamente da presença de todos ali...  Walt e eu nos afastamos e enquanto voltávamos para o nosso lugar no circulo, consegui ouvir Miguel reclamando:

-Cara... Eu devia me desafiar a beijar essa garota!

Eu ri. Não me aguentei e ri enquanto outros também seguiam meu exemplo... A brincadeira seguiu normalmente. Bom, até onde se pode ser normal! Tentei ignorar os olhares penetrantes de Walt e de Marcella... O que um tinha de doce o outro tinha de amargo. Estava tudo tranquilo até que, novamente caiu em mim e na chata da Marcella. Mais uma vez, ela pergunta e eu respondo...

-Verdade ou desafio? – foi impressão minha ou ela soou mais maldosa do que de costume?

-Verdade – combinemos que eu posso ser louca... Mas escolher desafio vindo dela? Not!

Ela sorriu triunfante e perguntou em alto e bom som... Se existia algum murmúrio antes, agora já não existia mais.

- Como você conseguiu escapar do terceiro seqüestrador, depois que salvou as outras duas? Conte tudo com o máximo de detalhes possíveis até voe sair do hospital. – Ela sorria maldosamente e eu senti um pouco da cor sumir do meu rosto. Percebi que Liz, Emma, Walt e todos os meus amigos, inclusive Milena, começariam a partir em minha defesa. Levantei a mão para eles e eles me olharam preocupados.

Eu sabia qual era a intenção de Marcella ao perguntar. Ela queria que eu revivesse toda a dor e o desespero... Mas eu sorri por dentro. Ninguém sabia da história completa. Olhei para meus amigos e dei um doce sorriso que os acalmou.

-Não precisam se preocupar! – voltei meus olhos para Marcella que continuava a sorrir – Já que você perguntou... Bom, eu fiquei sozinha em um beco escuro, apenas com o seqüestrador. Ele me empurrou e eu torci meu tornozelo.

-Até ai nós já sabemos! – Marcella disse soando como uma cachorra. Aff!

- Depois, antes que ele pudesse sacar a faca e me torturar – desviei meus olhos de Marcella e fitei Walt que me olhava carinhoso – o Walt chegou e espancou o cara! Acho até que só não o matou porque eu pedi.

Todos os olhares se voltaram para Walt... Mas ambos estávamos ocupados demais sorrindo um para o outro. Continuei meu discurso só para ferrar de vez com aquela insuportável.

-Ele me levou para o hospital e depois me levou para casa. – dei um sorriso um tanto tímido a Walt – Não lembro o que aconteceu. Eu acabei dormindo no seu colo durante o caminho.

Enquanto todos olhavam de boca aberta para nós, os sorrisos permaneciam intactos em nossos rostos.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Quero muito a opinião de vocês... Desculpem qualquer erro!
Beijos =D